IFE Diário 6.176
Regulação
Artigo GESEL: "A proposta do MME de reforma do setor elétrico brasileiro"
Em artigo publicado pelo Broadcast Energia, Nivalde de Castro (professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador-geral do GESEL), Katia Rocha (pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada [IPEA]) e Bianca de Magalhães de Castro (pesquisadora plena do GESEL-UFRJ) apresentam uma análise da proposta de reforma do setor elétrico brasileiro pelo Ministério de Minas e Energia (MME), estruturada em três pilares: a Tarifa Social de Energia Elétrica para consumidores vulneráveis, com isenção total até 80 kWh/mês; a racionalização de encargos e subsídios, buscando reduzir gradualmente os subsídios às fontes incentivadas; e a abertura do mercado cativo de baixa tensão em duas etapas (2027-2028). A proposta é vista como positiva por alinhar-se às melhores práticas internacionais e por buscar resolver o paradoxo brasileiro de ter uma das maiores gerações de energia renovável do mundo, mas com tarifas elevadas. No entanto, o texto critica a ausência de medidas contra os subsídios à micro e minigeração distribuída e o estabelecimento de datas fixas para abertura do mercado, em vez de requisitos prévios, considerando os riscos associados a um mercado de 90 milhões de consumidores. (GESEL-IE-UFRJ – 07.05.2025)
Senado debate regulamentação do compartilhamento de infraestrutura entre energia e telecom
A Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado realizou nesta terça-feira (6) uma audiência pública sobre o PL 3.220/2019, que propõe regras para o compartilhamento de postes, dutos e infraestrutura entre empresas de energia, telecom e petróleo. O debate, sugerido pelo senador Esperidião Amin (PP-SC), visa esclarecer pontos polêmicos e buscar soluções equilibradas. Entre os convidados representantes da Abradee, TelComp e Apronet, além de órgãos reguladores como Aneel e Anatel. Após a audiência, a CI votará outros projetos, como o PL 3.178/2019, que remove a preferência da Petrobras no pré-sal, e o PL 3.570/2024, que condiciona infraestrutura básica à aprovação de loteamentos. (Agência Senado – 05.05.2025)
MPF propõe acordo para reparar impactos da UHE Curuá-Una sobre indígenas e comunidades
O Ministério Público Federal (MPF) apresentou à Eletronorte um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para regularizar a licença ambiental da Usina Hidrelétrica Curuá-Una (PA), responsável por danos socioambientais a indígenas Munduruku e Apiaká, além de comunidades ribeirinhas. O acordo exige um diagnóstico completo dos impactos—como poluição hídrica, surtos de doenças e desorganização social—elaborado por equipe independente em até um ano, com participação das comunidades. A Eletronorte deve ainda implementar sistemas de alerta sobre operação da usina e assegurar consulta prévia aos povos afetados. O TAC surge após investigações sobre a instalação irregular de uma turbina, sem reparações desde 1977. (Agência CanalEnergia - 30.04.2025)
Aneel libera 39,35 MW para operação comercial em usinas de energia
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a entrada em operação comercial de 39,35 MW em usinas de energia a partir de 30 de abril. A UTE Cooper-Rubi (30 MW), a UFV Docile (0,35 MW) e as unidades 7 e 9 da EOL Serra do Assuruá (9 MW) foram liberadas para geração regular. Além disso, a Aneel aprovou o início dos testes nas unidades 1, 2 e 3 da UFV Itatex, somando 1,08 MW. A medida reforça a expansão da capacidade energética no país, incluindo as fontes térmica, solar e eólica. (Agência CanalEnergia - 05.05.2025)
Itaipu demite superintendente de comunicação em meio a crise institucional
A Itaipu Binacional exonerou na terça-feira (30/04) a superintendente de comunicação social Ana Paula Hedler, substituindo-a pela jornalista Stela Guimarães. A decisão ocorre em um contexto de crise de imagem e pressão sobre a estatal, alvo de críticas de ex-diretores, especialistas e parlamentares, principalmente devido a denúncias sobre gastos da empresa. A mudança na liderança da comunicação reflete a necessidade de enfrentar a repercussão negativa e restaurar a confiança do público. A nomeação de Guimarães indica uma tentativa de reestruturar a estratégia de comunicação, priorizando transparência e eficácia. A saída de Hedler destaca os desafios da gestão de crise e a busca por recuperar a credibilidade da usina perante stakeholders e opinião pública. (Broadcast Energia - 06.05.2025)
