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O setor elétrico de baixa tensão brasileiro vive há décadas uma situação de monopólio natural, marcada pela falta de concorrência e sem foco no cliente. Este ambiente tende a mudar, como aconteceu em outros países, onde pequenos clientes podem escolher seu fornecedor de eletricidade. É preciso que as concessionárias de distribuição se modernizem e conheçam melhor seus clientes. Portanto, o objetivo deste trabalho é apresentar as principais personas previamente identificadas para residenciais e comerciais do setor de energia no Brasil, identificando seus principais influenciadores e como ocorre a influência. O artigo discute a importância de conhecer o comportamento do consumidor em uma realidade digital, trazendo referenciais teóricos sobre personas e influenciadores.
As tecnologias vêm mudando a face do mundo, dos negócios e o próprio comportamento das pessoas, especialmente nas suas relações de consumo. Os dogmas de fé da racionalidade como direcionador das decisões econômicas também vem se alterando com o fortalecimento da Economia Comportamental. Este artigo analisa à luz das denominadas Tecnologias Exponenciais -TE as relações com os consumidores cujo comportamento rompe os ditames da economia clássica e passa a dar importância a motivadores da emoção em detrimento da razão. Como referencial básico desta analise está a indústria de energia elétrica e seu processo de transição a partir das TEs.
O mundo vive constantes transformações fortemente afetadas pelo avanço tecnológico, sendo a digitalização e a conectividade os grandes agentes de mudança em relação à comunicação e aos negócios. Nesse cenário, o consumidor torna-se protagonista nas decisões estratégicas das empresas. Embora tais transformações não estejam associadas diretamente ao setor elétrico, o consumidor de eletricidade é o mesmo que passa por todas essas mudanças. Daí a importância de o setor elétrico conhecer melhor a jornada de seu consumidor em uma realidade de tecnologias exponenciais, utilizando, como ferramentas, as personas e o poder do influenciador digital sobre seus clientes.
Em artigo publicado pelo Broadcast Energia, Nivalde de Castro, professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (GESEL-UFRJ), em coautoria com Fernando de Almeida Prado Júnior, professor de Pós-graduação da Escola Politécnica da USP, e Lorrane Câmara, pesquisadora plena do GESEL-UFRJ, analisam o paradigma de inovações no setor elétrico brasileiro. Segundo os autores, “mesmo neste dinâmico e complexo ambiente econômico, regulatório e de política energética, constata-se processo de inovações intenso e denso, onde muitas delas já demonstraram viabilidade técnica e econômica, com características de crescimento exponencial e que podem contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços, eficiência operacional e redução dos custos da energia elétrica”. Por fim, os autores destacam a necessidade do setor elétrico se reinventar nesse cenário disruptivo: “muitas indústrias, como a financeira, de varejo e do entretenimento, a economia compartilhada e os sistemas de comunicação, especialmente a telefonia, sofreram alterações fundamentais e tiveram que se reinventar. O aumento do poder do consumidor, a entrada de novos players, desafiando os tradicionais incumbentes, a necessidade de respostas urgentes a problemas decorrentes da crise climática e a crescente exposição a tecnologias digitais são vetores que têm desafiado e impulsionado a inovação nessas indústrias e que também acometem o setor elétrico”.
(Publicado pelo Broadcast Energia)