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IFE
21/01/2025

IFE Transição Energética 71

Assinatura:
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Subeditores: Fabiano Lacombe e Pedro Ludovico
Pesquisadores: Gustavo Esteves e Paulo Giovane
Assistente de pesquisa: Sérgio Silva

IFE
21/01/2025

IFE nº 71

Assinatura:
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Subeditores: Fabiano Lacombe e Pedro Ludovico
Pesquisadores: Gustavo Esteves e Paulo Giovane
Assistente de pesquisa: Sérgio Silva

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IFE Transição Energética 71

Dinâmica Internacional

IEA: Projeção da demanda por petróleo em 2025 cai, mas crescimento forte ainda é esperado

A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) reduziu ligeiramente a perspectiva global de crescimento da demanda por petróleo em 2025. A projeção foi ajustada de 1,1 milhão de barris por dia para 1,05 milhão, perfazendo um total de 104 milhões de barris por dia, em média, apesar de esperar que o crescimento acelere com preços mais baixos e uma perspectiva econômica melhor nos países desenvolvidos. No quarto trimestre de 2024, segundo a entidade, a demanda pelo combustível chegou a 1,5 milhão de barris por dia, o avanço mais forte do último ano. A combinação de preços mais baixos de combustível, clima mais frio em regiões centrais do Hemisfério Norte e atividade petroquímica crescente nos EUA sustentaram essas entregas mais fortes. Pela lado do oferta, é esperado que a produção aumente 1,8 milhão de barris por dia em 2025, atingindo um total de 104,7 milhões de barris diários, mesmo que a Opep+ não desfaça os cortes voluntários de produção, com crescimento liderado pelos EUA, Brasil, Guiana, Canadá e Argentina. As atuais sanções dos EUA à Rússia e ao Irã, todavia, podem apertar a oferta de petróleo bruto e derivados, pois afetam entidades que operaram mais de um terço das exportações de petróleo bruto nos países. (CNN – 15.01.2025) 
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IRENA: Transição energética global ainda está abaixo das metas para 2030

Em 2025, ao completar dez anos do Acordo de Paris, a transição para energias renováveis segue abaixo do ritmo necessário para combater a mudança climática. Embora 2024 tenha registrado um recorde de 530 gigawatts de capacidade renovável, a meta anual para 2030 é de 11,2 terawatts. Durante a 15ª Assembleia da IRENA, 1.500 delegados de 140 países discutiram como acelerar a transição, destacando a necessidade de políticas e investimentos em segurança energética e desenvolvimento socioeconômico. Os investimentos em energias renováveis chegaram a 0,9 trilhões de dólares em 2023, longe dos 3,8 trilhões necessários anualmente até 2030, com a maior parte da capacidade concentrada em países desenvolvidos. O Brasil, representado pelo ministro Alexandre Silveira, enfatizou que as NDCs 3.0 devem aumentar a ambição e convidou a IRENA a coordenar a Coalizão Global para o Planejamento Energético, que buscará acelerar os investimentos em energia limpa nos países em desenvolvimento. A Assembleia também destacou a urgência de promover uma transição justa, sem deixar os países mais necessitados para trás.(IRENA – 14.01.2025) 
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IRENA: Os desafios e investimentos necessários para a transição energética global

A transição energética global exige investimentos massivos, com a necessidade de triplicar a capacidade de energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030, totalizando USD 31,5 trilhões. As economias emergentes desempenham um papel crucial, mas enfrentam falta de recursos para transformar compromissos climáticos em ação. Em 2024, o mundo registrou o ano mais quente da história, destacando a urgência da mudança. Durante a 15ª Assembleia da IRENA, discutiu-se como acelerar a implantação de renováveis nesses países, com foco no financiamento público para reduzir riscos e atrair capital privado. Exemplos como o mecanismo de troca de dívida por sustentabilidade de Barbados mostram alternativas inovadoras para aumentar os investimentos. Para superar as lacunas financeiras, é necessário combinar recursos públicos, instrumentos como títulos verdes e créditos de carbono, e uma forte colaboração internacional. Com um apoio global robusto e políticas eficazes, as economias emergentes podem desbloquear seu potencial, impulsionando a descarbonização global e gerando benefícios socioeconômicos significativos.(IRENA – 13.01.2025) 
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IRENA: Agência será secretária da Coalizão Global para Planejamento Energético

A Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA) foi convidada a secretariar a Coalizão Global sobre Planejamento Energético (GCEP), proposta na Reunião Ministerial de Transições Energéticas do G20 em outubro de 2024, no Brasil. A formalização do convite ocorreu em janeiro de 2025, durante o evento paralelo "Coalizão Global para Planejamento Energético – Moldando a Agenda para Ação", antes da 15ª Assembleia da IRENA em Abu Dhabi. A GCEP visa promover um planejamento energético eficaz, inclusivo e transparente, para acelerar investimentos em energia limpa, especialmente em países em desenvolvimento, e garantir uma transição justa e igualitária. O Diretor-Geral da IRENA, Francesco La Camera, destacou a adequação da agência para liderar a coalizão, elogiando iniciativas brasileiras como o programa de hidrogênio verde. O evento discutiu os princípios da coalizão, como promover planejamento energético transparente, facilitar a troca de conhecimento e catalisar investimentos, com a Cúpula de Planejamento Energético em junho de 2025 no Rio de Janeiro, marco importante para a COP30 no Brasil.(Agência CanalEnergia – 14.01.2025) 
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Wood Mackenzie: Crescimento da energia solar e desafios políticos em 2025

Em artigo publicado no Wood Mackenzie, Sylvia Leyva Martinez (Analista Principal, Energia Solar em Escala de Utilidade da América do Norte) trata do crescimento contínuo do mercado global de energia solar, que em 2024 atingiu 495 GWdc de capacidade instalada, representando um aumento de 14% em relação ao ano anterior. Esse avanço é impulsionado pela crescente demanda por eletricidade, especialmente devido à expansão dos centros de dados e à eletrificação, embora o setor enfrente desafios com incertezas políticas, medidas protecionistas e gargalos na interconexão, fatores que podem impactar o mercado em 2025. O relatório Global Solar: quatro pontos a observar em 2025 destaca a adaptação da indústria a um cenário político mais instável, com a ascensão de administrações com agendas climáticas mais conservadoras e a redução de incentivos financeiros, o que pode desacelerar o crescimento das instalações solares. Para 2025, espera-se uma racionalização na manufatura após dois anos de preços historicamente baixos, com os fabricantes limitando a produção e ajustando os preços mínimos. O artigo também aborda o crescimento da demanda de eletricidade pelos centros de dados e os possíveis avanços tecnológicos que podem moldar o futuro da energia solar.(Woodmac – 16.01.2025) 
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Banco Mundial: Simplificação de taxonomias de títulos verdes é essencial para o financiamento da transição sustentável

O Banco Mundial, por via de seu braço de investimento privado, declarou que as definições acerca de instrumentos financeiros de alcunha “verde” devem ser alinhadas e simplificadas com urgência para a mobilização dos recursos necessários à transição energética. Nos últimos anos, o número de taxonomias para os títulos verdes aumento significativamente à medida que os países consagram aportes em atividades e projetos que contribuem para suas metas climáticas. Hoje, segundo o vice-presidente da Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês), Alfonsa Garcia Mora, há mais de 30 taxonomias verdes distintas, "Como podemos realmente fechar a lacuna entre investidores e necessidades se o que temos são 30 maneiras diferentes de entender o que é um título verde?” provocou o executivo no Fórum Invisso da Europa Central e Oriental, em Viena. Ele, por fim, ecoa que a coordenação e criação de definições globalmente aceitas sobre instrumentos financeiros sustentáveis é uma boa prática de mercado e poderá destravar mais investimentos. (Reuters – 14.01.2025)
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G20/FSB: Padronização de estratégias é essencial para a articulação do setor financeiro na transição energética

O Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês) do G20 declarou, em relatório, que a adoção mais ampla e padronizada de planos de transição energética por parte das empresas é essencial para que as autoridades globais tenham melhor compreensão acerca dos riscos enfrentados pelo setor financeiro nesse processo e, assim, para que os planos se tornem utilizáveis pelos agentes. Além dos custos associados a danos causados por eventos climáticos extremos, como enchentes e tempestades – cada vez mais frequentes -, instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) vem alertando que os setores de petróleo e gás podem ficar também com prejuízos bilionários em razão de ativos encalhados à medida que as economias e sociedades migram para energias e outras iniciativas mais sustentáveis. O alerta do FSB por uma divulgação mais abrangente das estratégias de transição ocorre em meio a sinais de retrocesso nos compromissos com as mudanças climáticas na indústria global, como uma reação política nos Estados Unidos em relação às políticas ambientes, reflexo do ceticismo do governo Trump em relação ao tema. A publicação urge, todavia, para que as circunstâncias não sejam desgastantes para o ímpeto do processo. (Reuters – 14.01.2025)
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Artigo de Clarissa Lins: "O que esperar de 2025 em energia e clima?"

Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Clarissa Lins (sócia-fundadora da Catavento Consultoria) trata das principais influências geopolíticas e tecnológicas que deverão moldar a área de energia e clima em 2025. Ela destaca a crescente tensão global, com a volta de Donald Trump à presidência dos EUA, que pode resultar em maior protecionismo e menor cooperação internacional no setor de energia, enquanto a China se posiciona como líder em tecnologias de baixo carbono. A União Europeia, por sua vez, busca reforçar sua independência energética e a descarbonização da indústria, enquanto o Brasil se destaca por seu potencial em energia renovável e produção de combustíveis sustentáveis. Lins também aborda o papel das tecnologias já conhecidas e disruptivas, como captura e armazenamento de carbono, hidrogênio verde e mobilidade elétrica, que precisam de políticas públicas para impulsionar sua adoção em larga escala. Ela enfatiza a crescente demanda por eletricidade e a necessidade de soluções de armazenamento de energia, além do ressurgimento do interesse por energia nuclear, especialmente com os pequenos reatores modulares. (GESEL-IE-UFRJ – 13.01.2025)
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Artigo de Jorge Arbache: "Da agenda sustentável para a da guerra"

Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Jorge Arbache (professor de economia da Universidade de Brasília [UnB]) trata da reconfiguração das prioridades globais frente à Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável da ONU, observando como a emergência climática, os interesses geopolíticos e os gastos militares estão desviando recursos que antes eram destinados a questões sociais e ambientais. Embora os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a agenda climática sejam, em teoria, complementares, a prática tem demonstrado um foco crescente nos investimentos relacionados ao clima e à defesa, especialmente por países desenvolvidos. Arbache destaca que a militarização da agenda climática e a redução do financiamento para os ODS estão comprometendo os avanços em áreas como pobreza e educação, o que pode levar a um colapso da visão de desenvolvimento sustentável, exigindo esforços coordenados para evitar uma fragmentação do multilateralismo e preservar os princípios da solidariedade e cooperação internacional. (GESEL-IE-UFRJ – 16.01.2025)
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Artigo de Tercio Borlenghi Junior: "O clima como prioridade em 2025 e além"

Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Tercio Borlenghi Junior (CEO da Ambipar) trata dos impactos das mudanças climáticas em 2024, destacando eventos extremos no Brasil e no mundo, como enchentes, incêndios florestais e estiagem prolongada. Com o ano mais quente da história, o cenário climático exige ações urgentes para mitigar os impactos e alcançar as metas do Acordo de Paris. Durante a COP29 e o G20, o financiamento climático foi um tema central, com o Brasil cobrando maior contribuição dos países desenvolvidos para apoiar as nações em desenvolvimento. Borlenghi enfatiza a importância da COP30, que ocorrerá no Brasil em 2025, como uma oportunidade para o país liderar as discussões globais sobre mudanças climáticas, impulsionar soluções baseadas na natureza e coordenar esforços para uma nova economia sustentável, destacando a necessidade de colaboração entre os setores público e privado. (GESEL-IE-UFRJ – 16.01.2025)
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Europa: os desafios para expandir a energia eólica até 2030

