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O setor elétrico mundial está passando por profundas mudanças devido à difusão no mercado de novas tecnologias; processo este que pode ser caracterizado como o início de uma transição tecnológica. Em julho de 2000, a lei brasileira no. 9.991 criou o Programa de P&D do Setor Elétrico, que determina que 1% da receita operacional líquida (ROL) das empresas do setor elétrico deve ser investido em projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Quais foram os principais resultados atingidos pelo Programa? E como isso contribuiu (ou não) para o processo de transição em curso? Até o momento, nenhum estudo analisou esses aspectos de forma crítica e formal. Este artigo traz as primeiras percepções de um projeto de pesquisa em curso, cujo objetivo é endereçar essas questões e suprir esta lacuna na literatura. O estudo apresenta uma visão geral dos projetos de P&D desenvolvidos desde 2000, e propõe uma nova metodologia para avaliar, sob o ponto de vista quantitativo e qualitativo, os benefícios do programa. Esta metodologia considera quatro perspectivas: empresas do setor elétrico, o setor elétrico, o setor acadêmico e os fornecedores de sistemas e serviços. O trabalho também traz cenários a serem considerados para aprimorar o Programa de P&D.
No presente artigo fazemos uma análise comparativa entre o mercado das Empresas de Serviços Energéticos (ESCOs) no Brasil e no Reino Unido. O objetivo deste trabalho é analisar o modelo de negócios das ESCOs. Constatamos que soluções de mercado que incentivam a eficiência energética ajudam a desenvolver o mercado das ESCOs.
O tema de mudanças climáticas vem sendo associado com a questão energética, em especial as energias renováveis, que são dependentes dos recursos naturais como água e vento, por exemplo. A relevância desta relação deve-se ao fato de, por um lado, as fontes renováveis de energia representarem uma das principais alternativas estratégicas para a mitigação da mudança do clima global. E, por outro lado, ao serem dependentes das condições climáticas, ficam potencialmente sujeitas a impactos do próprio fenômeno que pretendem evitar. No entanto, o segmento de geração de energia elétrica baseado em fontes não renováveis, especificamente das centrais termelétricas, também está sujeito aos impactos das mudanças climáticas, no que se refere ao recurso natural água. Os processos de geração das centrais térmicas são também dependentes das águas para suportar os sistemas de resfriamento. Neste contexto, o trabalho proposto tem como objetivo central estruturar uma revisão da literatura sobre o tema de impactos de mudanças climáticas sobre o setor de energia elétrica no segmento das hidrelétricas e das centrais térmicas, tendo como foco analítico o Brasil, os Estados Unidos e União Europeia, em função da diversidade econômica e da composição da matriz elétrica destas regiões.
A hidroeletricidade possui papel relevante e estratégico na matriz elétrica brasileira. O Brasil ainda dispõe de grande potencial dessa fonte renovável, principalmente na região Amazônica. Por ser uma região de grande complexidade, a construção de usinas, como Santo Antônio, Jirau, Teles Pires e Belo Monte, tem estado no meio de debates, principalmente pelos impactos socioambientais que podem causar. No entanto, para que esses impactos sejam evitados, mitigados, compensados e/ou potencializados são propostas medidas, que contribuem, inclusive, para o desenvolvimento regional. A análise das possibilidades de ocorrência desses impactos é relacionada aos atrasos no processo licitatório, indicando a existência de outros problemas, falta de maior articulação entre os diferentes órgãos governamentais, falta de regulamentação e, incerteza em certos encaminhamentos para o processo de licenciamento. Para que as projeções de demanda dadas pelo Plano Decenal de Energia (PDE) sejam atendidas, é preciso que os leilões supram as expectativas criadas pelo plano. Porém, algumas usinas não são licitadas no leilão previsto, em função de atrasos para obtenção da licença prévia, em sua maioria por causa dos desafios citados, causando divergências entre as projeções, um dos motivos pelo qual a data de entrada em operação de uma mesma usina pode sofrer variações de um PDE para outro.
