IFE Diário 6.169
Mercado Livre de Energia Elétrica
Governo planeja liberar escolha de fornecedor de energia para todos os consumidores até 2028
O Ministério de Minas e Energia (MME) confirmou uma proposta de reforma do setor elétrico que permitirá a todos os consumidores brasileiros escolherem livremente seus fornecedores de energia a partir de 2028. A abertura será feita em duas etapas: indústrias e comércios poderão migrar para o mercado livre a partir de 1º de janeiro de 2027, enquanto os demais consumidores, incluindo residências, terão essa opção a partir de 1º de janeiro de 2028. O objetivo é oferecer liberdade de escolha, seja por fonte (hidráulica, solar, eólica) ou preço, similar ao mercado de telefonia. Atualmente, apenas grandes consumidores têm acesso ao mercado livre, mas em 2022 houve flexibilização para pequenas e médias empresas. A proposta ainda depende de aprovação do Congresso. (O Globo – 16.04.2025)
MME: Proposta de reforma do setor prevê abertura do mercado para baixa tensão
A proposta de reforma do setor elétrico do Ministério de Minas e Energia (MME) prevê a abertura gradual do mercado de energia para consumidores de baixa tensão: a partir de 2027 para indústria e comércio, e em 2028 para os demais consumidores. Entre os principais pontos da proposta estão a criação do Supridor de Última Instância (SUI), a redistribuição dos encargos entre consumidores do mercado livre e regulado, e a ampliação da tarifa social. As medidas incluem o rateio igualitário das cotas de energia de Angra 1 e 2, com a inclusão dos consumidores livres entre os possíveis compradores dessa produção, e a divisão dos subsídios à geração distribuída, que são bancados atualmente pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) com quota incidente sobre a tarifa regulada. Ademais, o projeto busca corrigir distorções na autoprodução de energia, limitando benefícios a empreendimentos com demanda mínima de 30 MW e participação societária mínima de 30%. Também é proposto o fim gradual dos descontos nas tarifas de uso das redes (Tust e Tusd) para consumidores livres, que atualmente oneram os regulados. Além disso, a reforma inclui medidas para destravar débitos do Mercado de Curto Prazo (MCP). Segundo o ministro Alexandre Silveira, o texto é politicamente viável e sensível às necessidades dos mais vulneráveis. (Agência CanalEnergia - 17.04.2025)
Regulação
Artigo GESEL: "Medidas para mitigar impactos dos curtailments"
Em artigo publicado pelo Broadcast Energia, Nivalde de Castro (professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador-geral do GESEL), Fernando França (pesquisador associado do GESEL-UFRJ) e Roberto Brandão (diretor centífico do GESEL-UFRJ) analisam as medidas aprovadas pelo CMSE para aumentar a transferência de energia do Nordeste para o Sudeste/Centro-Oeste, reduzindo curtailments de geração renovável. Em 2024, 5,75% da geração eólica e fotovoltaica foi cortada, chegando a 7,20% entre junho e dezembro. As medidas incluem: redução temporária dos critérios de confiabilidade pelo ONS, aprimoramento dos SEP, avanço do GT Cortes de Geração e monitoramento de empreendimentos de transmissão. O apagão de agosto/2023 revelou discrepâncias entre parâmetros técnicos informados e comportamento real dos geradores. As soluções propostas envolvem flexibilização dos critérios de confiabilidade, melhor uso dos SEP e, a longo prazo, sistemas de armazenamento, ampliação da transmissão e redução de subsídios cruzados. Acesse o artigo aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 24.04.2025)
MME lança plano para polos de irrigação no Brasil
O Ministério de Minas e Energia (MME) apresentou às distribuidoras de energia elétrica a Aliança pelo Desenvolvimento Energético dos Polos e Projetos de Irrigação do Brasil. A iniciativa, que conta com a parceria dos Ministérios da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e da Agricultura e Pecuária (Mapa), tem como objetivo fomentar a agricultura irrigada no país por meio de ações coordenadas entre os setores de energia e agropecuária. Com cerca de 9,6 milhões de hectares atualmente irrigados, o Brasil possui potencial para ampliar essa área em até 53,4 milhões de hectares, divididos entre áreas agrícolas, 26,69 milhões, e pastagens, 26,72 milhões. A irrigação já responde por 50,5% do uso consuntivo de água no país, com tendência de crescimento nos próximos anos. (Agência CanalEnergia - 17.04.2025)
MME prorroga CP para zerar consumo de energia em prédios públicos
O Ministério de Minas e Energia (MME), por meio da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), prorrogou por mais dois meses a Chamada Pública Procel Energia Zero em Prédios Públicos. Segundo a instituição vinculada ao ministério, as propostas técnicas poderão ser enviadas até 11 de julho de 2025 pelo site oficial para que gestores federais, estaduais, municipais e distritais possam ter acesso aos R$ 100 milhões disponíveis para a eficientização de edificações existentes por meio de reformas e da instalação de geração distribuída renovável. De acordo com o MME, os recursos disponibilizados pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), serão investidos prioritariamente em prédios administrativos e das áreas de educação e saúde nas três esferas de governo. Dos R$100 milhões, R$25 milhões serão destinados a municípios gaúchos em razão da tragédia ambiental vivida em maio de 2024. Os R$75 milhões restantes serão distribuídos igualmente entre estados das regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul, considerando-se, para a última região, municípios do Paraná, de Santa Catarina e as cidades do Rio Grande do Sul não incluídas no decreto de calamidade pública. (Agência CanalEnergia - 17.04.2025)
Aneel aguarda proposta alternativa da Amazonas Energia sobre transferência de controle
A Aneel aguarda uma proposta alternativa da Amazonas Energia para a transferência de controle à Âmbar, do Grupo J&F. A operação está sob decisão judicial e foi prorrogada por mais 90 dias. A empresa se comprometeu a apresentar a contraproposta em até dez dias após tentativa inicial de conciliação em março. A transação envolve flexibilizações regulatórias de até R$8 bilhões e aportes de R$ 10 bilhões. A agência reitera que qualquer acordo precisa atender parâmetros jurídicos e técnicos. No entanto, se a proposta for inadequada, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região decidirá sobre a continuidade ou não da prorrogação. Aneel segue buscando uma solução que equilibre interesses regulatórios e consumidores. Essa medida visa mitigar os impactos econômicos e jurídicos associados à transação. (Agência CanalEnergia - 16.04.2025)
Compensação à gratuidade da energia pode afetar IPCA em até 0,07 pp no ano, preveem analistas
A depender da estratégia adotada pelo governo, a compensação da medida que irá ampliar a gratuidade e a faixa de descontos nas contas de luz do País pode ter um impacto altista entre 0,06 e 0,07 ponto porcentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano em que entrar em vigor. O cálculo foi feito por economistas do mercado financeiro, a pedido do Broadcast. Nesta semana, o Ministério de Minas e Energia (MME) apresentou uma proposta de reforma do setor elétrico brasileiro. Entre as medidas anunciadas, está a gratuidade no consumo mensal até 80 quilowatts-hora (kWh) para famílias beneficiadas pela Tarifa Social de Energia Elétrica e a ampliação da faixa de descontos, com um custo estimado de R$3,6 bilhões por ano, segundo a pasta. O valor poderá ser custeado pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e o aumento da tarifa para demais consumidores regulados. (Broadcast Energia - 17.04.2025)
Artigo de Edvaldo Santana: "Os desnecessários subsídios do setor elétrico brasileiro"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Edvaldo Santana (ex-diretor da Aneel) trata da comparação entre a distribuição de recursos no setor elétrico brasileiro e a história do livro O Homem que Calculava, de Malba Tahan. Ele critica a forma como os subsídios no setor elétrico têm distorcido a eficiência e a produtividade, favorecendo aqueles com poder político em detrimento de uma gestão mais racional dos recursos. Santana aponta que o modelo atual, incentivado por subsídios e falhas de integração das fontes renováveis com a rede elétrica, resultou em custos altos, como o apagão de 2023, que gerou prejuízos financeiros. Além disso, ele questiona a proposta do Ministério de Minas e Energia de isentar da conta de luz usuários de baixa renda, argumentando que, embora a medida pareça positiva, ela pode aumentar os subsídios de maneira desequilibrada e injusta, afetando ainda mais os consumidores mais pobres.(GESEL-IE-UFRJ – 24.04.2025)