Ministro Silveira anuncia reforma do setor elétrico com isenção de tarifa para 60 milhões de pessoas
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que a reforma do setor elétrico será enviada ao Congresso pelo presidente Lula após seu retorno de missão à Rússia e China, prevista para o dia 14 de maio. A proposta, que inclui isenção de tarifa para 60 milhões de pessoas de baixa renda por meio do programa Tarifa Social, visa atualizar as regras do mercado de energia. A reforma também prevê a abertura total do mercado livre de energia, permitindo que consumidores possam escolher seus fornecedores, com a portabilidade da conta de luz começando em 2027 para grandes consumidores e em 2028 para residências e pequenos comércios. A proposta é contestada por Jair Bolsonaro, que reivindica como sua a decisão de abrir o mercado livre, mas o atual governo defende que a medida anterior foi feita sem avaliação técnica e gerou impactos negativos, especialmente para os mais pobres. (Valor Econômico - 07.05.2025)
Silveira apresenta a Lula reforma do setor elétrico com foco em redução de custos
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reuniu-se com o presidente Lula na sexta-feira (2/5) para apresentar o projeto de reforma do setor elétrico, já encaminhado à Casa Civil. O plano, divulgado em coletiva em 23 de abril, prioriza a redução dos preços de energia e combustíveis para os consumidores. A proposta deve ser enviada ao Congresso Nacional por meio de Medida Provisória (MP), conforme adiantou o ministro, permitindo que as regras entrem em vigor imediatamente após publicação no Diário Oficial, sujeitas a posterior análise legislativa. A estratégia busca agilizar mudanças no setor, alinhadas à meta de baratear custos para a população. (Agência CanalEnergia - 05.05.2025)
Silveira discute cortes de energia com representantes do setor de renováveis
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se reuniu no início desta semana com representantes do setor de energias renováveis para tratar de medidas que atenuem os cortes na geração de energia. Atualmente, um Grupo de Trabalho (GT) criado pelo ministério tem avaliado propostas que enfrentem as interrupções na geração de energia provenientes de fontes renováveis, como solar, eólica e hídrica. Desde sua criação, o grupo promove encontros técnicos com representantes de órgãos governamentais, como a Aneel, ONS, EPE, além de entidades do setor privado. Entre as metas estão a definição de mecanismos de compensação aos geradores prejudicados e a sugestão de melhorias estruturais para potencializar o operacional do sistema elétrico nacional. (Petronotícias – 06.05.2025)
Aneel abre consulta pública para atualizar regras de comercialização de energia
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, em reunião no dia 29 de abril, a abertura de uma Consulta Pública (CP) para revisar o Módulo 16 das Regras de Comercialização, alinhando-o à Resolução Normativa 1.093/2024. A norma define critérios para o Custo Variável Unitário (CVU) de termelétricas sem mecanismo de reajuste contratual. As contribuições podem ser enviadas até 13 de junho por e-mail. As mudanças visam ajustar mensalmente o CVU, considerando o "preço de referência" e a recuperação de custos fixos das térmicas. A proposta foi elaborada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. (Agência CanalEnergia - 02.05.2025)
Transição Energética
Izabella Teixeira defende transição da terra como tema central na COP30
Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente, defende que a COP30, que ocorrerá no Brasil, deve marcar o início da discussão sobre "land transition" (transição da terra), assim como a transição energética foi discutida nos últimos 30 anos. Ela propõe que, além do desmatamento, seja abordada a questão da agricultura, mineração e bioeconomia dentro de um conceito amplo que conecte natureza, clima e a produção sustentável de recursos naturais, com foco em ativos ambientais, e não apenas em passivos. Teixeira acredita que isso poderia dar aos países do Sul, ricos em recursos naturais, um papel central na agenda climática global. Para ela, a natureza deve ser vista como um ator político, e a COP30 deve ser uma oportunidade para o Brasil liderar um debate transformador sobre a transição da terra, alinhando os esforços para mitigar a mudança climática e promover a inovação nas práticas agrícolas e na preservação dos recursos naturais. (Valor Econômico - 07.05.2025)
