Tecnologias Exponenciais 239
Transição Energética e ESG
IEA: Crescimento de renováveis desacelera no Brasil pela primeira vez em cinco anos
O relatório Renewables 2025, da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), projeta desaceleração no crescimento da capacidade instalada de energia renovável no Brasil em 2025, após cinco anos consecutivos de expansão. A redução, estimada em 17 GW contra mais de 20 GW em 2024, decorre da diminuição de incentivos à geração distribuída, além de limitações na transmissão e aumento do curtailment. Apesar disso, o país continuará liderando a expansão renovável na América Latina, sendo responsável por cerca de metade da nova capacidade até 2030, junto a Chile e México, que concentrarão mais de 80% do crescimento regional. O relatório alerta para o aumento das restrições operacionais em diversos mercados, incluindo Brasil e Chile, onde cancelamentos de grandes projetos e períodos com preços negativos de energia indicam falta de flexibilidade e desequilíbrio entre oferta e demanda. Ainda assim, o Brasil mantém protagonismo na transição energética global, impulsionado pelo avanço dos biocombustíveis e da bioenergia. A demanda por etanol e biodiesel deve crescer cerca de 30% até 2030, com previsão de mistura de até 58% para o etanol e 20% para o biodiesel, reforçando o papel estratégico do país na matriz energética sustentável. (Megawhat - 07.10.2025)
CNPE: Criação de grupo de trabalho para regulamentar marco legal das eólicas offshore
O Conselho Nacional de Política Energética aprovou a criação do GT-EO, grupo de trabalho coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, que terá até 270 dias para propor a regulamentação da lei das eólicas offshore. O colegiado, formado por 23 instituições, deverá definir critérios de localização, regras para solicitação de declarações de interferência prévia (DIP), exigências técnicas e financeiras, sanções e a criação de um portal único para gestão das áreas. Também serão realizados estudos sobre coexistência com atividades de pesca, navegação e demandas portuárias. O Brasil tem potencial estimado em mais de 1.200 GW para geração offshore, mas projetos aguardam regulamentação para avançar no Ibama e na ANP, que já negaram pedidos por falta de base legal. A expectativa é que as diretrizes sejam entregues ainda em 2025 e um relatório mais amplo sobre políticas públicas e próximos passos seja concluído até o primeiro semestre de 2026. (Agência Eixos – 01.10.2025)
BCG: Biocombustíveis do Brasil podem suprir 15% da demanda marítima global até 2050
Um relatório do Boston Consulting Group (BCG) projeta que o Brasil poderá suprir até 15% da demanda global de transporte marítimo com biocombustíveis até 2050, atraindo investimentos de cerca de US$ 90 bilhões. Segundo maior produtor mundial de etanol e biodiesel, o país tem condições de aproveitar o mecanismo IMO Net Zero, que entrará em vigor a partir de 2028 com penalidades de US$ 100 a US$ 380 por tonelada de CO₂e para navios que não cumprirem metas, para consolidar sua liderança. Os biocombustíveis nacionais oferecem custos de abatimento significativamente inferiores às penalidades: o biodiesel varia de US$ 220 a 230/tCO₂e em portos brasileiros, e o etanol de US$ 205 a 210/tCO₂e, mantendo competitividade mesmo em hubs globais como Roterdã e Cingapura. Essa vantagem pode reduzir 170 milhões de toneladas anuais de emissões e gerar escala apoiada na restauração de até 25 milhões de hectares de terras degradadas, dentro de um potencial de 100 milhões voltados à agricultura regenerativa. Para viabilizar o cenário, o BCG aponta a necessidade de consolidar o arcabouço regulatório da IMO até 2027, além de incentivos claros e avanços em motores compatíveis com etanol e metanol. (Agência Eixos – 29.09.2025)
BID, BNDES e Cebri: Descarbonização pode gerar até 1 milhão de empregos verdes por ano no Brasil até 2050
Um relatório do Programa de Transição Energética (PTE), liderado pelo Cebri com apoio do BID e do BNDES, projeta que a descarbonização da economia brasileira pode criar entre 846 mil e 1 milhão de empregos verdes anuais até 2050, somando até 28 milhões de novas vagas no período. O estudo modela diferentes cenários de neutralidade de carbono, todos exigindo o fim do desmatamento ilegal e a restauração de florestas, com destaque para o setor de uso da terra, responsável por dois terços das emissões nacionais. Os cenários variam em viabilidade e impacto econômico: o mais equilibrado prevê PIB médio de 3% ao ano e 923 mil empregos verdes anuais, enquanto o mais restritivo exige neutralidade já em 2045, mas com menor crescimento e menos postos criados. O relatório também ressalta a importância do mercado regulado de carbono, de políticas eficazes contra desigualdades regionais e de um fundo de transição justa para regiões dependentes do petróleo. (Valor Econômico - 03.10.2025)
BNDES e Cexim: Lançamento de fundo de US$ 1 bilhão para financiar transição energética e infraestrutura
O BNDES anunciou que, no início de 2026, deve entrar em operação um fundo bilateral de US$ 1 bilhão criado em parceria com o Banco de Exportação e Importação da China (Cexim), o primeiro desse tipo entre instituições dos dois países. Administrado em reais, o fundo terá como prioridade projetos de transição energética, mas também contemplará setores como infraestrutura, mineração, comércio, agricultura e inteligência artificial. Do total, US$ 600 milhões virão do BNDES e US$ 400 milhões do Cexim, com investimentos previstos em ações, dívidas e outros fundos no Brasil e na América Latina. O diretor Nelson Barbosa destacou ainda negociações com o órgão chinês Safe para criar um fundo de títulos focado no Brasil, reforçando a importância da diversificação diante da instabilidade no Ocidente. O anúncio ocorreu em seminário no Rio, que contou com a participação da diplomacia brasileira e do embaixador da China, Zhu Qingqiao, que defendeu o papel do Sul Global na governança mundial e criticou práticas de hegemonia e intimidação em cenário internacional de instabilidade. (Valor Econômico - 03.10.2025)
