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IFE Transição Energética 70
Dinâmica Internacional
IRENA: Expansão da infraestrutura elétrica para suportar a energia renovável até 2030
A expansão e modernização da infraestrutura de rede elétrica são essenciais para integrar as energias renováveis ao sistema, atendendo à crescente demanda por eletrificação em diversos setores. A meta de triplicar a capacidade de geração renovável até 2030 torna o investimento em redes mais urgente, mas o processo é desafiador devido ao planejamento complexo e aos impactos sociais e ambientais das linhas de energia. A redução de custos de tecnologias como o solar fotovoltaico e sistemas de armazenamento em baterias (BESS) facilita a integração solar, permitindo o uso da energia armazenada. Para maximizar o potencial dessas soluções, é necessário apoio de políticas claras, incentivos de longo prazo e reformas regulatórias, além de parcerias público-privadas. Investir em infraestruturas também traz benefícios socioeconômicos, como eletrificação de comunidades remotas e fortalecimento de economias rurais. A colaboração entre governos, setor privado e organizações internacionais é crucial para alcançar as metas de descarbonização e garantir uma transição energética bem-sucedida.(IRENA – 06.01.2025)
Link ExternoArtigo de José Eli da Veiga: "A sinuca da COP30"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, José Eli da Veiga (professor sênior do Instituto de Estudos Avançados da USP) trata da ineficácia das convenções climáticas desde a Rio-92 e critica a abordagem atual das COPs, que falham em reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Ele destaca que 80% das emissões de CO2 vêm de apenas 57 empresas, principalmente do setor de combustíveis fósseis e cimento, e propõe um sistema de "cap and trade" como solução para forçar essas empresas a cortar suas emissões, semelhante ao sucesso da Convenção para a Proteção da Camada de Ozônio. A crítica central é que as convenções climáticas substituíram a redução real de emissões pela compensação e que as discussões internacionais se desvirtuaram em disputas geopolíticas, sem resultados concretos. Ele defende uma revisão profunda do regime climático e sugere um foco mais rigoroso nas empresas responsáveis pelas maiores emissões, em vez de ampliar a participação de centenas de países nas negociações. (GESEL-IE-UFRJ – 09.01.2025)
Link ExternoArtigo de Munir Soares: "Como fica a pauta climática com Trump"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Munir Soares (doutor em Energia e Mudanças Climáticas pela USP) trata dos desafios e avanços da COP29 e das implicações das mudanças políticas nos EUA para as negociações climáticas globais. Com eventos extremos intensificando os impactos das mudanças climáticas, a COP29 conseguiu avanços limitados na criação de um mercado global de carbono, mas os compromissos financeiros ficaram aquém das necessidades. A reeleição de Donald Trump levanta temores sobre o retrocesso das políticas ambientais americanas, mas o setor privado e governos estaduais podem preencher a lacuna de ação. O Brasil, com seu potencial em energias renováveis, tem a oportunidade de se tornar líder na transição energética global, aproveitando a COP30 para consolidar sua posição como protagonista na governança climática, especialmente em um cenário internacional fragmentado. (GESEL-IE-UFRJ – 07.01.2025)
Link ExternoArtigo de Keith Pronske: Aumento da demanda por energia e a importância das fontes renováveis 24/7
O avanço das tecnologias digitais, como a inteligência artificial, está elevando a demanda por energia, especialmente em regiões de rápido crescimento econômico, o que fortalece a busca por fontes renováveis e soluções para descarbonizar setores emissores. Keith Pronske, CEO da Clean Energy Systems, destaca que as fontes renováveis precisam estar disponíveis 24/7, e o armazenamento de energia será fundamental para isso, com a integração de biomassa e hidrelétricas. Embora haja progressos na descarbonização na América do Norte e Europa, a transição é insuficiente, com foco principalmente em eficiência energética e renováveis. Pronske enfatiza os avanços em projetos de captura de carbono, como o Biomass Carbon Removal and Storage (BiCRS), com grande potencial no Brasil devido à produção de etanol e bagaço de cana. Ele também aponta a necessidade de melhorar o armazenamento de energia em larga escala e os desafios na construção de hidrelétricas, observando que o Brasil fez bom trabalho no setor, mas parou de desenvolver projetos com reservatórios.(Além da Energia– 06.01.2025)
Link ExternoSuécia: Geração eólica supera a nuclear primeira vez, mas não convence governo a mudar de estratégia
A produção de eletricidade a partir da fonte eólica atingiu um recorde na Suécia em 2024, superando, no último mês de dezembro, a energia nuclear e hidrelétrica, respondendo por 35% da produção, segundo a Associação Sueca de Energia Eólica (SWEA, na sigla em inglês). Durante todo o ano, a foi responsável por 25% da geração (40,8 TWh), ante 22% em 2022, atrás da energia hidrelétrica e nuclear. O desempenho, de acordo com a entidade, pode fazer da fonte um ‘driver’ fundamental da eletrificação nacional, permitindo o cumprimento de metas climáticas e a aceleração da transição energética. O governo sueco, todavia, em novembro, rejeitou pedidos de construção de 13 parques eólicos offshore e removeu subsídios para a conexão de projetos à rede elétrica. Apesar da performance pujante, o planejamento do país ainda aposta no desenvolvimento da energia nuclear para a expansão da geração e atingir as ambições de sustentabilidade. (Reuters – 09.01.2025)
Link ExternoEmirados Árabes Unidos: Investimentos em energia verde na África chegam a US$ 110 bi
