Tecnologias Exponenciais 237
Transição Energética e ESG
COP30: Preparativos para cúpula internacional reforçam papel estratégico na agenda climática
O Brasil se prepara para a COP30, em Belém (PA), em novembro de 2025, com a oportunidade de assumir protagonismo na agenda climática global. O país reúne fatores estratégicos como riqueza natural, matriz energética majoritariamente renovável (89%) e capacidade institucional, política e técnica para transformar compromissos em ações. Nesse contexto, ganha destaque o Programa País do Brasil, vinculado ao Green Climate Fund, que estabelece prioridades nacionais para mobilizar recursos em áreas como agronegócio, comunidades tradicionais e infraestrutura sustentável. As projeções indicam que, até 2030, mais de 60% da matriz energética virá de fontes limpas, especialmente solar e eólica. Contudo, especialistas alertam que discursos devem ser acompanhados por decisões estratégicas, inovação tecnológica, modernização da infraestrutura e governança alinhada. Para o êxito da COP30, será crucial o engajamento social em torno das metas do Acordo de Paris, evitando dispersões em agendas paralelas. Se souber aproveitar esse momento, o Brasil poderá consolidar-se como líder global na construção de um futuro sustentável. (Agência CanalEnergia – 18.09.2025)
Alemanha: Atualização de diretrizes para transição energética
O governo da Alemanha apresentou dez medidas estratégicas para manter sua política de transição energética (Energiewende) no caminho da neutralidade climática até 2045. O relatório de monitoramento, apresentado, Ministério da Economia e Ação Climática, alerta que será necessário acelerar a expansão das redes elétricas, integrar opções de flexibilidade e avançar no desenvolvimento do hidrogênio. As ações propostas incluem planejamento realista da demanda, expansão coordenada de redes e fontes renováveis, criação de um mercado de capacidade tecnológica neutro, digitalização do sistema elétrico, revisão de subsídios, e incentivo à pesquisa e à inovação. Segundo o documento, a meta de 80% de renováveis até 2030 é tecnicamente viável, mas depende das condições climáticas e de grandes investimentos: €440 bilhões em transmissão e €235 bilhões em distribuição até 2045. Além disso, o hidrogênio é visto como pilar da descarbonização, mas a meta de 10 GW de produção interna até 2030 é considerada inatingível, exigindo importações. O relatório, por fim, alerta para riscos à segurança do suprimento e cobra ação política urgente para destravar licenças, simplificar regulações e garantir investimentos em infraestrutura crítica. (Review Energy – 16.09.2025)
Austrália: Energias renováveis fornecem recorde de 77,9% de energia na rede elétrica
As renováveis no NEM da Austrália atingiram um recorde instantâneo de 77,9% em 21/09, superando os 76,8% do dia anterior, impulsionadas por 43,6% de solar distribuída, 12,1% de solar centralizada, 19,8% de eólica e 2,3% de hidrelétrica. Segundo Geoff Eldridge (GPE NEMLog), as condições amenas de primavera levaram a geração fóssil ao limite por horas prolongadas. Pela primeira vez, a média móvel de 7 dias ultrapassou 50%, chegando a 50,8% (2,8 pp acima do mesmo período de 2024). A trajetória histórica mostra 20% em 15/04/2018, 30% em 13/11/2019 e 40% em 19/09/2022. Apesar do avanço, o índice ainda está abaixo da meta federal de 82% até 2030. O ministro Chris Bowen disse estar confiante, citando 4,4 GW adicionados em 2024, um pipeline de 15 GW e cerca de 1.000 instalações diárias de baterias residenciais (metade com nova solar em telhados), mas reconheceu que o desafio permanece. (PV Magazine – 22.09.2025)
BID: Lançamento de programa para ampliar financiamento climático em países em desenvolvimento
O Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou o ReInvest+, iniciativa global em parceria com a SB COP e a presidência brasileira da COP30 para conectar mercados financeiros internacionais a projetos climáticos em países em desenvolvimento, começando pela América Latina e Caribe. O programa busca transformar empréstimos já existentes em bancos locais, avaliados em cerca de US$ 500 bilhões, em ativos atrativos para investidores globais por meio da oferta de seguros contra riscos políticos e cambiais. Em troca, os bancos participantes devem reinvestir em setores alinhados às metas climáticas nacionais. A expectativa é criar um ciclo contínuo de capital privado para mitigação e adaptação climática, ampliando a escala do financiamento. O BID abriu chamada para bancos interessados, com seleção prevista para a COP30. (Valor Econômico - 23.09.2025)