A Europa enfrenta desafios para expandir sua capacidade de energia eólica de acordo com as metas climáticas e energéticas da União Europeia (UE) para 2030. Em 2024, a energia eólica forneceu 20% da eletricidade no continente, com 15GW de nova capacidade adicionada, mas a UE deveria estar construindo 30GW anualmente para atingir seus objetivos de 34% de energia eólica no consumo até 2030 e mais de 50% até 2050. O CEO da WindEurope, Giles Dickson, aponta três problemas principais: falhas no licenciamento, atrasos nas conexões à rede e a lentidão na eletrificação da economia. Apesar de investimentos sólidos em energia eólica onshore, os investimentos offshore caíram devido a desafios como infraestrutura, custos elevados e atrasos no licenciamento. O acesso à rede elétrica é um obstáculo crítico, com mais de 500GW de capacidade de energia eólica aguardando avaliação para conexão. A eletrificação da economia da UE também está atrasada, com a eletricidade representando apenas 23% do consumo total, um número que precisa crescer para 61% até 2050.(Energy Monitor – 13.01.2025) 
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WindEuropa: Expansão das eólicas na EU ficou abaixo do esperado para meta de 2030

O WindEurope, em avaliação das metas e necessidades energéticas e climáticas da Europa, destacou que a expansão da energia eólica está aquém do projetado para os compromissos de sustentabilidade. Em 2024, a fonte respondeu por 20% da eletricidade consumida no continente. A ampliação da capacidade de produção, todavia, foi de apenas 13 GW, menos da metade do apurado enquanto necessário anualmente – 27 GW - para atingir as metas climáticas da União Europeia (UE) para 2030. Segundo exame da WindEurope, a perfomance insuficiente pode ser explicada pela aplicação de práticas ineficientes de licenciamento, atrasos nas novas conexões à rede, ritmo ainda lento de eletrificação na Europa, e problemas de infraestrutura e custos elevados dos componentes, no caso das eólicas offshore. (Reuters – 10.01.2025)
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Nacional

Setor de energia solar fotovoltaica atrai R$ 54,9 bilhões em investimentos

Em 2024, o setor de energia solar fotovoltaica no Brasil atraiu mais de R$ 54,9 bilhões em investimentos, um crescimento de 30% em relação ao ano anterior, somando tanto as grandes usinas quanto os sistemas de geração distribuída em telhados e pequenos terrenos. Desde 2012, o setor já acumulou mais de R$ 239 bilhões em investimentos totais e gerou mais de 1,5 milhão de empregos, sendo 429 mil novos postos de trabalho em 2024. A potência instalada na matriz elétrica brasileira aumentou em 14,3 GW no último ano, com 8,7 GW provenientes de geração distribuída e 5,7 GW de usinas centrais. Atualmente, a energia solar representa 21,3% da capacidade instalada do país, tornando-se a segunda maior fonte na matriz elétrica. Desde 2012, o Brasil conta com 52,2 GW de potência solar, distribuídos em usinas e sistemas próprios, e mais de 3,1 milhões de sistemas solares conectados à rede. A geração solar contribui com economia e sustentabilidade para cerca de 4,6 milhões de unidades consumidoras, incluindo residências, comércios e propriedades rurais. (Absolar – 16.01.2025)
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Montadoras chinesas iniciam produção de veículos híbridos e elétricos no Brasil

As montadoras chinesas BYD e GWM iniciam este ano a produção local de veículos híbridos e elétricos no Brasil, com a GWM inaugurando sua fábrica em Iracemápolis, São Paulo, e a BYD começando a produção na Bahia. Ambas as empresas buscam expandir sua presença no mercado brasileiro, que é o quinto maior do mundo, com mais de 2 milhões de veículos vendidos anualmente. A fabricação local permitirá às chinesas evitar tarifas de importação e acessar incentivos fiscais como o programa Mover. Especialistas veem o Brasil como um hub estratégico para a expansão dessas montadoras na América Latina, apesar de desafios como a infraestrutura de carregamento de veículos elétricos e o custo elevado dos carros. A chegada dessas empresas preocupa montadoras tradicionais e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que teme a competição acirrada e sugere o aumento do imposto de importação. (O Globo - 12.01.2025) 
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Brasil retoma adesão à Irena e reforça compromisso com energias renováveis

O Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou, em 11 de janeiro, a retomada do processo de adesão do Brasil à Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena), que havia sido interrompido durante o governo de Jair Bolsonaro. A decisão foi comunicada pelo ministro Alexandre Silveira durante evento da Irena em Abu Dhabi, destacando o compromisso do Brasil em ser protagonista na transição energética global. A adesão permitirá ao país fortalecer sua colaboração internacional e acelerar a implementação de soluções sustentáveis. Além disso, Silveira entregou uma carta convidando a Irena a secretariar a Coalizão Global para Planejamento da Transição e Segurança Energética, iniciativa derivada da liderança brasileira no G20, que será lançada oficialmente em junho. A coalizão tem como objetivo sensibilizar o mundo para os investimentos adequados e garantir que os países industrializados cumpram seus compromissos climáticos, promovendo também a justiça no combate à pobreza energética no Sul Global. A criação da coalizão será um importante marco para a COP30, que acontecerá em Belém, no final deste ano. (Agência Eixos – 13.01.2025) 
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Ministério de Minas e Energia publica edital para o Fórum Nacional de Transição Energética

O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou, em 15 de janeiro de 2025, a Resolução Fonte nº 1/2025, que estabelece o edital para a seleção de representantes da sociedade civil para o plenário do Fórum Nacional de Transição Energética (Fonte), que atuará no biênio 2025-2026. O fórum, parte da Política Nacional de Transição Energética (PNTE), visa promover um debate amplo sobre a transição energética, com 87 membros, divididos igualmente entre governo, sociedade civil e setor produtivo, e critérios de diversidade regional, racial, étnica e de gênero. O edital prevê que ao menos 30% dos representantes sejam negros, indígenas ou quilombolas, e 50% sejam mulheres. O processo eleitoral ocorrerá de 27 de janeiro a 16 de fevereiro de 2025, com eleição virtual em 15 de abril. Além disso, o MME realizará um webinar em 30 de janeiro para orientar as instituições interessadas. O objetivo é garantir uma representação mais inclusiva e diversa nas discussões sobre políticas energéticas. (Agência Eixos – 16.01.2025)
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Artigo de Wellington Vitorino: "Futuro verde das finanças"

Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Wellington Vitorino (diretor-executivo do Instituto Four) trata dos “green bonds” (títulos verdes) como uma estratégia promissora para o Brasil no campo dos investimentos sustentáveis. Ele destaca que esses títulos, destinados a financiar projetos ambientais como energia renovável e conservação de recursos naturais, devem ganhar ainda mais força em 2025, impulsionados pela crescente preocupação global com questões climáticas, especialmente relacionadas à Amazônia. Com sua vasta biodiversidade e potencial em energias limpas, o Brasil já se posiciona como um dos principais emissores de títulos verdes na América Latina. O artigo aponta que, para aproveitar essa oportunidade, o país precisa fortalecer regulamentações, incentivar políticas públicas e garantir a transparência no uso dos recursos. Além disso, a colaboração entre setor público e privado será fundamental para que os “green bonds” desempenhem um papel crucial no desenvolvimento de uma economia mais sustentável. (GESEL-IE-UFRJ – 15.01.2025)
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Artigo de Pietro Erber: "Matriz energética brasileira ameaçada"

Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Pietro Erber (membro do Instituto Nacional de Eficiência Energética [Inee]) trata da importância da transição energética para o Brasil, apesar de sua matriz já ser composta por cerca de 50% de fontes renováveis. Ele destaca que, embora as emissões do setor energético brasileiro representem menos de 1% das emissões globais, o país precisa intensificar a adoção de energias renováveis e aumentar a eficiência energética para evitar o acúmulo de gases de efeito estufa e combater o aquecimento global. Erbe também alerta para os riscos climáticos que podem afetar as fontes renováveis no Brasil, como alterações nos regimes de chuvas e ventos, e defende a adoção de medidas como armazenamento de energia, usinas nucleares e fontes de bioenergia. Além disso, ele enfatiza a necessidade de incorporar custos ambientais nos preços da energia e a importância de investir em pesquisa e desenvolvimento para garantir a sustentabilidade e segurança energética do país frente aos desafios climáticos. (GESEL-IE-UFRJ – 10.01.2025)
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Regulação e Reestruturação do Setor

Brasil: a intensificação da competição no mercado livre de energia e seus impactos