Os Emirados Árabes Unidos se tornaram o maior patrocinador de novos projetos empresariais na África, especialmente em energia verde, com investimentos de US$ 110 bilhões entre 2019 e 2023, dos quais US$ 72 bilhões foram destinados à energia renovável. Esses investimentos superam os feitos por países como o Reino Unido, França e China, que reduziram suas iniciativas no continente após resultados abaixo das expectativas. No entanto, enquanto líderes africanos veem os investimentos como essenciais para a transição energética, alguns ativistas temem que o histórico dos Emirados em direitos trabalhistas e questões ambientais comprometa os projetos, que poderiam não atender aos padrões de proteção aos trabalhadores e ao meio ambiente. (Valor Econômico - 24.12.2024)
Link ExternoHolanda: Energia solar e eólica impulsionam metas climáticas, mas desafios persistem
O rápido crescimento da energia solar e eólica na Holanda tem impulsionado os esforços do país para reduzir as emissões e atingir suas metas climáticas, mas também apresenta desafios para a próxima fase da transição energética, conforme aponta o relatório da IEA Netherlands 2024: Energy Policy Review. Embora as emissões do setor de energia tenham caído pela metade desde 2018, a dependência de combustíveis fósseis ainda é significativa, especialmente no setor de aquecimento e transporte. O país precisa expandir suas redes elétricas e reduzir sua dependência do gás natural por meio de tecnologias de baixas emissões, como energia nuclear, renováveis, bombas de calor e aquecimento distrital. A Holanda estabeleceu metas ambiciosas para aumentar sua capacidade de energia eólica offshore, visando 70 GW até 2050, o que exigirá melhorias nas redes elétricas e atração de investimentos. O uso de hidrogênio limpo também é fundamental, mas requer maior clareza política. Além disso, a energia nuclear está sendo considerada para complementar o mix energético. O relatório sugere que uma abordagem coordenada entre governo e setores é essencial para enfrentar os desafios da transição energética de forma holística e eficaz.(IEA – 09.01.2025)
Link ExternoNacional
Aumento histórico de 10.853 MW na geração de energia elétrica em 2024
Em 2024, a matriz de geração de energia elétrica no Brasil teve um aumento recorde de 10.853,35 MW, superando em 747,35 MW a meta estipulada pela Aneel para o ano, que era de 10.106 MW. Este é o maior crescimento desde o início das medições em 1997. O ano também foi marcado pela instalação de 301 novas usinas em 16 estados brasileiros, com destaque para as fontes solar fotovoltaica (51,87%) e eólica (39,26%), que juntas responderam por 91,13% da potência instalada. Entre as novas usinas, 147 eram solares (5.629,69 MW) e 121 eólicas (4.260,57 MW), além de 22 termelétricas (906,7 MW), 9 pequenas centrais hidrelétricas (51,8 MW) e 2 centrais hidrelétricas (4,6 MW). Os estados com maior crescimento foram Minas Gerais (3.173,85 MW), Bahia (2.408,67 MW) e Rio Grande do Norte (1.816,38 MW). Em dezembro, o Brasil adicionou 502,59 MW, com a instalação de 16 usinas, sendo a maioria solares e eólicas. Minas Gerais foi o estado com maior expansão no mês. Em 7 de janeiro de 2025, o Brasil atingiu 208.930,5 MW de capacidade instalada, com 84,95% das usinas sendo renováveis, conforme o Sistema de Informações de Geração (SIGA) da Aneel.(Agência CanalEnergia – 10.01.2025)
Link ExternoGeração solar atinge 52 GW de capacidade instalada em 2024
A geração solar no Brasil atingiu 52 gigawatts (GW) de capacidade instalada, incluindo usinas centralizadas e a micro e minigeração distribuída (MMGD), onde o consumidor gera sua própria energia. As grandes usinas fotovoltaicas somam 17,4 GW, enquanto a MMGD, com sistemas fotovoltaicos em telhados e projetos de geração remota, alcançou 34,8 GW. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), os investimentos no setor geraram R$ 238,3 bilhões e 1,5 milhão de empregos desde 2012, além de evitar a emissão de 63 milhões de toneladas de CO2. No entanto, a associação alerta para a ameaça ao crescimento do setor devido ao aumento no imposto de importação de módulos fotovoltaicos, que subiu de 9,6% para 25% em 2024. A Absolar estima que o Brasil tenha potencial para adicionar mais 13 GW de capacidade solar em 2025, mas destaca os desafios enfrentados pelo setor, que exigiram resiliência e adaptação por parte das empresas e profissionais.(Agência Eixos– 09.01.2025)
Link ExternoLançamento do primeiro caderno do Plano Nacional de Energia 2055
O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) lançaram o primeiro caderno do Plano Nacional de Energia (PNE) 2055, que analisa as principais tendências e incertezas para os próximos 30 anos, considerando mudanças climáticas, transição energética, inovações tecnológicas e novos hábitos de consumo. O estudo destaca a urgência da transição para fontes de baixo carbono devido à emergência climática e observa que o Brasil, com recursos naturais abundantes e uma matriz energética renovável, tem grande potencial nas áreas de bioenergia, energia solar e eólica. O país tem avançado em autossuficiência energética, mas precisa expandir sua infraestrutura para atender à crescente demanda por energia. A inovação tecnológica é fundamental, embora os investimentos em pesquisa ainda enfrentem desafios. O Brasil está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente no ODS 7, relacionado à energia limpa, mas enfrenta dificuldades em outros setores, exigindo políticas inclusivas e resilientes para garantir uma transição energética justa e sustentável.(Agência CanalEnergia – 07.01.2025)
Link ExternoDesafios e oportunidades na transição energética para 2055
