ESCONDER ÍNDICE
IFE
27/11/2025

Transição Energética 97

Assinatura:
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Subeditores: Leonardo Gonçalves
Pesquisadores: Gustavo Esteves e Paulo Giovane
Assistente de pesquisa: Sérgio Silva

IFE
27/11/2025

IFE nº 97

Assinatura:
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Subeditores: Leonardo Gonçalves
Pesquisadores: Gustavo Esteves e Paulo Giovane
Assistente de pesquisa: Sérgio Silva

Ver índice

Transição Energética 97

Hidrogênio e Combustíveis Sustentáveis

CNI: Estudo aponta importância da certificação do H2 para a transição energética

Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que a certificação do hidrogênio de baixo carbono (H₂BC) pode ser um instrumento importante para que o Brasil avance na descarbonização da indústria e dos transportes pesados. O levantamento destaca que, embora o país tenha grande potencial para liderar o mercado, será importante estabelecer um sistema de certificação confiável e bem estruturado para garantir credibilidade ambiental, atrair investimentos e permitir o acesso a políticas de incentivo. O levantamento Certificação de Hidrogênio: Benchmarking do Processo e Contribuições ao Brasil compara modelos adotados por dez países Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos, China, Canadá, Japão, Índia, Austrália, França e Coreia do Sul, além do Brasil, e destaca a importância de um sistema nacional que garanta credibilidade ambiental ao H₂BC, fortaleça o mercado interno e externo e viabilize o acesso a políticas de estímulo, sem comprometer a competitividade. (Petronotícias – 18.11.2025)

Link Externo

China: Primeiro projeto de conversão de carvão com H2V entra em operação

A China iniciou a operação comercial de seu primeiro projeto de carvão-para-químicos (coal-to-chemicals) integrado ao uso de hidrogênio verde, marcando um passo relevante na tentativa de descarbonizar um setor altamente intensivo em emissões. O complexo, operado pela estatal Datang Group em Duolun, na Mongólia Interior, deve produzir mais de 70 milhões de m³ de hidrogênio por ano e incorpora um parque híbrido de 150 MW de solar e eólica, cuja energia excedente também é enviada à rede. Classificado pelo governo como projeto nacional de demonstração, o modelo busca oferecer uma rota replicável para reduzir a pegada de carbono da indústria de químicos a partir de carvão, segmento que cresce para diminuir dependências externas, mas que tem dificultado o cumprimento das metas chinesas de intensidade de carbono para 2025. Ao integrar hidrogênio verde à cadeia de produção de insumos como amônia, metanol e olefinas, o país tenta equilibrar segurança energética e viabilidade industrial com a necessidade urgente de mitigar emissões. (Reuters – 20.11.2025)

Link Externo

Editorial Folha do Litoral: “Brasil enfrenta o desafio de ampliar inovações na transição energética”

Em editorial, o Folha do Litoral aborda os desafios e oportunidades do Brasil na ampliação de inovações voltadas à transição energética, destacando iniciativas apresentadas pela Itaipu Binacional e Itaipu Parquetec na COP30. Entre as tecnologias citadas estão o hidrogênio verde (H2V), combustível sustentável de aviação (SAF), biogás e biometano. O principal desafio apontado é transformar projetos-piloto em soluções de escala, capazes de enfrentar efetivamente as mudanças climáticas. O governo brasileiro, segundo o subsecretário Thiago Barral, vem promovendo um ambiente propício a esses investimentos por meio de leis como a do Mercado de Carbono e da Mobilidade Verde (Mover), além de programas como o Novo PAC e o Nova Indústria Brasil. Representantes de Itaipu reforçaram que a empresa vai além da exigência legal de investimento em P&D, utilizando também royalties para fomentar inovação, e colocando seu território como laboratório para testes replicáveis. Felipe Marques, da CIBiogás, destacou o potencial do Brasil para liderar o mercado de biogás, mas apontou como entraves a falta de infraestrutura de distribuição e segurança regulatória. O texto também ressalta o papel estratégico das hidrelétricas na matriz elétrica brasileira e latino-americana, fornecendo flexibilidade e segurança ao sistema, especialmente como suporte ao crescimento de fontes intermitentes como solar e eólica. (Folha do Litoral – 17.11.2025)

Link Externo

Dinâmica Internacional

Artigo GESEL: "COP 30: Os caminhos opostos de Estados Unidos e China"

