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IFE
15/04/2024

IFE Transição Energética 53

Assinatura:
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Subeditores: Fabiano Lacombe e Pedro Ludovico
Pesquisadores: Gabriela Vasconcelos e Gustavo Esteves
Assistente de pesquisa: Sérgio Silva

IFE
15/04/2024

IFE nº 53

Assinatura:
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Subeditores: Fabiano Lacombe e Pedro Ludovico
Pesquisadores: Gabriela Vasconcelos e Gustavo Esteves
Assistente de pesquisa: Sérgio Silva

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IFE Transição Energética 53

Dinâmica Internacional

IRENA: Crescimento recorde em energias renováveis, mas o progresso precisa ser equitativo

As estatísticas de Capacidade Renovável 2024 divulgadas pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) revelam um crescimento significativo na implantação de energias renováveis em 2023, atingindo um marco histórico de 3.870 gigawatts (GW) de capacidade total globalmente. Esse aumento é liderado pelas energias renováveis, que representaram 86% das adições de capacidade. No entanto, esse crescimento não é uniforme em todo o mundo, indicando uma tendência que está aquém da meta de triplicar as energias renováveis até 2030. A maior parte da expansão, 473 GW, foi registrada na Ásia, representando 69% desse aumento, com a China liderando o caminho com um crescimento de 63% em sua capacidade renovável, atingindo 297,6 GW. Essa disparidade destaca um grande desequilíbrio entre as regiões, deixando muitos países em desenvolvimento para trás, apesar das suas consideráveis necessidades econômicas e de desenvolvimento. Embora a África também tenha registrado algum crescimento, esse aumento foi muito mais modesto em comparação, atingindo uma capacidade total de 62 GW, representando um aumento de 4,6%. Outras regiões também experimentaram expansões significativas. O Médio Oriente viu um aumento de 16,6%, enquanto a Oceânia registrou um aumento de 9,4%. Os países do G7, como grupo, aumentaram em 7,6%, adicionando 69,4 GW no ano passado. Por sua vez, os países do G20 aumentaram sua capacidade em 15,0%, alcançando 3.084 GW até 2023. (IRENA – 27.03.2024)  
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IRENA: Ampliação pujante da capacidade instalada de energia solar em 2023

Um relatório publicado pela Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA, na sigla em inglês) destacou que foi notável o avanço da capacidade instalada de energia solar fotovoltaica em 2023. Segundo o “Estatísticas de Capacidade Renovável 2024”, a energia solar representou 73% do aumento global da capacidade de energias renováveis – com 1.419 GW de novas instalações -, seguida pela energia eólica, com 24% de representatividade. A China, a esse respeito, destacou-se como líder nas novas instalações de renováveis, com um acréscimo de 297,6 GW. Os países do G7 e do G20 também tiveram participação nesse crescimento, com aumentos de 69,4 GW (+7,6%) e 3.084 GW (+15%), respectivamente. Todavia, para que seja atingida a meta de triplicação da capacidade global de renováveis até 2030 – definida na COP28 –, é estimado que o G20 precise alcançar o montante de 9,4 TW. Ainda, o relatório destacou a existência de desigualdades regionais para o crescimento dessas instalações, que ficaram evidentes – sobretudo – no exame da África, que registrou um aumento mais tímido de 4,6%. Essa configuração, assim, destaca a necessidade de um esforço global coordenado para impulsionar a transição para fontes de energia renovável em todo o mundo, garantindo que os benefícios da transição sejam equitativamente distribuídos em todo o mundo. (Energías Renovables – 27.03.2024) 
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Europa: Instalação de 10 GW de armazenamento de energia em 2023, políticas para impulsionar um grande crescimento nesta década

Em 2023, a Europa testemunhou seu primeiro ano em que as implantações de armazenamento de energia por capacidade de energia ultrapassaram os 10 GW. De acordo com a oitava edição anual do Monitor do Mercado Europeu de Armazenamento de Energia (EMMES), publicado pela consultora LCP Delta e pela Associação Europeia de Armazenamento de Energia (EASE), as instalações totais na Europa, incluindo tanto a União Europeia (UE) quanto países não pertencentes à UE, nos segmentos de mercado residencial, de grande escala e comercial e industrial (C&I) ao longo do ano passado totalizaram cerca de 10,1 GW. Esse número representa mais do que o dobro dos 4,5 GW registrados em toda a Europa para 2022, e está significativamente acima da previsão de 6 GW para 2023 feita pela LCP Delta no relatório EMMES 7.0 do ano anterior, publicado aproximadamente nesta mesma época. Em 2023, observou-se uma mudança nas tendências políticas na Europa em relação ao armazenamento de energia. Anteriormente, os decisores políticos nacionais estavam focados na criação de estruturas básicas para aumentar a participação no mercado de armazenamento e abrir caminho para novos modelos de negócios. No entanto, agora há um reconhecimento de que é necessário aumentar a implantação de armazenamento. Isso se reflete em mais produtos de serviços de rede lançados, remoções de tarifas e taxas de rede, e condições fiscais mais favoráveis em geral. (Energy Storage – 02.03.2024)  
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Europa: Recorde de eletricidade limpa no início de 2024

