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A difusão dos recursos energéticos distribuídos – resposta da demanda, geração distribuída, baterias e os veículos elétricos – têm acarretado mudanças significativas na dinâmica do setor. O desdobramento disto é a necessidade do desenvolvimento de novas habilidades para lidar com estes grandes desafios para os sistemas de distribuição, sobretudo em capacidade inovativas para criar novas técnicas e ferramentas. Esta mudança tecnológica deverá ser capaz de aumentar a resiliência dos sistemas de distribuição, oferecendo segurança à inserção dos recursos energéticos distribuídos. Diante da necessidade de obtenção de novas tecnologias capazes de lidar com os desafios da transição energética, o objetivo central desta tese é analisar a prontidão do segmento de distribuição brasileiro em responder a estes novos desafios inovativos. A hipótese principal deste trabalho é que o segmento distribuição elétrico brasileiro ainda não estaria pronto para responder aos desafios inovativos inerentes à transição energética de uma forma geral. Tendo em conta a heterogeneidade entre as empresas, a respostas aos desafios inovativos não ocorreria uniformemente. Espera-se que os maiores grupos econômicos do país tenham melhores condições de preparar suas concessões neste desafio tecnológico, seja por características do seu mercado ou pelo nível de capacidades dinâmicas que elas conseguiram construir. Para testar essa hipótese utilizou-se do framework metodológico de análise da teoria evolucionária, buscando analisar a influência do comportamento das empresas na evolução do mercado de distribuição. O problema de pesquisa é analisado em três etapas: primeiro, partindo de uma perspectiva consolidada de mercado, compara-se o estágio de pesquisa alcançado pelo PROP&D com o programa inglês LCNF, assim como o seu avanço tecnológico nos últimos anos. Na segunda etapa, investiga-se o padrão de alocação de recursos dos grupos econômicos em projetos de pesquisa do PROP&D. Na terceira etapa, mapeia-se as rotinas de alto nível das empresas, estabelecendo conexões com o que foi observado na alocação de recursos. Os resultados do estudo apontam para uma evolução consolidada do segmento aquém do esperado, isso porque os grupos econômicos multinacionais têm conseguido avançar em direção de inovações mais maduras ou prontas para mercado, enquanto as empresas privadas individuais estão estagnadas em projetos de tecnologia básica. Este trabalho concluiu que o segmento está se desenvolvendo de forma heterogênea em resposta às severas exigências da transição energética.
Monografia apresentada ao Programa de Graduação em Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito para a obtenção do título de bacharel em Ciências Econômicas. Rio de Janeiro 2022.
Dissertação submetida ao Corpo Docente do Programa de PósGraduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, RIO DE JANEIRO 2021.
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Planejamento Energético, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, janeiro de 2022.
Este trabalho tem por objetivo principal examinar a implementação de modelos de negócios inovadores dedicados ao veículo elétrico (híbrido plug-in e elétrico puro) que possam fomentar o desenvolvimento da eletrificação veicular e contestar a hegemonia do veículo de combustão interna na indústria automobilística. Dessa forma, é avaliada a hipótese que o desenvolvimento da eletrificação veicular depende da implantação de modelos de negócios inovadores dedicados aos veículos elétricos e focados nos serviços de mobilidade para tornar os mesmos competitivos em relação aos veículos tradicionais e pressionar o regime automobilístico. Através do estudo de caso de Portugal, se demostra que o desenvolvimento de uma infraestrutura de recarga de veículos elétricos constitui um novo paradigma no setor de transportes, onde o papel do setor público é fundamental nas etapas iniciais de estruturação das redes de recarga, tanto no investimento dos eletropostos como na elaboração de um quadro regulatório. Por sua vez, o exame do caso da Autolib’ mostra que o veículo deixa de ser o elemento central do modelo de negócios e se torna apenas o meio pelo qual se cumpre o objetivo de mobilidade. O serviço da Autolib’ vai além da mera oferta de deslocamento particular, dado que novos serviços tecnológicos estão complementando a proposta de valor inicial (aplicativos de locação, gestão do consumo, realocação do veículo, etc…). Esses serviços estão se tornando chaves para convencer o consumidor a iniciar uma transição para uma mobilidade mais sustentável.
Orientado pelo Prof. Nivalde José de Castro (PPED/UFRJ).
O presente trabalho tem por objetivo apresentar um modelo que permita a antecipação de momentos de dificuldades econômico-financeiras das distribuidoras do setor elétrico. Esse modelo complementa outros propostos recentemente pela ANEEL para monitoramento da sustentabilidade do setor. Para atingir esse objetivo, utilizou-se o modelo econométrico de regressão logística considerando diversos indicadores contábeis como variáveis independentes. Além disso, a variável dependente é um indicador binário que aponta os momentos em que a distribuidora sofreu intervenção por parte da ANEEL ou teve, como resultado no período, Patrimônio Líquido negativo ou ínfimo (inferior à 10% do ativo total). Essas situações tornam a variável dependente uma boa proxy para intervenção na gestão ou resgate financeiro (sem o qual não conseguiria manter a operação). Os indicadores contábeis selecionados como variáveis independentes são os sugeridos em diversos papers nacionais e internacionais sobre previsão de insolvência. A análise dos modelos testados no período entre 2007 e 2014 mostrou que tanto para a defasagem de um período quanto para dois períodos, os principais indicadores que impactam a previsão da variável dependente são Giro do Ativo e Patrimônio Líquido sobre Exigível Total. Portanto, é possível concluir que os interessados em antecipar quais distribuidoras do setor elétrico têm maior probabilidade de passar por situações de dificuldades financeiras, no futuro próximo, que prejudiquem a operação da empresa ou que possam sofrer intervenção por parte da ANEEL (em último caso), devem ficar atentos ao comportamento desses indicadores.
