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A hidroeletricidade possui papel relevante e estratégico na matriz elétrica brasileira. O Brasil ainda dispõe de grande potencial dessa fonte renovável, principalmente na região Amazônica. Por ser uma região de grande complexidade, a construção de usinas, como Santo Antônio, Jirau, Teles Pires e Belo Monte, tem estado no meio de debates, principalmente pelos impactos socioambientais que podem causar. No entanto, para que esses impactos sejam evitados, mitigados, compensados e/ou potencializados são propostas medidas, que contribuem, inclusive, para o desenvolvimento regional. A análise das possibilidades de ocorrência desses impactos é relacionada aos atrasos no processo licitatório, indicando a existência de outros problemas, falta de maior articulação entre os diferentes órgãos governamentais, falta de regulamentação e, incerteza em certos encaminhamentos para o processo de licenciamento. Para que as projeções de demanda dadas pelo Plano Decenal de Energia (PDE) sejam atendidas, é preciso que os leilões supram as expectativas criadas pelo plano. Porém, algumas usinas não são licitadas no leilão previsto, em função de atrasos para obtenção da licença prévia, em sua maioria por causa dos desafios citados, causando divergências entre as projeções, um dos motivos pelo qual a data de entrada em operação de uma mesma usina pode sofrer variações de um PDE para outro.
O tema de mudanças climáticas vem sendo associado com a questão energética, em especial as energias renováveis, que são dependentes dos recursos naturais como água e vento, por exemplo. A relevância desta relação deve-se ao fato de, por um lado, as fontes renováveis de energia representarem uma das principais alternativas estratégicas para a mitigação da mudança do clima global. E, por outro lado, ao serem dependentes das condições climáticas, ficam potencialmente sujeitas a impactos do próprio fenômeno que pretendem evitar. No entanto, o segmento de geração de energia elétrica baseado em fontes não renováveis, especificamente das centrais termelétricas, também está sujeito aos impactos das mudanças climáticas, no que se refere ao recurso natural água. Os processos de geração das centrais térmicas são também dependentes das águas para suportar os sistemas de resfriamento. Neste contexto, o trabalho proposto tem como objetivo central estruturar uma revisão da literatura sobre o tema de impactos de mudanças climáticas sobre o setor de energia elétrica no segmento das hidrelétricas e das centrais térmicas, tendo como foco analítico o Brasil, os Estados Unidos e União Europeia, em função da diversidade econômica e da composição da matriz elétrica destas regiões.
The development of smart grids is a complex, multidimensional process, which contemplates the emergence of new technologies, their dissemination and social acceptance, and also a difficult market-creation phase. Such process is therefore better understood through an interdisciplinary approach. In recent years, the approach of the multilevel perspective (MLP) has gained acceptance as an explanatory dynamic methodology of technological transitions; it is based on the concepts of socio-technological regimes, niches and “landscapes”. The purpose of this paper is to analyze the smart grids in Brazil based on the theoretical framework multi-level perspective. The analysis of the status quo and perspectives of development of smart grids in Brazil requires prior knowledge of the motivations and challenges involved. The Brazilian landscape in which smart grids are embedded points to efficiency gains, to the promotion of a more reliable system, and to higher quality as key drivers for the transition, in a context of significant growth in demand. But, it is noteworthy that the current regulatory framework does not encourage investment in network modernization (development of smart grids). Thus, existing smart grid projects in Brazil are currently restricted to early-stage research and development projects, particularly pilot projects.
O processo de integração elétrica entre Bolívia e Brasil recebeu um impulso com a assinatura, no dia 17 de julho de 2015, do Aditivo ao Memorando de Entendimento em matéria energética, assinado em 2007, entre os ministérios de energia de ambos os países. Este documento estabelece como projeto âncora a construção de uma usina hidrelétrica (UHE) binacional na bacia do Rio Madeira, a montante da usina de Jirau. A construção de uma UHE binacional subordinada a um Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável (PDRS) pode se constituir em um vetor estratégico de desenvolvimento econômico e social da região fronteiriça. Para isso, analisa-se se a situação macroeconômica da Bolívia lhe permite participar de um projeto de grande porte em uma posição de equidade diante de um parceiro da dimensão econômica e política do Brasil.
(Publicado em julho de 2015)
O estudo tem o objetivo de examinar a conveniência e relevância de incorporar, à regulação brasileira do setor elétrico, autorizações específicas para despacho de geração térmica para testes. Para isso, em primeiro lugar, o texto apresenta evidência empírica do desempenho operacional das usinas termoelétricas no Brasil logo após do acionamento pleno em outubro de 2012. Mostra-se que o grupo de usinas selecionado (com capacidade instalada maior a 2.000 MW) teve uma media de geração 19,2% abaixo da geração programada para o período de outubro 2012 a janeiro 2013, por razões internas às usinas (entre as que se aponta o baixo rendimento de equipamentos e indisponibilidade forçada, entre outras). A partir desta análise empírica, realiza-se uma revisão bibliográfica e exame crítico da regulação dos despachos de usinas térmicas em países selecionados mostrando que em vários países existe uma rotina de testes para equipamentos com baixa frequência esperada de despacho, como é o caso específico do Brasil.
(Publicado em maio de 2013)