Os dados fornecidos pelo think-tank climático Ember revelam um progresso notável na geração de energia limpa na Europa nos primeiros dois meses de 2024. Fontes de energia limpa representaram impressionantes 60% da eletricidade produzida na região durante esse período, marcando um recorde. Isso representa um aumento significativo de 12% em comparação com o mesmo período de 2023, com a geração de energia limpa totalizando 516,5 terawatts-hora (TWh) em janeiro e fevereiro de 2024. Ao mesmo tempo, a produção de combustíveis fósseis na Europa experimentou um declínio acentuado desde fevereiro de 2023, diminuindo de 46,53% para 39,31% da produção total de energia elétrica no mesmo período deste ano. Especificamente, em fevereiro de 2024, 160,66 TWh de eletricidade foram gerados a partir de combustíveis fósseis, enquanto 248,08 TWh foram provenientes de fontes de energia limpa. O crescimento significativo da energia eólica em 2023 desempenhou um papel fundamental nessa mudança, com os parques eólicos produzindo 137,5 TWh de eletricidade entre janeiro e fevereiro de 2024, representando um novo recorde e um aumento de 14% em relação ao mesmo período de 2023. Além disso, a geração de energia nuclear nos primeiros dois meses de 2024 também aumentou em comparação com o mesmo período de 2023, totalizando 172,5 TWh em comparação com 165,8 TWh. Apesar desse aumento na produção nuclear, a porcentagem de energia nuclear no mix elétrico da Europa permaneceu relativamente consistente, permanecendo em torno de 19,5% em ambos os períodos comparáveis. Energy Monitor – 27.03.2024)  
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Europa: Primeiros meses de 2024 têm performance recorde em energias limpas

Nos primeiros dois meses de 2024, 60% da geração de eletricidade da Europa se fez por meio de fontes limpas – um patamar recorde -, impulsionada pelo crescimento nas fontes hídrica, solar e eólica, além de uma recomposição na geração nuclear. O total de eletricidade produzida sem a emissão de carbono nesse período foi de 516,5 TWh, uma alta de 12% em relação ao ano anterior, enquanto que o montante produzido a partir de combustíveis fósseis foi de 351 TWh, o menor registro desde 2015, segundo dados da Ember. A fonte que liderou a geração foi a nuclear, com 172,5 TWh (+4,1%); seguida pela hídrica, com 153 TWh (+23%); eólica, que contribuiu com 137,5 TWh (14%); e, por fim, solar, com 24,4 TWh (+19%). Se a geração pelas fontes solar e eólica continuarem a crescer nesse ritmo, podem, combinadas, nos próximos anos, ultrapassar a energia nuclear como as mais pujantes para o continente. Além disso, o desenvolvimento dessas energias renováveis oferece oportunidades para a aceleração da transição energética a nível regional no continente, com redução da poluição e conversão das plantas produtivas. (Reuters -26.03.2024) 
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EUA: Novo investimento de US$ 6 bi para a descarbonização do setor industrial

O Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE, na sigla em inglês) anunciou o financiamento de US$ 6 bilhões para 33 projetos centrados na descarbonização do setor industrial em 20 estados. Segundo a entidade, esse é o maior investimento na descarbonização de indústrias da história americana. Os recursos vêm do Ato de Redução da Inflação (IRA) e da Lei de Infraestrutura Bipartidária e serão aplicados para acelerar tecnologias domésticas voltadas para a descarbonização de processos, como combustíveis verdes e a reciclagem de materiais. Os projetos integram oito segmentos industriais com elevadas emissões históricas de carbono: ferro e aço, alumínio e metais, concreto e cimento, papel e celulose, química, alimentícia, vidro, e calor de processo. Somados, os projetos prospectam uma redução de mais de 14 milhões de toneladas CO2. Ainda, cerca de 80% desses projetos e novas plantas estão localizados em comunidades mais desfavorecidas, que são afetadas pela falta de investimentos e poluição. Cada iniciativa, então, deve produzir benefícios comunitários, incluindo o trabalho com a população local para o avanço da diversidade, equidade e inclusão. (Utility Dive – 26.03.2024) 
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China: Potencial para encabeçar a revolução energética na África

Um estudo realizado pela universidade de Boston apontou para a oportunidade que a China tem de ser uma das condutoras da revolução energética na África, mas, para isso, ela precisa reverter mais de duas décadas de investimentos em fontes poluentes. Desde o começo do século 21, o país se tornou o principal parceiro de trocas bilaterais do continente africano, tendo aplicado bilhões de dólares em projetos de infraestrutura de larga escala, e, desde 2021, assinalou o compromisso de não implementar mais projetos de geração de eletricidade a partir de combustíveis fósseis no exterior. A partir dessa nova predileção, as instituições de financiamento em desenvolvimento da China têm focado seus investimentos na exportação de commodities e em de energias renováveis – sobretudo eólica e solar. Esses aportes, entretanto, constituem apenas 2% do montante de US$ 52 bilhões em empréstimos para energia na África entre 2000 e 2022, dos quais mais de 50% foram orientados para combustíveis fósseis. Apesar do vasto potencial para as energias verdes, os países africanos ainda não desfrutam totalmente dos benefícios das tecnologias de energias renováveis. (Reuters – 02.04.2024) 
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Reino Unido: Redução das emissões nacionais de carbono ante queda da demanda e aumento da importação de energia limpa