Gesel/Nivalde de Castro: Instalar novos projetos de hidrogênio é decisão desconectada do planejamento das linhas de transmissão
Investimentos de até R$ 128 bilhões em projetos de data center e usinas de hidrogênio verde no Porto do Pecém (CE) estão incertos devido à negativa de acesso à rede elétrica pelo ONS. Os projetos da Casa dos Ventos (R$ 99 bilhões) e da australiana Fortescue (R$ 29 bilhões) foram barrados por questões de estabilidade da rede. Nivalde de Castro, professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador-geral do GESEL, explica que as redes de transmissão funcionam como estradas com capacidade limitada: "instalar esses novos projetos é uma decisão de investimento desconectada do planejamento das linhas de transmissão". Ele pondera que o problema não decorre de falta de planejamento governamental, destacando que "o segmento de transmissão é o mais bem estruturado do setor elétrico". O estudo para viabilizar a conexão desses empreendimentos deve ser concluído pela EPE apenas em dezembro, prazo considerado longo pelas empresas que temem perder incentivos previstos no Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio. Leia a matéria na íntegra aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 24.04.2025)
MME apresenta reforma do setor elétrico e calcula gasto extra de R$4,5 bi com tarifa social
O Ministério de Minas e Energia enviou na quarta-feira (16/04) à Casa Civil uma minuta com a proposta de reforma do setor elétrico. Ela é dividida em três eixos principais, que contemplam a ampliação da tarifa social de energia elétrica, abertura do mercado para a baixa tensão em 2027 e 2028 e rateio mais justo de encargos e subsídios entre consumidores dos ambientes livre e regulado. As medidas relacionadas à tarifa social terão custo adicional da ordem de R$ 4,5 bilhões para a Conta de Desenvolvimento Energético e impacto tarifário estimado em 1,4% para os demais consumidores do mercado regulado. A proposta prevê a extensão da gratuidade da tarifa de energia para o consumo mensal até 80 kWh de famílias com renda per capita de até meio salário mínimo, inscritas no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federa (CadÚnico). (Agência CanalEnergia - 16.04.2025)
Reforma do setor elétrico pode ser apresentada como Medida Provisória
O projeto de reforma do setor elétrico apresentado na quarta-feira, 16 de abril, pelo Ministério de Minas e Energia poderá ser publicado via Projeto de Lei ou Medida Provisória. Para o ministro Alexandre Silveira, tem relevância e urgência para poder ser pela segunda opção, que teria vigência imediata e prazo de até 180 dias para o Congresso Nacional analisar o tema. Contudo, quem define qual será a forma é a Presidência da República. Os pontos que compõem a proposta foram apresentados ainda ontem à Casa Civil, com o conhecimento do presidente Lula, antes de ser revelado a jornalistas em uma coletiva em Brasília. O tom dessa proposta do governo é quase reeditar o viés social que teve o programa Luz Para Todos. Contudo, o projeto é abrangente e alcança principalmente a adequação de subsídios, descentralização de atividades da Aneel, abertura do mercado livre à baixa tensão, segurança de mercado, limites do PLD, entre outras ações mais complexas do setor. (Agência CanalEnergia - 17.04.2025)
MME aprova 15 projetos de reforços em transmissão junto ao Reidi
A secretaria de transição energética e planejamento do Ministério de Minas e Energia autorizou o enquadramento de 15 projetos de reforços e melhorias em instalações de transmissão de energia elétrica ao Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (Reidi). Juntos somam mais de R$ 761,1 milhões em investimentos. Seis são de posse da Eletrobras, três da Isa Energia, dois da CPFL Energia, um da Neoenergia e os três restantes da Serra Paracatu Transmissora de Energia, Luziânia-Niquelândia Transmissora e SE Narandiba. Entre os destaques estão as obras na subestação São José (RJ), compreendendo a troca do 11º e 12º Transformadores por outros com nível de tensão 500/138 kV e 3×300 MVA em capacidade. A data de conclusão é para junho de 2027, por meio de investimentos de R$ 186,7 milhões com incidência de PIS/PASEP e de COFINS. A subestação Imperatriz, Ji-Paraná, Dutra e Vilhena, em Rondônia e Maranhão, também vão receber melhorias como troca de transformadores e remanejo de linhas. A iniciativa está orçada em mais de R$ 148,8 milhões incluindo as taxas. (Agência CanalEnergia - 16.04.2025)
AGU assegura legalidade de cortes de energia a serviços públicos inadimplentes
A Advocacia-Geral da União (AGU) obteve no STF decisão que valida a suspensão do fornecimento de energia a órgãos públicos inadimplentes, revertendo entendimento anterior do TRF2. O tribunal confirmou a constitucionalidade da Lei nº 9.427/1996 e da Resolução da Aneel, que permitem cortes mesmo a entes prestadores de serviços essenciais. O caso surgiu de ação do MPF, que alegava risco ao interesse coletivo, mas o ministro André Mendonça considerou o julgamento do TRF2 excessivamente amplo, sem base concreta. A AGU defendeu que a medida protege a sustentabilidade do setor elétrico e a segurança jurídica dos contratos. (Agência CanalEnergia - 16.04.2025)
Aneel abre consulta pública para definir tarifas de transmissão e distribuição de energia
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) está recebendo contribuições da sociedade para a base de dados preliminar que definirá as Tarifas de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) e de Distribuição para Centrais Geradoras (TUSDg) no ciclo 2025-2026. A consulta pública, denominada Tomada de Subsídios Nº 003/2025, está aberta até 6 de maio de 2025, e as sugestões podem ser enviadas para o e-mail ts003_2025@aneel.gov.br. A iniciativa visa garantir transparência e participação no processo de revisão tarifária. (Aneel – 17.04.2025)
Aneel aprofunda análise para renovação de concessões de distribuidoras de energia
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu aprofundar a análise dos critérios para renovação de contratos de concessão, o que pressiona seis distribuidoras de energia — Enel RJ, Enel SP, Light, Equatorial Pará, Neoenergia Coelba e Enel CE — cujos contratos vencem entre 2025 e 2031. A reavaliação foi motivada por discussões no caso da EDP Espírito Santo e inclui novos parâmetros de qualidade, como a duração e frequência das interrupções, tempo de atendimento emergencial, e indicadores de satisfação do consumidor. A proposta é tornar mais rigorosa a análise, inclusive com audiências públicas, o que pode colocar em risco a renovação de contratos das concessionárias com pior desempenho. A decisão final ainda não foi tomada, pois o processo segue em debate interno na Aneel. (Valor Econômico - 22.04.2025)
Aneel abre consulta pública para revisão dos Procedimentos de Rede
A Aneel iniciou nesta quinta-feira (17/4) a Tomada de Subsídios nº 004/2025, buscando contribuições da sociedade, agentes do setor elétrico, academia e órgãos públicos para revisar os Procedimentos de Rede. O objetivo é resolver lacunas normativas da Resolução 1.107/2024, garantindo maior segurança jurídica. As mudanças abrangem submódulos como identificação de não conformidades (1.3), apuração de geração e indisponibilidade (6.5 e 6.7), cálculo de uso do sistema de transmissão (6.8) e apuração de encargos setoriais (8.3). As sugestões podem ser enviadas até 19 de maio de 2025 para ts004_2025@aneel.gov.br. A iniciativa visa aprimorar a regulação do ONS, assegurando maior clareza nos processos decisórios. (Aneel – 17.04.2025)
Aneel aprova reajustes tarifários para distribuidoras do Nordeste
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou os reajustes anuais das distribuidoras Neoenergia Cosern (RN), Neoenergia Coelba (BA) e Energisa Sergipe, válidos a partir de 22 de abril. A Cosern terá redução média de 0,32%, beneficiando 1,6 milhão de consumidores. Já a Coelba terá aumento médio de 2,05%, afetando 6,7 milhões de unidades consumidoras, com variações entre alta tensão (+2,53%) e baixa tensão (+1,88%). A Energisa Sergipe terá o maior ajuste (+7% em média), com alta de 8,10% para consumidores de alta tensão e 6,69% para baixa tensão, impactando 895 mil clientes. As mudanças refletem revisões periódicas autorizadas pela agência reguladora. (Agência CanalEnergia - 15.04.2025)
Transição Energética
Brasil e China discutem cooperação em energias renováveis no Summit Valor Econômico 2025