Tecnova: Expansão para o mercado de energias renováveis e armazenamento por baterias
A Tecnova, empresa gaúcha reconhecida pela atuação como epecista de subestações e integradora de soluções para o setor de energia, está ampliando sua atuação com a entrada no mercado paranaense e a diversificação para áreas como proteção e controle de usinas renováveis e integração de sistemas de baterias BESS (Battery Energy Storage System). A investida surge em resposta à crescente demanda causada por limitações na capacidade de transmissão e consumo de energia, consoante apontamento do CEO Carlos Frederico Behrends. A empresa vê grande potencial nos sistemas de armazenamento e compensação síncrona como alternativas viáveis para estabilizar o fornecimento energético, citando exemplos práticos como o da subestação de Registro (SP). Segundo o executivo, o descompasso entre geração e transmissão também pode comprometer projetos de hidrogênio renovável e data centers, exigindo ação mais rápida dos órgãos reguladores. (Agência CanalEnergia - 05.05.2025)
B3: 20ª edição do ISE reúne 82 empresas com destaque em práticas sustentáveis
A B3 divulgou a prévia da 20ª carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), composta por 82 companhias de 40 setores avaliadas em critérios ambientais, sociais e de governança (ESG). O setor de energia continua sendo um dos destaques no índice, com empresas como Isa Energia Brasil, Engie Brasil e Vibra Energia figurando entre as melhores em práticas sustentáveis. Em destaque, a Isa Energia subiu 17 posições no ranking em relação a 2024, alcançando a 24ª colocação com um desempenho de 78,52%, graças a melhorias em emissões, inclusão, governança e investimento social. A Engie, por sua vez, mantém sua presença no ISE pelo 20º ano consecutivo, ocupando o 4º lugar geral e sendo reconhecida pelo compromisso com a transição energética e o investimento de R$ 9,7 bilhões em 2024 em projetos solares, eólicos e de transmissão. Já a Vibra Energia foi incluída na carteira pelo sexto ano seguido, com destaque para avanços nas áreas de governança, capital social, saúde e segurança do trabalhador e conformidade regulatória. (Agência CanalEnergia - 06.05.2025)
Empresas
Eletrobras busca no STF homologação de acordo com a União para encerrar litígios
A Eletrobras informou que solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a homologação de um acordo de conciliação com a União, aprovado em Assembleia Geral Extraordinária. O termo, negociado na Câmara de Mediação da Administração Federal, resolve disputas sobre a limitação do poder de voto do governo na empresa. Pelo acordo, a União indicará três membros para o conselho administrativo e um para o fiscal, encerrando uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin). A medida visa pacificar o conflito, trazendo estabilidade ao setor elétrico. A homologação pelo STF consolidará o novo modelo de governança, marcando um avanço na relação entre o poder público e a Eletrobras. (Broadcast Energia - 06.05.2025)
Multa de R$ 69,46 mi à Eletronorte por falhas em Tucuruí é mantida
A Aneel manteve a multa de R$ 69,46 milhões aplicada à Eletronorte por falhas na fiscalização da barragem da hidrelétrica de Tucuruí, no Rio Tocantins, especialmente pela ausência de monitoramento das eclusas e pela não implementação do Plano de Ação de Emergência (PAE). A empresa alegou que a responsabilidade pelas eclusas foi transferida ao Dnit em 2016, com base na Lei 13.081/2015, mas a diretoria da Aneel rejeitou o argumento, afirmando que a Eletronorte continua responsável pela segurança de todas as estruturas da barragem. O pedido de anulação da multa foi negado por unanimidade. (Valor Econômico - 06.05.2025)
Chesf: Pagamento de R$ 12,1 mi por indisponibilidade de LT ante vendaval
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indeferiu o recurso administrativo apresentado pela Chesf, que solicitava isenção da Parcela Variável por Indisponibilidade (PVI) após o desligamento da linha de transmissão 500 kV Luiz Gonzaga/Milagres C1 em face de condições climáticas adversas. A ocorrência aconteceu em 23 de janeiro de 2022, quando um vendaval provocou a queda da torre 129/1 e danos em três estruturas adjacentes da linha, na altura do município de Mirandiba, em Pernambuco. A interrupção gerou mais de 10 mil minutos de indisponibilidade e um desconto superior a R$ 12,1 milhões, calculado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). Em sua defesa, a Chesf, com base em laudo técnico, alegou que o evento foi de força maior, o que representaria um caso fortuito e força maior, fugindo ao completo domínio e gerenciamento da concessionária. A Aneel, entretanto, discordou da argumentação da empresa, afirmando que a ocorrência não poderia ser caracterizada como “de força maior” e que, ainda que fosse, é responsabilidade da concessionária considerar eventos desse tipo no planejamento de infraestrutura. (Agência CanalEnergia - 06.05.2025)