As emissões de gases de efeito estufa (GEE) do Reino Unido caíram 5,4% em 2023, segundo o Departamento de Segurança Energética e Net Zero (DESNZ, na sigla em inglês), devido à diminuição da demanda por gás natural para a geração de eletricidade e aquecimento residencial. O volume total das emissões de GEEs no último ano ficou estimado em 384,2 milhões de toneladas, com o setor elétrico respondendo por 41,1 milhões de toneladas, uma queda de 10,8 milhões em relação a 2022. Contribuíram para isso, simultaneamente, o aumento da importação de eletricidade de origem nuclear da França e a redução da demanda total por eletricidade no país. Ademais, o setor industrial teve uma redução de 8% nas emissões devido ao consumo diminuído de combustíveis fósseis nas indústrias de ferro e aço. (Reuters – 28.03.2024) 
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Austrália: Fundo de AU$ 1 bi para ampliar a produção nacional de painéis solares

A Austrália planeja a criação de um fundo de AU$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 3,3 bilhões) para a expansão da produção doméstica de painéis fotovoltaicos, visando a transição da energia gerada de fontes térmicas a carvão para a geração a partir de fontes renováveis. Uma a cada três residências australianas tem painéis solares instalados nos telhados, mas apenas 1% desses equipamentos são confeccionados dentro do país. Assim, a iniciativa inclui aportes e subsídios para impulsionar a produção dessas tecnologias na unidade fabril da AGL Energy – maior geradora do país -, visando, além de se resguardar de complicações futuras no comércio internacional, proporcionar empregos para os trabalhadores de estações a carvão que vão sendo desativadas. Segundo o Primeiro Ministro, Anthony Albanese, o país dispõe de todos os minerais críticos para se tornar um player central na transição para uma economia de baixo carbono e tem um histórico consistente enquanto produtor e exportador confiável de energia. A meta nacional é que as energias renováveis constituam 82% da matriz até 2030, ante os 40% registrados atualmente. (Reuters – 27.03.2024) 
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Colômbia: Banco Mundial faz novo empréstimo de US$ 750 mi mirando a resiliência climática

O Banco Mundial aprovou um empréstimo de US$ 750 milhões para a Colômbia para auxiliar o país a se tornar mais resiliente diante dos impactos prospectados das mudanças climáticas. Esse é o segundo aporte para o país com foco na transição energética, seguindo um empréstimo de US$ 1 bilhão em dezembro de 2022. A destinação dos recursos visa impulsionar o desenvolvimento de energia solar, eólica offshore e hidrogênio verde e a eletrificação do transporte urbano e multimodal. (Reuters – 01.04.2024) 
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Nacional

Brasil: G20 e a COP30 destacam oportunidade para liderança na transição energética

A presidência do Brasil no G20 e a COP30 em Belém destacam a oportunidade do país em liderar a transição para uma economia de baixo carbono. Apesar de desafios como a descentralização de investimentos e a polarização global - que podem travar as discussões - o Brasil deve apostar nas suas credenciais internacionalmente conhecidas na área ambiental para ser um locutor do compromisso dos países do G20 com a pauta sustentável. “Quando a gente fala em transição ecológica, transição energética, nenhum país tem as vantagens comparativas combinadas que o Brasil tem”, declara Luciana Costa, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os diferentes custos da descarbonização para cada país, todavia, incorrem em interesses dispersos no engajamento com a pauta. Ainda, conforme Beatriz Mattos, coordenadora de pesquisa da Plataforma Cipó, embora todos sejam afetados pela crise climática, os países têm diferentes pesos no contexto das emissões e aquecimento global. A esse respeito, Costa defende a criação de um mercado global de créditos de carbono a fim de evitar uma assimetria entre mercados locais e Marcos Caramuru, ex-embaixador do Brasil na China, argumenta a favor do ‘blended finance’ para permitir que os países traçam uma rota mais conjunta no âmbito da transição. (Valor Econômico - 27.03.2024) 
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Desafios do Brasil na redução de emissões de poluentes

O Brasil enfrenta desafios para reduzir suas emissões de poluentes, com foco no desmatamento e na agropecuária, que representam 38% e 29% das emissões, respectivamente. Apesar dos esforços bem-sucedidos para reduzir o desmatamento na Amazônia, o Cerrado ainda apresenta aumento. Alternativas econômicas para produtores e a transformação de empresas em "bioprodutoras" são vistas como soluções. No entanto, a transição para fontes renováveis de energia deve ser justa, evitando aprofundar desigualdades socioeconômicas. A preocupação recai sobre os subsídios às fontes renováveis que impactam a conta de luz da população e os impactos das usinas eólicas e solares sobre as comunidades locais e o desmatamento. (Valor Econômico - 09.04.2024)
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Fonte solar adiciona 4 GW no primeiro trimestre de 2024