Brazil WindPower: Evento debaterá COP 30 e descarbonização da economia brasileira
Vem aí a 16ª edição do Brazil WindPower. Sob o macrotema da COP 30 e o papel da energia eólica para acelerar a descarbonização da economia, o evento organizado pelo CanalEnergia/Informa Markets, ABEEólica e GWEC será realizado entre 28 e 30 de outubro na capital paulista. Conforme a programação, segue o formato de três arenas com conteúdo simultâneo (Onshore, Offshore e O&M) em mais de um pavilhão da São Paulo Expo. Especialistas versarão sobre o potencial de oportunidades para os aerogeradores em terra, mar e questões como demanda, incentivos, hidrogênio de baixa emissão de carbono e outros temas prioritários que integram o ciclo político, econômico e de mercado no país. Além disso, haverá conexão com a primeira Conferência das Partes a acontecer no Brasil e com aexpectativa do protagonismo das fontes renováveis nas discussões entre países. (Agência CanalEnergia - 07.10.2025)
EDP: Edital destinará até R$ 500 mil para projetos de transição energética justa
A EDP abriu as inscrições para o edital “Energia Solidária”, que destinará até R$ 500 mil a projetos voltados à transição energética justa, com foco em acesso à energia, eficiência energética e combate à pobreza energética. As inscrições podem ser feitas até 7 de novembro. Podem participar entidades sem fins lucrativos dos estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, São Paulo e Tocantins, em municípios atendidos pela empresa. As propostas podem envolver geração compartilhada, capacitação de mão de obra, eficiência energética e uso racional de energia em comunidades vulneráveis, privilegiando soluções inovadoras, sustentáveis e com impacto social. Serão priorizados projetos que promovam igualdade de gênero e utilizem tecnologias sociais disruptivas. A divulgação dos finalistas ocorrerá em janeiro de 2026 e dos vencedores em fevereiro, com prazo de 12 meses para execução. O edital integra o programa global Y.E.S. (You Empower Society), que apoia ações de responsabilidade social e transição energética justa. (Agência CanalEnergia - 08.10.2025)
FGV: Brasil tem potencial para expandir exploração de minerais estratégicos
O Brasil possui grande potencial inexplorado para avançar na exploração e no desenvolvimento de minerais estratégicos, segundo estudo lançado pela FGV Energia. A coordenadora do trabalho, Luiza Guitarrari, destaca que o país já possui 15 minerais estratégicos mapeados, em contraste com os 50 identificados pela China, e que o atual cenário geopolítico, com mudanças de poder e flutuações nos preços, favorece a inserção brasileira nesse mercado. O estudo enfatiza a importância desses minerais para setores como a transição energética e semicondutores, citando projeções da Agência Internacional de Energia que indicam uma possível triplicação da demanda global até 2030, com investimentos estimados em mais de US$ 1 trilhão. O Brasil já se destaca como segundo maior produtor de cobre, grafita e terras raras, mas, segundo Guitarrari, é essencial aproveitar essa “janela de oportunidades”. (Valor Econômico - 08.10.2025)
EUA: Cancelamento de US$ 7,56 bilhões em subsídios para energia em meio a shutdown
O Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE) anunciou o cancelamento de US$ 7,56 bilhões em subsídios destinados a projetos de energia, ao mesmo tempo em que abriu propostas para empresas interessadas em construir e fornecer eletricidade a data centers de inteligência artificial na Reserva Oak Ridge, no Tennessee. Este é o segundo corte de verbas do tipo em um mês e ocorre após decisão do diretor de Orçamento da Casa Branca, Russell Vought, de encerrar quase US$ 8 bilhões em financiamentos climáticos em estados governados por democratas, como Califórnia e Nova York. A medida foi tomada em meio ao shutdown do governo dos EUA, provocado pela ausência de acordo orçamentário entre o presidente Donald Trump e o Congresso. Mesmo com maioria republicana na Câmara e no Senado, o governo não conseguiu aprovar a prorrogação do prazo orçamentário por falta de votos democratas suficientes. Em publicação na Truth Social, Trump afirmou que se reuniria com Vought para definir quais agências ligadas ao Partido Democrata seriam afetadas pelos cortes. Segundo o DOE, o cancelamento impacta 321 concessões financeiras e 223 empreendimentos, totalizando US$ 7,56 bilhões. (Megawhat - 06.10.2025)
GEAPP: Mobilização de US$ 1,7 bilhões para impulsionar transição energética no Sudeste Asiático