Petrobras: Aprovação do primeiro projeto-piloto de CCS no Brasil
A Petrobras aprovou a construção do Projeto Piloto de Captura e Armazenamento de Carbono (CCS) São Tomé, em Macaé (RJ), marcando o primeiro projeto do tipo no Brasil. Com início previsto para 2028, a iniciativa visa capturar até 100 mil toneladas de CO₂ por ano, durante três anos, injetando o gás em um reservatório salino profundo localizado na região de Barra do Furado, em Quissamã (RJ). O projeto integra captura, transporte e armazenamento geológico de CO₂, e conta com o acompanhamento de órgãos como a ANP e o INEA. Segundo a companhia, o CCS São Tomé um marco tecnológico e regulatório, pois permitirá que os órgãos validem normas e procedimentos para o armazenamento geológico de carbono, abrindo caminho para futuros projetos comerciais. A investida está alinhada à meta da companhia de neutralidade de carbono até 2050. (Agência CanalEnergia - 18.09.2025)
Brasil: MME e EPE lançam Portal Brasileiro de Hidrogênio
O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) lançaram o Portal Brasileiro de Hidrogênio, uma plataforma pública on-line para disseminar informações estratégicas sobre o setor de hidrogênio no Brasil, promovendo uma visão clara e abrangente para investidores e stakeholders. O evento de lançamento ocorreu na manhã do dia 22, no escritório-central da EPE, no Rio de Janeiro, com transmissão pela internet. Desenvolvido sob coordenação do MME com apoio da EPE e recursos do UK-SIP, o portal é uma das ações do Pacto Brasileiro para a Energia do Hidrogênio e está estruturado conforme os eixos temáticos do Programa Nacional do H2. Ademais, players relevantes do setor, dissertaram sobre a importância e a diretrizes do evento, destaca-se o Presidente da EPE, Thiago Prado que argumentou sobre como o movimento eleva a expectativa sobre os investimentos no setor e na tecnologia. Além disso, outros destaques foram, a Diretora do Departamento de Transição Energética do MME, Karina Sousa, que apresentou o PNH2, o assessor da Diretoria de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais (DEA) da EPE, Jeferson Soares, que contextualizou a iniciativa e apresentou o conceito geral da plataforma e por fim o analista de Pesquisa Energética da Superintendência de Estudos Econômicos e Energéticos (SEE) da EPE, Rodrigo Guimaraes que demonstrou o portal e suas funcionalidades. (EPE – 22.09.2025)
Geração Distribuída
ANEEL, ONS E ABRADEE: Discussão de protocolos para geração distribuída
O ONS apresentará até 31 de outubro à ANEEL o Plano de Gestão de Excedentes de Energia na Rede de Distribuição, que estabelece, em casos excepcionais, a possibilidade de corte de geração em usinas Tipo III, conectadas à distribuição, mas não despachadas pelo Operador. O documento também deverá definir protocolos específicos para minigeradores remotos. A medida foi discutida em reunião com a ANEEL e a ABRADEE, realizada de forma reservada na sede da Agência. Segundo o ONS, a iniciativa responde ao excesso de oferta de energia durante o período diurno, decorrente principalmente da rápida expansão da micro e minigeração distribuída. Em momentos de baixa demanda, como registrado em maio e agosto de 2025, a elevada participação dessa geração obrigou o Operador a reduzir ou desligar usinas despachadas para preservar o equilíbrio entre carga e geração e manter a estabilidade do sistema. Caso necessário, a ANEEL poderá adotar medidas regulatórias adicionais para viabilizar a aplicação do plano. (Canal Solar - 20.09.2025)
Holanda: Encerramento de programa de incentivo à produção de energia fotovoltaica
O gabinete holandês decidiu encerrar o SolarNL, programa de incentivo à produção nacional de módulos fotovoltaicos, após recomendação do comitê consultivo do Fundo Nacional de Crescimento. O comitê concluiu que faltam condições para viabilizar uma indústria solar em larga escala no país. Com isso, o governo cancelou €277 milhões previstos para as fases 2 e 3, com possível realocação parcial para a indústria de semicondutores, e o Ministério de Assuntos Econômicos consultará partes interessadas sobre os impactos; parte dos recursos da fase 1 permanece não utilizada. O SolarNL apoiava BIPV, VIPV, módulos de heterojunção e painéis tandem perovskita-silício. Em 06/2023, o país havia reservado €2,6 bilhões do Fundo para tecnologias inovadoras em sustentabilidade, energia, alta tecnologia, digitalização e saúde, ressaltando o papel central da energia solar e a ambição de desenvolver painéis de próxima geração de forma circular. (PV Magazine – 19.09.2025)