No primeiro trimestre deste ano, a fonte solar registrou um acréscimo de 4 GW, totalizando 41 GW, incluindo tanto grandes usinas solares quanto sistemas de geração distribuída em telhados, fachadas e pequenos terrenos, conforme relatório da Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (Absolar). Esses números representam mais de R$ 195 bilhões em novos investimentos e a criação de mais de 1,2 milhão de empregos verdes no Brasil. A participação da energia solar na matriz elétrica brasileira agora corresponde a 17,4%. As grandes usinas solares alcançaram 13 GW de potência, com investimentos de aproximadamente R$ 56 bilhões e mais de 391 mil empregos gerados. A Absolar destaca que esse crescimento contribui para diversificar a matriz elétrica nacional e atender à demanda nos períodos de pico de consumo de eletricidade. (Agência CanalEnergia - 05.04.2024)
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Presidente Lula assina MP que estende prazo para projetos de energia limpa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma medida provisória que estende o prazo para projetos de energia eólica e solar acessarem subsídios, permitindo a geração de mais de 30 gigawatts de energia limpa no Brasil. A medida, que também busca reduzir as tarifas com recursos da privatização da Eletrobras, tem sido criticada por aumentar os encargos do setor elétrico. Apesar dos esforços do governo para atenuar a revisão tarifária extraordinária no Amapá e buscar soluções para a energia cara no Brasil, a Frente Nacional dos Consumidores de Energia e a Abrace Energia expressaram preocupações sobre o aumento dos encargos tarifários e o potencial aumento futuro nas tarifas. (Valor Econômico - 10.04.2024)
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Regulação

EUA: Aprova cronogramas de exportação de energia para DERs

A Comissão de Serviços Públicos da Califórnia emitiu uma decisão permitindo a aprovação de sistemas de energia renovável para interconexão à rede elétrica usando um calendário de exportação de energia, conhecido como Perfil de Geração Limitada (LGP), projetado para evitar impactos na rede. Essa abordagem, baseada nos dados da rede elétrica pública da Califórnia, visa reduzir a necessidade de atualizações caras na infraestrutura e apoiar níveis mais altos de energias renováveis na rede. Na Califórnia, as concessionárias são obrigadas a criar modelos detalhados de capacidade de hospedagem por hora para cada ponto em seu sistema de distribuição, conhecidos como Análise de Capacidade de Integração. De acordo com a decisão da Comissão, os desenvolvedores de energia limpa podem utilizar essas análises para projetar um LGP, garantindo que um projeto permaneça dentro dos limites de capacidade de hospedagem, em vez de pagar por atualizações de infraestrutura de rede que seriam necessárias de outra forma. Os Perfis de Geração Limitada especificam a quantidade máxima de geração elétrica que um sistema de Energia Distribuída (DER) exportará para a rede em diferentes momentos ao longo do ano, garantindo que o projeto se ajuste às flutuações das restrições da rede em momentos diferentes. (Smart Energy – 25.03.2024)  
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Europa: Necessidade de permitir investimentos antecipados para os ORD

A Eurelectric, em um novo relatório, está apelando às autoridades reguladoras nacionais para permitir que as Operadoras de Redes de Distribuição (ORD) na Europa façam investimentos antecipados para preparar a infraestrutura energética para emissões líquidas zero. Com o aumento dos pedidos de investimentos antecipados na rede, que não são imediatamente necessários para os projetos atuais, mas podem atender às necessidades futuras, surge a questão de como isso pode ser viabilizado. Esse conceito é crucial devido aos longos prazos de construção da rede, que podem atrasar o desenvolvimento das energias renováveis. Na Europa, os atuais quadros regulamentares só permitem que as ORD invistam na construção da rede elétrica após um pedido de conexão ter sido feito. Isso aumenta a possibilidade de a rede dificultar essas conexões e, em última análise, comprometer a realização das metas de emissões líquidas zero. Kristian Ruby, secretário-geral da Eurelectric, enfatiza a necessidade de os reguladores nacionais adotarem uma mentalidade voltada para o futuro, permitindo que as Operadoras de Redes de Distribuição (ORD) invistam proativamente na infraestrutura necessária para a neutralidade carbónica. (Smart Energy – 27.03.2024)  
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EUA: Regulador aprova regime de exportação para energia fotovoltaica e armazenamento de energia

A Comissão de Serviços Públicos da Califórnia (CPUC) aprovou solicitações de empresas de serviços públicos do estado para permitir que instalações solares e de armazenamento usem Perfis de Geração Limitada (LGPs) para se conectar à rede estadual sem pagar por atualizações de infraestrutura da rede. Um LGP é um cronograma de exportação de energia que gerencia o fornecimento de eletricidade à rede, garantindo que a capacidade de hospedagem da rede não seja excedida. Essa decisão foi elogiada pelo Conselho Interestadual de Energia Renovável (IREC), uma organização sem fins lucrativos que defendeu a adoção de LGPs. Eles afirmam que essa abordagem permitirá que os desenvolvedores de projetos evitem custos potencialmente elevados de atualizações de rede, levando em consideração as condições específicas da rede no local do projeto ao projetar um cronograma de exportação. Esta medida não apenas economizará dinheiro para promotores e clientes individuais, mas também possibilitará que a rede acomode níveis mais altos de energia renovável a um custo global mais baixo. (Energy Storage – 02.03.2024)  
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União Europeia: Imposto sobre carbono pode mudar mercado de GNL, diz Wood Mackenzie