O Brasil está traçando diferentes cenários para sua transição energética até 2055, com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Ministério de Minas e Energia (MME) explorando possíveis caminhos que impactam a descarbonização e o desenvolvimento sustentável. Em um cenário otimista, chamado "Transição para todos", o país alcançaria a neutralidade climática antes de 2050, com investimentos em renováveis, bioenergia, captura de carbono e minerais críticos, impulsionados por uma governança forte e uma sociedade mais consciente. No entanto, em um cenário mais pessimista, a "Transição desperdiçada", o Brasil avançaria lentamente, devido à falta de coordenação política, regulação reativa e financiamento insuficiente, sem alcançar as metas de neutralidade até 2050. Em um futuro mais negativo, no cenário "Transição bloqueada", o país ficaria para trás na corrida pela descarbonização, perdendo o momento de ação global e enfrentando sérios desafios econômicos e sociais. A análise também destaca a importância de uma abordagem integrada para aproveitar os recursos nacionais e não ceder às pressões internacionais por tecnologias inadequadas à realidade brasileira, como a eletrificação, em detrimento do potencial da bioenergia.(Agência Eixos– 07.01.2025)
Link ExternoGoverno recomenda veto a trechos do marco das eólicas offshore que afetam economia popular
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que diversos ministérios recomendam ao presidente Lula vetar trechos do marco legal das eólicas offshore que tratam de temas não relacionados a esses projetos, destacando que essas mudanças podem impactar negativamente a economia popular, especialmente as contas de luz das pessoas mais pobres. Haddad informou que todos os ministérios que se manifestaram concordaram com a necessidade do veto, com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reforçando a visão unânime do governo. Durante a tramitação, emendas no Congresso acrescentaram temas como a prorrogação de contratos de usinas termelétricas, que também podem ser vetados pelo presidente, com possibilidade de reversão pelo Congresso. Além disso, Haddad mencionou que o governo também planeja vetar itens do projeto de lei sobre o Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag), aprovado pelo Senado, que traz diferenças em relação à proposta inicial e que pode afetar as finanças estaduais e federais.(Agência Eixos– 09.01.2025)
Link ExternoArtigo de Mariana Palandi Medeiros Pacheco e João Pedro Viegas de Moraes Leme: "Quem pagará a conta da transição climática no Brasil?"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Mariana Palandi Medeiros Pacheco (consultora da Tendências Consultoria) e João Pedro Viegas de Moraes Leme (consultor da Tendências Consultoria) tratam da COP29, realizada em Baku, que, apesar de abordar temas relevantes sobre mudanças climáticas, não conseguiu avançar em consensos sobre o financiamento da transição climática e a justiça climática. Embora tenha sido introduzido um objetivo financeiro coletivo e avançado em alguns pontos da operacionalização do Fundo de Perdas e Danos, as questões de governança e o fornecimento de recursos continuaram indefinidos, com acusações de que os fundos foram concedidos a juros de mercado. No Brasil, o governo busca consolidar sua liderança ambiental, mas enfrenta desafios financeiros internos, como a restrição do orçamento público, dificultando o cumprimento das metas climáticas. O país aposta em alternativas como parcerias com o setor privado e incentivos financeiros, mas ainda enfrenta a necessidade de maiores recursos externos para atingir os compromissos globais. (GESEL-IE-UFRJ – 09.01.2025)
Link ExternoArtigo de Marcelo Bicalho Behar: "Chegou a hora da virada na COP30"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Marcelo Bicalho Behar (senior advisor para a COP30 do World Business Council for Sustainable Development [WBCSD]) trata da importância da COP30, que será realizada em Belém, enquanto oportunidade crucial para reverter os problemas climáticos, como emissões, desmatamento e erosão do solo. Para isso, destaca a necessidade de alinhar a diplomacia, a ação do setor privado e a logística. O autor propõe táticas para impulsionar o mercado de carbono, a bioeconomia e o uso sustentável da biodiversidade, além de enfocar a transição energética, aproveitando o potencial do Brasil para liderar soluções limpas e sustentáveis. Behar enfatiza que o Brasil é o maior beneficiário e também o maior prejudicado caso não atue com urgência para combater as mudanças climáticas, sugerindo que o país pode alcançar uma virada histórica nesse cenário global. (GESEL-IE-UFRJ – 07.01.2025)
Link ExternoArtigo Gláucia Fernandes: "Avanços e lacunas do ESG no Brasil: um balanço de 2024"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Gláucia Fernandes (professora Adjunta de Finanças do COPPEAD/UFRJ) trata dos avanços e desafios da agenda ESG no Brasil em 2024, destacando o compromisso crescente do país com a sustentabilidade. A autora explora eventos importantes, como o ‘ESG Land’ e o ‘Summit ESG’, que impulsionaram a discussão e a ação em práticas sustentáveis, tanto no Brasil quanto no cenário internacional. O governo brasileiro destinou recursos significativos a projetos sustentáveis, e empresas lideraram iniciativas, como pactos climáticos e fiscalizações no setor de mineração. Apesar dos avanços, desafios como o desmatamento e desigualdade social persistem, e o Brasil precisa intensificar seus esforços para consolidar uma agenda ESG sólida e alinhada aos padrões internacionais, especialmente com o mercado de carbono promissor. A projeção é que o Brasil se torne um líder global em soluções climáticas, mas para isso, é necessário continuar avançando em transparência, inclusão social e práticas sustentáveis. (GESEL-IE-UFRJ – 09.01.2025)
Link ExternoArtigo de Raquel Betti e Renata Franco: "Mercado de carbono e o impacto tributário"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Raquel Betti (advogada de Direito Ambiental) e Renata Franco (sócia especialista em Direito Ambiental e Regulatório do escritório Renata Franco Advogados) tratam do Mercado de Carbono, um mecanismo financeiro criado para incentivar a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e combater as mudanças climáticas. Esse mercado permite a negociação de créditos de carbono, concedidos a países que reduzem suas emissões, com base em acordos internacionais como o Protocolo de Kyoto e o Acordo de Paris. A regulamentação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), implementado pela Lei nº 15.042/2024, trouxe desafios tributários, como a tributação de transações de créditos de carbono. A legislação determina a tributação sobre os ganhos obtidos na venda desses créditos, considerando diferentes cenários fiscais. A implementação gradual do SBCE e a necessidade de regulamentação adicional destacam a importância de uma estrutura clara para garantir a eficácia do mercado e o cumprimento das metas de emissões. (GESEL-IE-UFRJ – 06.01.2025)