O terceiro painel do “Summit Valor Econômico Brazil-China 2025”, realizado em Xangai, abordou os desafios da transição energética com foco em energias renováveis, destacando o papel estratégico do Brasil e da China nesse processo global. O ministro brasileiro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, enfatizou a importância do multilateralismo e da COP30 como oportunidade para conectar sustentabilidade à inclusão social. Especialistas e representantes do setor energético destacaram o potencial brasileiro em fontes renováveis, como biomassa, eólica e solar, e apontaram oportunidades de cooperação com a China, incluindo transferência de tecnologia, investimentos em redes de transmissão e desenvolvimento de data centers sustentáveis. Empresas chinesas como Huawei, State Grid e China Three Gorges reforçaram seu compromisso com o Brasil e discutiram soluções técnicas para expandir a infraestrutura energética e apoiar os planos de reindustrialização do país. (Valor Econômico - 23.04.2025)
Mobilidade, energia e tecnologia guiam parcerias Brasil-China
O Brasil vive um momento estratégico para atrair investimentos chineses, especialmente no setor automotivo, energia e mobilidade urbana, conforme destacou Rui Gomes, presidente da Invest São Paulo, durante o “Summit Valor Econômico Brazil-China 2025”, em Xangai. A estabilidade regulatória brasileira e exemplos sólidos como os contratos de concessão de São Paulo oferecem segurança aos investidores. A tensão comercial entre China e EUA também cria oportunidades para o Brasil fortalecer laços com o mercado chinês. O escritório da Invest São Paulo em Xangai tem sido fundamental na intermediação de grandes empreendimentos, e o interesse chinês em projetos de mobilidade e energia limpa no Brasil cresce, como apontado também pelo governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro. A ApexBrasil, por sua vez, busca diversificar as exportações além das commodities, promovendo setores como indústria, tecnologia e startups, enquanto a China se mantém como principal destino das exportações brasileiras. (Valor Econômico - 24.04.2025)
Cláudio Castro busca na China investimentos para transição energética e inovação no Rio
Durante sua visita à China para o “Summit Valor Econômico Brazil-China”, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, buscou atrair investimentos chineses em áreas estratégicas como transição energética, segurança pública, saúde e mobilidade urbana. Em Xangai, Castro se reuniu com a empresa Envision, que estuda investir no estado na produção de combustível sustentável para aviação (SAF), e ofereceu incentivos para sua instalação. Também avançou em tratativas com empresas de equipamentos médicos e de segurança, incluindo tecnologias de monitoramento com inteligência artificial. No setor de transportes, anunciou um acordo com a estatal CRRC para modernização do sistema ferroviário fluminense e estuda a aquisição de novos trens e ônibus elétricos, com possibilidade de instalação de fábricas no estado. As negociações estão em estágio inicial, mas o governo fluminense vê potencial para fortalecer o Rio como um polo nacional de transição energética e inovação. (Valor Econômico - 24.04.2025)
Envision estuda maior presença no Estado do Rio através de possíveis investimentos
A empresa chinesa Envision, especializada em energias renováveis, estuda investimentos no Brasil na produção de combustível sustentável de Aviação. O governador do Rio, Cláudio Castro, se reuniu na terça em Xangai com representantes da empresa e ofereceu incentivos para a instalação da multinacional no estado. De acordo com a empresa, as discussões ainda estão em estágio preliminar. (O Globo – 23.04.2025)
Reunião de líderes enfatiza transição para energias renováveis antes da COP30
Na primeira reunião de chefes de Estado focada em ação climática em 2025, o secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou indiretamente governos e grupos econômicos que pressionam pela continuidade dos combustíveis fósseis, defendendo que "ninguém pode deter a revolução da energia limpa". Convocada por ele e pelo presidente Lula, a reunião virtual contou com líderes de grandes economias e países vulneráveis, com o objetivo de fortalecer o multilateralismo e cobrar compromissos climáticos ambiciosos antes da COP30, no Brasil. Guterres destacou que apenas 18 dos mais de 190 países signatários do Acordo de Paris apresentaram suas NDCs para 2035 e cobrou urgência na transição para energias renováveis, apontadas como a “oportunidade econômica do século”. Ele reforçou a necessidade de financiamento para países em desenvolvimento e pediu um plano confiável para mobilizar US$ 1,3 trilhão anuais até 2035, além do cumprimento da meta de US$ 40 bilhões anuais para adaptação climática ainda em 2025. (Valor Econômico - 23.04.2025)
Comitê do FONTE divulga resultado do processo seletivo público
O Comitê Executivo do Fórum Nacional de Transição Energética (CE FONTE) publicou nesta quinta-feira, 17 de abril, no Diário Oficial da União, oresultado do Processo Seletivo Público para seleção dos representantes da sociedade civil para composição do Plenário do Fórum Nacional de Transição Energética (Plenário Fonte), para o biênio 2025/2026, para os Subsegmentos Academia e Instituição de Ciência e Teconologia – ICT, Movimentos Sindicais, Movimentos Sociais e Organizações da Sociedade Civil – OSC De acordo com a publicação, a indicação dos representantes, titular e suplente, ao Plenário do Fonte devem ser feitas até o dia 25 de abril de 2025, em atendimento ao Edital de Convocação nº 1/2025 – Fonte e previsto no cronograma do processo seletivo estabelecido na Resolução CEFONTE nº 3, de 17 de fevereiro de 2025. (Agência CanalEnergia - 17.04.2025)
Papa Francisco e seu legado de defesa da transição para energias limpas e a justiça climática
Quando Jorge Mario Bergoglio foi eleito papa em 2013, escolheu o nome Francisco em homenagem ao santo padroeiro da ecologia, refletindo sua visão de justiça humana e ambiental. Sua encíclica de 2015, Laudato Si', foi a primeira dedicada ao aquecimento global e uniu questões de ciência climática, desigualdade social e consumo excessivo, influenciando o Acordo de Paris de 2015. Francisco defendeu a transição para a energia limpa, denunciando a negação climática e promovendo a justiça climática e os direitos dos povos indígenas. Sua atuação foi crucial para incluir temas de equidade no Acordo de Paris, mas suas críticas ao capitalismo geraram resistência, especialmente nos Estados Unidos. Apesar das críticas, o Movimento Laudato Si' cresceu globalmente, com católicos se engajando na luta contra a crise climática. Seu legado continua a inspirar ação climática, independentemente de quem o suceda. (Valor Econômico - 22.04.2025)
Artigo de Pedro Lovisi: "Trump e mudanças na Europa derrubam entusiasmo com produção de hidrogênio verde no Brasil"
Em artigo publicado pela Folha de São Paulo, Pedro Lovisi (jornalista) trata das dificuldades e desafios enfrentados pelo Brasil para se tornar um líder global na produção de hidrogênio verde. Inicialmente visto como uma oportunidade promissora para o desenvolvimento do país e sua economia verde, o entusiasmo em torno do hidrogênio verde foi esfriando devido a incertezas internacionais, como o impacto da presidência de Donald Trump e a hesitação de países europeus, especialmente a Alemanha, em manter metas ambiciosas para o setor. Além disso, os custos elevados de produção e o alto custo logístico de transporte do hidrogênio dificultam a competitividade dos projetos brasileiros, que enfrentam também a falta de contratos antecipados com compradores. Apesar disso, há expectativa de que o Brasil possa ainda competir, especialmente com novos leilões de fornecimento para a Europa, e que a demanda interna, focada em descarbonizar o uso de hidrogênio pela Petrobras, possa ajudar a viabilizar o mercado nacional. (GESEL-IE-UFRJ – 24.04.2025)
Artigo de Stella Sousa: "Fronteira de carbono europeia: barreira ou oportunidade?"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Stella Sousa (especialista em Transição Energética do Instituto E+ Transição Energética) trata do impacto do Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira (CBAM), que impõe tarifas sobre a importação de produtos de setores intensivos em CO2 pela União Europeia a partir do próximo ano. A autora destaca que, apesar do impacto potencial limitado para o Brasil, devido à pequena parcela das exportações para a Europa, a criação de mecanismos similares por outros países pode aumentar a pressão sobre o setor industrial brasileiro. A autora sugere que uma estratégia de engajamento com a UE e a harmonização do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) com as regras europeias pode preservar a competitividade das exportações brasileiras. Além disso, ela enfatiza a importância de aproveitar a matriz energética limpa do Brasil e de desenvolver soluções sustentáveis, como biometano e biomassa, para garantir uma vantagem competitiva. O artigo conclui com a urgência de o Brasil criar seu próprio CBAM nacional para evitar se tornar um destino de produtos poluentes, garantindo uma transição energética e industrial sustentável. (GESEL-IE-UFRJ – 24.04.2025)