A Global Energy Alliance for People and Planet (GEAPP) mobilizou US$ 1,7 bilhão para impulsionar a transição energética limpa no Sudeste Asiático, conforme anunciado em seu “Relatório de Impacto 2025”. A iniciativa destaca o poder de parcerias entre governos, setor privado e filantropia para transformar sistemas energéticos, gerar empregos e combater as mudanças climáticas em economias emergentes. Desde sua criação na COP26 (2021), a GEAPP já concedeu US$ 503 milhões em financiamento catalítico, destravando US$ 7,8 bilhões em investimentos e apoiando 137 projetos em mais de 30 países. No Sudeste Asiático, os recursos estão sendo aplicados em 37 projetos, que beneficiarão 4 milhões de pessoas, gerarão 77 mil empregos e evitarão cerca de 18 milhões de toneladas de CO₂. A aliança também atua na superação de barreiras ao financiamento climático, por meio de iniciativas como a “Financing Asia’s Transition Partnership” e a plataforma ENABLE, lançada com o Banco Asiático de Desenvolvimento para fomentar projetos de armazenamento de energia (BESS). No Vietnã, por exemplo, a GEAPP criou uma força-tarefa para acelerar a integração de baterias à rede elétrica nacional, apoiando metas de armazenamento até 2030. Segundo Kitty Bu, vice-presidente da GEAPP na região, “a transição energética no Sudeste Asiático exige ação conjunta entre governos, bancos de desenvolvimento, setor privado e comunidades”. (Vietnam Investment Review – 29.09.2025)
União Europeia: Energia solar lidera geração elétrica no segundo trimestre de 2025
No segundo trimestre de 2025, as energias renováveis responderam por 54% da geração líquida de eletricidade na União Europeia, superando os 52,7% do mesmo período em 2024, com a energia solar assumindo papel de destaque. Pela primeira vez, em junho, a solar se tornou a principal fonte de eletricidade do bloco, atingindo 22% do total gerado e superando a nuclear (21,6%), seguida por eólica (15,8%), hidrelétrica (14,1%) e gás natural (13,8%). No trimestre, a solar produziu 122.317 GWh, equivalente a 19,9% do mix, consolidando-se como motor da expansão renovável. A Dinamarca liderou em participação renovável, com 94,7%, seguida por Letônia (93,4%), Áustria (91,8%), Croácia (89,5%) e Portugal (85,6%), enquanto Eslováquia (19,9%), Malta (21,2%) e Chéquia (22,1%) ficaram nas últimas posições. Quinze países registraram avanços, com Luxemburgo (+13,5 pp) e Bélgica (+9,1 pp) destacando-se pela rápida expansão solar. Do total renovável, 36,8% vieram da solar, 29,5% da eólica, 26% da hidrelétrica, 7,3% de combustíveis renováveis e 0,4% da geotérmica. (Energy Monitor – 30.09.2025)
IEA: Fontes renováveis devem mais que dobrar até 2030
As fontes renováveis devem mais que dobrar sua capacidade global até 2030, segundo o relatório Renewables 2025 da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), com um acréscimo estimado de 4.600 GW — equivalente à soma das capacidades da China, União Europeia e Japão. A energia solar responderá por cerca de 80% desse avanço, impulsionada pela queda de custos e pela simplificação de processos de licenciamento, além da expansão em economias emergentes como Arábia Saudita, Paquistão e países do Sudeste Asiático. O estudo também aponta o fortalecimento de outras fontes, como a geotérmica, que deve atingir recordes históricos, e a hidrelétrica reversível, com crescimento 80% superior ao dos cinco anos anteriores. O avanço das renováveis é sustentado pela competitividade de custos e pelo apoio político em regiões da Ásia, Oriente Médio e África. Apesar da expansão, a energia eólica offshore apresenta perspectivas mais moderadas devido a desafios regulatórios e logísticos. De modo geral, o relatório reforça o otimismo e a resiliência do setor, com empresas mantendo ou ampliando suas metas para 2030. (Canal Solar - 07.10.2025)
Geração Distribuída
ANEEL: Aprovação de novas regras para desconto tarifário em projetos de geração de energia
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou novas regras para o desconto tarifário em projetos de geração, alinhadas a recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU), para assegurar que apenas empreendimentos de até 30 megawatts (MW) tenham direito ao benefício e evitar a fragmentação artificial de usinas. O desconto vale para pedidos de outorga ou ampliação que já tenham Termo de Declaração de Prosseguimento da Autorização (TDPA) ou Termo de Declaração de Suspensão da Autorização (TDSA); não há efeito retroativo (direitos adquiridos são preservados). Quem possui TDPA deve formalizar o enquadramento junto à agência, enquanto solicitações com TDSA devem atualizar a documentação para demonstrar interesse na continuidade. A regulamentação decorre da Consulta Pública (CP) 13/2024, que recebeu 110 contribuições de 28 empresas e instituições entre 22/05 e 05/07/2024. (Canal Solar - 09.10.2025)
Brasil: Indústria vê na geração distribuída alternativa para competitividade
A geração distribuída (GD) está transformando o cenário energético industrial brasileiro, oferecendo uma alternativa estratégica para empresas que buscam melhor eficiência operacional e aumentar sua competitividade. Com o setor industrial consumindo 31,8% da energia elétrica nacional, segundo a EPE, a GD emerge como solução fundamental para enfrentar os altos custos energéticos que comprometem as margens de operação das empresas. Segundo dados da Aneel, o setor industrial tem sido protagonista no crescimento doméstico, impulsionado pela necessidade de reduzir seus custos e sua dependência. Essa busca pela eficiência energética tem se consolidado como prioridade, desde a modernização do capital fixo dessas indústrias. Além disso, segundo o CEO do Grupo Setta, Vinicius Dias, a energia precisa ser encarada como parte central do planejamento, a combinação entre automação, GD e digitalização viraram um tripé nacional. (Agência CanalEnergia - 03.10.2025)
BNAmericas: Relatório aponta trajetórias distintas para a geração distribuída na América Latina