Em 2025, espera-se que os descontos no mercado livre de energia se estabilizem entre 25% e 30%, refletindo uma diminuição no ritmo de migrações do mercado cativo, após o grande volume de saídas registrado em 2024, quando 24 mil empresas migraram para o mercado livre. Especialistas indicam que, com a base de consumidores que ainda pode migrar sendo menor, a competição entre as comercializadoras se intensificará. A competição de preços, antes focada nos descontos em relação às distribuidoras, agora se concentrará nas ofertas entre as próprias comercializadoras. Além disso, a consolidação do mercado tende a reduzir o número de players, com fusões e aquisições favorecendo as empresas maiores, que terão mais condições de investir em inovações, como as baterias de armazenamento para geração solar e eólica. Esses investimentos, embora ainda caros, deverão ser mais acessíveis para grandes comercializadoras, impactando o mercado a partir de 2025. Assim, o mercado livre de energia deve se tornar mais competitivo, com grandes players dominando o cenário. (Agência Eixos – 12.01.2025)
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Brasil: Sanção da lei das eólicas offshore e seus impactos no setor

Após a sanção da lei das eólicas offshore com veto aos "jabutis", a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) destaca que a implementação dos projetos dependerá da regulação infralegal, com os primeiros projetos podendo começar entre 2031 e 2034, dependendo do ritmo das definições. O setor tem um grande potencial de desenvolvimento, envolvendo novos mercados como a fabricação de turbinas e fundações marítimas. O governo, por meio da Aneel, será responsável pela centralização das informações e pela concessão das licenças. O Rio Grande do Norte, com um potencial de 54,5 GW, é um dos estados com grande potencial de exploração. A regulamentação da lei trará incentivos para a indústria local e a criação de novos postos de trabalho. Entretanto, o veto a artigos da lei causou divisões no setor, com algumas entidades, como a Abragel, se opondo ao veto, pois acreditam que ele limitaria benefícios econômicos para os consumidores e a flexibilização necessária para o crescimento das energias renováveis. A discussão sobre o veto será levada ao Congresso, onde o setor buscará mobilização para sua reversão. (Canal Energia – 13.01.2025)
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Artigo de Natascha Trennepohl: "O mercado de carbono virou lei: e agora?"

Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Natascha Trennepohl (doutora em Direito Ambiental pela Humboldt Universität na Alemanha) trata da recente criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) com a Lei 15.042, estabelecendo o mercado regulado de carbono no Brasil. A medida coloca o país no grupo de nações com um mecanismo direto de precificação de carbono e visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa em até 67% até 2035. Embora a lei tenha estabelecido as bases do sistema, muitos pontos ainda precisam ser regulamentados, como metodologias de monitoramento e a definição de regras para a distribuição de permissões e créditos compensatórios. A implementação desse mercado enfrentará desafios técnicos, regulatórios e econômicos, e sua eficácia dependerá da coordenação entre governo, empresas e sociedade civil. O objetivo é usar o SBCE como ferramenta para impulsionar a descarbonização e atingir as metas climáticas do país, com foco na harmonização de políticas e na criação de uma governança sólida e transparente. (GESEL-IE-UFRJ – 14.01.2025)
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Eficiência Energética e Eletrificação de Usos Finais

Brasil: o crescimento das importações de veículos elétricos e híbridos

Em 2024, as importações de veículos elétricos e híbridos pelo Brasil atingiram US$ 4,3 bilhões, marcando um aumento expressivo e elevando essa categoria do 13º para o 4º lugar no ranking de produtos mais importados, conforme dados do MDIC. Esse crescimento abrange tanto os veículos elétricos, que mais que dobraram de valor, quanto os híbridos, com ambos os segmentos apresentando altas significativas. A China é a principal fornecedora desses veículos, com participação de 84% nas importações de carros totalmente elétricos e 61% nos híbridos. O aumento nas importações impactou a balança comercial brasileira, apesar de o saldo continuar positivo, com um superávit de US$ 74,6 bilhões, devido à elevação das compras externas, especialmente de automóveis. A adesão à eletromobilidade reflete mudanças nas preferências dos consumidores e o avanço tecnológico, com o mercado sendo impulsionado por montadoras internacionais como a BYD, que anunciou uma fábrica na Bahia, indicando um crescimento ainda maior do setor no país, mas com implicações para o comércio exterior.(Inside EVs – 13.01.2025) 
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América Latina: veículos elétricos ganham espaço com a entrada das montadoras chinesas