SumSummit Valor Brazil-China 2025: Evento explora desafios da transição energética e papel estratégico do Brasilmit Valor Brazil-China 2025 reforça parcerias e transição energética
O “Summit Valor Brazil-China 2025”, realizado em Xangai, teve como foco o fortalecimento do multilateralismo, a transição energética e as oportunidades de negócios entre Brasil e China. O evento, organizado por Valor, Editora Globo, Cebri e Caixin Media, reuniu cerca de 200 participantes dos dois países, incluindo autoridades, empresários e especialistas, que discutiram temas como agronegócio, energia, mineração, cidades inteligentes, finanças e indústria automotiva. Houve destaque para os interesses comuns em fontes de energia limpa, como biomassa, solar e eólica, além dos impactos da guerra comercial entre EUA e China. O encontro reforçou o ambiente favorável ao aprofundamento das parcerias bilaterais. O terceiro painel abordou os desafios da transição energética com foco em energias renováveis, destacando o papel estratégico do Brasil e da China nesse processo global. O ministro do MME, Alexandre Silveira, enfatizou a importância do multilateralismo e da COP30 como oportunidade para conectar a sustentabilidade à inclusão social. Especialistas e representantes do setor energético destacaram o potencial brasileiro em fontes renováveis, como biomassa, eólica e solar, e apontaram oportunidades de cooperação com a China, incluindo transferência de tecnologia, investimentos em redes de transmissão e desenvolvimento de data centers sustentáveis. Empresas chinesas como Huawei, State Grid e China Three Gorges reforçaram seu compromisso com o Brasil e discutiram soluções técnicas para expandir a infraestrutura energética e apoiar os planos de reindustrialização do país. (Valor Econômico - 24.04.2025)
Crise Climática
Presidente da COP30 destaca desafio de financiar US$ 1,3 tri até 2035
O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, afirmou que o principal desafio climático atual é viabilizar o financiamento de US$ 1,3 trilhão até 2035 para implementar programas ambientais, especialmente relacionados ao clima. Segundo ele, já existe consenso entre líderes e doadores sobre esse valor, e o foco até a conferência, em novembro, será apresentar formas concretas de captar esses recursos. Durante evento paralelo às reuniões do FMI e Banco Mundial em Washington, Corrêa do Lago destacou a importância do envolvimento do Ministério da Fazenda e de suas contrapartes internacionais para garantir a implementação das propostas discutidas nas COPs. Ele defendeu o uso de todos os mecanismos financeiros disponíveis para alcançar a meta e reforçou a necessidade de colaboração entre governos. (Valor Econômico - 23.04.2025)
Comissão debate impactos econômicos da COP30 e oportunidades para o Brasil
A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados realizou uma audiência pública em 22 de abril de 2025 para discutir os aspectos econômicos e financeiros da COP 30, conferência global da ONU sobre mudanças climáticas. O evento, solicitado pelo deputado Sidney Leite (PSD-AM), destacou a edição brasileira da COP, sediada em Belém (PA), como uma chance para o país liderar debates sobre desenvolvimento sustentável. Leite enfatiza o potencial da Zona Franca de Manaus (ZFM) em aliar crescimento econômico e políticas ambientais, gerando inclusão social e empregos. A COP 30 também pode impulsionar a regulamentação de mercados de carbono e reflexões sobre transição energética, deixando um legado para a economia verde. (Agência Câmara de Notícias – 16.04.2025)
China amplia compromisso climático com foco em gases de efeito estufa além do CO2
A China, maior emissora de gases-estufa do mundo, anunciou que seu próximo compromisso climático (NDC) cobrirá todos os setores da economia e todos os gases de efeito estufa. O presidente Xi Jinping fez o anúncio durante uma reunião virtual de líderes copresidida por Luiz Inácio Lula da Silva e António Guterres, destacando a importância de transformar metas climáticas em resultados tangíveis por meio de políticas concretas. A nova NDC, que será apresentada antes da COP30 em Belém, incluirá não apenas as emissões de CO2, mas também de outros gases de efeito estufa, um passo importante, já que as emissões de outros gases na China já tinham um impacto climático maior que o de países como Japão e Brasil. O anúncio surge em um momento crítico, pois apenas 18 dos mais de 190 países do Acordo de Paris entregaram seus compromissos climáticos até o momento. (Valor Econômico - 23.04.2025)
Estudo liga grandes corporações a US$ 28 tri em danos climáticos
Um novo estudo conduzido por pesquisadores do Dartmouth College estimou que as maiores corporações do mundo causaram cerca de US$ 28 trilhões em danos climáticos, com mais da metade desse valor concentrado em dez grandes fornecedoras de combustíveis fósseis, como Saudi Aramco, Gazprom, Chevron e ExxonMobil. Utilizando simulações computacionais e dados históricos de emissões desde 1888, os cientistas conseguiram traçar uma ligação direta entre os gases emitidos por essas empresas e o aquecimento global, incluindo o impacto em eventos extremos como ondas de calor. O estudo busca fortalecer a base científica para responsabilização legal das empresas, semelhante ao que já ocorreu com a indústria do tabaco, argumentando que agora é possível rastrear com precisão os danos até os grandes emissores. Especialistas elogiaram a robustez da metodologia e apontaram que ela pode mudar o cenário judicial global ao reforçar as evidências de responsabilidade corporativa pela crise climática. (Valor Econômico - 23.04.2025)
Chuvas intensas causam falta de energia e deslizamentos na Baixada Santista
As fortes chuvas que atingiram o litoral de São Paulo entre os dias 18 e 19 de abril causaram alagamentos, falta de energia, deslizamentos e a abertura de uma cratera em São Vicente, especialmente nas cidades da Baixada Santista como Santos, Guarujá e São Vicente. No Guarujá, a precipitação chegou a 215 mm em 24 horas, enquanto Santos acumulou quase 280 mm em abril. Em São Vicente, a cratera próxima ao Edifício Solaris está sendo investigada por órgãos como a Defesa Civil, IPT e Sabesp. Sirenes foram acionadas em áreas de risco, abrigos foram disponibilizados, mas muitos desabrigados preferiram ficar com parentes. Nas redes sociais, moradores compartilharam vídeos e relatos da situação, enquanto a Defesa Civil segue com monitoramento constante até o fim de abril. Não há registros de vítimas até o momento. (Valor Econômico - 20.04.2025)
Artigo de Estevão Taiar: "Premiê canadense ‘conversa’ com BC"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Estevão Taiar (jornalista) trata da atuação de Mark Carney, atual primeiro-ministro do Canadá, na agenda de sustentabilidade e na interação com o Banco Central do Brasil (BCB) sobre riscos climáticos e a transição para uma economia verde. Carney, ex-presidente dos bancos centrais do Canadá e da Inglaterra, destacou o potencial do Brasil como economia verde e a importância de incluir os riscos climáticos no sistema financeiro global. Ele também enfatizou as oportunidades de investimento no Brasil, especialmente em soluções sustentáveis baseadas na natureza, embora reconhecesse os desafios dessa transição. O artigo também aborda a relação comercial entre Brasil e Canadá, com números que mostram a balança comercial entre os dois países e o impacto dos investimentos bilaterais. (GESEL-IE-UFRJ – 24.04.2025)
Artigo de Gláucia Fernandes: "Caminhos para a 'Economia Verde' no Brasil"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Gláucia Fernandes (professora Adjunta de Finanças do COPPEAD/UFRJ) trata dos desafios globais impostos pelas mudanças climáticas, que afetam diretamente a economia mundial, impactando setores como agricultura, infraestrutura e saúde, além de gerar custos significativos. No Brasil, eventos climáticos extremos já causam perdas anuais de R$ 13 bilhões e podem levar milhões à pobreza extrema. A transição para uma economia de baixo carbono é vista como crucial, com as parcerias público-privadas (PPPs) desempenhando papel vital ao possibilitar projetos sustentáveis sem sobrecarregar os cofres públicos. Além disso, o financiamento climático e a implementação de políticas públicas como o Programa Nacional de Mobilidade Urbana Sustentável e ações de controle de desmatamento são essenciais para impulsionar a mudança. A educação ambiental e a promoção de uma transição justa, que inclua benefícios sociais, também são fundamentais para garantir um futuro sustentável, destacando a necessidade de uma colaboração entre governos, empresas e cidadãos para atingir esse objetivo. (GESEL-IE-UFRJ – 24.04.2025)