Em artigo publicado pelo Broadcast Energia, Nivalde de Castro (professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador-geral do GESEL), Leonardo Gonçalves e Gustavo Esteves (pesquisadores associados do GESEL-UFRJ) analisam os caminhos divergentes de Estados Unidos e China na transição energética global, no que se refere à realização da COP30, que ocorre em um contexto de intensificação dos eventos climáticos extremos e desaceleração das ações climáticas desde 2021. As perdas globais ultrapassaram US$ 328 bilhões em 2024, reforçando a urgência de mecanismos de implementação — prioridade da presidência brasileira para esta edição da conferência. Os autores destacam que o futuro da descarbonização depende, em grande medida, das estratégias energéticas e industriais das duas maiores potências emissoras. A China avança como uma “superpotência renovável”, promovendo uma expansão acelerada de solar e eólica, reduzindo custos tecnológicos e exportando equipamentos e infraestrutura para países em desenvolvimento. Já os Estados Unidos caminham para um processo de “destransição energética”, retomando a centralidade do petróleo, gás e carvão, enfraquecendo padrões regulatórios e reduzindo incentivos às fontes limpas — postura que limita sua capacidade de liderança climática. Diante desse quadro, o artigo argumenta que a definição de padrões tecnológicos sustentáveis, a descentralização das cadeias globais de valor e a ampliação do financiamento em larga escala serão determinantes para uma transição energética justa e eficaz. Os autores concluem que, se o descompasso entre China e Estados Unidos persistir, os EUA correm o risco de perder protagonismo na nova ordem energética, enquanto a China tende a consolidar sua liderança nos rumos da descarbonização global. Acesse o texto aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 19.11.2025)

Link Externo

Artigo de Eric Usher: “A oportunidade de trilhão de dólares: A economia inteligente da transição energética”

Em artigo publicado no Eco-Business, Eric Usher (chefe da United Nations Environment Programme Finance Iniciative [UNEP FI]) argumenta que a transição energética representa uma oportunidade econômica trilionária para instituições financeiras, ao mesmo tempo em que mitiga riscos crescentes associados ao aquecimento global. O autor pondera que, mesmo em meio a retrocessos políticos e ceticismo geopolítico, empresas e investidores começam a priorizar ações climáticas mais substanciais, percebendo que adaptação e mitigação já afetam diretamente operações, carteiras e seguradoras. O avanço acelerado das renováveis confirma essa mudança: em 2024, a China investiu US$ 940 bilhões em energia limpa, instalando mais solar e eólica do que o resto do mundo combinado e iniciando a queda no uso de fósseis. Índia e Paquistão também registraram crescimento expressivo, e, pela primeira vez, solar e eólica superaram o carvão na geração global, segundo dados da Ember. Segundo o autor, esse dinamismo é sustentado por políticas robustas, como as novas metas chinesas e a expansão do financiamento verde. O texto reforça que instituições financeiras têm papel central na transição, pois alinhar operações à sustentabilidade é parte de uma gestão prudente de riscos e um caminho para retornos superiores, como mostra o desempenho de fundos que já abandonaram combustíveis fósseis. Assim, o artigo conclui que investir nas tecnologias do século XXI não é ativismo, mas estratégia econômica inteligente diante da inevitabilidade da transição energética. (Eco Business – 18.11.2025)

Link Externo

Artigo de Fatih Birol e Nandan Nilekani: "Revolução elétrica esquece um elemento crucial"

Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Fatih Birol (diretor-executivo da Agência Internacional de Energia) e Nandan Nilekani (presidente fundador da UIDAI [Aadhaar]) tratam da rápida transformação dos sistemas de energia impulsionada pela eletrificação global, pelo avanço de renováveis e pela explosão de dispositivos conectados, o que exige redes mais flexíveis, inteligentes e seguras. Eles destacam que a digitalização, especialmente com uso de IA, pode prever oferta, equilibrar demanda e corrigir falhas, mas seu potencial é limitado pela falta de interoperabilidade entre tecnologias, que hoje operam de forma isolada e com padrões incompatíveis. Defendem, portanto, a criação de uma Rede Energética Digital, baseada em padrões comuns, para permitir integração eficiente de veículos elétricos, eletrodomésticos, geração distribuída e sistemas solares, além de fortalecer a segurança cibernética. Países como a Índia já avançam nesse modelo com o India Energy Stack, e os autores conclamam governos e empresas a cooperar para garantir infraestrutura digital robusta e alinhada às metas energéticas globais. (GESEL-IE-UFRJ – 24.11.2025)

Link Externo

Colômbia: Parcerias aceleram expansão da energia solar no país

Erco Energía e Climate Fund Managers inauguraram a usina solar Pétalo del Norte I no norte da Colômbia, apoiada por financiamento híbrido da União Europeia que reduz riscos e atrai capital privado para o setor renovável. Com 26,4 MW de capacidade, o projeto pode gerar mais de 45 GWh anuais, evitar 13.276 t de CO₂ e abastecer cerca de 32.600 pessoas. A construção criou 270 empregos, majoritariamente locais. A CFM investiu quase US$ 20 milhões e firmou um PPA de 15 anos, garantindo estabilidade financeira. Paralelamente, os parceiros avançam no desenvolvimento do projeto Pradera, que combinará 40 MW solares e 18 MWh de armazenamento por baterias, tornando-se a maior instalação híbrida do país. Previsto para gerar 95,8 GWh anuais e evitar 129.000 t de CO₂, Pradera reforçará a rede elétrica ao mitigar variações da produção solar e reduzir custos em períodos secos. Com 380 empregos previstos na construção, o projeto evidencia como o financiamento misto pode acelerar a transição energética colombiana. (Energy Monitor – 20.11.2025)

Link Externo

COP30: Coreia do Sul e Bahrein aderem à PPCA e reforçam transição para energia limpa