Link ExternoVeto aos "jabutis" do PL 576/2021 e avanço na regulação da eólica offshore
O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que os "jabutis" do PL 576/2021, que trata do marco regulatório da eólica offshore, serão vetados após consenso entre os ministérios de Minas e Energia, MDIC e Fazenda. Os jabutis, que incluem questões como a extensão de subsídios ao carvão até 2050 e a contratação compulsória de PCHs e CGHs, foram adicionados durante a tramitação do projeto e não têm relação com o objetivo original da proposta. A decisão de veto será apresentada ao presidente Lula, que tem até sexta-feira (10) para sancionar o projeto. Associações de defesa do consumidor alertam que os jabutis podem aumentar em R$ 545 bilhões o custo da energia até 2050, enquanto defensores das PCHs argumentam que a manutenção da contratação compulsória poderia gerar economia. Além disso, Silveira revelou que o Brasil irá assinar sua adesão à Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena), visando reforçar sua posição como líder na transição energética global, e defendeu a exploração da margem equatorial para geração de receita e implementação de políticas governamentais.(Agência CanalEnergia – 08.01.2025)
Link ExternoRegulação e Reestruturação do Setor
Artigo GESEL: “Regulação Econômica: Pilar para transição energética do Brasil”
Em artigo publicado pelo Broadcast Energia, Nivalde de Castro (professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador-geral do GESEL) e Bianca de Magalhães de Castro (pesquisadora plena do GESEL-UFRJ) abordam os desafios e oportunidades do Brasil no contexto da transição energética, com destaque para o papel da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e a importância da regulação econômica para atrair investimentos no setor elétrico. Enquanto economias desenvolvidas têm maior capacidade de financiar a transição, o Brasil apresenta vantagens competitivas como sua matriz elétrica predominantemente renovável (85%) e recursos naturais abundantes. O modelo brasileiro é sustentado por cinco pilares: planejamento energético, políticas públicas, sistema interligado, financiamento diversificado e regulação econômica. A ANEEL desempenha um papel crucial na garantia de segurança regulatória, atraindo investidores e promovendo competição. Exemplos bem-sucedidos incluem o segmento de transmissão elétrica, com leilões que resultam em custos menores para a sociedade. Entretanto, há riscos para a autonomia da ANEEL, como interferências políticas, “jabutis” legislativos (inclusão de medidas sem justificativa técnica) e pressões do Congresso. A redução dessa autonomia comprometeria a estabilidade regulatória e a capacidade do Brasil de atrair investimentos essenciais para alcançar seu potencial de transição energética e cumprir as metas climáticas até 2050. (GESEL-IE-UFRJ – 08.10.2025)
Link ExternoBrasil: Mercado livre de energia cresce 58% em 2024
Em 2024, o mercado livre de energia no Brasil alcança um marco histórico, com um aumento de 58% no número de unidades consumidoras migrando para esse modelo, totalizando cerca de 60 mil unidades. A abertura do mercado desde janeiro permitiu a migração de empresas de menor porte, como padarias e restaurantes, que representam quase 40% das migrações mensais. Esse crescimento foi impulsionado por novas tecnologias e fontes renováveis, mas também gerou preocupações sobre a segurança financeira das comercializadoras, especialmente após a crise de gás na Europa. O setor agora discute a criação de mecanismos de assistência para consumidores em caso de falências e a possível regulação do mercado, incluindo a abertura para consumidores residenciais, além de enfrentar o impacto do aumento de subvenções para fontes renováveis e a expansão da geração distribuída sobre os preços e políticas do setor. (Valor Econômico - 19.12.2024)
Link ExternoBrasil: CCEE conclui liquidação do MCP de novembro de 2024 com R$ 2,64 bilhões
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) concluiu na quinta-feira, 9 de janeiro, a liquidação financeira do mercado de curto prazo (MCP) referente a novembro de 2024, totalizando R$ 2,64 bilhões, dos quais R$ 1,32 bilhão foram efetivamente pagos. O valor não pago, que somou R$ 1,32 bilhão, está majoritariamente vinculado a liminares do risco hidrológico (GSF), que representam R$ 1,1 bilhão, além de R$ 182,10 milhões relativos a valores parcelados e R$ 38 milhões de inadimplência. A CCEE informou que os agentes com decisões judiciais favoráveis para não participar do rateio da inadimplência do GSF receberam cerca de 90,4% de seus créditos, enquanto os que estão sob decisões que determinam o pagamento proporcional receberam 42,6%. Aqueles sem liminares relacionadas ao rateio da inadimplência receberam apenas 32,7%. A CCEE explicou que os créditos não pagos, decorrentes do rateio da inadimplência e das liminares do GSF, serão incluídos no próximo ciclo de contabilização, conforme o Art. 84, parágrafo 2º, da Resolução Normativa ANEEL nº 957/2021.(Agência CanalEnergia – 10.01.2025)
Link ExternoEficiência Energética e Eletrificação de Usos Finais
Brasil: Crescimento de 89% nas vendas de veículos eletrificados em 2024