Artigo de André Castro Santos: "O café está caro — a crise climática bate à nossa mesa"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, André Castro Santos (diretor técnico na Latin American Climate Lawyers Initiative for Mobilizing Action [LACLIMA]) trata da crescente evidência de que a crise climática já impacta diretamente a economia, especialmente através do aumento dos preços dos alimentos. O café, símbolo do Brasil, é um exemplo claro, com sua produção sendo devastada por uma seca histórica. Outros alimentos como arroz, milho e feijão também estão sendo afetados por condições climáticas extremas, que têm o potencial de reduzir a produtividade agrícola do Brasil em até R$ 7 bilhões por ano até 2030. A instabilidade climática, intensificada pelo fenômeno El Niño, agrava a situação, não apenas no Brasil, mas globalmente, como visto na suspensão das exportações de arroz pela Índia. Esses impactos climáticos não são apenas questões ambientais, mas fatores macroeconômicos que afetam a inflação, o PIB e a segurança alimentar, especialmente entre os mais vulneráveis. Santos destaca a necessidade urgente de adaptar a agricultura aos novos desafios climáticos e adotar políticas públicas que protejam os pequenos produtores, uma vez que a crise climática afeta diretamente o acesso à comida e à sobrevivência. (GESEL-IE-UFRJ – 24.04.2025)
Empresas
Alupar: Aumento de capital é aprovado no valor de R$ 349 mi
A Alupar aprovou um aumento de capital social de R$ 349 milhões por meio da capitalização de parte da reserva de investimentos. Diante disso, serão emitidas 38 milhões de novas ações escriturais, sendo 25 milhões de ações ordinárias e 12 milhões de preferenciais. As ações serão bonificadas aos acionistas e detentores de Units na proporção de 4%. Farão jus à bonificação aqueles registrados como tal ao final de 16 de abril de 2025. Ainda, a bonificação será efetuada sempre em números inteiros e o custo atribuído é de R$ 9,19 por ação ou R$27,57 por Unit, conforme a Lei nº 9.249/1995. Segundo a empresa, as ações a serem emitidas conferirão aos seus titulares os mesmos direitos, vantagens e restrições atribuídas às ações já existentes, inclusive a dividendos e eventuais remunerações de capital que vierem a ser aprovados a partir de 17 de abril de 2025. (Agência CanalEnergia - 17.04.2025)
CDPQ planeja expandir investimentos no Brasil após aquisição de linhas da Equatorial
O fundo de pensão canadense CDPQ, após adquirir as linhas de transmissão da Equatorial por R$ 9,4 bilhões, planeja expandir seus investimentos no Brasil em diversos setores, incluindo energia, rodovias, mobilidade urbana, data centers e saneamento básico. Com US$ 329 bilhões sob gestão globalmente, o CDPQ vê o Brasil como um destino estratégico devido à sua diversificação e baixo nível de correlação com mercados da América do Norte e Europa. Além de focar em ativos de energia renovável e rodovias, o fundo também considera leilões de mobilidade urbana e telecomunicações, buscando sempre parcerias com operadores locais. Apesar de um ambiente regulatório desafiador em setores como geração renovável e saneamento, o CDPQ adota uma abordagem de longo prazo, com forte ênfase em sustentabilidade e governança. (Valor Econômico - 22.04.2025)
2W Ecobank entra com pedido de recuperação judicial para reestruturar R$ 1,1 bi em dívidas
A 2W Ecobank, uma das maiores comercializadoras varejistas de energia do Brasil, protocolou pedido de recuperação judicial após enfrentar uma grave crise financeira e não obter apoio suficiente para uma proposta de recuperação extrajudicial. A medida, aprovada pelo conselho de administração e a ser votada em assembleia no dia 15 de maio, busca reestruturar R$ 1,1 bilhão em dívidas, melhorar a eficiência operacional e assegurar a continuidade da empresa. A 2W tentou converter dívidas em ações, buscou compradores como a Matrix Energy e entregou um parque eólico como pagamento parcial de dívida, mas sem sucesso. Com forte alavancagem decorrente da expansão para geração de energia renovável e sem conseguir realizar um IPO em 2021, a empresa viu seus problemas se agravarem com a alta dos juros. Grande parte da dívida está concentrada em debêntures adquiridas por um fundo estruturado pelo Credit Suisse (hoje UBS), com garantias que incluem ativos da empresa e fianças do sócio controlador, Ricardo Delneri. (Valor Econômico - 23.04.2025)
Siemens Energy fecha contrato de R$ 500 mi com a Arauco para projeto no Brasil
A Siemens Energy firmou um contrato de R$ 500 milhões com a chilena Arauco para fornecer sistemas de energia à primeira fábrica da empresa no Brasil, localizada em Inocência (MS). A planta contará com turbogeradores a vapor, sistemas de distribuição e automação energética, com entrega prevista para o segundo semestre de 2027. A cogeração usará como principal combustível o licor negro, gerando até 400 MW de energia, metade para consumo interno e o restante para o mercado livre. O projeto Sucuriú será a maior fábrica de celulose do mundo construída em uma única etapa, com capacidade anual de 3,5 milhões de toneladas. O investimento total é de US$ 4,6 bilhões, financiado por uma combinação de recursos próprios, acionistas e mercado. Durante a construção, a energia será gerada temporariamente por geradores a diesel da própria Siemens. (Valor Econômico - 23.04.2025)
Enel Rio e Enel São Paulo correm risco de não ter contratos renovados
As distribuidoras de energia Enel Rio e Enel São Paulo correm o risco de não ter seus contratos de concessão renovados pela Aneel, conforme alerta feito pelo diretor da agência, Fernando Mosna. Ele propôs um novo critério de avaliação para as concessões, considerando indicadores de qualidade baseados na percepção real dos consumidores, como a duração e a frequência das interrupções no fornecimento de energia, com ajustes para eventos excepcionais. As duas distribuidoras foram reprovadas pelo novo critério, com médias de interrupções superiores ao limite regulatório, o que pode resultar em uma recomendação negativa para a renovação de seus contratos. A RGE, embora também tenha ultrapassado os limites, poderá ser considerada de forma diferenciada devido aos eventos climáticos extremos que afetaram o Rio Grande do Sul em 2024. A Enel São Paulo, por sua vez, enfrenta críticas adicionais devido a frequentes apagões em São Paulo, especialmente após chuvas fortes. (Valor Econômico - 22.04.2025)
Tarifa da Enel CE é reduzida em 2,1% para evitar alta abrupta em 2026
A Aneel aprovou redução média de -2,10% nas tarifas da Enel Ceará, evitando volatilidade que poderia gerar aumento médio de 17,61% em 2026. Parte do crédito de R$532 milhões foi diferida, reduzindo tarifas em 2025. As novas tarifas entram em vigor em 22 de abril para quase 4 milhões de consumidores, com impacto médio de -2,84% em alta tensão e -1,89% em baixa tensão. A agência também rejeitou pedidos de recomposição de perdas econômicas relacionadas à geração distribuída (GD) e a retificação de energia compensada pela distribuidora. Erros na classificação de unidades de GD pela Enel CE foram identificados, e ajustes previstos na lei do novo marco da GD influenciam o cálculo das perdas. Essa decisão reflete a preocupação da Aneel com equilíbrio tarifário e proteção aos consumidores. (Agência CanalEnergia - 15.04.2025)
Reajuste tarifário da Energisa Tocantins será debatido em audiência pública
A Aneel realizará uma audiência pública em Palmas (TO) nesta quinta-feira (24/04) para discutir a revisão tarifária da Energisa Tocantins, que atende 684 mil unidades consumidoras. O evento ocorrerá no Sebrae Tocantins, com credenciamento a partir das 8h30. A proposta prevê reajustes médios de 8,97% para residências, 9,12% para baixa tensão, 10,60% para alta tensão e impacto médio de 9,40% nos consumidores. Os ajustes consideram custos de distribuição, encargos setoriais e fatores financeiros do último processo tarifário. As novas tarifas, se aprovadas, entrarão em vigor em 4 de julho de 2025. Contribuições podem ser enviadas até 16/05 por meio da Consulta Pública nº 15/25. (Aneel – 16.04.2025)
Multa de R$ 4,9 mi à Equatorial Alagoas é mantida