Na COP30, Coreia do Sul e Bahrein oficializaram sua entrada na Powering Past Coal Alliance (PPCA), coalizão global dedicada a eliminar gradualmente a geração a carvão e ampliar fontes limpas. A Coreia, que opera a sétima maior frota de carvão do mundo, vem reduzindo sua dependência do combustível, de 42,5% da geração em 2015 para 30,5% em 2024, e anunciou o fim da construção de novas usinas "ininterruptas" e o desligamento de 40 das 61 unidades até 2040, com as demais sendo avaliadas em consulta pública. A PPCA apoiará o país na criação de uma transição justa, alinhando segurança energética, competitividade industrial e geração de empregos. Já o Bahrein, que nunca utilizou carvão em sua matriz, comprometeu-se a não construir usinas e a colaborar com outros membros na expansão da energia limpa. A aliança também apresentou novo plano para acelerar a eliminação global do carvão, reforçando a necessidade de ações adicionais para manter as metas do Acordo de Paris ao alcance. (Energy Monitor – 18.11.2025)

Link Externo

IRENA e CPI: Novas tecnologia passam a integrar a edição 2025 de relatório de financiamento global da transição

A edição 2025 do Global Landscape of Energy Transition Finance, produzida pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) e a Iniciativa de Política Climática (CPI), amplia significativamente o entendimento sobre o financiamento da transição energética ao incorporar uma gama maior de tecnologias além das renováveis. O relatório, que desde 2018 oferece o levantamento mais abrangente sobre investimentos globais em energia limpa, passa a incluir análises detalhadas sobre redes elétricas, armazenamento, eficiência energética, hidrogênio verde, eletrificação do transporte, bombas de calor e captura e armazenamento de carbono. A nova edição aprimora a metodologia ao apresentar dados em preços constantes, trazendo maior precisão às comparações temporais, e introduz um capítulo dedicado às cadeias de suprimentos, destacando seu papel estratégico na segurança energética, na redução de dependências e na maximização de benefícios socioeconômicos locais. Outro avanço é a distinção entre capital voltado a impacto, como subsídios e financiamentos concessionais, e capital orientado a lucro, reconhecendo o crescente cruzamento entre práticas públicas e privadas no financiamento climático. Ao mapear de forma granular os fluxos financeiros, os principais atores e suas diferenças regionais, o relatório busca subsidiar políticas e decisões de investimento capazes de acelerar a transição energética global e alinhar os fluxos financeiros aos objetivos climáticos e de desenvolvimento sustentável. (Climate Policy Iniciative – 17.11.2025)

Link Externo

IEA: Agência prevê aceleração da eficiência energética em 2025

A Agência Internacional de Energia projeta que a intensidade energética primária global deve melhorar 1,8% em 2025, ritmo superior ao de 2024 e acima da média desde 2019, indicando novo impulso para a eficiência energética em grandes economias como China e Índia. Embora animador, o avanço permanece longe da meta pactuada na COP28, que exige melhorias anuais de 4% até 2030. O relatório aponta fatores que travam o progresso, como o aumento da demanda industrial, responsável por dois terços do crescimento energético desde 2019, e políticas defasadas que limitam a adoção de tecnologias mais eficientes, especialmente em aparelhos de ar-condicionado. A IEA destaca que metade dos países ainda carece de padrões mínimos para novos edifícios e defende elevar a ambição regulatória e preencher lacunas políticas para acelerar ganhos. Para apoiar governos, a agência ampliou seu Rastreador de Progresso e atualizou o Kit de Ferramentas de Políticas com novos estudos de caso. (IEA – 20.11.2025)

Link Externo

IRENA: Investimento global em renováveis bate recorde de US$ 2,4 trilhões em 2024

Os investimentos globais voltados à transição energética alcançaram um novo recorde. Ao todo, foram US$ 2,4 trilhões em recursos aplicados em 2024, uma alta de 20% na comparação com a média anual de 2022/23. Cerca de um terço desse montante foi destinado a tecnologias de energia renovável, elevando o total investido no segmento para US$ 807 bilhões. Ainda que o número seja expressivo, o ritmo de crescimento das renováveis desacelerou de forma relevante: os aportes aumentaram 7,3% em 2024, bem abaixo dos 32% registrados no ano anterior. Os dados fazem parte de um novo relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) e da Climate Policy Initiative (CPI). (Petronotícias - 18.11.2025)

Link Externo

Nacional

ABDIB: Associação destaca infraestrutura sustentável como pilar para transição energética

A ABDIB afirma que infraestrutura sustentável é essencial para o Brasil cumprir metas climáticas e promover desenvolvimento inclusivo, apontando estratégias para energia, saneamento, transportes, cidades resilientes e florestas. No setor energético, o estudo lista dez iniciativas prioritárias, como modernização regulatória, maior autonomia do consumidor, expansão do mercado livre, investimentos em geração e armazenamento, fortalecimento da resiliência da rede e promoção de hidrogênio de baixo carbono, biocombustíveis e integração regional. Para saneamento, defende-se integrar o setor aos planos climáticos; nos transportes, recomenda-se descarbonização, modernização de frotas e mobilidade sustentável. Já para cidades e florestas, o foco está em adaptação, mitigação e proteção de biomas, visando ambientes urbanos resilientes e inteligentes. Segundo a entidade, intervenções bem planejadas podem reduzir emissões em até 70% até 2050. (Além da Energia – 19.11.2025)