O novo relatório da BNamericas aponta rumos opostos para a geração distribuída (GD) na América Latina: no México, o segmento acelera com reformas que elevaram o limite de capacidade e simplificaram permissões, favorecendo especialmente usuários industriais e comerciais e impulsionando um boom de microrredes com projeção de até 13 GW até 2033; já no Brasil, o avanço rápido da GD, sustentado por subsídios bilionários, acende alertas de desequilíbrios no sistema e de repasse de custos a quem não possui GD, com entidades do setor prevendo que, se a tendência continuar, poderão ser necessárias medidas de curtailment que afetariam tanto usinas centralizadas quanto a geração distribuída. (bnamericas - 03.10.2025)
360 Solar: Evento debate os principais temas do setor de energia solar em SC
A cidade de Florianópolis sediará, nos dias 6 e 7 de novembro, a 5ª edição do 360 Solar, evento que reunirá especialistas e empresas do setor de energia solar para discutir tendências, desafios e inovações do mercado. A programação inclui um congresso e uma feira voltados à apresentação de produtos, serviços e soluções tecnológicas que impulsionam o avanço da geração renovável no país. As palestras serão organizadas em quatro eixos temáticos: geração centralizada, armazenamento de energia, usinas virtuais e operador do sistema de distribuição, e gestão de ativos. Os debates abordarão desde estratégias para ampliar a eficiência e qualidade dos serviços até a digitalização das redes elétricas, o papel das usinas virtuais e as práticas de gestão que otimizam o desempenho e prolongam a vida útil dos empreendimentos de energia. (Portal Solar - 06.10.2025)
Artigo de Sydney Ipiranga: "Geração distribuída é uma realidade sem volta"
Em artigo publicado pela Agência Eixos, Sydney Ipiranga (diretor técnico da Associação Brasileira de Geração Distribuida [ABGD]) trata da crítica à percepção de que a geração distribuída (GD) seria uma “salvação” ilusória para o setor elétrico brasileiro, argumentando que essa visão desconsidera dados concretos, benefícios operacionais e avanços regulatórios relevantes. O autor rebate acusações de que a GD se sustenta em subsídios injustos e estatísticas frágeis, mostrando que o modelo, amparado pela Lei 14.300/22, oferece segurança jurídica, reduz perdas técnicas, desafoga a rede em horários de pico e posterga investimentos estruturais. Ipiranga destaca que a GD não é panaceia, mas parte de uma matriz energética moderna e diversificada, com participação ativa do consumidor e potencial de geração de empregos. Exemplo da Austrália é citado para ilustrar como o incentivo à geração e ao armazenamento residencial pode fortalecer a transição energética. Ao final, o autor critica a resistência das distribuidoras em se adaptar, considerando-as o verdadeiro entrave à modernização do setor elétrico brasileiro. (GESEL-IE-UFRJ – 07.10.2025)
Armazenamento de Energia
Engemon Energy: Instalação de bateria BTM de 8 MW em SP
A Engemon Energy, empresa do Grupo Engemon, prevê concluir até o fim de 2025 a instalação de um sistema de baterias de 8 MW e 16 MWh em Promissão (SP), considerado o maior projeto “atrás do medidor” (BTM, na sigla em inglês) da América Latina. O sistema atenderá uma planta industrial alimentícia e faz parte da estratégia de expansão da companhia no setor de armazenamento de energia, iniciada em 2024 em parceria com a Matrix Energia. Atualmente, a empresa soma 21 projetos de armazenamento com capacidade total de 60 MWh e pretende dobrar esse volume até o próximo ano, impulsionada pela queda dos preços das baterias e pela crescente demanda por soluções de eficiência energética. Com expectativa de faturar R$ 80 milhões em 2025, dos quais 5% devem vir de projetos com baterias, a Engemon Energy aposta na regulamentação e nos futuros leilões de reserva de capacidade para ampliar sua atuação. Além disso, enxerga oportunidades entre consumidores eletrointensivos em estados com maior variação tarifária e no mercado livre de energia. O Grupo Engemon, que faturou R$ 340 milhões em 2024, projeta alcançar R$ 1,3 bilhão em 2025, com operações em engenharia, tecnologia e infraestrutura crítica. (Broadcast Energia - 07.10.2025)
UCB Power: Sistema de armazenamento opera sem energia solar e garante continuidade de energia
Um teste realizado em um apartamento na região metropolitana de São Paulo avaliou o desempenho de uma solução de armazenamento de energia all-in-one da UCB Power, capaz de operar com ou sem geração fotovoltaica. O sistema é projetado para carregar a bateria pela rede elétrica e garantir o fornecimento em casos de queda de energia, atendendo à crescente demanda por soluções de backup doméstico diante de apagões recentes. O equipamento integra inversor, bateria e entrada fotovoltaica opcional em um único gabinete, separando as cargas prioritárias das de alta demanda. No teste, ao simular uma interrupção de energia, o sistema manteve o funcionamento contínuo das cargas críticas, com potência de cerca de 500 W em regime e autonomia superior a oito horas. Além do display local, o monitoramento pode ser feito remotamente por celular ou computador, ampliando a praticidade e o controle do usuário. (Canal Solar - 02.10.2025)
Veículos Elétricos
Brasil: Mercado de VEs tem potencial de movimentar R$ 200 bi por ano a partir de 2030
O Brasil, maior mercado automotivo da América Latina e sexto do mundo, tem potencial para se tornar um polo de produção e exportação de veículos elétricos, movimentando cerca de R$ 200 bilhões anuais a partir de 2030. A transição para veículos de baixo carbono pode gerar 400 mil empregos verdes até 2050, em setores como baterias, infraestrutura de recarga e softwares automotivos. Contudo, os desafios incluem ampliar a produção local, baratear os veículos e expandir a rede de recarga, o que exige grandes investimentos. Estudos do Instituto Acende Brasil e do movimento Gigantes Elétricos destacam que, com uma matriz elétrica mais de 80% limpa, o país tem vantagem competitiva para liderar a descarbonização do transporte, responsável por 14% das emissões. A infraestrutura de recarga pode movimentar R$ 14 bilhões anuais, e o aumento no consumo de energia pode gerar R$ 10 bilhões extras para distribuidoras. Montadoras já investem R$ 140 bilhões até 2030, incluindo R$ 8,5 bilhões em caminhões elétricos, consolidando o potencial do Brasil nesse novo ecossistema automotivo sustentável. (O Globo – 05.10.2025)