Um relatório publicado pela Wood Mackenzie sinalizou que o mercado de gás natural liquefeito (GNL) poderá ser transformado e bifurcado caso a União Europeia estenda os impostos sobre o carbono para que sejam incluídas as importações desse combustível. A publicação Call of duty: How emission tax on imports could transform the global LNG market conclui que, se o bloco comercial for mais longe e reforçar a regulamentação do metano ou incluir o GNL no seu Mecanismo de Ajustamento das Fronteiras de Carbono, o mercado global de GNL irá se dividir. Embora o combustível emita cerca da metade do CO2 do carvão quando é queimado, sua cadeia de valor ainda é altamente intensiva em metano. Ainda, apesar do empenho ativo na redução da pegada de gases de efeito estufa nos projetos de GNL, a relutância dos compradores em pagar um prêmio pelas baixas emissões tem, até então, restringido o ímpeto dos vendedores em efetuar grandes investimentos na redução da intensidade de carbono. Um imposto sobre a importação de metano, contudo, contribuiria com incentivos econômicos adicionais, bem como limitariam a subida do preço do gás. Todavia, consoante a consultoria, os impostos cobrados somente na Europa não serão suficientes para atingir o objetivo de descarbonização em grande escala com os projetos de GNL. (Agência CanalEnergia - 21.03.2024) 
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Eficiência Energética e Eletrificação de Usos Finais

Europa: Em 2024, 25% dos carros elétricos vendidos na Europa virá da China

Na Europa, os veículos elétricos (VEs) fabricados na China estão se tornando cada vez mais comuns, mesmo que não seja imediatamente óbvio. No ano passado, aproximadamente 19,5% dos cerca de 300.000 VEs vendidos na União Europeia foram fabricados na China. Essa proporção tende a aumentar, de acordo com um artigo publicado pela Transport and Environment, uma ONG que se destaca como o principal grupo de campanha de transporte limpo da Europa. Seguindo a tendência do ano passado, o documento prevê que os VEs fabricados na China poderão alcançar uma participação de mercado de cerca de 25% na União Europeia este ano. Isso inclui modelos fabricados por empresas chinesas, como a BYD, além de modelos de fabricantes como Tesla e Dacia (propriedade da Renault). Essa crescente presença de VEs chineses no mercado europeu reflete não apenas a competitividade desses veículos em termos de custo e qualidade, mas também o interesse crescente dos consumidores e políticas governamentais que incentivam a adoção de veículos elétricos como parte dos esforços para reduzir as emissões de carbono e melhorar a qualidade do ar. (Inside EVs – 01.04.2024)  
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Europa: Plano estratégico para independência da China em baterias

A primeira iniciativa de um Plano Estratégico para independência de fornecimento chinês é a regulamentação de baterias, aprovada em julho de 2023 e que entrou em vigor em fevereiro passado na União Europeia (UE). Essa regulamentação abrange todo o ciclo de vida das baterias, desde a produção até a reciclagem, passando pelo uso e reutilização. O objetivo principal é garantir que as baterias sejam seguras, sustentáveis e competitivas. Essas regras não se limitam a um tipo específico de bateria, mas se aplicam a todos os tipos, incluindo aquelas usadas em veículos, dispositivos eletrônicos, na indústria e em sistemas de partida, iluminação e ignição. Isso reflete o reconhecimento da crescente importância das baterias em várias áreas da vida moderna e da economia. Essa regulamentação é crucial para a Europa, pois busca reduzir sua dependência da China, que atualmente fornece a maior parte das matérias-primas e dos acumuladores prontos. Ao estabelecer padrões rigorosos para a produção, uso e reciclagem de baterias, a UE pretende promover a autonomia e a segurança no abastecimento, além de impulsionar a inovação e a competitividade na indústria de baterias na região. (Inside EVs – 29.03.2024)  
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Europa: Esforços para a cadeia de fornecimento de baterias em terra

Na Europa, estão ocorrendo grandes investimentos no setor de reciclagem de baterias, à medida que o continente busca aumentar o fornecimento interno de materiais críticos para seus projetos de gigafábricas de íons de lítio. Este tópico foi amplamente discutido no evento Giga Europe da Benchmark Mineral Intelligence em Estocolmo recentemente, com representantes de empresas de reciclagem e soluções de fim de vida presentes, além de representantes de empresas de gigafábricas de baterias. O instituto de pesquisa Fraunhofer ISE declarou no ano passado que a capacidade de reciclagem de baterias na Europa (incluindo o Reino Unido) atingiria 160.000 toneladas até o final de 2023 e alcançaria 400.000 toneladas em 2025. Estima-se que até 2035 haverá quase 1.200.000 toneladas de baterias ou materiais de baterias necessitando de uma solução para o fim de vida no continente. Esses números refletem a crescente conscientização sobre a importância da reciclagem de baterias para garantir um ciclo de vida sustentável para os produtos de armazenamento de energia e para reduzir a dependência de materiais importados. (Energy Storage – 02.03.2024)  
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EUA: Mercado de armazenamento de energia dos EUA instalou mais de 12 mil MWh no quarto trimestre de 2023