Link Externo

Absolar: Fonte solar atinge 62 GW

O Brasil alcançou 62 GW de potência solar instalada, somando 43 GW de geração distribuída e 19 GW de grandes usinas, segundo a Absolar. Desde 2012, o setor já atraiu R$ 279,7 bilhões em investimentos, gerou 1,8 milhão de empregos verdes, arrecadou R$ 87,3 bilhões aos cofres públicos e evitou 91 milhões de toneladas de CO₂, tornando-se a segunda maior fonte da matriz elétrica, com 24,1% da capacidade nacional. Apesar do avanço, a entidade alerta para obstáculos regulatórios e defende ajustes na MP 1.304/2025 antes de sua conversão em lei. Entre os principais pontos, pede veto ao dispositivo que transfere aos geradores renováveis o custo de cortes sistêmicos, considerado inconstitucional; e ao trecho que condiciona o acesso ao REIDI à instalação de baterias, por criar assimetria entre fontes. Também recomenda vetos a dispositivos que podem alterar regras consolidadas da geração distribuída e à previsão de que geradores arquem integralmente com custos de armazenamento. Segundo a Absolar, as correções garantiriam isonomia, segurança jurídica e redução tarifária de mais de R$ 1 bilhão ao consumidor. (Agência CanalEnergia – 19.11.2025)

Link Externo

Artigo de Débora Cristina Niero: “Transição energética e o papel do Balanço Energético Estadual”

Em artigo publicado no ES Brasil, Débora Cristina Niero (diretora de Gás Canalizado e Energia da Agência de Regulação de Serviços Públicos do Espírito Santo) destaca a importância da transição energética justa e a essencialidade de dados consolidados sobre oferta e demanda, como os fornecidos pelo Balanço Energético Nacional (BEN) e, no contexto regional, pelo Balanço Energético do Estado do Espírito Santo (BEES) para esse propósito. No caso do ES, a autora pontua que o BEES 2024 aponta que 13,9% da energia consumida no estado é renovável, frente a 6,4% há dez anos. Ela frisa que o Espírito Santo tem implementado políticas públicas como os programas GERAR e o Plano de Descarbonização com metas até 2050, visando diversificar a matriz energética. Pontua ainda que a transição exige ainda armazenamento, digitalização, micro redes e integração setorial. Regulação eficiente e instrumentos de mercado, como leilões, PPAs e créditos de carbono, também são essenciais. Ademais, a autora argumenta que, apesar de desafios em infraestrutura, licenciamento e integração, as renováveis impulsionam inovação, geram empregos e fortalecem a segurança energética. O texto conclui que a convergência entre tecnologia, política e estratégia torna a transição energética inevitável e socialmente benéfica. (ES Brasil – 20.11.2025)

Link Externo

Artigo de Guilherme Vinhas: “Transição energética na superfície”

Em artigo publicado no Correio Braziliense, Guilherme Vinhas (advogado especializado em direito regulatório) critica a superficialidade do debate sobre a transição energética, destacando sua urgência, complexidade e alto custo. O autor ressalta que, embora o setor energético responda por 70% das emissões globais de gases do efeito estufa, no Brasil o desmatamento ainda é o principal vilão. O autor questiona visões radicais que defendem o fim imediato da exploração de petróleo, argumentando que fontes renováveis ainda não possuem escala, segurança e infraestrutura suficientes para substituir os combustíveis fósseis, especialmente em setores como o transporte de cargas e a indústria. O texto defende que petróleo e gás ainda serão necessários por décadas e que a transição energética deve ocorrer de forma planejada e gradual. Reforça o valor estratégico dos biocombustíveis e o papel dos royalties do petróleo, propondo a criação de fundos soberanos com governança clara para financiar projetos estruturantes, como já ocorre em Niterói, no Espírito Santo e na Noruega. O autor conclui, por fim, que discursos simplistas atrasam o progresso real da transição energética e desviam o foco de soluções viáveis e estruturadas. (Correio Braziliense – 18.11.2025)

Link Externo

COP30: Brasil lança política de debêntures para minerais estratégicos

A Portaria nº 120 do MME regulamenta a Política de Debêntures para Projetos de Transformação de Minerais Estratégicos, criada para atrair investimentos privados em atividades de processamento e beneficiamento de minerais essenciais à transição energética. A medida busca fortalecer segmentos como baterias, motores elétricos e armazenamento de energia, ampliando a competitividade do país nesse mercado e reduzindo sua dependência de cadeias globais dominadas por outras economias. Com incentivos fiscais voltados à emissão de debêntures, o governo pretende aumentar a previsibilidade de financiamento e diminuir o custo de capital em empreendimentos de médio e longo prazo. A política se fundamenta no Decreto nº 11.964/2024 e na consulta pública da Portaria nº 825/2025, permitindo que até 49% dos recursos captados sejam destinados às etapas de lavra e desenvolvimento de mina, quando vinculadas a projetos de transformação mineral. A iniciativa pretende reposicionar o Brasil na economia verde ao estimular uma indústria de maior valor agregado e inserir o país nas cadeias globais de tecnologias limpas. Estimativas do MME indicam que o mecanismo pode mobilizar cerca de R$ 5,2 bilhões anuais, destinados tanto à transformação mineral quanto ao beneficiamento e lavra. (Cenário Energia - 14.11.2025)