O mercado de veículos eletrificados no Brasil teve um crescimento significativo em 2024, atingindo um total de 177.358 unidades emplacadas, um aumento de 89% em relação ao ano anterior, consolidando a transição para a eletromobilidade no país. Esse avanço foi impulsionado principalmente pelos modelos 100% elétricos (BEV) e híbridos plug-in (PHEV), que juntos representaram 71% das vendas do setor, com destaque para os PHEV, que lideraram o mercado. Em dezembro, o Brasil registrou o melhor desempenho histórico, com 21.634 unidades vendidas, sendo 69% dessas de modelos PHEV. Além disso, os híbridos sem recarga externa (HEV e HEV Flex) também mostraram crescimento de 24% em comparação com 2023. A expansão da infraestrutura de recarga foi um fator crucial para esse crescimento, com o país atingindo 12.000 pontos de recarga públicos e semi-públicos no final de 2024. Entretanto, a inclusão dos micro-híbridos (MHEV) nas estatísticas de vendas gerou debates, e, em resposta, a ABVE anunciou que, a partir de 2025, separará as vendas desses modelos das demais tecnologias, garantindo maior clareza nos dados divulgados.(Inside EVs– 07.01.2025)
Link ExternoBrasil: Crescimento recorde da BYD no mercado de carros elétricos em 2024
Em 2024, a BYD teve um crescimento recorde no Brasil, com 76.713 carros elétricos e híbridos plug-in emplacados, um aumento de 327,68% em relação ao ano anterior, consolidando-se como líder no mercado de eletrificados e tornando o Brasil seu maior mercado internacional. Modelos como o BYD Dolphin Mini e a linha BYD Song destacaram-se, com o Dolphin Mini superando o Dolphin como o carro mais vendido da marca no país. O Dolphin Mini, lançado em 2023, foi elogiado por sua segurança, obtendo cinco estrelas no teste Latin NCAP. A empresa também acelerou seus investimentos, com uma fábrica em Camaçari, na Bahia, projetada para produzir 300.000 veículos por ano, e 100 lojas no país, com planos de expandir para 250 unidades. A liderança da BYD no segmento de veículos elétricos contrasta com a atuação da Chery, que ainda foca em carros a combustão. Em 2024, a China exportou 149.923 veículos de novas energias para o Brasil, refletindo a crescente adesão aos carros elétricos e híbridos no país.(Inside EVs– 06.01.2025)
Link ExternoBrasil: GWM se destaca com modelos híbridos e elétricos no mercado brasileiro
Em 2024, a GWM obteve um crescimento impressionante no mercado automotivo brasileiro, com 29.218 unidades vendidas, o que representa um aumento de 154% em relação ao ano anterior. Esse avanço foi impulsionado pela oferta de modelos híbridos plug-in e elétricos, além da ampliação de sua rede de concessionárias, que alcançou 100 pontos de venda, incluindo 12 novas unidades inauguradas em dezembro. A marca também se destacou por inovações no atendimento ao cliente, como o financiamento online em parceria com o Mercado Livre, o programa de assinatura de veículos GWM Assinatura, o GWM Delivery, que permite entrega de veículos em todo o Brasil, e a Oficina Remota, que oferece conveniência no pós-venda. A linha Haval H6 foi um dos principais responsáveis pelos resultados positivos, consolidando-se como um dos híbridos mais valorizados no país. A GWM também comemora o sucesso do modelo Ora 03, um dos elétricos mais vendidos do Brasil. Para 2025, a marca prevê iniciar a produção local em Iracemápolis (SP) e seguir com investimentos em novos lançamentos e no aprimoramento da experiência do cliente.(Inside EVs– 07.01.2025)
Link ExternoEPE e MME: Publicação do Caderno de Ações Norteadoras para o Avanço da Eficiência Energética no Brasil
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Ministério de Minas e Energia (MME) publicaram o Caderno de Ações Norteadoras para o Avanço da Eficiência Energética no Brasil. O documento apresenta os principais conceitos de eficiência energética e características intrínsecas de indicadores, além da atual governança e as ações de estímulo já realizadas a nível nacional, as atividades e os estudos conduzidos pela EPE e seus parceiros sobre o tema. Setorialmente, esse trabalho resgata as propostas de ações para indústria, edificações e transportes, e é proposto um conjunto das principais ações norteadoras para o avanço da eficiência energética no Brasil. (EPE – 27.12.2024)
Link ExternoEPE: Aporte de 2023 em eficiência energética foi o menor da série histórica
Segundo a plataforma INOVA-E, projetada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), os investimentos do Brasil em eficiência energética vêm diminuindo gradativamente desde 2016. O montante atingiu R$ 309 milhões em 2023, configurando o menor valor já aplicado pelas empresas do setor elétrico desde 2013, quando começou o levantamento. Esse cenário de queda vai contra a ideia de que o segmento precisa avançar até 2030 para amparar o processo de descarbonização, conforme preconiza a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). No total, a plataforma contabilizou R$ 6 bilhões em projetos de eficientização oriundos de investimentos públicos ou publicamente orientados. Mais da metade foi oriunda do BNDES (R$ 4,1 bilhões), enquanto a Aneel e a Finep responderam por 14% e 16%, respectivamente. A destinação aconteceu principalmente para tecnologias aplicadas ao setor de transporte rodoviário, seguida por aplicações não alocadas, e depois para a indústria, residências e comércios. (Agência CanalEnergia - 27.12.2024)
Link ExternoPwC: Pesquisa revela que 75% dos brasileiros planejam comprar carro elétrico nos próximos 5 anos
Uma pesquisa da consultoria PwC revelou que três em cada quatro brasileiros planejam comprar um carro elétrico nos próximos cinco anos, superando a média global de 60%. Apesar do alto custo inicial, os carros elétricos no Brasil têm manutenção mais barata, o que torna seus custos totais, incluindo impostos, manutenção, seguros e abastecimento, mais próximos dos veículos a combustão. A pesquisa também revelou que 20% dos brasileiros não têm interesse em carros elétricos, e que 5% já possuem um, com total satisfação. No entanto, a adaptação ao uso desses veículos exige mudanças de hábitos e infraestrutura, como a instalação de pontos de recarga, o que pode impactar o planejamento da rede elétrica. O estudo ainda destaca o aumento das vendas de veículos elétricos no Brasil, com um crescimento de 60,7% em relação a 2023 e uma expectativa de vendas de 170 mil unidades em 2024. (Valor Econômico - 27.12.2024)
Link ExternoS&P Global Mobility: Crescimento expressivo no mercado de veículos elétricos em 2025