Agência reduz tarifas da CPFL em 3,66% e exclui ressarcimento de R$ 1,3 bi
A Aneel aprovou o reajuste tarifário da CPFL Paulista, com redução média de 3,66% para os consumidores, sendo -3,06% na alta tensão e -3,93% na baixa. A agência rejeitou a inclusão de R$1,3 bilhão solicitado pela empresa como ressarcimento de um passivo judicial, contrariando a proposta inicial da relatora Agnes da Costa, que previa aumento médio de 4,56%. A decisão baseou-se em entendimento jurídico de que a sentença é "ilíquida", exigindo a liquidação judicial ou acordo extrajudicial. O adiamento do processo ocorreu após pedido de vistas, e eventuais diferenças tarifárias serão ajustadas no próximo ciclo, em 2026, com correção pela Selic. (Agência CanalEnergia - 30.04.2025)
Aeris Energy reestrutura dívidas em R$ 1,35 bi para enfrentar crise financeira
A Aeris Energy, fabricante de pás eólicas, reestruturou R$ 1,35 bilhão em dívidas, garantindo dois anos de carência e pagamento escalonado até 2030. A renegociação foi necessária para ajudar a companhia a superar uma crise provocada pela perda de contratos com grandes clientes, como Siemens Gamesa e WEG, o que resultou em um prejuízo de R$ 833 milhões no quarto trimestre de 2024. A empresa aposta na internacionalização das receitas, especialmente nos Estados Unidos, e na diversificação para serviços e manutenção, buscando sobreviver à retração do mercado eólico no Brasil. Contudo, a falta de demanda e o cenário incerto da transição energética tornam a recuperação desafiadora. A reestruturação financeira oferece um alívio temporário, mas o sucesso depende de fatores externos instáveis. (Valor Econômico - 07.05.2025)
RGE Sul: 19ª emissão de debêntures no valor de R$ 1,09 bi é anunciada
A RGE Sul Distribuidora de Energia anunciou sua 19ª emissão de debêntures simples, no valor de R$ 1,090 bilhão. Serão 1.090.000 debêntures, com valor nominal de R$ 1 mil cada, emitidas em série única, da espécie quirografária e com garantia fidejussória. A operação conta com coordenação do Itaú BBA, Bradesco BBI, BTG Pactual e Banco Safra. Um diferencial importante dessa emissão é o benefício fiscal previsto no artigo 2º da Lei 12.431 e no Decreto nº 11.964/2024, uma vez que o projeto da empresa foi enquadrado como prioritário pelo Ministério de Minas e Energia (MME). A perspectiva é que tal atratividade fiscal pode tornar essas debêntures uma opção interessante para investidores que buscam oportunidades ligadas ao desenvolvimento sustentável e à infraestrutura energética do país. Segundo a RGE, os recursos captados com a operação serão destinados ao fortalecimento das operações e ao financiamento de projetos no setor elétrico. (Broadcast Energia - 06.05.2025)
Equatorial: Santander avalia a operação no 1º tri 2025 como neutra
O banco Santander avaliou o primeiro trimestre da Equatorial como neutro em termos operacionais, devido a uma base de comparação desafiadora. Os volumes faturados pelas distribuidoras do grupo permaneceram estáveis em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo 13.425 GWh. Já as perdas de energia diminuíram em cinco das sete concessionárias, com destaque para o Amapá, que registrou uma redução de 120 pontos base. A geração líquida aumentou significativamente, impulsionada por condições favoráveis de vento e pela entrada em operação de novos ativos. No entanto, os níveis de restrições sistêmicas foram altos, totalizando 169,6 GWh (12,7% da geração). Em conclusão, o Santander mantém a recomendação de compra para as ações da Equatorial, com um preço-alvo de R$ 44,38 por ação. (Broadcast Energia - 06.05.2025)
Enel Américas: Lucro líquido aos acionistas de US$ 245 mi no 1º tri 2025