A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu manter a multa de R$ 4,9 milhões aplicada à distribuidora Equatorial Alagoas. A penalidade foi confirmada após a negativa de recurso apresentado pela empresa, em razão da duração excessiva das interrupções no fornecimento de energia. A infração foi identificada durante fiscalização conduzida pela Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas (ARSAL), que atua em parceria com a Aneel no estado. Em ação promovida no ano de 2022, os fiscais da ARSAL observaram que o tempo de restabelecimento de energia elétrica de 18.103 interrupções foi demasiadamente excessivo, com duração superior a 24 horas, com prejuízos a aproximadamente 41 mil unidades consumidoras. (Agência CanalEnergia - 17.04.2025)
Siemens Energy: Elevação das projeções para o ano fiscal de 2025
A alemã Siemens Energy elevou suas projeções para o ano fiscal de 2025. A empresa informou que a nova perspectiva é que a receita cresça entre 13% e 15% no ano fiscal encerrado em setembro, acima da faixa anterior de 8% a 10%, e que o lucro líquido deve chegar a 1 bilhão de euros, excluindo itens extraordinários positivos presumidos após a cisão da unidade de energia da Siemens Limited, da Índia. Já a margem de lucro antes de itens extraordinários deve ser de 4% a 6%, acima da previsão anterior de entre 3% e 5%. O fluxo de caixa livre antes dos impostos também foi atualizado para cerca de 4 bilhões de euros. (Broadcast Energia - 17.04.2025)
União elege seis dos oito conselheiros desejados na assembleia da Petrobras
Na última assembleia de acionistas da Petrobras, a União conseguiu eleger apenas seis dos oito membros desejados para o conselho de administração, com os minoritários ocupando duas cadeiras por meio do sistema de voto múltiplo. A Assembleia Geral Ordinária aprovou a distribuição de R$ 9,1 bilhões em dividendos referentes a 2024, totalizando R$ 75,8 bilhões em remuneração aos acionistas no período. Pietro Mendes foi reeleito presidente do conselho, mas pode deixar o cargo caso sua indicação à ANP seja confirmada. A estatal também realizou uma Assembleia Extraordinária, aprovando mudanças no estatuto social, incluindo remuneração para ex-membros de comitês em quarentena, inclusão da atividade de captura de carbono e autorização para a diretoria-executiva emitir debêntures sem aval do conselho, desde que dentro do limite anual aprovado. (Valor Econômico - 17.04.2025)
Petrobras: Pagamento de R$ 9 bi em dividendos relacionados ao exercício de 2024
A Petrobras aprovou a remuneração aos acionistas relativa ao Exercício Social de 2024, no valor total de R$ 73 bilhões, que corresponde a R$ 5,73 por ação ordinária e preferencial em circulação. O montante inclui as antecipações aprovadas ao longo de 2024 e pagas até março de 2025, de R$ 64 bilhões, e a proposta de dividendos adicionais de R$ 9 bilhões, a ser paga em duas parcelas. O valor total bruto a ser distribuído aos acionistas, considerando a atualização monetária, é equivalente a R$ 0,73 por ação. O primeiro pagamento será realizado no dia 20 de maio de 2025 e o segundo, no dia 20 de junho. Em cada parcela, o valor pago será de R$ 0,36 por ação. A partir de 17 de abril de 2025, as ações da Petrobras serão negociadas ex-direitos na B3. (Agência CanalEnergia - 16.04.2025)
Eletrobras unifica vice-presidências e cria área de gente e serviços
O conselho de administração da Eletrobras aprovou a unificação das vice-presidências de gente, gestão e cultura com a de suprimentos e serviços, criando a nova vice-presidência de gente e serviços, que será liderada por Renato Costa Santos Carreira. A empresa destacou que a mudança visa otimizar a estrutura organizacional, promover eficiência, agilidade e maior integração entre equipes. Além disso, a Eletrobras anunciou a recondução dos membros da diretoria executiva, com mandatos válidos até maio de 2027. (Valor Econômico - 18.04.2025)
Eletrobras contesta sugestão da ISS e defende a governança da empresa
A Eletrobras publicou uma carta criticando a recomendação da consultoria ISS de eleger conselheiros dissidentes na próxima assembleia de acionistas, marcada para 29 de abril. No documento, assinado pelo presidente do conselho, Vicente Falconi Campos, a empresa contesta a sugestão da ISS, alegando que a consultoria não apresentou justificativas sólidas para apoiar a substituição de três dos dez conselheiros, o que poderia comprometer a governança da companhia. A Eletrobras também aponta a falta de habilidades específicas nos candidatos dissidentes e ressalta que a recomendação favorece de forma desproporcional acionistas com participação limitada e sem perfil de longo prazo na empresa. (Valor Econômico - 22.04.2025)
Eletrobras/Falconi: Acionistas devem ter confiança na lista de sucessão do CA
O presidente do Conselho de Administração da Eletrobras, Vicente Falconi Campos, pediu aos acionistas da companhia que apoiem o processo de sucessão estruturado e votem nos candidatos recomendados pela administração para o período 2025–2027. Ele destacou que os nomes foram escolhidos com base nas necessidades atuais da empresa, considerando seu novo modelo de gestão e as transformações no setor elétrico. Ainda, criticou declarações públicas que distorcem fatos e que “denotam uma preocupação com a candidatura eleitoral, e não com os reais interesses da companhia”, reafirmando que nenhum candidato nomeado por acionistas deve ser considerado representante dos "minoritários", pois a empresa não possui um controlador majoritário. Falconi reiterou que o processo de sucessão, iniciado em novembro de 2024, contou com consultorias internacionais renomadas e envolveu avaliações rigorosas dos conselheiros atuais, além da criação de uma Matriz de Competências alinhada à estratégia da empresa. Além disso, afirmou que o processo buscou ampliar a diversidade e as competências do colegiado, promovendo equilíbrio entre experiência técnica, diversidade de gênero e representatividade de grupos historicamente excluídos. (Agência CanalEnergia - 16.04.2025)
Leilões
Governo corre contra o tempo para garantir leilão em 2025
Após cancelar o leilão para contratar uma “reserva” para o sistema de energia do país, inicialmente previsto para junho, o governo corre contra o tempo para realizar o certame ainda no último trimestre deste ano. A licitação foi cancelada no início deste mês por conta da alta judicialização. O primeiro passo a ser dado é a consulta pública, que deve ser publicada nas próximas semanas pelo MME. A pasta estuda encurtar o prazo para 15 dias. Ademais, o governo estuda medidas para mitigar o risco de novas disputas judiciais. A ideia avaliada para mitigar essa problemática é separar a pasta das contratações entre dois setores, assim distanciando termelétricas, gás e biometanol. (O Globo – 23.04.2025)
Leilões de energia em 2025 devem atrair até R$ 57 bi em investimentos
Os leilões de energia elétrica previstos para 2025 no Brasil devem movimentar entre R$ 47 bilhões e R$ 57 bilhões em investimentos, incluindo R$ 45 bilhões a R$ 50 bilhões em geração e R$ 7,6 bilhões em transmissão. Grandes empresas do setor, como Eletrobras, Petrobras e Eneva, já estão se preparando para participar, enquanto fabricantes de equipamentos, como WEG e Siemens, se antecipam à demanda crescente. No entanto, o adiamento de alguns leilões, como o de Reserva de Capacidade, e as incertezas regulatórias têm gerado preocupações sobre os prazos e o impacto no setor. O governo enfrenta desafios para conciliar a necessidade urgente de energia com os entraves jurídicos e ambientais, além da competição global por equipamentos. O leilão A-5, que busca fontes renováveis, e o leilão de sistemas de armazenamento também enfrentam obstáculos, enquanto novas estratégias para atender mercados isolados são adotadas, incluindo a participação de fontes renováveis. (Valor Econômico - 22.04.2025)
Oferta e Demanda de Energia Elétrica
SE/CO tem crescimento de 0,1 p.p e opera com 68,7% da capacidade
O submercado do Sudeste/Centro-Oeste teve crescimento de 0,1 ponto percentual e a capacidade está em 68,7% na última quarta-feira, 16 de abril, se comparado ao dia anterior, segundo o boletim do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A energia armazenada mostra 140.601 MW mês e a ENA é de 45.388 MW med, valor que corresponde a 66% da MLT. Furnas admite 68,39% e a usina de Nova Ponte marca 54,45%. A Região Sul aumentou 0,1 p.p e está operando com 40,9% da capacidade. A energia armazenada marca 8.370 MW mês e ENA é de 6.185 MW med, equivalente a 65% da média de longo termo armazenável no mês até o dia. As UHEs G.B Munhoz e Passo Fundo funcionam com 43,52% e 47,55% respectivamente. (Agência CanalEnergia - 17.04.2025)
ONS/PMO: CMO descola do zero no Norte e no Nordeste de 19 a 25 de abril