No último trimestre de 2023, o mercado de armazenamento de energia dos EUA quebrou recordes anteriores de implantação em todos os segmentos, com 4.236 MW/12.351 MWh instalados durante o período. Isso representa um aumento de 100% em relação ao terceiro trimestre, de acordo com um novo relatório. Pela primeira vez, o segmento em escala de rede excedeu 3GW implantados em um trimestre e quase ultrapassou 4GW sozinho, de acordo com Wood Mackenzie e a última publicação do US Energy Storage Monitor da American Clean Power Association (ACP). As novas adições de 3.983 MW de nova capacidade representam um aumento de 358% em comparação com o mesmo período de 2022. John Hensley, vice-presidente de Análise de Mercados e Políticas da ACP, comentou sobre esse crescimento notável, destacando os benefícios críticos para a rede elétrica proporcionados pelo armazenamento de energia. Ele enfatizou a capacidade única do armazenamento de energia para abordar a resiliência da rede, atuando como geração, carga e transmissão, especialmente evidente durante momentos críticos, como ondas de calor históricas. Com um pipeline robusto, Hensley expressou confiança no futuro da implantação do armazenamento de energia nos EUA. (Smart Energy – 23.03.2024)  
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Artigo de Sergio Eminente: "O e-fuel como opção para descarbonizar os transportes"

Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Sergio Eminente (sócio da Kearney especializado no setor automotivo) trata do desafio da descarbonização no setor de transportes, responsável por quase 20% das emissões globais de gases de efeito estufa. O autor reconhece a eletrificação enquanto alternativa viável para veículos de passeio e modais de pequeno porte e curto alcance, mas aponta que para veículos pesados, como aviões e navios de carga, as barreiras à eletrificação tornam-se mais evidentes. Nesse contexto, ele argumenta que os combustíveis sustentáveis, como biocombustíveis e combustíveis sintéticos (e-fuels), surgem como alternativas promissoras. Ainda, ressalta o potencial do Brasil como uma região estratégica para a produção de e-fuels devido à alta disponibilidade de energia renovável, à proximidade de mercados consumidores e à indústria bem desenvolvida. Ele estima que o país tenha um excedente de geração de energia elétrica suficiente para produzir até 10 bilhões de litros de combustível em 2035, gerando uma receita potencial de US$ 12 bilhões em 12 anos. Todavia, ele aponta que os desafios são persistentes, incluindo o custo da energia renovável, incertezas políticas e regulatórias, e as tecnologias de captura de carbono e produção de hidrogênio verde. (Valor Econômico – 26.03.2024) 
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Artigo de Fabiano Nagamatsu: “Era da eletrificação de transportes: desafios e oportunidades”

Em artigo publicado pela Agência CanalEnergia, Fabiano Nagamatsu (CEO na Osten Moove) trata da transformação na matriz energética global dirigida pela eletrificação da indústria automotiva. Segundo o autor, essa mudança nos transportes, além de redefinir a maneira como nos deslocamos, apresenta diversos desafios e oportunidades na estrada da inovação e sustentabilidade. Entre os obstáculos, são mencionados: o custo inicial elevado para os veículos elétricos, falta de infraestrutura de carregamento e limitações de autonomia. Já entre as possibilidades com a eletrificação, são elencados: o desenvolvimento de baterias e novos modelos de negócios para serviços de carregamento, a redução de emissões de gases de efeito estufa, ganhos de eficiência, e o impulso à inovação nas cadeias de valor. Ademais, direcionando o exame para o mercado nacional, Nagamatsu aponta o crescimento exponencial na adoção de carros elétricos no país. Por fim, conclui que esse resultado revela uma mudança nos hábitos dos consumidores brasileiros e reitera o potencial do setor na transformação do país. (Agência CanalEnergia – 27.03.2024) 
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Hidrogênio e Combustíveis Sustentáveis

Cooperação Brasil-França mira minerais estratégicos e hidrogênio

O governo brasileiro assinou dois acordos com a França para cooperação em minerais estratégicos e alternativas aos combustíveis fósseis, como hidrogênio de baixo carbono, biocombustíveis, combustível sustentável de aviação (SAF) e energia nuclear. Os documentos foram assinados pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), durante um evento com Lula (PT) e o presidente da França, Emmanuel Macron. A Parceria Estratégica entre Brasil e França está buscando fortalecer a cooperação em investimentos, particularmente no setor de mineração. Duas declarações conjuntas foram estabelecidas para consolidar essa colaboração, focando em minerais críticos. Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), as declarações abordam diversos aspectos, incluindo compartilhamento de conhecimentos e melhores práticas em legislação, regulação, orçamento e organização no setor de mineração. Além disso, prevê-se a busca por financiamentos na área. É interessante notar que essa não é a única iniciativa nesse sentido. Recentemente, o MME também firmou uma declaração conjunta com o Ministério da Economia e Ação Climática da Alemanha, focada na cooperação nas áreas de extração e beneficiamento de recursos minerais, bem como na economia circular. Essa colaboração busca o intercâmbio de experiências em regulação, mostrando um esforço conjunto para fortalecer as capacidades e práticas nesses setores estratégicos. (EpBr – 28.03.2024)  
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União Europeia: Dependência de importações incertas para plano com o hidrogênio