Brasil: Bombeiros de São Paulo terão norma própria para recarga de VEs em prédios
O Corpo de Bombeiros de São Paulo anunciou que publicará uma norma específica para instalação de pontos de recarga de veículos elétricos em garagens de prédios residenciais e comerciais, diferenciando-se da diretriz nacional do Ligabom, de caráter apenas orientativo. A instrução paulista exigirá adoção de normas técnicas da ABNT, como NBR 5410, NBR 17019 e NBR IEC 61851-1, e responsabilidade técnica do instalador, com emissão de ART, garantindo maior segurança às edificações e previsibilidade para síndicos e empresas de infraestrutura. Segundo a ABVE, a medida representa avanço regulatório ao criar parâmetros claros e obrigatórios para o setor, reduzindo incertezas jurídicas e fortalecendo a expansão da mobilidade elétrica em condomínios. Além disso, futuras consultas públicas poderão incluir exigências adicionais, como sprinklers e detectores de fumaça. Para os especialistas, ao adotar padrões técnicos consolidados e dialogar com a sociedade, São Paulo estabelece um marco regulatório sólido que pode servir de referência para outros estados no avanço da infraestrutura de recarga. (Inside EVs – 01.10.2025)
EUA: Relatório da EY aponta que incerteza regulatória pode frear avanço de VEs
O relatório EY Mobility Lens Forecaster de setembro de 2025 alerta que os Estados Unidos correm o risco de ficar para trás na corrida global por veículos elétricos (VEs) devido à eliminação do crédito fiscal federal em setembro, tarifas comerciais e incertezas regulatórias. A previsão aponta uma desaceleração no crescimento anual de vendas de VEs no país, com pico de 11% até 2029 e só alcançando 32% até 2035. A meta de 50% de participação fica adiada para 2039. Em contrapartida, os veículos híbridos devem ganhar espaço, representando 34% das vendas até 2034. Na Europa, a projeção é que as vendas de VEs também devem desacelerar até 2027, mas se recuperarão depois, atingindo 50% em 2032 e 95% até 2041. A China permanece líder global, com 50% das vendas em 2033 e previsão de 96% de veículos elétricos até 2050, graças a baixos custos e forte apoio governamental. O relatório reforça que, apesar dos obstáculos, a eletrificação continuará sendo o futuro do setor automotivo, exigindo que montadoras dos EUA se adaptem para não perderem competitividade. (Utility Dive - 30.09.2025)
Europa: Coalizão lança iniciativa para acelerar eletrificação de caminhões pesados
A Europa enfrenta o desafio de multiplicar em mais de 20 vezes o número de caminhões elétricos em circulação, construir dez vezes mais pontos públicos de carregamento e investir € 600 bilhões na rede até 2030 para cumprir suas metas climáticas. Para acelerar esse processo, foi criado o e-Logistics Hub, coalizão que reúne fabricantes como TRATON Group, concessionárias de energia como Iberdrola, operadores de carregamento, compradores de frete e empresas como a Amazon. A iniciativa busca superar gargalos políticos que limitam a expansão do setor, já que, apesar do avanço inicial em 2025, apenas 3,6% dos novos caminhões vendidos eram elétricos, contra a meta de 38%. O Blueprint 2040 – Closing Europe’s Electric Trucks Gap define medidas como modernização regulatória, precificação de carbono, incentivos de frotas corporativas e maior apoio a investimentos em infraestrutura. Líderes do setor reforçam que a indústria está pronta e investindo fortemente, mas dependente de condições políticas estáveis, alinhamento regulatório e incentivos previsíveis para garantir a transição em larga escala. (Smart Energy – 03.10.2025)
ICCT: América Latina investe R$ 23 bilhões em ônibus elétricos
Entre 2017 e 2025, a América Latina investiu mais de R$ 23 bilhões (US$ 4,4 bilhões) na aquisição de ônibus elétricos, segundo levantamento da Parceria Zebra, liderada pela rede C40 e pelo ICCT. O estudo abrangeu frotas de Brasil, Chile, Colômbia e México, com destaque para Santiago, São Paulo e Bogotá, que juntas somam quase 75% dos investimentos. O Chile lidera em número de ônibus elétricos (2.696), seguido por Colômbia (1.590), Brasil (898) e México (407). O financiamento por dívida predominou, com o BNDES, Banco Mundial, BID, BNP Paribas e Société Générale responsáveis por mais da metade dos investimentos. O BNDES sozinho aportou R$ 3,9 bilhões desde 2023, financiando 1,7 mil veículos e assumindo o posto de maior investidor da região. O relatório também destaca o modelo de investimento desagregado, usado principalmente no Chile e na Colômbia, onde empresas privadas financiam e operam os ativos, reduzindo riscos e custos iniciais para as cidades. Apesar dos avanços, o estudo alerta que cidades menores ainda enfrentam dificuldades de acesso a recursos para a modernização da frota. (Valor Econômico – 08.10.2025)
Zeekr e Tupi: Lançamento de app de recarga para VEs no Brasil