A Enel Américas, no primeiro trimestre de 2025, registrou um lucro líquido atribuível aos acionistas controladores de US$ 245 milhões, uma queda de 31,7% em comparação com o mesmo período do ano anterior. A empresa atribui essa redução à venda de suas operações de geração e distribuição de energia no Peru, concluída no segundo trimestre de 2024. A receita líquida totalizou US$ 3,280 bilhões, representando uma diminuição de 2,8% em relação ao primeiro trimestre de 2024, impactada pela desvalorização das moedas locais, como o real e o peso colombiano, frente ao dólar, o que resultou em uma menor contribuição das operações no Brasil e na Colômbia. Ainda, o EBTIDA da companhia foi de US$ 1,007 bilhão (- 6,5%) e a dívida financeira do grupo atingiu US$ 2,852 bilhões (+ 34,1%), impulsionado pelo maior endividamento das distribuidoras brasileiras em São Paulo e Ceará. Além disso, os investimentos no período somaram US$ 406 milhões (- 27%), devido a menores aportes em geração de energia no Brasil e à desvalorização cambial. (Broadcast Energia - 05.05.2025)
Neoenergia é condenada por corte indevido de energia em Brasília
A Neoenergia Distribuição Brasília foi condenada a indenizar uma consumidora em R$ 3 mil por suspender indevidamente o fornecimento de energia elétrica em sua residência, apesar de as faturas estarem pagas. A interrupção ocorreu no dia 12 de dezembro e o serviço só foi restabelecido mais de 24 horas depois, contrariando o prazo de quatro horas previsto pela Aneel para religação em casos de corte indevido. A juíza do 3º Juizado Especial Cível de Ceilândia concluiu que houve falha na prestação do serviço, já que não havia débito que justificasse o corte, e destacou que a concessionária deveria ter verificado o pagamento feito por pix antes de suspender o fornecimento. A magistrada entendeu que os transtornos ultrapassaram meros aborrecimentos e configuraram violação dos direitos de personalidade. (Valor Econômico - 06.05.2025)
Elera Renováveis anuncia Karin Regina Luchesi como nova CEO
A Elera Renováveis, controlada pela gestora canadense Brookfield, anunciou Karin Regina Luchesi como nova CEO, sucedendo André Flores, que acumulava o cargo enquanto liderava a área de energia renovável e transição da Brookfield no Brasil. Com 23 anos de experiência na CPFL Energia e formação em engenharia de produção de materiais pela UFSCar, além de MBA em finanças pelo Insper, Luchesi assume a liderança da Elera em um momento desafiador, marcado por perdas causadas pelas restrições impostas pelo ONS à geração de energia eólica e solar. A empresa possui um portfólio diversificado com capacidade instalada de 3,5 GW e projetos em expansão. (Valor Econômico - 06.05.2025)
Grupo CPFL: Karin Luchesi apresenta renuncia a cargos administrativos
A CPFL Energia comunicou, em 5 de maio, a renúncia de Karin Regina Luchesi aos cargos de diretora vice-presidente de operações de mercado da CPFL Energia e presidente do conselho de administração da CPFL Geração e da CPFL Energias Renováveis, com efeitos a partir de 8 de maio. A companhia também informou que manterá acionistas e o mercado atualizados sobre quaisquer mudanças relacionadas às posições anteriormente ocupadas pela executiva. (Agência CanalEnergia - 06.05.2025)
Leilões
Ineep defende retomada de exclusividade da Petrobras e retirada de blocos de leilão
Um novo estudo do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) defende que os blocos da Margem Equatorial Brasileira sejam enquadrados no modelo de partilha. O Instituto sugere que os 65 blocos de águas profundas e ultraprofundas sejam retirados do leilão. Além disso, este afirma que as atividades de exploração e produção de petróleo e gás na Margem Equatorial, devem garantir a soberania energética do país, com isso, recomenda a retomada da exclusividade da Petrobras no intuito da responsabilidade de condução e execução, direta ou indireta, de todas as atividades de exploração, avaliação entre outras, nas áreas em destaque. Por fim, o relatório é o primeiro de uma série que possui como hiato principal o objetivo de apontar desafios e sugestões para questões estratégicas nacionais no setor energético. (Petronotícias – 06.05.2025)
Aneel promoverá workshop de esclarecimentos sobre o leilão nº 4/2025
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizará, em 9 de maio, o workshop de esclarecimentos sobre o Leilão nº 4/2025, cuja Consulta Pública se encerra em 19 de maio. O evento será transmitido exclusivamente pelo canal da Aneel no YouTube a partir das 14h. Representantes do Ministério de Minas e Energia (MME), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Aneel farão exposições sobre o tema. O leilão está previsto para 31 de outubro, na sede da B3. No evento, serão ofertadas concessões de 1,178 Km de novas linhas de transmissão e 4400 MVA em capacidade. Serão licitados onze lotes em diversos estados. Os interessados poderão apresentar suas dúvidas até às 14h de 08/05/2025. (Aneel – 05.05.2025)