Em 2024, a América Latina registrou a venda de 184 mil veículos elétricos, um crescimento modesto em comparação com a China, mas que representa uma mudança significativa no mercado automotivo regional. A adoção de veículos elétricos e híbridos plug-in na região enfrentou desafios, como os altos custos iniciais, mas o aumento da oferta de modelos acessíveis, especialmente pelas montadoras chinesas BYD e GWM, impulsionou o mercado. O Brasil lidera as vendas, seguido pelo México e Colômbia, enquanto Costa Rica e Uruguai se destacam pela alta participação percentual de veículos elétricos. A previsão é que, até 2028, os veículos eletrificados representem entre 10% e 20% das vendas totais de veículos novos na região, com o crescimento acelerado pela produção local de montadoras chinesas. A fabricação regional de veículos elétricos pode reduzir custos, aproximando os preços dos modelos com motor a combustão, o que pode impulsionar ainda mais a transição para a mobilidade elétrica na América Latina, apesar dos desafios que ainda persistem.(Inside EVs – 14.01.2025) 
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Hidrogênio e Combustíveis Sustentáveis

GESEL publica TDSE 131 “Importância dos Projetos Pilotos no Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Hidrogênio de Baixo Carbono: Chamada Estratégica da ANEEL”

O GESEL está publicando o Texto de Discussão do Setor Elétrico (TDSE) Nº 131, intitulado “Importância dos Projetos Pilotos no Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Hidrogênio de Baixo Carbono: Chamada Estratégica da ANEEL”. O alinhamento analítico do estudo está estruturado em quatro seções, além da introdução. A primeira seção é dedicada ao exame de uma seleção de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) que receberam apoio de instituições ligadas ao setor elétrico de diversos países. A segunda seção tem como objetivo analisar o potencial de impacto que a indústria de H2BC pode impor ao SEB. A terceira seção analisa a Chamada Estratégica aberta pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), no âmbito do Programa de PD&I (PROPDI), para estimular investimentos em projetos de H2BC. A quarta seção indica a pertinência e a relevância da ANEEL direcionar recursos do PROPDI para a criação da indústria do H2BC, aderentes, inclusive, à normativa do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Por fim, as conclusões reforçam o potencial que o Brasil detém em escala global deste novo vetor energético, sendo o estímulo ao desenvolvimento de projetos-piloto o caminho inicial e eficiente, segundo as experiências internacionais em curso. (GESEL-IE-UFRJ – 10.01.2025)
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Itália e Arábia Saudita: Parceria estratégica em vetores da transição energética

A Itália e a Arábia Saudita firmaram um acordo para impulsionar a cooperação energética entre os países. O termo tem duração de cinco anos e, entre seus destaques, contempla o possível fornecimento à Europa de hidrogênio produzido na Arábia Saudita. Segundo o ministro de Energia e Meio Ambiente da Itália, Gilberto Pichetto Fratin, o país poderia atuar como ponto de entrada do combustível no continente europeu, ressaltando que o negócio com o país árabe é mais competitivo e estratégico do que as alternativas no Mar do Norte. De forma geral, o foco da parceria está em vetores da transição energética: geração e comercialização de energia renovável; redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE); interconexões de energia; amônia e hidrogênio sustentáveis; e sistemas de captura e armazenamento de carbono. (Reuters – 14.01.2025)
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Recursos Energéticos Distribuídos e Digitalização