Link Externo

COP30: Brasil defende triplicar energias renováveis até 2030 e acelerar fim dos combustíveis fósseis

O discurso do vice-presidente Geraldo Alckmin na COP30 destacou a necessidade de acelerar a transição energética por meio da ampliação das fontes renováveis e do aumento da eficiência no uso de energia. Ele defendeu triplicar a geração renovável e dobrar a eficiência energética até 2030, alertando que a capacidade atual ainda está distante do necessário para atingir essa meta. Suas declarações ocorreram no mesmo dia em que a Petrobras anunciou nova descoberta de petróleo, ressaltando a tensão entre os avanços fósseis e os objetivos de descarbonização. Alckmin também enfatizou a importância de construir um mapa do caminho para orientar a transição energética. Esse plano, segundo ele, deve organizar etapas, metas e responsabilidades e integrar ações como a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, a proteção das florestas, a recuperação de áreas degradadas e o fortalecimento da cooperação entre governos, empresas e comunidades. (Canal Solar - 17.11.2025)

Link Externo

Financiamento solar cresce como proteção contra tarifas de energia voláteis

Em cenário de Selic elevada e reajustes constantes na conta de luz, o financiamento de sistemas solares surge como alternativa estratégica para consumidores e empresas que buscam previsibilidade e redução de custos. Embora juros altos encareçam o crédito, o artigo destaca que a tarifa de energia, sujeita a bandeiras, crises hídricas e acionamento de térmicas, é ainda mais imprevisível e tende a subir acima da inflação, com estimativa de aumento médio de 6,3% em 2025. Ao substituir uma despesa variável por parcelas fixas, a geração própria converte um gasto recorrente em investimento com retorno mensurável. Em residências com contas acima de R$ 400 e pequenos comércios, a economia mensal frequentemente já se aproxima do valor da parcela desde o início. A decisão, porém, deve considerar fatores como insolação, área disponível, tarifa local, CET e confiabilidade do instalador, além de análises conservadoras que evitem superestimativas. Mesmo com crédito caro, o financiamento solar se mostra financeiramente racional, oferecendo autonomia, previsibilidade e proteção frente a um sistema elétrico ainda dependente de fontes caras e voláteis. (Agência CanalEnergia – 17.11.2025)

Link Externo

Gargalos de transmissão e risco de curtailment desafiam expansão da energia solar

O crescimento acelerado da geração solar centralizada no Brasil tem impulsionado a matriz elétrica, mas esbarra em limitações estruturais do sistema de transmissão, especialmente na ligação entre o Nordeste, onde se concentra a produção, e os grandes centros consumidores do Sul e Sudeste. Essa desconexão leva o ONS a impor curtailment para evitar sobrecargas, medida que já gerou prejuízos de R$ 3,2 bilhões entre janeiro e agosto de 2025, um salto de 230% em relação ao ano anterior. O cenário compromete o aproveitamento da energia limpa disponível, afeta a confiança de investidores e eleva o custo de capital, ampliando a incerteza regulatória. Entre as soluções, destacam-se a expansão das linhas de transmissão e a adoção de sistemas de armazenamento em baterias (BESS), capazes de reduzir cortes e tornar a energia solar despachável. A modernização rumo a smart grids e a regulamentação do armazenamento, com leilões previstos para 2026, serão decisivas para que o país aproveite plenamente seu potencial solar e fortaleça sua posição na transição energética. (Agência CanalEnergia – 19.11.2025)

Link Externo

COP30: Brasil lança estratégia para descarbonizar a indústria

A Estratégia Nacional de Descarbonização Industrial (ENDI) foi lançada na COP30. O documento foi preparado ao longo dos últimos dois anos como parte da estratégia brasileira de revitalização a indústria brasileira. O governo colocou essa política em Consulta Pública para aprimorar os termos que apresentam quatro pilares de atuação e com horizontes de tempo distintos, até chegar a 2050. A ideia é contribuir com o atendimento à meta de redução de gases de efeito estufa do país. A redução das emissões a zero até 2050 faz parte da NDC brasileira, apresentada ao final do ano passado como um primeiro passo da presidência do país na COP. De acordo com o documento, o planejamento das ações foi organizado por 4 pilares, facilitando a compreensão da estratégia. Cada um desses pilares reúne medidas e ações — tanto gerais quanto subsetoriais — distribuídas por diferentes horizontes temporais. São eles ações para 2026, 2030, 2035 e 2050. “É importante ressaltar que os horizontes temporais funcionam apenas como uma indicação das expectativas de conclusão das ações. Essas iniciativas poderão ser finalizadas antes, durante ou após o período indicado (a ser endereçado no plano de monitoramento)”, relata a estratégia publicada. (Agência CanalEnergia - 18.11.2025)