A geração termoelétrica foi fomentada por políticas públicas que visavam ancorar a expansão da oferta de gás natural no Brasil e complementar a geração hidroelétrica, mas o parque térmico vem desempenhando um papel mais amplo do que este, embora o suprimento de gás continue sendo um gargalo no país. Novos instrumentos regulatórios devem enfrentar ambos os desafios e potencializar a geração térmica.
O presente estudo volta-se para a análise do Desempenho do Índice de Energia Elétrica à Luz das Mudanças Institucionais no Setor Elétrico Brasileiro. Para tal fim, o estudo focou seus esforços na análise do impacto da Medida Provisória nº 579 de 11 de Setembro de 2012 (convertida na Lei nº 12.783/2013) sobre as ações do Setor de Energia Elétrica, representadas aqui pelo respectivo índice do setor na BM&FBOVESPA. Os resultados da pesquisa revelam que a partir do lançamento da Medida Provisória nº 579 até o fim do intervalo de tempo observado (Abril de 2015), o Índice de Energia Elétrica não se recuperou da inversão de tendência provocada por esta medida, o que antes era uma tendência de crescimento instantaneamente se tornou uma tendência de estagnação/declínio.
O objetivo central é analisar os desafios e oportunidades da integração elétrica na América do Sul. No momento em que a globalização reorganiza radicalmente as relações econômicas mundiais e lança novos desafios em matéria de sustentabilidade ambiental, abre-se para a América do Sul oportunidade excepcional de redefinir os términos de sua inserção na economia mundial. Maximizar sua competitividade na economia globalizada significa maximizar também suas vantagens comparativas, sobretudo a partir da abundância de recursos naturais e de sua relativa homogeneidade linguística e cultural. A integração da infraestrutura de energia elétrica permite multiplicar os benefícios da integração para o continente: geração de renda; garantia de fornecimento de energia segura, renovável e barata. Oferecem-se assim as melhores condições para consolidar um espaço econômico integrado, capaz de realizar o potencial produtivo da população sul-americana.
A partir do ano de 2004, passou a vigorar um novo modelo para o setor elétrico brasileiro (SEB), com base em três pilares: garantia da expansão da capacidade instalada, modicidade tarifária e universalização do acesso à eletricidade. Para atingir estes objetivos, foi retomado o planejamento subordinado à responsabilidade do Estado, que havia sido transferido para os agentes privados a partir dos anos 1990. A criação da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) atende tal finalidade, e, através do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), formula anualmente previsões de expansão de oferta e demanda de energia para um período de 10 anos à frente, transformando-se em importante instrumento de planejamento para o SEB. A contratação de nova capacidade instalada passa a se dar via leilões de energia, através dos quais é realizada a concessão de novas usinas e garante-se o atendimento à totalidade da expansão da demanda prevista pelas distribuidoras para os consumidores cativos. O artigo busca fazer uma comparação entre as proposições do PDE e os resultados dos leilões ocorridos até 2015. Essencialmente, procura-se responder se, através do planejamento indicado e dos leilões realizados, estamos de fato caminhando para uma matriz elétrica estratégica para o SEB.
O sistema elétrico do Brasil se caracteriza por ser um sistema com nítida preponderância hidrelétrica. Todavia o país possui um grande potencial hídrico remanescente, situado principalmente na região amazônica. As usinas fio d´água, construídas nesta região, representam um grande desafio para o setor, principalmente para a operação do sistema, traduzindo também uma necessidade importante de ajustes no marco regulatório do setor para contornar os problemas que emergiram da alteração de características do sistema interligado.
Publicado na edição nº 326 do Jornal dos Economistas, o artigo “O Estado e o Setor Elétrico Brasileiro” traça um breve panorama histórico do setor elétrico brasileiro (SEB), ressaltando sua forte interação e dependência de políticas púbicas.
(Publicado no Jornal dos Economistas)