EUA: Usinas solares flutuantes podem apoiar metas de energia

Um estudo recente publicado na revista Solar Energy destaca o potencial dos reservatórios federais para atender às necessidades de energia solar dos Estados Unidos. Pesquisadores do Laboratório Nacional de Energia Renovável (NREL), vinculado ao Departamento de Energia dos EUA, realizaram pela primeira vez uma quantificação detalhada da energia que poderia ser gerada por usinas solares flutuantes instaladas em reservatórios de propriedade federal ou regulados. Os cientistas concluíram que esses reservatórios poderiam suportar sistemas solares flutuantes capazes de produzir até 1.476 TWh de energia, suficiente para abastecer cerca de 100 milhões de residências por ano. Esse valor representa o potencial técnico, ou seja, a quantidade máxima de eletricidade que poderia ser gerada caso cada reservatório fosse utilizado ao máximo para a instalação de sistemas flutuantes. Apesar de reconhecer que o desenvolvimento completo desta capacidade é inviável, os pesquisadores ressaltam que mesmo a utilização de 10% desse potencial já teria um impacto significativo na matriz energética do país. (Canal Solar - 14.01.2025) 
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Impactos Socioeconômicos

Greenpeace: Desaceleração da venda de VEs da Hyundai prejudica a descarbonização indiana

O Greenpeace do Leste Asiático apontou que a desaceleração das vendas de veículos elétricos (VEs) e o aumento da comercialização de SUVs com motor à combustão do Grupo Hyundai estão prejudicando as investidas de descarbonização da Índia. A companhia ocupa o segundo lugar no país em termos de market share e, de acordo com a entidade, suas montadores fizeram esforços mínimos de eletrificação de produtos, ao passo que aumentaram a venda de veículos maiores como os SUVs, dos quais apenas um entre seis modelos é elétrico. A Índia, por sua vez, é o terceiro maior mercado automobilístico do mundo, mas a adoção de VEs continuar a ser um desafio para os agentes em razão, sobretudo, dos altos custos iniciais de produção, das limitações da cobertura das infraestruturas de carregamento e da hesitação quanto à autonomia dos veículos, por parte dos consumidores. No entanto, o governo indiano mira superar essa inércia e estabeleceu metas ambiciosas para esse segmento. Até 2030, o país quer que os eletrificados respondam por 30% das vendas de novos carros, ante a proporção corrente de 2%. (Reuters – 14.01.2025)
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Artigo Edvaldo Santana: "O parasitismo elétrico"

Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Edvaldo Santana (ex-diretor da Aneel) trata dos desafios enfrentados pelo setor elétrico brasileiro (SEB) em 2025, destacando um cenário de "imperfeição" e "pouca amizade" no início do ano. Santana critica a crescente conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que já superou R$ 40 bilhões, e a ineficácia de mecanismos como o "cashback" de Itaipu, que não conseguirão evitar o aumento das tarifas. Ele também questiona o leilão de reserva de capacidade, enfatizando a falta de flexibilidade do sistema elétrico atual e a complexidade de justificar a inclusão de termelétricas já em operação. O artigo aborda, ainda, os impactos do lobby no aumento dos custos e a omissão da academia em contribuir para a solução dos problemas de governança do SEB, sugerindo que, sem a participação ativa do meio acadêmico, a resolução dessas questões será mais difícil. (GESEL-IE-UFRJ – 14.01.2025)
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Eventos

15ª Assembleia da IRENA e os desafios da transição energética

A 15ª Sessão da Assembleia da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), que iniciou em 12 de janeiro de 2025 em Abu Dhabi, aborda os desafios urgentes da transição energética e avalia o progresso rumo às metas do Consenso dos Emirados Árabes Unidos. Com o tema "Acelerando a Transição para a Energia Renovável – O Caminho a Seguir", o evento reúne ministros, delegados, acadêmicos, CEOs e jovens de 170 Estados Membros para promover colaboração intersetorial na aceleração da transição energética. As discussões focam em triplicar a capacidade de energia renovável até 2030, aumentar as ambições climáticas e apoiar economias emergentes com fluxos financeiros inovadores. Francesco La Camera, Diretor-Geral da IRENA, destaca que as energias renováveis devem ser prioridade global, enquanto H.E. Bojan Kumer, Ministro da Eslovênia, reforça a necessidade de ação coletiva. Os Emirados Árabes Unidos, anfitriões da IRENA desde sua criação, enfatizam seu compromisso com a inovação em energia renovável e a construção de um futuro sustentável, liderando pelo exemplo. A Assembleia também marca o início da Semana de Sustentabilidade de Abu Dhabi, que se estende até 18 de janeiro de 2025.(IRENA – 12.01.2025) 
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