De acordo com um relatório da S&P Global Mobility, o mercado global de veículos elétricos (EVs) deverá registrar um crescimento expressivo em 2025, com vendas estimadas de 15,1 milhões de carros elétricos, o que representa um aumento de cerca de 30% em comparação com as 11,6 milhões de unidades comercializadas em 2024. A participação dos EVs no mercado global passará de 13,2% para 16,7%, com destaque para a China, que responderá por 29,7% do total de vendas globais de EVs, seguida pelos Estados Unidos, com 11,2% (um aumento de 36% em relação a 2024), e pela Europa Central e Ocidental, com 20,4% (um crescimento de 43,4%). A Índia também terá uma participação crescente, estimada em 7,5%, representando um salto impressionante de 117% em relação ao ano anterior. No entanto, a produção global de veículos leves deverá cair 0,4%, totalizando 88,7 milhões de unidades, em meio a um cenário de desaceleração do comércio global e incertezas econômicas. As previsões de vendas de EVs também dependerão de fatores como políticas de incentivo governamentais, especialmente nos Estados Unidos, onde a continuidade de um crédito tributário federal pode influenciar diretamente os resultados do setor.(Inside EVs– 05.01.2025)
Link ExternoArtigo WEForum: “Transformando a demanda por energia: acelerando a ação por meio da liderança do governo”
Em artigo publicado no Fórum Econômico Mundial (WEForum), Olivier Schwab, diretor-gerente da entidade, trata de estratégias e articulações governamentais focadas na demanda por energia para reduzir a intensidade energética da economia. A orientação foi coordenada pelo Conselho Internacional de Negócios (IBC, na sigla em inglês) e mira conciliar o aumento do produto e a descarbonização. Já os impactos foram apurados em um ‘white paper’ do WEForum, que projeta que a ação pelo lado da demanda pode oferecer uma redução custo-eficiente e de curto prazo de 31% na intensidade energética. Foi identificado, todavia, que o progresso em ações de eficiência energética tem sido insuficiente. Em 2023, as melhorias de eficiência foram apuradas em apenas 1,3%, ante o compromisso de avanços de mais de 4% acordado na COP28. Além disso, foi apontado que o tema vem perdendo protagonismo no diálogo internacional, tendo sido pouco proeminente na COP29. Apesar desse cenário, a entidade aponta que a ação do governo pode empoderar o setor privado a agir rumo à criação de um ambiente para potencializar práticas sobre a demanda por energia. Os pontos-chave para essa investida incluem: incluir o tema no planejamento nacional; mobilizar financiamento público e privado; e promover a eficiência energética em setores-chave como a indústria, construção civil e transportes. (WEForum – 09.01.2025)
Link ExternoArtigo de José Arnaldo Laguna, Everton Lopes e Gilles-Laurent Grimberg: "Motores do futuro e os caminhos para um transporte sustentável"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, José Arnaldo Laguna (presidente do Conselho Nacional de Retífica de Motores [CONAREM]), Everton Lopes (diretor da MAHLE América do Sul) e Gilles-Laurent Grimberg (CEO da Actioil América Latina) tratam da crescente pressão sobre a indústria automotiva global para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adaptar-se às novas demandas de mobilidade sustentável. O setor enfrenta desafios em relação à eficiência dos motores a combustão interna, sendo a transição para motores elétricos, híbridos e o uso de biocombustíveis as soluções emergentes mais promissoras. A falta de infraestrutura de recarga e os impactos ambientais na produção de baterias são desafios a serem superados. No Brasil, o uso de biocombustíveis como etanol, biodiesel e biometano se destaca, com o país se beneficiando de tecnologias híbridas e modificações em motores a combustão para reduzir emissões no setor de transporte de carga. Além disso, o hidrogênio verde e a neutralidade tecnológica são apontados como peças chave para a descarbonização, com políticas públicas e investimentos privados impulsionando essa transição, consolidando o Brasil como líder na adoção de soluções sustentáveis para o setor. (GESEL-IE-UFRJ – 09.01.2025)
Link ExternoNoruega: Modelos elétricos representaram 90% dos carros vendidos em 2024
Na Noruega, em 2024, nove a cada dez carros novos vendidos eram elétricos, colocando o país mais perto de sua meta de comercializar apenas eletrificados até 2025. Segundo a associação norueguesa de veículos elétricos, o país poderá ser o primeiro país do mundo a eliminar motores a combustão do mercado de carros novos. No ano anterior, veículos totalmente elétricos representaram 88,9% dos carros novos vendidos, ante 82,4% em 2023, segundo dados da Federação Norueguesa de Estradas (OFV). Contribuíram para a performance no tema a consistência de políticas de isenção de impostos de importação e valor agregado de VEs, bem como o fato do país não ter um lobby de montadoras. Esse “novo normal” nas estradas norueguesas, entretanto, impõe a necessidade de adaptação de outros setores do país, bem como pressionam a ampliação da infraestrutura de recarga e outras soluções de carregamento rápido. (Reuters – 02.01.2025)
Link ExternoHidrogênio e Combustíveis Sustentáveis
Brasil: BNDES aprova financiamento de R$ 1 bilhão para planta de etanol de segunda geração da Raízen
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 1 bilhão para a Raízen construir uma unidade de etanol celulósico de segunda geração (E2G) em Andradina, São Paulo, com capacidade de produção de até 82 milhões de litros por ano. Essa planta representa um avanço significativo na transição energética e na inovação tecnológica no Brasil, pois o etanol de segunda geração é produzido a partir da celulose do bagaço da cana-de-açúcar e tem aplicações em combustíveis sustentáveis para aviação (SAF), hidrogênio verde e combustível marítimo. Atualmente, o etanol de segunda geração corresponde a menos de 1% da produção nacional, que foi de 34,2 bilhões de litros em 2024. A Raízen planeja até seis plantas no país até 2028, com investimentos de R$ 1,4 bilhão, gerando mais de 1.500 empregos diretos na construção e 200 na operação por unidade. O financiamento do BNDES será dividido entre os programas Fundo Clima e BNDES Mais Inovação, visando estimular tecnologias sustentáveis e a descarbonização. Com a nova planta, a capacidade nacional de etanol de segunda geração poderá atingir 440 milhões de litros.(Agência CanalEnergia – 08.01.2025)