Mobilidade Elétrica
Lucros da BMW caem menos do que o esperado, impulsionados pelas vendas de elétricos
Os lucros da BMW caíram menos do que o esperado no primeiro trimestre, com um aumento nas vendas de veículos elétricos na Europa compensando a fraqueza no mercado chinês. A margem de lucro da empresa foi de 6,9%, superando as expectativas, e a BMW manteve suas projeções para o ano, apesar dos desafios impostos pelas tarifas comerciais. A fabricante alemã teve um aumento de 32% nas vendas gerais e de 64% na Europa, destacando-se na transição para carros elétricos em comparação com suas concorrentes. No entanto, as vendas na China caíram 17%, refletindo a intensa concorrência local, especialmente da BYD. A empresa também enfrenta incertezas devido às tarifas americanas, que podem custar cerca de 1 bilhão de euros este ano. Apesar disso, a BMW acredita em uma estabilização das vendas na China no segundo semestre e continua sua estratégia de expansão no mercado de veículos elétricos. (Valor Econômico - 07.05.2025)
Fábrica da Vulcan Energy em Frankfurt reforça autonomia da UE no mercado de lítio
A nova fábrica da Vulcan Energy em Frankfurt representa um passo estratégico da União Europeia para reduzir sua dependência do lítio importado da China e de outros países, ao iniciar a produção local do insumo essencial para baterias de veículos elétricos. Com início de operação previsto para 2028, a planta visa produzir 24 mil toneladas de lítio por ano, o suficiente para 500 mil carros elétricos, utilizando uma cadeia de valor concentrada em um raio de 130 km e energia geotérmica de baixo carbono. O projeto integra os esforços da UE sob a Lei de Materiais Críticos, que busca garantir 10% da demanda interna até 2030, e já atrai parcerias com empresas como BASF. Apesar do impacto ainda modesto no mercado global, a iniciativa é vista como crucial para fortalecer a resiliência europeia na cadeia de suprimentos e incentivar a mineração e o refino de lítio no próprio continente, mesmo diante de preços em queda e desafios de escala. (Valor Econômico - 06.05.2025)
Inovação e Tecnologia
Haddad anuncia antecipação de benefícios tributários para data centers no Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou durante a 28ª Conferência Global do Instituto Milken, na Califórnia, que o governo antecipará os efeitos da Reforma Tributária para o setor de data centers, visando atrair investimentos. A medida desonera investimentos no Brasil e exportações de serviços do setor. Haddad destacou a intenção de promover data centers sustentáveis, com energia limpa, segurança cibernética e jurídica, alinhando a economia digital a práticas ambientais. Durante sua visita aos EUA, o ministro reuniu-se com o secretário do Tesouro americano e planejou encontro com o CEO da NVIDIA, buscando fortalecer relações e atrair investimentos em infraestrutura digital. (O Globo – 05.05.2025)
Firjan: Divulgação do RJ como mercado atrativo para aportes em energia no OTC Houston 2025
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) tem desempenhado papel de destaque na OTC Houston 2025 – considerada a maior feira global do setor de energia -, liderando uma comitiva composta por empresários fluminenses e técnicos da federação. A delegação brasileira é a maior do evento, com mais de 1.500 participantes. Nesta oportunidade, um dos principais objetivos da entidade é promover o potencial energético do estado do Rio de Janeiro e apresentar projetos de inovação e tecnologia desenvolvidos pelo sistema Firjan SENAI SESI, voltados aos setores de petróleo, gás e energias offshore. Segundo o presidente da organização, Luiz Césio Caetano, o Rio se diferencia por ser o principal estado produtor de petróleo e gás, além de oferecer diversas oportunidades no setor energético, apoiadas por iniciativas de desenvolvimento tecnológico dos institutos da Firjan. (Petronotícias – 06.05.2025)
ONS: Inscrições abertas para novo ciclo do InovAberta