O Custo Marginal da Operação (CMO) para a semana operativa de 19 a 25 de abril deve ser de R$ 131,51 por megawatt-hora (MWh) para os submercados Norte e Nordeste, depois de semanas do valor zerado, informou o Operador do Sistema Elétrico (ONS) no boletim do Programa Mensal de Operação (PMO) divulgado nesta quinta-feira, 17. O CMO é o custo para se produzir 1 MWh para atender ao SIN e varia de acordo com as condições dos reservatórios das usinas hidrelétricas. No Sudeste/Centro-Oeste, principal centro de consumo do País, e no Sul, o valor para os próximos dias ficou em R$199,41 MWh e 200,22 MWh, respectivamente. Na análise por diferentes patamares de carga, o valor vai de R$134,59 a 208,29 por MWh na pesada, R$130,89 a 205,77 por MWh na média, e R$130,89 a 194,25 por MWh na leve. Em todos os casos, o valor varia conforme o submercado. (Broadcast Energia - 17.04.2025)
Ibama identifica irregularidades em linhas de transmissão da Neoenergia no Nordeste
O Ibama identificou irregularidades em trechos de linhas de transmissão da Neoenergia, parte de um projeto destinado a melhorar a confiabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN) no Nordeste. A vistoria revelou problemas como abandono de resíduos sólidos, disposição inadequada de material lenhoso, erosão, falta de controle de vegetação e impactos na captação de água da comunidade rural de Cavalinho, no Espírito Santo. As inspeções utilizaram drones para identificar inconformidades em áreas de difícil acesso. A Neoenergia afirmou não ter sido oficialmente notificada, mas já iniciou adequações com base nas observações preliminares. O projeto, com 590 km de extensão e leiloado pela Aneel em 2020, está previsto para entrar em operação em 2025. (Valor Econômico - 17.04.2025)
Energisa registra leve alta no consumo de energia em março e no 1º tri 2025
Em março, a Energisa registrou um leve crescimento de 0,3% no consumo de energia elétrica em suas áreas de concessão, totalizando 3,62 mil GWh, com destaque para os segmentos industrial e residencial. A empresa atribui o crescimento modesto à alta base de comparação do ano anterior, marcada pelos efeitos do El Niño e ondas de calor. No primeiro trimestre de 2025, o consumo acumulado foi de 10,6 mil GWh, uma alta de 1,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionada por temperaturas acima da média e pelo bom desempenho do setor de alimentos. Sete das nove distribuidoras da empresa apresentaram crescimento, com destaque para Paraíba, Sergipe e Minas Rio, enquanto Rondônia e Mato Grosso registraram queda. (Valor Econômico - 23.04.2025)
Consumo de energia no mercado fio da Copel sobe 3,3% no 1º tri 2025
No primeiro trimestre de 2025, a Copel Distribuição registrou um aumento de 3,3% no consumo de energia elétrica em seu mercado fio, totalizando 9.586 GWh, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Esse mercado inclui consumidores cativos, concessionárias e permissionárias no Paraná, além de consumidores livres dentro da área de concessão. O crescimento foi impulsionado, principalmente, pela elevação da atividade econômica e pelo maior padrão de consumo dos clientes. Já o mercado fio faturado, que considera também a energia compensada de mini e microgeração distribuída, teve alta de 0,9%, atingindo 8.691 GWh. (Valor Econômico - 22.04.2025)
ONS diminui novamente projeção de carga do SIN em abril e estima queda anual de 2,1%
Assim como na semana passada, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revisou para baixo a expectativa de carga de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN) para abril, e passou a esperar uma demanda menor no mês, de 79.919 megawatts médios (MWmed). Se as projeções atualizadas nesta quinta-feira, 17, se confirmarem, o SIN registrará uma redução anual de 2,1% em seu consumo de energia. A previsão anterior era uma queda de 1,6% em relação ao registrado no quarto mês de 2024. No Sudeste/Centro-Oeste, principal centro de carga do País, a estimativa passou de 45.219 MWmed para 44.969 MWmed, o que equivale a uma queda anual de 4,2%, e não mais de 3,6%, como esperado anteriormente. (Broadcast Energia - 17.04.2025)
ONS amplia expectativa de afluência em todos os submercados ao fim de abril
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revisou para cima as projeções de volume de água que chega aos reservatórios das hidrelétricas, a Energia Natural Afluente (ENA), para abril em todos os submercados do Sistema Interligado Nacional (SIN), ainda que os volumes sigam abaixo da média histórica. De acordo com informe do Programa Mensal da Operação (PMO) divulgado nesta quinta-feira, 17, no Sudeste/Centro-Oeste, considerado a caixa d'água do SIN, a ENA terminará o mês em 78% da Média de Longo Termo (MLT). A projeção equivale a 42.938 megawatts médios (MWmed), quatro pontos percentuais (p.p.) acima da previsão da semana passada. (Broadcast Energia - 17.04.2025)
Mobilidade Elétrica
Silveira se reune com players chineses e atenta sobre expectativas de investimento no País
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se reuniu neste domingo (20/04) com o vice-presidente da BYD na América Latina, Oscar Su, para tratar sobre investimentos da empresa chinesa na produção de baterias e na cadeia do lítio no Brasil. Após se reunir com a BYD em viagem para tratar do setor elétrico nacional, Silveira afirmou que os representantes chineses manifestam expectativas de ampliar a atuação no território brasileiro e apetite para investimentos no setor elétrico brasileiro. Desde sua chegada ao Brasil, em 2014, a montadora chinesa tem ampliado significativamente sua atuação. Atualmente, atua com sete fábricas em território nacional. (O Globo – 20.04.2025)
Ricardo Nunes busca na China soluções para eletrificação do transporte em São Paulo
Durante sua visita à China para o “Summit Valor Econômico Brazil-China 2025”, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, buscou investimentos e parcerias para ampliar a frota de ônibus elétricos da capital, além de negociar tecnologias de carregamento de baterias e equipamentos de segurança pública com empresas chinesas. Nunes destacou a negociação avançada de uma linha de crédito de US$ 100 milhões com o Banco da China, somando-se aos R$ 6 bilhões já captados para eletrificação do transporte. A principal dificuldade apontada é a insuficiência na infraestrutura de carregamento, agravada por falhas da Enel, o que o levou a visitar a Huawei Power em busca de alternativas energéticas autônomas. O prefeito reafirmou o compromisso de eletrificar 100% da frota de ônibus até 2032 e anunciou o uso crescente de caminhões de lixo movidos a biometano, com meta de substituir todos os 500 veículos até 2028. A agenda também inclui visitas a empresas de tecnologia para fortalecer o uso de inteligência artificial e reconhecimento facial na segurança urbana, com o objetivo de tornar São Paulo uma cidade mais segura. (Valor Econômico - 24.04.2025)
Tesla registra alta de 56% nas vendas no Japão apesar de queda global
A Tesla está registrando um crescimento expressivo nas vendas no Japão, em contraste com a queda nas vendas globais provocada por boicotes associados às polêmicas de seu CEO, Elon Musk. No primeiro trimestre de 2024, as vendas da marca no Japão — estimadas através da categoria "outros" — cresceram 56%, com um recorde mensal em março. O bom desempenho se deve à falta de opções competitivas entre os veículos elétricos nacionais, cujos modelos estão defasados, levando os consumidores a preferirem importados, como os da Tesla e da chinesa BYD. Enquanto isso, as vendas da Tesla caíram significativamente na China, EUA e Europa, afetadas por críticas ao posicionamento de Musk. Para atrair mais compradores japoneses, a empresa redesenhou o Model Y e oferece uso gratuito de Superchargers por cinco anos em modelos antigos. (Valor Econômico - 19.04.2025)
Resfriamento por imersão avança como solução para baterias de veículos elétricos
O resfriamento por imersão para baterias está ganhando destaque como uma possível revolução na tecnologia de veículos elétricos, com a fabricante britânica Caterham adotando esse sistema em seu protótipo esportivo Project V, previsto para 2027. Desenvolvido pela taiwanesa Xing Mobility, o sistema resfria as baterias 30% mais rápido que os métodos convencionais, mantendo a temperatura ideal entre 0 °C e 40 °C, o que melhora o desempenho e reduz riscos como superaquecimento e incêndios. Essa tecnologia, comum em data centers, ainda é rara em veículos devido ao custo elevado e ao aumento de peso, fatores que limitam sua adoção por montadoras tradicionais. Mesmo assim, a Xing planeja iniciar a produção em massa em 2026 e trabalha para reduzir os custos, visando tornar o resfriamento por imersão uma solução viável e eficiente para o futuro dos carros elétricos. (Valor Econômico - 21.04.2025)
Toyota e Daimler Truck avançam em fusão de subsidiárias para promover uso do hidrogênio