Link ExternoBrasil: Desafios e avanços na produção de combustíveis sustentáveis de aviação e diesel verde
A implementação de projetos de produção de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) e diesel verde no Brasil depende da aceitação internacional das matérias-primas, como o óleo de soja, e da superação de barreiras regulatórias, como o Corsia, da Organização da Aviação Civil Internacional. A Aprobio destaca que o desafio não é a disponibilidade de matérias-primas, mas sua certificação, essencial para acessar o mercado global. O debate sobre as emissões de gases de efeito estufa geradas pela agricultura e o uso indireto da terra (ILUC) também complica a aceitação do SAF brasileiro. Apesar das metas de descarbonização internas, como a Lei do Combustível do Futuro, o mercado nacional não justifica investimentos significativos, tornando a exportação crucial. Além disso, a Aprobio defende a inclusão de biocombustíveis como etanol e biodiesel na navegação internacional e destaca o aumento da mistura de biodiesel no diesel, com metas progressivas. A sanção da Lei 15.082/2024, que fortalece a fiscalização e penalidades, e o debate sobre o Operador Nacional do Sistema de Combustíveis são vistos como avanços para garantir a conformidade e o desenvolvimento do setor.(Agência Eixos– 07.01.2025)
Link ExternoBrasil: Petrobras lança edital para compra de biometano e avança na descarbonização
O lançamento do primeiro edital de compra de biometano pela Petrobras, no dia 6 de janeiro, marca um avanço para o setor, com foco no cumprimento do mandato de descarbonização do setor de gás natural, que exige a adição de 1% de biometano até 2026, com aumento gradual até 10%. A Associação Brasileira do Biogás (ABiogás) projeta que os projetos autorizados até 2025, junto com a produção atual, atenderão à demanda, com cerca de 32 projetos aguardando autorização. O setor sucroalcooleiro terá papel relevante, com a maior parte da produção vindo do agronegócio. O uso dos Certificados de Garantia de Origem do Biometano (CGOBs) permitirá que produtores distantes das grandes redes de distribuição participem do mercado, comercializando os certificados. O edital da Petrobras prevê contratos de longo prazo de 20.000 a 90.000 m³/dia, com entrega a partir de 2026, somando cerca de 700.000 m³/dia de biometano para atender ao mandato. Além disso, empresas como a Raízen estão se preparando para investir e fornecer biometano, enquanto a Shell está focada na comercialização do biocombustível.(Agência Eixos– 08.01.2025)
Link ExternoBrasil: Projeto de hidrogênio verde e amônia no sudoeste da Bahia
O Grupo Bmg, por meio de sua subsidiária Bmg Energia, está desenvolvendo um ambicioso projeto de transição energética na Fazenda Barra, no sudoeste da Bahia, com foco na geração de energia renovável e na produção de hidrogênio verde e amônia. Inicialmente planejado como uma usina fotovoltaica, o projeto foi adaptado devido às limitações do sistema elétrico regional, migrando para um hub de transição energética. A fazenda, com 20 mil hectares e recursos hídricos abundantes, oferece grandes vantagens logísticas e energéticas, incluindo alta capacidade fotovoltaica e acesso a importantes rodovias e ferrovias. A produção de hidrogênio verde e amônia atenderá tanto ao mercado interno quanto ao internacional, especialmente a demanda europeia. O projeto também se propõe a gerar empregos e impulsionar a economia local, com a capacitação de trabalhadores e o desenvolvimento de infraestrutura. A Bmg Energia busca parcerias estratégicas e está negociando com possíveis investidores e stakeholders para viabilizar a iniciativa, que visa promover a sustentabilidade e reduzir as emissões de carbono.(Agência CanalEnergia – 09.01.2025)
Link ExternoArtigo de Amanda Chu: "EUA afrouxam regras para hidrogênio verde na corrida para impulsionar o setor"
Em artigo publicado pela Folha de São Paulo, Amanda Chu (jornalista da Folha de São Paulo) trata da decisão do governo de Joe Biden de afrouxar os critérios para a concessão de créditos fiscais a produtores de hidrogênio verde, numa tentativa de impulsionar o setor e consolidar seu legado de energia limpa. O Departamento do Tesouro adiou os requisitos mais rígidos até 2030 e alterou as condições de certificação, permitindo que projetos de hidrogênio produzido com energia nuclear existente também se qualifiquem. A mudança, que atende a demandas de desenvolvedores do setor, visa garantir a competitividade dos EUA no mercado global de hidrogênio limpo, especialmente em relação à União Europeia. No entanto, analistas alertam que, sem demanda suficiente, a indústria de hidrogênio verde pode não se sustentar, apesar dos incentivos fiscais. (GESEL-IE-UFRJ – 07.01.2025)
Link ExternoEUA: Tesouro publica diretrizes finais sobre hidrogênio verde e azul, com foco em facilidades para o setor
A administração Biden está correndo para cumprir suas prioridades antes da posse de Trump em 20 de janeiro, incluindo a resolução de pendências como as regras para o crédito fiscal 45V, criado pela Lei de Redução da Inflação de 2022 (IRA) para produção de hidrogênio de baixo carbono. Após vários adiamentos, o Tesouro dos EUA publicou as diretrizes finais, com ajustes que facilitam a obtenção de créditos fiscais, especialmente para hidrogênio verde, permitindo um prazo maior para "matching anual" até 2030, e para hidrogênio azul, com a inclusão de dados específicos sobre vazamento de metano. Apesar de algumas mudanças, a economia do hidrogênio nos EUA continua a favorecer o hidrogênio azul. A administração Trump poderá revisar as regras, mas o apoio ao hidrogênio azul é forte. Além disso, a administração Biden impôs novas restrições ao desenvolvimento de petróleo e gás offshore, o que pode ser revertido por Trump. O governo também anunciou um compromisso de US$ 1,76 bilhão para um projeto de armazenamento de energia na Califórnia, enquanto o estado enfrenta desafios com incêndios florestais e questões no mercado de energia.(Woodmac – 10.01.2025)