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) abriu inscrições para o segundo ciclo do programa InovAberta, voltado à inovação no setor elétrico por meio da conexão de startups e grandes empresas ao Operador. A iniciativa, realizada em parceria com a Liga Ventures, busca desenvolver soluções inovadoras para desafios reais do setor, oferecendo mentoria, suporte técnico e a possibilidade de parcerias com o ONS. Durante o programa, as startups deverão criar Provas de Conceito (PoCs) que abordem três desafios principais: uso de ciência de dados para medir a flexibilidade operativa do Sistema Interligado Nacional (SIN); desenvolvimento de uma ferramenta para cálculo padronizado de índices climáticos; e automatização da Base de Providências Regulatórias (BPREG) usando inteligência artificial. As inscrições podem ser realizadas até 1º de junho. (Agência CanalEnergia - 05.05.2025)
Vibra Energia investe em inovação com IA
A Vibra Energia tem investido fortemente em inovação, com foco em inteligência artificial (IA) e apoio a startups, especialmente fundadas por mulheres, para se consolidar como uma plataforma multienergia. A aplicação de IA em áreas como logística e planejamento de demanda resultou em uma economia de cerca de R$ 1 bilhão ao otimizar a alocação de estoques e prever demandas regionais. Além disso, a empresa está estruturando um fundo de R$ 150 milhões para investir em startups alinhadas à sua estratégia, como eletrificação e inteligência para postos de combustível. A Vibra também desenvolve novos produtos, como o "Agritop", combustível eficiente para o setor agrícola. A estratégia visa a transição energética e posiciona a empresa para qualquer cenário futuro, seja com veículos elétricos, híbridos ou biocombustíveis. (Valor Econômico - 07.05.2025)
Prysmian oferta cabo para projeto piloto da Neoenergia Elektro
A Prysmian irá fornecer o cabo Multiplex Green para aplicação em um projeto-piloto da Neoenergia Elektro na região de Rio Claro-SP. O Multiplex Green da Prysmian é um cabo de alumínio autossustentado multiplexado de baixa tensão que pode ser utilizado pelas concessionárias de energia em sistemas aéreos de distribuição de energia. Este cabo pertence à família Green da marca, na cobertura, 20% de polietileno de origem vegetal e material derivado da cana-de-açúcar. Ademais, a concessionária visa testar um segmento de 5KM de cabo em condições reais de operação, segundo a empresa, o modelo multiplexado não desarma o circuito quando entra em contato com galhos de árvores, por conta, da sua constituição de três condutores fases de alumínio e seu componente neutro de sustentação. (Agência CanalEnergia - 05.05.2025)
Energias Renováveis
Sol Agora: Carteira de clientes cresceu 43% até abril de 2025
A fintech de energia Sol Agora, registrou um crescimento significativo em sua base de clientes nos primeiros quatro meses de 2025, tendo atingido a marca de 60 mil contratos, o que representa um aumento de 43% em relação ao período anterior. A empresa, que faz parte do grupo Brookfield, tem como foco principal oferecer financiamento para a aquisição e instalação de baterias e painéis solares. Com um volume mensal de aproximadamente R$90 milhões em financiamentos concedidos, a empresa recebe cerca de R$1 bilhão em pedidos todo mês. A projeção da fintech é de conceder R$1,2 bilhão em financiamentos em 2025, totalizando R$2,4 bilhões ao longo de seus três primeiros anos de operação. Esse crescimento expressivo reflete a crescente demanda por soluções sustentáveis e atraentes no mercado de energia e, ante a boa performance, a Sol Agora vem se consolidando como uma importante player nesse segmento. (Broadcast Energia - 06.05.2025)
Engie lança edital InovaSolar para financiar projetos inovadores em energia solar
A Engie Brasil abriu a chamada pública InovaSolar, destinada a financiar projetos de inovação para usinas solares. Podem participar ICTs, universidades, startups e empresas de base tecnológica sediadas no Brasil, com inscrições gratuitas até 9 de junho. As propostas selecionadas integram um projeto de PD&I, gerido pela Engie no âmbito do programa da Aneel, focando em eficiência operacional e geração de energia solar. Não há limite de valor, mas os custos devem ser compatíveis com o escopo. Prioridade será dada a projetos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Os selecionados, divulgados em julho, terão até 18 meses para execução, incluindo testes e relatório final. As equipes devem ter líder técnico (doutor ou sênior) e até dois profissionais ou bolsistas. Recursos cobrirão equipe, materiais, infraestrutura (ICTs/universidades) e softwares/viagens (empresas). (Agência CanalEnergia - 02.05.2025)
Fabricantes chinesas de painéis solares registram prejuízo histórico de US$ 3,7 bi