A Zeekr, marca de VEs premium do grupo Geely, lançou no Brasil o aplicativo Zeekr Recharge, desenvolvido em parceria com a empresa brasileira Tupi, especializada em soluções de mobilidade elétrica. A ferramenta conecta motoristas a mais de 2 mil pontos de recarga públicos em todo o país e oferece funcionalidades como localização de eletropostos, disponibilidade em tempo real, filtros por tipo de potência e preço, além de múltiplas opções de pagamento, incluindo Pix e Sem Parar. O aplicativo também permite acompanhar o histórico de consumo e a economia de CO₂, ampliando a praticidade e a sustentabilidade da experiência de uso dos VEs da marca. Voltado também a concessionárias e parceiros corporativos, o sistema da Tupi integra recursos de gestão financeira e operacional, com monitoramento em tempo real, definição de tarifas e geração de relatórios estratégicos. O lançamento reforça a estratégia da Zeekr de acelerar a adoção de veículos elétricos no Brasil, combinando tecnologia e conveniência para consolidar sua presença no mercado nacional. (Inside EVs - 06.10.2025)
Gestão e Resposta da Demanda
ANEEL: Implementação de tarifa inteligente com sinais de preço
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, anunciou que em breve o Brasil implementará as tarifas inteligentes, permitindo que os consumidores ajustem sua demanda de energia de acordo com os preços e paguem menos na conta de luz. Desde 2022, a Aneel vem trabalhando na modernização tarifária, com nove projetos de experimentação em andamento. Essas tarifas diferenciadas poderão ser baseadas em horários ou áreas com perdas não técnicas, como o furto de energia. Feitosa ressaltou a importância de informar rapidamente os consumidores sobre os custos da energia, permitindo que escolham consumir quando os preços estiverem mais baixos. Ele afirmou que até 2026 a Aneel terá informações consolidadas dos projetos em andamento para avançar na regulamentação. A expectativa é iniciar a implementação das novas tarifas no início de 2026, após a conclusão dos estudos até o final deste ano. O objetivo é modernizar o sistema tarifário e oferecer mais transparência aos consumidores, incentivando o uso eficiente da energia elétrica. (BroadcastEnergia - 08.10.2025)
Artigo WEF: “O que é flexibilidade energética e como isso pode ajudar a equilibrar a crescente demanda por energia?”
Com a crescente demanda global por energia – impulsionada pela eletrificação, expansão industrial e pelo aumento do uso de inteligência artificial generativa – estratégias que melhorem a eficiência e a flexibilidade dos sistemas elétricos se tornam fundamentais para a descarbonização. Segundo o “Energy Transition Index 2025”, do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), mecanismos como a resposta do lado da demanda (DSR, na sigla em inglês) ganham destaque. Eles permitem que consumidores ajustem temporariamente seu consumo de energia para equilibrar a rede, podendo inclusive receber incentivos financeiros. Essa abordagem pode atender ao crescimento acelerado da demanda sem necessidade imediata de novas usinas, que demoram anos para entrar em operação. Ao redistribuir melhor a energia existente, o DSR contribui para reduzir custos, aumentar a segurança energética e promover maior equidade no acesso à eletricidade. Contudo, o índice aponta queda de 1,3% na pontuação global de flexibilidade dos sistemas elétricos, o que demonstra que a maioria dos países ainda carece de infraestrutura capaz de lidar com fontes renováveis variáveis e picos de demanda. Outros recursos importantes para essa adaptação são redes inteligentes, inteligência artificial, baterias e soluções de armazenamento, que garantem estabilidade e eficiência. De acordo com o WEF, no futuro, a combinação de tecnologias, mudanças comportamentais e novas formas de geração descentralizada será essencial para construir um sistema energético mais resiliente, eficiente e limpo. (World Economic Forum – 02.10.2025)
Eficiência Energética
CPFL: Conquista de prêmio de eficiência energética em SP
A CPFL Energia recebeu o 1º lugar na categoria Transição Energética do Prêmio SP Carbono Zero, concedido pelo Governo de São Paulo, pelo programa CPFL nos Hospitais, que alia inovação tecnológica, eficiência energética e responsabilidade social. A iniciativa moderniza unidades hospitalares por meio da instalação de sistemas fotovoltaicos, iluminação LED, baterias e equipamentos de alta performance, proporcionando redução de até 90% nos custos com energia elétrica e maior autonomia operacional para os hospitais. Desenvolvido em parceria com o poder público e entidades filantrópicas, o programa busca tornar as unidades de saúde mais sustentáveis e resilientes frente a eventos climáticos extremos. Com investimentos de R$ 140 milhões até 2025, já beneficiou dezenas de instituições, contribuindo para a redução de emissões, economia de energia e segurança elétrica. O reconhecimento consolida o papel da CPFL na agenda ESG e na transição energética, reforçando o impacto social e ambiental positivo de suas ações. (Cenário Energia - 07.10.2025)
ENBPar: Ações de eficiência energética no âmbito do Procel
A unidade da Alcoa em Poços de Caldas (MG) aderiu à 2ª edição do Programa Aliança, parceria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) e do Ministério de Minas e Energia (MME) para elevar a eficiência energética industrial, financiada com R$ 10 milhões do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). Em até 24 meses, o programa realiza diagnóstico e acompanhamento da implementação de melhorias com tecnologias como inteligência artificial e modelagem, buscando, no conjunto das empresas participantes, economia de 210 gigawatt-hora (GWh) — equivalente ao consumo anual de 105 mil residências — e redução de custos e emissões. A planta, que já reduziu 34,5% das emissões em 2024 versus 2022 e produz alumina não metalúrgica (NMA) com selo Sustana EcoSource. (Diario do Comércio - 09.10.2025)