Link Externo

COP30: Cúpula expõe disputa geopolítica entre hidrogênio, eletrificação e biocombustíveis na transição energética

Na COP30, em Belém, a rivalidade entre biocombustíveis, hidrogênio e eletrificação voltou ao centro das discussões climáticas, refletindo não apenas divergências tecnológicas, mas uma disputa geopolítica por influência e cadeias de valor da transição energética. A agenda europeia, historicamente orientada para eletrificação e hidrogênio verde, moldou padrões internacionais que limitaram o espaço para biocombustíveis, impactando negociações multilaterais e diretrizes financeiras globais. O Brasil, por sua vez, defende a neutralidade tecnológica e tenta reposicionar seus ativos, etanol, biodiesel, biogás e matriz elétrica renovável, como soluções legítimas de descarbonização. A tensão ficou evidente no recuo do país do memorando Drive to Zero, que excluía biocombustíveis ao definir emissões zero apenas no escapamento. No setor marítimo, o debate segue: biocombustíveis enfrentam barreiras em corredores verdes dominados por combustíveis sintéticos. Ainda assim, o Brasil possui competitividade não só em biocombustíveis, mas também em eletrocombustíveis como amônia e hidrogênio verde, reforçada por casos como o projeto do Porto do Açu. A estratégia brasileira acerta ao defender múltiplas rotas tecnológicas, mas especialistas alertam para o risco de focar demais nos biocombustíveis e perder protagonismo em novas cadeias globais do hidrogênio e seus derivados. (Agência Eixos – 16.11.2025)

Link Externo

Workshop: BNDES, MME e GESEL-UFRJ debatem diretrizes para hidrelétricas reversíveis

Em função da importância crescente e da necessidade estratégica de usinas hidrelétricas reversíveis, o BNDES promoverá, em parceria com o MME e o GESEL-UFRJ, um workshop que contará com a participação dos principais stakeholders e policy makers institucionais do segmento de geração do SEB. O encontro, em formato híbrido, será realizado no dia 9 de dezembro, das 14h às 18h, e contará com transmissão on-line simultânea. Para receber o link da transmissão do evento, é necessário inscrever-se aqui: https://forms.gle/G8H7PT3nwqc5ZoHQ9 (GESEL-IE-UFRJ – 26.11.2025)

Link Externo

Eficiência Energética e Eletrificação de Usos Finais

ABNT: Norma define qualificação obrigatória para manutenção de VEs no Brasil

A ABNT apresentou a PR 1025, primeira norma brasileira dedicada à capacitação de profissionais que atuam na manutenção de veículos elétricos e híbridos. Elaborada em parceria com o IQA e discutida ao longo de dois anos com montadoras, oficinas, centros de pesquisa e entidades do setor, a diretriz estabelece três níveis de certificação, desde serviços básicos até intervenções em sistemas de alta tensão, como baterias e motores de tração. Para atuar nesses veículos, serão exigidas ao menos 160 horas de formação ou dois anos de experiência, além de cursos adicionais e renovação periódica da certificação. Com a expansão da frota eletrificada e o crescimento da procura por oficinas independentes, a norma busca padronizar procedimentos, reduzir riscos de acidentes e garantir segurança ao consumidor por meio de equipamentos adequados, áreas isoladas e protocolos de proteção. Agora em Consulta Nacional, a PR 1025 deverá ser adotada gradualmente, levando oficinas, montadoras e instituições de ensino a adequarem processos e comprovarem a qualificação dos técnicos.(Inside EVs – 22.11.2025)

Link Externo

BYD: Montadora supera marca de 100 mil VEs vendidos e reforça liderança na eletrificação do Brasil

A BYD atingiu o marco histórico de 100 mil veículos 100% elétricos emplacados no Brasil desde 2022, reforçando seu domínio no mercado e seu papel central na popularização da mobilidade elétrica. Segundo a Fenabrave, a marca vendeu mais de sete vezes o volume da segunda colocada entre os BEVs e quase três vezes a soma das fabricantes do segundo ao décimo lugar. O avanço foi impulsionado pela expansão rápida do portfólio, maior presença de concessionárias e modelos acessíveis como Dolphin e Dolphin Mini, que democratizaram o acesso ao elétrico. Benefícios econômicos, como custo por quilômetro até 80% menor e incentivos fiscais estaduais, também ampliaram a adesão, especialmente em regiões como São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Internamente, o Dolphin Mini lidera com 48 mil unidades, seguido por Dolphin GS e Dolphin Plus. Com 200 concessionárias e uma mega fábrica em implantação em Camaçari, a BYD segue ampliando presença nacional e foi novamente reconhecida como marca mais lembrada em carros elétricos. O crescimento reforça sua liderança isolada, embora novas marcas chinesas se preparem para competir nesse mercado em expansão. (Inside EVs – 17.11.2025)