Sete grandes fabricantes chinesas de painéis solares registraram pela primeira vez em 2024 um prejuízo líquido combinado de 27 bilhões de yuan (US$ 3,7 bilhões), devido à superprodução que fez a oferta superar amplamente a demanda. Embora a China represente mais da metade das novas instalações solares no mundo, o forte investimento nas empresas, impulsionado pela campanha do governo chinês para expandir tecnologias avançadas, resultou em um excesso de oferta. Apesar do crescimento das instalações solares globais, o excesso de produção levou a uma queda nos preços dos painéis, impactando as finanças das empresas. O mercado também enfrentou dificuldades com a exportação de painéis solares a preços baixos, o que afetou negativamente os fabricantes da Europa. Como resultado, as empresas começaram a ajustar sua produção, com a LONGi adiando a abertura de uma nova fábrica para 2026. A recuperação do setor a curto prazo parece incerta, dada a alta capacidade de produção já existente. (Valor Econômico - 07.05.2025)
Gás e Termelétricas
Subsea7 e Petrobras: Contrato de US$ 1,25 bi para o desenvolvimento submarino de Búzios 11
A Subsea7 anunciou, em 5 de maio, a assinatura de um contrato com a Petrobras no valor de US$ 1,25 bilhão para o desenvolvimento do projeto Búzios 11 (FPSO P-83). O contrato inclui a engenharia, aquisição, fabricação, instalação e pré-comissionamento de um sistema de risers rígidos e linhas de fluxo, com extensão total de 112 km. As atividades de gerenciamento e engenharia começarão imediatamente em escritórios da Subsea7 no Rio de Janeiro, Paris e Sutton, enquanto a fabricação dos dutos será realizada na spoolbase da empresa em Ubu, no Espírito Santo. As atividades offshore estão programadas para 2027 e 2028. O FPSO P-83, que será instalado no campo de Búzios, terá capacidade para produzir 225 mil barris de petróleo por dia, processar até 12 milhões de m³/dia de gás e armazenar mais de 1,6 milhão de barris de petróleo. Segundo o Vice-Presidente Sênior do Brasil e Centro de Projetos Globais Oeste da Subsea7, Yann Cottart, o acordo reforça a experiência da empresa em entregar projetos de grande escala e sua capacidade de execução, ao mesmo tempo em que contribui para o desenvolvimento do Brasil. (Petronotícias – 05.05.2025)
EUA: Utah, Idaho e Wyoming firmam pacto para criar corredor energético com foco em energia nuclear
Os governadores dos estados americanos de Utah, Idaho e Wyoming assinaram um acordo para estabelecer um corredor energético regional baseado em tecnologia nuclear avançada. O memorando, firmado durante a cúpula Built Here: Nuclear Energy Summit, visa fortalecer a resiliência energética, alinhar políticas, atrair investimentos e acelerar o desenvolvimento de energia nuclear acessível. Os estados cooperarão em infraestrutura, regulamentação e defesa de apoio federal, além de expandir a capacitação de mão de obra. Utah também aprovou leis como o H.B. 249, que facilita financiamento e regulamentação para projetos nucleares. A iniciativa Operation Gigawatt, lançada em 2024, busca dobrar a produção energética do estado em uma década, priorizando transmissão, diversificação de fontes e inovação. (Petronotícias – 04.05.2025)
Mitsubishi Heavy negocia com fornecedores para desenvolver reator nuclear avançado
A Mitsubishi Heavy está negociando com mais de 200 fornecedores para desenvolver um reator nuclear avançado de água leve, com lançamento previsto para a década de 2030. A empresa está avaliando a capacidade desses fornecedores de entregar componentes essenciais para usinas nucleares, como grandes peças forjadas e válvulas de segurança. Até agora, cerca de 150 componentes foram confirmados, e alternativas serão consideradas caso algum item não esteja disponível. Embora o Japão tenha planos de substituir reatores desativados por modelos de ponta, a construção de novos reatores nucleares enfrenta desafios devido à relutância no Japão e em outros países, como os EUA e a Europa, em investir em novos projetos. Em contrapartida, a China tem avançado rapidamente na construção e melhoria de sua tecnologia nuclear, o que torna essencial para o Japão manter sua competitividade nesse setor, considerado uma questão de segurança nacional. (Valor Econômico - 07.05.2025)
Biblioteca Virtual
CASTRO, Nivalde de; ROCHA, Katia; CASTRO, Bianca de Magalhães de. "A proposta do MME de reforma do setor elétrico brasileiro".
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