Enel: Ações de eficiência energética em SP
A Enel-SP finalizou um projeto de eficiência energética em Osasco (SP), beneficiando o Hospital e Maternidade Amador Aguiar e quatro escolas municipais, com investimento de cerca de R$ 3,8 milhões. A iniciativa, desenvolvida no âmbito do Programa de Eficiência Energética da ANEEL, incluiu a modernização dos sistemas de iluminação e climatização e a instalação de miniusinas fotovoltaicas, reduzindo o consumo de energia e permitindo à prefeitura direcionar recursos a outras áreas prioritárias. No hospital, foram instalados 328 módulos solares e substituídos equipamentos de ar-condicionado e lâmpadas antigas por modelos mais eficientes, resultando em uma economia anual estimada em R$ 450 mil e redução de 640 MWh. Nas quatro escolas municipais, mais de 2,3 mil lâmpadas foram trocadas por tecnologia LED, e duas delas receberam miniusinas solares, o que deve gerar uma economia adicional de aproximadamente R$ 310 mil por ano. (Canal Solar - 03.10.2025)
Equatorial: Ações de eficiência energética em AL
O Instituto Federal de Alagoas (Ifal) recebeu um projeto de eficiência energética desenvolvido pela Equatorial Alagoas, contemplando os campi Arapiraca e Palmeira dos Índios com a substituição de 179 refletores e luminárias de vapor metálico por equipamentos LED, mais eficientes e duradouros. O investimento de R$ 161,6 mil foi viabilizado pela chamada pública de projetos de 2023 da Equatorial, regulamentada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Segundo o reitor Carlos Guedes, a parceria promove não apenas sustentabilidade energética, mas também economia financeira, permitindo redirecionar recursos para outras áreas do instituto. (Ifal - 03.10.2025)
Neoenergia: Ações de eficiência energética em SP
A Neoenergia Elektro realiza em Fernandópolis mais uma edição do projeto Energia com Cidadania, que promove a troca gratuita de lâmpadas ineficientes por modelos de LED. A ação, voltada a consumidores cadastrados na Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE) e moradores de comunidades de baixa renda, permite a substituição de até cinco lâmpadas por cliente, com expectativa de beneficiar cerca de 1.000 famílias e substituir 5 mil lâmpadas ao todo. A iniciativa integra o Programa de Eficiência Energética da Neoenergia Elektro, regulado pela ANEEL, e tem como objetivo estimular o consumo consciente de energia, reduzir despesas na conta de luz e contribuir para a descarbonização da matriz elétrica. Além do impacto ambiental positivo, o projeto reforça o compromisso da distribuidora com ações de responsabilidade social e sustentabilidade. (O Extra - 08.10.2025)
Microrredes e VPP
EUA: Corte orçamentário de Trump atinge plano de microrrede na Califórnia
O governo Trump cancelou uma doação de US$ 30 milhões do Departamento de Energia (DOE) destinada a financiar o sistema de baterias de longa duração do projeto de microrrede solar do hospital infantil Valley Children’s Healthcare, na Califórnia. O projeto, iniciado em 2022, buscava garantir autossuficiência energética durante apagões e incêndios florestais, reduzindo em mais de 50% as emissões de gases de efeito estufa. O corte fez parte de uma lista de mais de 300 subsídios federais cancelados, concentrados em estados democratas, sob o argumento de conter gastos e revisar projetos que não teriam atingido marcos técnicos. O DOE alegou descumprimento contratual e preocupações de segurança contra incêndio, embora o hospital negue qualquer notificação prévia sobre tais falhas. Mesmo sem a verba, o Valley Children’s pretende continuar o projeto — que combina painéis solares, baterias e células de combustível para suprir até 80% da demanda de pico — buscando novas fontes de financiamento. (EE News - 09.10.2025)
França e Marrocos: Dimensionamento ideal para microrredes multi-barramento CA
Um grupo franco-marroquino (Universidade Hassan 2, CY Cergy-Paris e Universidade de Nantes) propôs um modelo hierárquico em duas etapas para dimensionar e operar microrredes multibarramentos em corrente alternada (CA) em áreas remotas, combinando energia solar fotovoltaica e armazenamento em baterias. Na 1ª etapa, um Algoritmo Genético (AG) aprimorado com inteligência artificial (IA) define o mix de geração/armazenamento mais econômico por microrrede; na 2ª, um gerenciador multiobjetivo coordena trocas ponto a ponto (P2P) entre as microrredes e, quando existente, a rede principal, garantindo estabilidade de tensão e qualidade de energia (com análise de fluxos ativo-reativos). Aplicado a uma vila na região de Imlil (Marrocos) e a um sistema Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) de 5 barras modificado, o método indicou redução de 4,6% nos custos operacionais via troca P2P e menor dependência da rede, além de queda adicional de 10% com incentivo/resposta à demanda. (PV Magazine - 07.10.2025)
Paired Power e PHNXX: Desenvolvimento de microrrede implantável sem necessidade de montagem
A Paired Power (EUA) e a PHNXX (Austrália) lançaram a PairPHNXX, uma microrrede solar portátil “plug-and-play” que chega pronta em contêiner ISO de 20 pés sobre reboque e entra em operação em 1 dia, mirando locais com rede limitada ou inexistente (agropecuária, construção, mineração, aplicações militares e resposta a emergências). O sistema oferece arranjos fotovoltaicos de 46,4 / 69,6 / 92,8 kW, armazenamento em baterias de 42,4 a 636 kWh e potência de saída de 30–60 kW por contêiner (tensões 208/480 V CA trifásico ou 120/240 V CA monofásico), gerenciados por software próprio da Paired Power. A solução foi aceita no Programa de Provedores Preferenciais da Alliance for Tribal Clean Energy (organização sem fins lucrativo liderada por indígenas), tornando as empresas fornecedoras aprovadas para projetos de energia limpa em comunidades tribais e aborígines. (Solar Power World Online - 08.10.2025)