Link ExternoMercado Ibérico: Mibgas lança primeiro índice de preços do H2V
A plataforma do mercado ibérico de gás (Mibgas) lançou o primeiro índice ibérico de preços do hidrogênio verde (H2V), o Mibgas IBHYX. A solução pretende refletir o sinal de preço do fornecimento do combustível sustentável, que representa o custo nivelado da produção de H2V (LCOH, na sigla em inglês) segundo os critérios estabelecidos nos atos delegados da União Europeia. A metodologia utilizada baseia-se nos custos de produção para, na primeira fase, definir e combinar critérios para obter o preço de produção deste vetor energético na Península Ibérica e, depois, apurar se o preço de procura que um ‘offtaker’ está disposto a pagar. O diferencial entre os valores, por sua vez, determinará o grau de liquidez do mercado, ainda em crescimento. A publicação dos sinais de preços será atualizada semanalmente. (Energías Renovables – 17.12.2024)
Link ExternoRecursos Energéticos Distribuídos e Digitalização
XP: Demanda de energia com IA e meta climática são tendências de investimento ESG em 2025
A agenda ESG tem levado muitos investidores a migrar o foco de produtos específicos para grandes temáticas ao pensar em investimentos responsáveis sob os critérios ambientais, sociais e de governança. A avaliação é de Marcella Ungaretti, responsável de Research ESG da XP. Segundo ela, como ficou muito amplo, tem a questão se é algo que todo mundo faz, mas ninguém realmente faz. Então, investidores têm ido para causas, como clima ou gênero. Ainda que esses temas sejam comumente para alocações de longo prazo, há oportunidades que já devem chamar mais atenção no ano que vem. Segundo a XP, são eles: impulso da transição energética; elevação da demanda de energia pelo avanço da inteligência artificial (IA); governança corporativa como fator ainda mais crítico; compromissos climáticos; e preparativos para o Brasil sediar a COP30, que acontecerá em Belém (PA) a partir de 10 de novembro. (Broadcast Energia – 06.01.2025)
Link ExternoEspanha: Instaladores pedem que a CNE enderece práticas abusivas de grandes distribuidores sobre o autoconsumo
A Comissão Nacional de Energia (CNE) da Espanha, que passa por um processo de restauração para atuar enquanto órgão de regulação do mercado energético, já recebe suas primeiras solicitações do setor. Pequenas instaladoras denunciam práticas de grandes distribuidoras, que impõem condições irregulares para o acesso à rede por parte dos autoconsumidores, como requisitos técnicos pouco transparentes e distorção de tarifas. A esse respeito, acusam empresas proprietárias de infraestruturas da rede de impedir o acesso equitativo e a abrandar o processo de transição energética. Assim, esses agentes dirigiram-se ao governo para pedir que, entre suas competências, a CNE fiscalize e assegure que as distribuidoras abandonem práticas distorcivas e não discriminem usuários. Eles insistem que o autoconsumo é um vetor para a descarbonização e a democratização do acesso às energias renováveis, o que legitima sua solicitação por incentivos econômicos e programas de financiamento, elencados como essenciais para impulsionar um mercado que está em um “ponto de inflexão”. (Energías Renovables – 08.01.2025)
Link ExternoImpactos Socioeconômicos
BCE: Lacuna de financiamento público pode colocar em risco o planejamento climático da UE
Um estudo publicado pelo Banco Central Europeu (BCE) aponta que os recursos públicos orientados para avanço nas metas climáticas da União Europeia podem ser insuficientes até o final desta década. O bloco pretende atingir a neutralidade climática até 2050, mas isso exige grandes investimentos, principalmente privados, complementados por incentivos públicos. Entretanto, o investimento verde já se mostra aquém do necessário para o cumprimento das metas para 2030, o que significa que mais aportes serão necessários no médio prazo, o que implica custos de transação mais elevados, mostra o documento. A projeção é que uma lacuna no financiamento público pode surgir a partir de 2027, agravada pela necessidade dos governos de reembolsar os recursos recebidos do fundo Next Generation EU, o pacote de recuperação pós-COVID. O BCE estima que a parcela do setor público de investimentos adicionais relacionados ao clima seja de cerca de € 83 bilhões por ano até 2030. Mas, embora os governos nacionais possam fornecer parte do dinheiro, serão sobrecarregados pelo pagamento de € 175 bilhões ao fundo entre 2028 e 2035. (Reuters – 08.01.2025)
Link ExternoRenault: Unificação das emissões é contraprodutivo para o setor
A Renault, em comunicado, alertou que a unificação das emissões dos fabricantes de automóveis poderia enfraquecer a indústria europeia de automóveis. A partir de 2025, a União Europeia reduziu drasticamente o limite máximo para as emissões de dióxido de carbono dos automóveis. Diante disso, as empresas devem ampliar a comercialização de modelos elétricos a fim de evitar multas elevadas. Uma das propostas é que as marcas com vendas mais baixas de veículos elétricos poderiam “agrupar” suas emissões com os líderes do segmento, tendo como contrapartida a compra de créditos de emissões para reduzir as suas médias globais e evitar as penalidades. A companhia, todavia, avalia que a medida pode ser prejudicial para o setor por ter caráter contraproducente, visto que os fabricantes seriam forçados a tomar medidas como comprar créditos aos concorrentes ou realizar cortes de produção. Nesse sentido, a Renault suplica por mais clareza à Comissão Europeia sobre o tema. (Reuters – 08.01.2025)
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