Um novo estudo realizado pela Transport & Environment (T&E) destacou que a União Europeia não deve depender de importações incertas de países que prospectam exportar hidrogênio para alcançar suas metas ambiciosas com o combustível. Apesar do entusiasmo em torno do hidrogênio, apenas 1% da produção planejada de hidrogênio verde nos países avaliados recebeu financiamento. O estudo sugere que a Europa deve priorizar o desenvolvimento de seu próprio abastecimento antes de depender de países que, em muitos casos, não conseguem aumentar rapidamente a produção de hidrogênio e não possuem as infraestruturas necessárias para exportar hidrogênio para a Europa. O plano RePowerEU da União Europeia (UE), elaborado em resposta à invasão russa na Ucrânia, estabeleceu a meta de produção de até 20 milhões de toneladas de hidrogênio renovável até 2030, com metade desse total proveniente de importações. Contudo, uma análise conduzida pela consultoria Ricardo, em nome da T&E, focada em seis países com grandes planos para exportar hidrogênio para a UE - Noruega, Chile, Egito, Marrocos, Namíbia e Omã - sugere que, combinados, esses países poderiam entregar apenas um quarto dos 10 milhões de toneladas de importações almejadas pela iniciativa do bloco. (Hydrogen Central – 14.02.2024)   
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Recursos Energéticos Distribuídos e Digitalização

Grã-Bretanha: 34,8 milhões de medidores inteligentes

No final de 2023, o Departamento de Segurança Energética e Net Zero do Reino Unido relatou que 34,8 milhões de contadores inteligentes de eletricidade e gás foram instalados em residências e pequenas empresas britânicas, representando 61% de todos os contadores. Desse total, aproximadamente 20,2 milhões eram medidores inteligentes de eletricidade e 14,5 milhões de medidores inteligentes de gás. Além disso, cerca de 30,8 milhões de contadores, aproximadamente 54%, estavam operando no modo inteligente, enquanto o restante, quase 4 milhões, estava operando no modo tradicional, de acordo com a última atualização anual do governo. Esses números representam um aumento em comparação com 55% dos contadores inteligentes no final de 2022, com 3,5 milhões de contadores inteligentes instalados durante 2023, a maioria deles pelos grandes fornecedores. Em 2022, houve uma diminuição de cerca de 6% nas instalações de contadores inteligentes, com uma redução ligeiramente maior nas instalações de eletricidade do que nas de gás. No entanto, à semelhança de 2022, o número de instalações pelos grandes comercializadores aumentou durante o segundo semestre de 2023. No final de 2023, os contadores inteligentes representavam aproximadamente 61% dos contadores domésticos, com 18,8 milhões instalados para eletricidade e 14,1 milhões para gás. (Smart Energy – 26.03.2024)  
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Financial Times: A inteligência artificial está acelerando a transição energética

Em editorial publicado pelo Financial Times é tratada a integração da inteligência artificial (IA) no setor de energia e como isso tem transformado rapidamente as operações na trajetória da transição energética. Segundo o texto, essa combinação oferece benefícios como: melhorias de eficiência, de segurança e de sustentabilidade. A transformação se faz evidente em diversas funções cruciais, que incluem: o monitoramento das emissões de gases de efeito estufa, planejamento otimizado para infraestruturas relacionadas à transmissão e distribuição de energia, controle da oferta, e segurança cibernética. Além disso, são enfatizados os impactos da penetração da inteligência artificial sobre os empregos, o que pode implicar no aumento da demanda por profissionais de ciência e análise de dados e desenvolvedores de modelos preditivos com IA e na desocupação de cargos com funções que podem ser automatizadas. O relatório conclui que a agregação da IA ao setor de energia cria oportunidades de eficiência e inovação, contudo, também traz desafios. Destarte, o impacto geral dessa configuração dependerá – sobretudo – da estratégia das companhias para o gerenciamento da transição para uma economia de baixo. (Financial Times – 26.03.2024) 
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Utility Week/Nokia: A importância das infraestruturas de comunicação para a digitalização e descarbonização do setor de energia

Um webinar promovido pelo Utility Week em parceria com a Nokia deu enfoque ao papel fundamental das infraestruturas de telecomunicação para os esforços de digitalização e de descarbonização do setor de energia. No evento, essas redes foram apontadas como essenciais para a habilitação da transição energética e a garantia de segurança e eficiência da operação de serviços públicos. Os aspectos chave elencados incluem: a importância das redes de telecomunicação para a digitalização e flexibilidade dos serviços, sendo vitais para a integração de energias renováveis; as necessidades de resiliência para que sejam minimizadas as interrupções do controle dos recursos em tempo real; os desafios quanto à vida útil das infraestruturas de telecom, que costumam ter menos longevidade se comparadas às de outros serviços de utilidade pública; a importância da articulação com entidades competentes para o acoplamento da dimensão da comunicação junto às infraestruturas de energia; e a primazia do aumento e garantias para a conectividade dos serviços. Por fim, foi ressaltado que, apesar de crucial, o papel das infraestruturas de telecomunicações para a impulsão da transição energética é comumente menosprezado, e, para a reversão desse quadro e o sucesso da transição, é preciso que sejam endereçados os desafios de confiabilidade e apoio regulatório. (Utility Week - 28.03.2024) 
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Impactos Socioeconômicos