Link Externo

EPE: PDE 2035 projeta forte avanço da eletromobilidade no Brasil

O Caderno de Eletromobilidade do PDE 2035, publicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e Empresa de Pesquisa Energética (EPE), aponta forte expansão da eletrificação no transporte rodoviário brasileiro. As vendas de eletrificados cresceram 89% em 2024, com avanço de 219% nos veículos 100% elétricos (BEVs), impulsionadas por maior oferta, queda de preços e políticas públicas. A infraestrutura de recarga também cresce, embora concentrada em SP (30%). Em 2035, as projeções indicam que 23% dos licenciamentos de veículos leves serão eletrificados (784 mil unidades), levando a uma frota de 3,7 milhões, com o flex mantendo predominância (76%). Nesse cenário, a eletrificação também avança em nichos comerciais como last-mile delivery. Já no transporte público, o Novo PAC destina R$ 7,3 bi para 2.296 ônibus elétricos, e o Plano Decenal de Energia (PDE) projeta 48,5 mil ônibus eletrificados em 2035. Ainda, para caminhões, semileves e leves devem atingir 19% dos licenciamentos, totalizando 43 mil unidades eletrificadas no período. Ademais, A demanda elétrica associada à eletromobilidade deverá crescer de 627 GWh (2025) para 7,8 TWh (2035), exigindo atenção ao planejamento do setor e aos riscos globais ligados a minerais críticos. Acesse o estudo aqui. (EPE – 18.11.2025)

Link Externo

Recurrent: Baterias de VEs mostram alta durabilidade

Pesquisas recentes da startup Recurrent indicam que baterias de carros elétricos modernos apresentam baixíssima taxa de falhas, contrariando o temor comum entre compradores. Dados de milhares de veículos mostram que apenas 0,3% das baterias de modelos vendidos após 2022 precisaram ser substituídas, excluindo recalls, e que a maioria dos casos decorre de defeitos de fabricação, não de desgaste. A evolução tecnológica tem papel central nessa confiabilidade: sistemas de gerenciamento térmico mais eficientes e práticas como o pré-condicionamento da bateria reduziram significativamente a degradação. Enquanto EVs antigos, como o primeiro Nissan Leaf, registravam até 8,5% de trocas, modelos entre 2017 e 2021 caíram para 2%, e os atuais devem operar sem problemas sérios por pelo menos 15 anos. Além disso, garantias amplas e a queda contínua no custo das baterias tornam eventuais substituições menos preocupantes para os consumidores. (Inside EVs – 22.11.2025)

Link Externo

Global EV Driver Survey: Pesquisa aponta que brasileiros estão entre os mais satisfeitos com VEs

A Global EV Driver Survey 2025 revela que o mercado brasileiro de veículos elétricos atingiu maturidade, com 92% dos motoristas declarando que comprariam outro EV e apenas 1% cogitando voltar à combustão, índices que superam a média global e se equiparam a líderes como Noruega e Alemanha. A fidelidade é impulsionada por fatores como menor custo operacional, tecnologia embarcada, conforto de condução, motivação ambiental e sensação de modernidade. Mesmo em viagens intermunicipais, usuários destacam desempenho e conforto, apesar da infraestrutura ainda limitada. Os principais desafios permanecem na recarga: 40% relatam ansiedade de autonomia, especialmente diante de eletropostos lotados ou inoperantes, percentual muito superior ao de países maduros. O levantamento também evidencia forte potencial de mercado, indicando que políticas públicas e montadoras devem ampliar a oferta de modelos, fortalecer a rede de recarga e comunicar benefícios ambientais e econômicos. Com consumidores bem informados e altamente satisfeitos, o Brasil consolida a mobilidade elétrica como escolha definitiva e com espaço para forte expansão nos próximos anos. (Inside EVs – 18.11.2025)

Link Externo

Recursos Energéticos Distribuídos e Digitalização

Artigo WEF: “Como a IA pode acelerar a transição energética ao invés de competir com ela”

Em artigo, o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) explora como a inteligência artificial (IA) pode acelerar, ou comprometer, a transição energética global. Durante a COP30, realizada em Belém (PA), o crescimento explosivo da demanda energética por data centers, alimentada pelo avanço da IA, foi apresentado como um paradoxo: embora empresas de tecnologia estejam investindo fortemente em fontes limpas para abastecer seus próprios centros, esses investimentos frequentemente permanecem isolados, sem fortalecer o sistema elétrico como um todo. Nesse sentido, a IA poderia ser aliada da transição energética ao melhorar previsões de geração renovável, otimizar o uso de energia e tornar a gestão da rede elétrica mais inteligente e eficiente. No entanto, se os novos projetos de energia limpa servirem apenas às grandes corporações, há risco de agravamento das desigualdades e de criação de um sistema paralelo e excludente. O texto propõe quatro áreas-chave de cooperação: planejamento conjunto de infraestrutura, transparência no uso de energia, incentivos para projetos com benefícios compartilhados e integração de previsões de demanda da IA nos planos energéticos nacionais. Por fim, defende que a COP e os formuladores de políticas adotem uma abordagem mais coordenada, garantindo que os avanços da IA promovam redes elétricas mais resilientes, sustentáveis e acessíveis a todos. (World Economic Forum - 18.11.2025)

Link Externo

Instituto E+ Transição Energética: Baterias no SE trariam economia de R$ 360 mi ao SIN