Artigo de Guilherme Susteras e Jose Antonio Sorge: "ONS, transparência e cortes de geração: precisamos falar sobre isso"
Em artigo publicado pela Agência CanalEnergia, Guilherme Susteras, coordenador do grupo de trabalho de geração distribuída da ABSOLAR, e Jose Antonio Sorge, mestre em engenharia elétrica pela USP, abordam sobre como o ONS vem chamando atenção pelos cortes de geração renovável. No artigo, os autores afirmam que “o tema é relevante, porque trata da decisão de reduzir a geração de eletricidade de usinas renováveis já instaladas, em plena capacidade de operação, por limitações do sistema elétrico. Esse debate deve ser conduzido com transparência e ampla participação setorial.” (GESEL-IE-UFRJ – 24.09.2025)
Artigo GESEL: "Geração distribuída e a transição energética injusta no Brasil"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Nivalde de Castro (professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador-geral do Grupo de Estudos do Setor Elétrico [GESEL]) e Gabriel Konzen (doutor em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento pela UFRJ) tratam da necessidade de uma transição energética justa no Brasil, destacando o crescimento da micro e minigeração distribuída (GD) solar como vetor importante, mas marcado por fortes desigualdades. Embora a GD já atenda 10% do consumo cativo, os benefícios se concentram nas famílias de maior renda, enquanto os custos dos subsídios — que somaram R$ 11,5 bilhões em 2024 — recaem sobre todos os consumidores, sobretudo os mais pobres. O estudo citado pelos autores mostra que apenas 3% dos sistemas estão em domicílios de baixa renda e que a expansão da GD tem pressionado tarifas em até 8% em algumas regiões. A Lei nº 14.300/2022 introduziu avanços ao prever o pagamento gradual pelo uso da rede, mas não elimina os impactos tarifários. Os autores defendem a modernização do modelo de cobrança, com tarifas em duas partes, para refletir adequadamente os custos fixos e variáveis do setor, compatibilizando a expansão da energia solar com equidade social e sustentabilidade do sistema elétrico. Acesse o texto na íntegra aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 22.09.2025)
Armazenamento de Energia
ABSAE: Estudo projeta R$ 77 bilhões no mercado brasileiro de baterias até 2034
A ABSAE divulgou estudo inédito sobre o mercado brasileiro de armazenamento por baterias (BESS), estimando movimentação de R$ 77 bilhões e 72 GWh de capacidade instalada até 2034. O levantamento aponta que o setor já é uma realidade no país e deve ganhar escala rapidamente, impulsionado por projetos em andamento, tecnologias maduras e um mercado em expansão. A aprovação do Marco Legal do Armazenamento é vista como fator decisivo para garantir segurança jurídica e atrair novos investimentos. O estudo destaca três frentes de maior potencial: o mercado off-grid, voltado a áreas isoladas e ao agronegócio; a reserva de capacidade, essencial para suprir déficits do sistema elétrico nacional; e o segmento comercial e industrial (C&I), que deve concentrar 45% da capacidade instalada, movimentando até R$ 32 bilhões. Além do impacto econômico, o armazenamento pode gerar benefícios ambientais relevantes, com a substituição de geradores a diesel por sistemas híbridos capazes de evitar a emissão de milhões de toneladas de CO₂, ao mesmo tempo em que fortalece setores como serviços ancilares, infraestrutura de transmissão e distribuição e mobilidade elétrica. (Canal Solar - 23.09.2025)
Brasil: GEAPP busca expandir eletrificação na Amazônia com baterias
A Global Energy Alliance for People and Planet (GEAPP) anunciou planos para ampliar a cooperação com o governo brasileiro e parceiros locais, visando à descarbonização da energia consumida em comunidades da Amazônia por meio da integração de baterias. A coalizão, que reúne organizações filantrópicas, investidores, governos e empresas de tecnologia, pretende mobilizar ao menos US$ 1 bilhão para iniciativas de acesso à energia na América Latina e Caribe, replicando no Brasil experiências bem-sucedidas, como a realizada no Haiti, onde redes em malha combinando geração solar e baterias reduziram custos de implementação em cerca de 30%. Segundo o relatório de impacto de 2025, a GEAPP busca consolidar sistemas energéticos mais resilientes ao clima e incorporar soluções de armazenamento (BESS) aos planos nacionais. Já foram direcionados US$ 1,3 milhão para projetos em países como Honduras, Uruguai, República Dominicana e Brasil. No caso brasileiro, a iniciativa deve impulsionar o acesso à energia renovável em comunidades amazônicas e fomentar atividades produtivas locais, com perspectiva de expansão do modelo para outras regiões do país e da América Latina. (Megawhat - 22.09.2025)