IEA: Reciclagem de painéis fotovoltaicos é uma necessidade consoante o aumento do parque solar

O aumento do parque fotovoltaico global e da produção de módulos solares está levando, à medida que esses equipamentos atingem o final de suas vidas úteis, à necessidade crescente de reciclagem dos materiais. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), a reciclagem de painéis solares pode suprir uma parte significativa da demanda por materiais como: alumínio, cobre, vidro, silício e prata - essenciais para a fabricação desses dispositivos -, além de proporcionar benefícios ambientais, sociais e econômicos. Nesse processo, a União Europeia se destaca enquanto líder dessa prática com uma taxa de reciclagem de 95%, amparada por políticas nacionais dedicadas, como o Decreto Real 110/2015. Nos Estados Unidos, em contraste, a proporção dos módulos solares reciclados é expressivamente menor, ficando abaixo de 10%. De acordo com projeções da IEA, o volume global da capacidade solar fotovoltaica desativada deve aumentar muito nas próximas décadas, com 7 GW desativados em 2030 e até 200 GW estimados para 2040. Dessa maneira, faz-se essencial o desenvolvimento e implementação de processos eficazes para a gestão sustentável dos resíduos oriundos da geração de energia solar, práticas que já vêm aquecendo a indústria da UE e dos EUA. (Energías Renovables – 23.03.2024)
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Artigo de Kevin Kamps: “Entusiasmo com a energia nuclear se tornou imprudente”

Em artigo publicado pelo Utility Dive, Kevin Kamps (especialista em resíduos radioativos na Beyond Nuclear) trata de preocupações acerca da retomada da energia nuclear. Segundo o autor, o marco da passagem da conta de apropriação de energia e água para o ano fiscal 2024 no Congresso dos Estados Unidos, que direciona subsídios para a energia nuclear, o desenvolvimento de reatores avançados e a cadeia de enriquecimento do urânio, incorre em uma mudança preocupante na política energética. Ele aponta que existe um esforço da indústria na promoção da energia nuclear enquanto limpa e essencial para o enfrentamento das mudanças climáticas, contudo, afirma que há evidências de que essa fonte pode, na verdade, acelerar as mudanças climáticas, além de absorver um volume massivo de recursos para plantas já existentes e tecnologias “avançadas”, mas sem comprovação. Em destaque, é assinalado que o foco nos pequenos reatores modulares (SMRs, na sigla em inglês) é problemático, visto que os designs são altamente especulativos, com incertezas quanto aos padrões de segurança e potencial para gerar ainda mais resíduos radioativos do que os reatores convencionais, e que não devem ser competitivos com outras tecnologias renováveis. Em conclusão, Kamps pontua que apostar na energia nuclear enquanto solução climática não tem efeitos sobre as raízes da crise climática e pode, ainda, produzir riscos adicionais relacionados à fonte. Segundo ele, devem ser priorizadas, então, as soluções sustentáveis. (Utility Dive – 22.03.2024) 
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Eventos

IEA: Workshop sobre Integração de Energias Renováveis

A construção de energias renováveis está ganhando impulso, com adições globais de capacidade de energia renovável em 2023 aumentando quase 50%, chegando a quase 510 gigawatts (GW), marcando a taxa de crescimento mais rápida em décadas. Nos próximos cinco anos, a Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que a capacidade global de energia renovável atingirá 7.300 GW, impulsionada pelas expansões rápidas da energia solar fotovoltaica e eólica. As ambições continuam a crescer, com os governos comprometendo-se a triplicar a capacidade global de energia renovável até 2030 na COP28. A integração bem-sucedida de energias renováveis variáveis, como a energia solar fotovoltaica e eólica, nos sistemas energéticos será fundamental para sustentar esse dinamismo e aproveitar todos os seus benefícios. Existe uma vasta experiência técnica e de mercado para apoiar essas ambições renováveis, e a partilha de desafios e soluções inovadoras pode ajudar a identificar rapidamente prioridades e melhores práticas. No dia 9 de abril, a AIE reunirá especialistas do governo, da indústria, do meio acadêmico e dos reguladores para determinar os passos necessários hoje para construir os sistemas de energia limpa e confiável do futuro. As discussões ajudarão a identificar estratégias para os decisores políticos promoverem a integração de energias renováveis variáveis, incluindo aquelas que apoiam a flexibilidade e a estabilidade em sistemas com elevadas quotas renováveis; a utilização eficaz de recursos do lado do consumidor; e o aumento do financiamento para transições para energias limpas. (IEA – abril de 2024)  
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