A Toyota e a Daimler Truck estão nos estágios finais da fusão de suas subsidiárias de veículos comerciais, Hino Motors e Mitsubishi Fuso, respectivamente, impulsionadas pelo interesse comum em promover o hidrogênio como combustível. Apesar de desafios como questões antitruste e escândalos envolvendo a Hino, a Toyota vê na fusão uma oportunidade estratégica para avançar no uso do hidrogênio, especialmente em veículos comerciais, considerados ideais para essa tecnologia devido às rotas previsíveis e à possibilidade de instalar infraestrutura de abastecimento. Enquanto a Toyota já lançou carros a célula de combustível (como o Mirai), a Daimler Truck foca em caminhões movidos a hidrogênio líquido, que exige tecnologia avançada para armazenamento. A fusão fortaleceria os esforços conjuntos de ambas as empresas, além de parcerias com outras montadoras e instituições para desenvolver uma cadeia global de suprimento de hidrogênio. (Valor Econômico - 23.04.2025)
Inovação e Tecnologia
Odebrecht implementa inovação reconhecida na INOVAINFRA 2025
Tradicionalmente caracterizado por práticas manuais e baixa incorporação de recursos digitais, o setor de engenharia e construção pesada tem avançado de forma mais intensa na digitalização de suas atividades. Um exemplo recente dessa modernização é a iniciativa desenvolvida pela Odebrecht Engenharia e Construção (OEC), que foi premiada na 6ª edição do Inovainfra 2025. A empresa criou uma plataforma digital focada na gestão de Segurança e Saúde no trabalho (SST), modernizando o sistema de monitoramento e análise de dados. Os resultados da digitalização são expressivos: mais de 980 mil profissionais foram capacitados com registro eletrônico, 3.500 ocorrências de risco foram identificadas e tratadas pelo sistema, e cerca de 26 mil formações estão cadastradas na plataforma. (Petronotícias – 23.04.2025)
Energias Renováveis
Governo quer cortar subsídio de solar e eólica para ampliar tarifa social a 60 milhões de pessoas
O Ministério de Minas e Energia (MME) apresentou proposta para reduzir subsídios de energia solar e eólica, que custam R$10 bilhões à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Esses recursos serão usados para ampliar a tarifa social, beneficiando até 60 milhões de pessoas. A medida prevê isenção total para consumo de até 80 kWh e descontos para inscritos no Cadastro Único que excederem esse limite. A reforma busca equilíbrio no setor e compensará R$4,5 bilhões em custos da CDE. Apesar do impacto imediato de 1,43% na conta de luz, o corte será gradual, conforme contratos vigentes. O ministro Alexandre Silveira afirmou que o projeto tem consenso no governo e não utiliza recursos da Fazenda. A proposta segue para análise no Congresso Nacional. (O Globo – 17.04.2025)
MRS logística implementa sistema solar de baterias em suas locomotivas
A MRS Logística implementou um sistema de carregamento solar de baterias em suas locomotivas com o objetivo de otimizar os recursos em suas operações. A tecnologia, instalada em onze locomotivas e com previsão de expansão para 20 unidades até o final do ano, utiliza placas solares no teto das máquinas para manter as baterias carregadas, durante os períodos de inatividade. Essa inovação traz benefícios na eficiência operacional e na sustentabilidade. Ademais, o projeto garante que as locomotivas permaneçam prontas para operação sem necessidade de intervenções. Por fim, a solução ainda reduz o consumo de diesel por conta, da utilização estratégica do motor. (Petronotícias – 23.04.2025)
Auren capta R$ 2 bi em debêntures incentivadas para projetos de energia renovável
A Auren Participações concluiu uma oferta de R$ 2 bilhões em debêntures incentivadas com vencimento em 2035, pagando IPCA + 7,45% ao ano, ligeiramente acima da taxa da NTN-B de mesmo prazo. A maior parte dos títulos foi adquirida por instituições financeiras ligadas à emissão, com participação também de fundos, pessoas físicas e bancos. Os recursos serão destinados à reposição de despesas em projetos de energia renovável das controladas da Auren, incluindo usinas eólicas, solares e hidrelétricas. A operação recebeu rating AAA.br da Moody’s e foi coordenada por grandes bancos, com assessoria do escritório Machado Meyer. A Auren, controlada pela Votorantim e CPP Investments, tornou-se a terceira maior geradora de energia do país após adquirir os ativos da AES Brasil. (Valor Econômico - 17.04.2025)
Produção de biometano tem alta no Brasil a partir de aterros sanitários
O lixo que a gente produz diariamente é um grande problema para o clima. Quando decompostos ou queimados a céu aberto, diversos tipos de lixo liberam metano, um gás 25 vezes mais tóxico que o CO2 e um dos responsáveis pelo efeito estufa. A purificação desse vilão ambiental, por outro lado, gera o biometano, um combustível renovável cuja produção reduz a emissão do gás nocivo na atmosfera. Hoje, o Brasil produz 840 mil metros cúbicos de biometano por dia, segundo a Abiogás, com 11 usinas de processamento no país e 32 instalações aguardando liberação para começarem a funcionar. Segundo empresas do setor, o desafio agora é estruturar a produção brasileira para aumentar a oferta. (O Globo – 22.04.2025)
Gás e Termelétricas
Eneva registra queda na geração de energia e produção de gás natural no 1º tri 2025
No primeiro trimestre, a Eneva registrou uma geração bruta de energia de 1.178 GWh, sendo 841 GWh provenientes de suas usinas térmicas — uma queda de 32,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. A geração solar, realizada pelo complexo Solar Futura 1, somou 334 GWh, representando uma redução de 17,6%. Além disso, a produção de gás natural caiu 23,1%, totalizando 200 milhões de metros cúbicos, impactada pela menor demanda das termelétricas devido à redução do despacho para o Sistema Interligado Nacional (SIN) e para exportação. (Valor Econômico - 17.04.2025)
Eneva: Restrição do bipolo Xingu faz geração cair
No primeiro trimestre de 2025, a Eneva registrou queda no desempenho operacional, impactada principalmente pela indisponibilidade do bipolo Xingu, que gerou restrições de transmissão. A geração termelétrica líquida foi de 801 GWh, uma redução de 394 GWh em relação ao mesmo período de 2024, com menor despacho das usinas do Complexo Parnaíba. O despacho médio dos ativos térmicos caiu de 11% para 8%, sendo direcionado principalmente para o Sistema Isolado de Roraima e o Sistema Interligado Nacional (SIN), especialmente pela inflexibilidade contratual da UTE Parnaíba II e a necessidade de atender picos de carga. No segmento solar, os cortes de geração somaram 81,1 GWh - contra 10 GWh em 2024 -, também devido à indisponibilidade do bipolo Xingu. A geração líquida do Complexo Futura foi de 334 GWh, queda de 17,6%, com irradiância prejudicada por chuvas e nebulosidade em janeiro. Na produção de gás natural, foram produzidos 0,20 bilhões de metros cúbicos (bcm), sendo 0,15 bcm no Parnaíba e 0,06 bcm na Bacia do Amazonas, com destino à UTE Jaguatirica II. As reservas 2P totalizaram 45,8 bcm de gás e 11,8 milhões de barris (MMbbl) de condensado, conforme certificação da Gaffney, Cline & Associates ao fim de 2023. (Agência CanalEnergia - 17.04.2025)
NT2E 2025 terá curso exclusivo sobre tarifação de energia no setor nuclear
A feira NT2E 2025, principal evento nuclear da América Latina, ocorrerá de 20 a 22 de maio no Rio de Janeiro e incluirá um curso inédito sobre tarifação de energia aplicada ao setor nuclear. Promovido pela Volt Robotics, o curso abordará desde conceitos básicos até desafios específicos, como estrutura tarifária para usinas nucleares, subsídios, riscos hidrológicos e estratégias para maior competitividade. Com vagas limitadas, exige participação presencial nos dois dias para a certificação. Além disso, a feira contará com um curso da AIEA sobre reatores modulares (SMRs) e debates sobre avanços tecnológicos no setor. As inscrições devem ser feitas previamente. (Petronotícias – 16.04.2025)
Biblioteca Virtual
CASTRO, Nivalde de; FRANÇA, Fernando; BRANDÃO, Roberto. "Medidas para mitigar impactos dos curtailments".
Acesse o texto clicando no link.
SANTANA, Edvaldo. "Os desnecessários subsídios do setor elétrico brasileiro".
Acesse o texto clicando no link.
LOVISI, Pedro. "Trump e mudanças na Europa derrubam entusiasmo com produção de hidrogênio verde no Brasil".
Acesse o texto clicando no link.
SOUSA, Stella. "Fronteira de carbono europeia: barreira ou oportunidade?".
Acesse o texto clicando no link.
FERNANDES, Gláucia. "Caminhos para a 'Economia Verde' no Brasil".
Acesse o texto clicando no link.
SANTOS, André Castro. "O café está caro — a crise climática bate à nossa mesa".
Acesse o texto clicando no link.