O estudo ‘Otimização da Flexibilidade e Critérios de Rateio no Sistema Elétrico Nacional’, que está sendo elaborado pelo Instituto E+ Transição Energética, com o apoio da MRTS, HPPA e Ampere Consultoria, sinaliza que a inclusão de 4 GW de armazenamento por baterias no Sudeste poderia gerar uma redução média do custo total de operação do Sistema Interligado Nacional de R$ 360 milhões de 2024 a 2038 e uma queda de R$ 14/MWh no Custo Marginal de Operação do subsistema Sudeste/Centro-Oeste. O trabalho deve ser concluído no primeiro semestre de 2026 e seus resultados preliminares foram apresentados durante a COP 30. Com isso, o estudo mostra que o aprimoramento da flexibilidade operativa do sistema em meio à expansão da participação da eólica e solar na matriz do país passa por aperfeiçoamentos. Nesse sentido, o estudo apresentará recomendações de métricas para a quantificação da flexibilidade e o diagnóstico desse atributo no SIN. Esse movimento permitirá determinar a necessidade de contratação adicional. Por fim, destaca-se outra contribuição do estudo será na formulação de uma proposta de aperfeiçoamento dos modelos de curto prazo. (Agência CanalEnergia - 17.11.2025)

Link Externo

Siemens: Relatório aponta que IA será alavanca da próxima fase da transição energética

O Infrastructure Transition Monitor 2025 da Siemens indica que a inteligência artificial (IA) será determinante para a próxima fase da transição energética. Segundo o documento, mais de 70% dos executivos do setor acreditam que tecnologias digitais, especialmente IA e softwares de gestão de redes, são essenciais para integrar renováveis, ampliar a eletrificação e otimizar a eficiência energética. O estudo mostra que 59% das empresas planejam grandes investimentos em sistemas autônomos para redes elétricas, vistos por 68% como chave para reduzir emissões, enquanto 74% afirmam que a IA já aumenta a resiliência da infraestrutura crítica. Entre os benefícios esperados estão menor custo operacional, maior eficiência e confiabilidade do sistema. Apesar dos avanços desde 2023, persistem entraves: 58% das empresas relatam que a incerteza sobre o futuro desenho dos sistemas energéticos atrasa investimentos, e 73% afirmam que a eletrificação, considerada por 65% o caminho mais viável para o net zero, é limitada por redes insuficientes. Para a CEO da Siemens Grid Software, Sabine Erlinghagen, modernizar e digitalizar as redes é fundamental, pois a infraestrutura atual ameaça o ritmo da transição energética; regulamentações também precisam evoluir para permitir a adoção de redes autônomas capazes de atender às demandas de um sistema limpo e resiliente. (Siemens – 17.11.2025)

Link Externo

Impactos Socioeconômicos

Artigo de Jean Paul Prates: "Petrobras, etanol e COP30, assuntos que não se misturam?"

Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Jean Paul Prates (ex-presidente da Petrobras.) trata dos riscos de a Petrobras retomar a produção de etanol por meio de joint ventures com o setor sucroenergético, lembrando que a experiência anterior com a Petrobras Biocombustíveis (2008-2015) foi desastrosa e sem sinergia com o perfil industrial da estatal. Ele argumenta que a companhia não possui vantagem competitiva na produção agrícola e deveria concentrar esforços em inovação tecnológica e industrial, como etanol 2G, biometanol, HVO, SAF, hidrogênio eólica offshore e química verde, em vez de disputar espaço em mercados maduros. Para Prates, insistir em parcerias agrícolas seria um retrocesso estratégico, motivado mais por marketing e pressões políticas do que por visão de futuro, desviando a Petrobras de seu papel de liderança na transição energética e na construção de uma matriz de baixo carbono capaz de reposicionar o Brasil como potência industrial sustentável. (GESEL-IE-UFRJ – 18.11.2025)

Link Externo

Ásia: Contratos de longa duração para o carvão travam a transição para renováveis

Contratos de longa duração para compra de eletricidade a carvão estão retardando a transição energética em grande parte da Ásia, obrigando redes elétricas a despachar carvão mesmo quando há geração solar e eólica disponível. Países como Indonésia e Vietnã têm entre 50% e 100% de sua capacidade a carvão presa a acordos com nove a dezoito anos restantes, o que dificulta substituir essa fonte por renováveis. Esses contratos garantem receita estável e preservam empregos, tornando politicamente custoso antecipar o fechamento das usinas, além de expor redes a penalidades financeiras caso descumpram o fornecimento contratado. Como resultado, o carvão chegou a 45% da geração no Sudeste Asiático, enquanto a participação das renováveis permanece abaixo da média global. Mesmo países com forte expansão de energia limpa, como China e Índia, continuam ampliando o uso de térmicas devido à rigidez contratual, levando ao aumento de cortes (“curtailment”) de solar e eólica. Especialistas alertam que, sem flexibilizar contratos e reformar o planejamento das distribuidoras, o risco de ativos fósseis encalhados cresce, assim como o atraso na descarbonização regional, um obstáculo significativo para as metas climáticas globais. (Reuters – 19.11.2025)

Link Externo