Orientado pelo Prof. Adriano Rodrigues (COPPEAD/UFRJ).
As projeções para a matriz elétrica brasileira ao longo dos próximos anos apontam para uma tendência de perda da participação das usinas hidrelétricas com grandes reservatórios e para o aumento da difusão das fontes renováveis intermitentes, com destaque para a fonte eólica. Neste contexto se faz necessária a incorporação de fontes controláveis de energia, dentre as quais se destacam as usinas termelétricas a gás natural tendo em vistas suas características técnicas e econômicas e a possibilidade de atuação deste tipo de fonte tanto na ponta quanto na base da curva de carga. O atual modelo do setor elétrico pode ser considerado extremamente bem-sucedido sob o ponto de vista da expansão da capacidade instalada e da segurança energética. Uma de suas principais características é o mecanismo de contratação de energia que prevê a contratação de usinas termelétricas na modalidade por disponibilidade. Contudo, nota-se também que, diante do novo paradigma de geração do setor, o atual desenho possui inadequações do ponto de vista regulatório que estão relacionados, sobretudo, aos mecanismos de contratação e remuneração deste tipo de fonte. Como resultado, as usinas termelétricas até então contratadas possuem pouca aderência ao novo paradigma de geração. Desta forma, o trabalho se dedica a analisar tais inadequações bem como os possíveis aprimoramentos na regulação tendo como base o Leilão de Energia nova A-6 de 2017. A importância deste leilão se deve ao fato de que foram feitas importantes mudanças em seu edital que viabilizaram a contratação de duas usinas termelétricas com perfil de atuação voltado para a base da curva de carga e com maior aderência ao novo paradigma de geração do setor.
As mudanças tecnológicas associadas ao atual paradigma tecno-econômico estão transformando o setor elétrico. Esse paradigma supõe que a digitalização é o fator-chave para as atividades, as quais serão crescentemente oferecidas por redes de empresas. Aliadas à tendência de digitalização do atual paradigma tecno-econômico, mudanças tecnológicas específicas do setor elétrico configuram um novo paradigma tecnológico, isto é, um novo conjunto de soluções tecnológicas e inovações com as características que serão elencadas a seguir. Em primeiro lugar, a geração de energia, ainda hoje concentrada, será cada vez mais distribuída. O consumidor será produtor de sua própria energia e, futuramente, poderá armazená-la para consumí-la quando lhe interessar. Em segundo lugar, as trocas de energia entre consumidores – transações peer-to-peer – se tornarão realidade, devido às novas tecnologias, como blockchain. Assim, a rede elétrica terá acúmulo de funções, isto é, deixará de apenas prestar serviços de transmissão de energia e permitirá interações entre prestadores e tomadores de serviços de eletricidade. Em terceiro lugar, os impactos climáticos das emissões de carbono vêm pressionando os países a apostarem em matrizes energéticas cada vez mais limpas, estimulando a produção de energias renováveis. Nesse contexto, as grandes empresas do setor elétrico precisarão estar cada vez mais atentas a aspectos como segurança, acessibilidade e sustentabilidade. Para isso, buscarão atuar, progressivamente, com outros atores, como startups, para encontrar soluções inovadoras. Esta dissertação tem como objetivo analisar de que forma um programa de apoio a startups de uma grande empresa auxilia e potencializa capacidades dinâmicas das grandes empresas do setor elétrico.
Este trabalho tem por objetivo principal examinar a implementação de modelos de negócios inovadores dedicados ao veículo elétrico (híbrido plug-in e elétrico puro) que possam fomentar o desenvolvimento da eletrificação veicular e contestar a hegemonia do veículo de combustão interna na indústria automobilística. Dessa forma, é avaliada a hipótese que o desenvolvimento da eletrificação veicular depende da implantação de modelos de negócios inovadores dedicados aos veículos elétricos e focados nos serviços de mobilidade para tornar os mesmos competitivos em relação aos veículos tradicionais e pressionar o regime automobilístico. Através do estudo de caso de Portugal, se demostra que o desenvolvimento de uma infraestrutura de recarga de veículos elétricos constitui um novo paradigma no setor de transportes, onde o papel do setor público é fundamental nas etapas iniciais de estruturação das redes de recarga, tanto no investimento dos eletropostos como na elaboração de um quadro regulatório. Por sua vez, o exame do caso da Autolib’ mostra que o veículo deixa de ser o elemento central do modelo de negócios e se torna apenas o meio pelo qual se cumpre o objetivo de mobilidade. O serviço da Autolib’ vai além da mera oferta de deslocamento particular, dado que novos serviços tecnológicos estão complementando a proposta de valor inicial (aplicativos de locação, gestão do consumo, realocação do veículo, etc…). Esses serviços estão se tornando chaves para convencer o consumidor a iniciar uma transição para uma mobilidade mais sustentável.
O trabalho desenvolve um modelo que possibilita a simulação de mercados de banda de regulação secundária, com o qual se faz uma análise de preços e quantidades transacionadas no mercado de reservas secundárias português e espanhol. Através do modelo e fazendo algumas considerações é possível simular a integração dos dois mercados e notar aspetos onde poderá ser necessária a harmonização de algumas regras. Os resultados da integração revelam benefícios para os consumidores portugueses e para os produtores espanhóis, porém verificam-se prejuízos para os produtores portugueses e para os consumidores espanhóis.