Tecnologias e Soluções Digitais
GESEL-UFRJ estabelece parceria estratégica para aprimorar estudos energéticos
O Grupo de Estudos do Setor Elétrico (GESEL-UFRJ) firmou uma parceria estratégica com a Energy Exemplar, desenvolvedora do PLEXOS®, software líder mundial em modelagem, simulação e otimização de sistemas energéticos. O GESEL-UFRJ utiliza o PLEXOS® há cerca de cinco anos em projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) no âmbito da ANEEL, aplicando-o em estudos sobre planejamento, operação e integração de fontes de energia no Setor Elétrico Brasileiro (SEB). Entre as principais aplicações do software estão o planejamento de longo prazo, a operação de curto prazo, a integração de fontes renováveis, o apoio à precificação e a análise da transição energética. O GESEL-UFRJ reconhece a relevância, competência e fundamentação do uso do PLEXOS® no âmbito do SEB, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de análises avançadas tanto pelo marco institucional quanto pelos stakeholders do setor. (GESEL-IE-UFRJ – 07.10.2025)
CEEE Equatorial: Teste de robôs com IA visando melhoria do serviço
O Grupo Equatorial está testando o uso de drones com câmeras termográficas e robôs com Inteligência Artificial (IA) para inspeção de subestações da CEEE Equatorial, em Porto Alegre, com o objetivo de tornar a manutenção elétrica mais precisa, ágil e segura. Os testes, realizados nas subestações Porto Alegre 14 e na Linha de Transmissão Guaíba, utilizaram drones autônomos e um robô quadrúpede capazes de identificar falhas, corrosão e pontos de aquecimento em estruturas, com transmissão das imagens para uma plataforma digital de análise técnica. A iniciativa integra o Projeto Sinapse, desenvolvido pelo EQT LAB, hub de inovação do grupo, em parceria com a startup PixForce, especializada em visão computacional e IA. O projeto busca avaliar o potencial dessas tecnologias para aprimorar a manutenção preditiva e reduzir riscos de interrupções no sistema elétrico. Ainda em fase de testes, a proposta poderá ser expandida para operação em larga escala, com treinamento das equipes operacionais, dentro do programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) da ANEEL, que incentiva soluções tecnológicas para o setor elétrico. (Gaúcha Zero Hora - 05.10.2025)
Engie: Lançamento do primeiro transformador óptico da América Latina
A Engie Brasil Energia lançou um Transformador Eletrônico de Corrente Óptico (TECO), primeiro do tipo na América Latina, desenvolvido em parceria com as empresas Poweropticks e AQTech. Fruto de um projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o TECO recebeu investimentos superiores a R$ 15 milhões e se destaca por ser mais seguro, preciso e sustentável que os transformadores convencionais. Em operação desde 2017, o equipamento mede com alta eficiência a energia transmitida e fornece dados totalmente digitais, contribuindo para a digitalização das subestações elétricas. Capaz de operar em linhas de até 550 kV, o TECO já passou por testes de campo e está em fase de produção do primeiro lote comercial, com conclusão oficial prevista para fevereiro de 2027. Segundo a Engie, o projeto consolida a empresa como referência em inovação tecnológica e sustentabilidade no setor elétrico. (Agência CanalEnergia - 08.10.2025)
Energy TechTalks: Nova edição discutirá o papel da inovação na transformação do setor
O Energy TechTalks realizará uma nova edição em 23 de outubro com o tema “Energia em Transformação: Inovação Redefinindo o Setor”, promovida pelo CanalEnergia em parceria com a IBM. O webinar discutirá como tecnologias emergentes e inteligência artificial estão transformando o setor energético diante de desafios como eventos climáticos extremos, pressões regulatórias e demanda por fontes sustentáveis. O debate abordará ainda os ganhos de eficiência, produtividade e competitividade gerados pela inovação, com exemplos práticos de aplicação de IA. Participarão do debate Fernando Tavares de Campos Filho, da CCEE, e Rubens Del Monte, da IBM Consulting, com mediação de Pedro Aurélio Teixeira, do CanalEnergia. A inscrição é gratuita. (Agência CanalEnergia - 06.10.2025)
Segurança Cibernética
Índia: Autoridade propõe projeto de regulamentação para fortalecer a infraestrutura energética e a segurança cibernética
A Autoridade Central de Eletricidade (CEA) da Índia propôs dois regulamentos, sob a Seção 177 da Lei de Eletricidade de 2003, para modernizar e proteger o setor elétrico: (i) a 2ª Emenda às Normas Técnicas para Construção de Usinas e Linhas Elétricas (2025), que atualiza padrões de engenharia e reforça a qualidade dos materiais com testes obrigatórios (resistência elétrica, ao fogo e à corrosão, compatibilidade com água potável, além de flutuabilidade e perfuração para componentes próximos/na água), visando maior durabilidade, confiabilidade e segurança; e (ii) o Regulamento de Segurança Cibernética no Setor Elétrico (2025), que estabelece padrões mínimos para concessionárias e demais agentes, incluindo auditorias regulares, notificação de incidentes e proteção de sistemas de Tecnologia Operacional (TO). A CEA abriu consulta pública até 7 de novembro de 2025 (envio ao Engenheiro-Chefe Jurídico), destacando que as regras finais serão cruciais para uma infraestrutura elétrica mais segura, eficiente e preparada para o futuro. (Solar Quarter - 07.10.2025)