Veículos Elétricos
BorgWarner: Serviço de reparo de baterias para VEs no Brasil
A BorgWarner ampliou no Brasil sua atuação em elétricos com um serviço especializado de reparo de baterias para veículos comerciais, demonstrado em workshop na fábrica de Piracicaba (SP). O foco é o sistema 9 AKM 150 CYC (98 kWh, 665 V, ~598 kg), com células cilíndricas NMC em módulos 20s30p (9 módulos por pack), BMS/EDCU/DCCU/Junction Box, refrigeração líquida e proteções IP67/IP6K9K, UN 38.3, ECE R100.3 e R10. Aplicável a caminhões, ônibus e vans — incluindo os ônibus elétricos Mercedes-Benz em SP — o serviço opera em três níveis: (1) substituição de BMS e diagnóstico via CAN; (2) reparo interno da BMS com diagnóstico avançado; (3) descomissionamento seguro, troca de módulos/placas e testes em bancada. Embora o pack seja importado, a BMS é produzida no país e a empresa planeja nacionalizar mais componentes e futuramente montar módulos localmente. O processo traz camadas de segurança em célula, módulo e sistema, e logística reversa com reciclagem >95%. Segundo a empresa, reparar em vez de substituir reduz custos, aumenta a circularidade e melhora a viabilidade dos elétricos comerciais. (Inside EVs – 21.09.2025)
CATL: Avanço nas negociações para produção de baterias no Brasil
O Brasil avançou nas negociações com a CATL para viabilizar produção nacional de baterias para veículos elétricos, após reunião da fabricante com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em Brasília. A parceria reforça a cooperação Brasil–China em tecnologias limpas e busca transformar a liderança brasileira em renováveis em empregos, renda e inovação. Líder global, a CATL detém 39% do mercado de baterias para VEs e 37% em armazenamento de energia, tornando-se peça estratégica para a transição energética. A presença local pode reduzir custos logísticos, acelerar a competitividade dos elétricos e impulsionar soluções de armazenamento para solar e eólica. Especialistas veem potencial para o país virar hub regional de tecnologia limpa, em alinhamento com metas de descarbonização. Para Silveira, o objetivo é garantir uma transição “justa, inclusiva e sustentável”, atraindo investimentos de ponta. (Inside EVs – 22.09.2025)
Tesla: Oposição frente a tentativa de afrouxar regras de emissões nos EUA
A Tesla pediu ao governo Trump que mantenha os padrões de emissões veiculares e a posição oficial de que gases de efeito estufa prejudicam a saúde. Segundo a empresa, a proposta da Agência de Proteção Ambiental daria liberdade às montadoras para ignorar controles e relatórios de emissões. A manifestação ocorre após um grupo que reúne GM, Toyota, Volkswagen e outras fabricantes solicitar à agência o relaxamento das regras que exigem maior produção de veículos elétricos. (Valor Econômico - 25.09.2025)
Volkswagen: Lançamento de piloto de carregamento bidirecional doméstico no final de 2025
A subsidiária Elli, do Grupo Volkswagen, lançará em dezembro de 2025 na Alemanha um projeto piloto de carregamento bidirecional doméstico, em parceria com a OTOVO e a CUBOS. O programa fornecerá wallboxes DC de 11 kW integradas a sistemas solares residenciais e aos EVs da plataforma MEB (com software ID. 3.5+ e baterias de 77 kWh), permitindo que os veículos funcionem como unidades de armazenamento de energia para abastecer as casas com eletricidade autogerada. Gerenciado pelo app Elli Charging, o sistema pode reduzir custos de carregamento em até 75% e ampliar a independência da rede. O piloto conecta-se à Managed Battery Network (MBN), uma usina virtual que integra energia renovável, armazenando e comercializando eletricidade no atacado. A partir de 2026, centenas de EVs serão ligados ao VPP, com negociação de flexibilidades na EPEX, enquanto o Elli PowerCenter em Salzgitter, com 20 MW/40 MWh, dará escala ao negócio. Até o fim da década, a meta é integrar centenas de milhares de baterias em toda a Europa, unindo mobilidade e energia em um ecossistema sustentável. (Smart Energy – 15.09.2025)
Gestão e Resposta da Demanda
MME: Abertura de consulta pública sobre uso de medidores inteligentes
O MME abriu consulta pública para discutir a adoção de medidores inteligentes no Brasil, como parte da política nacional de digitalização das redes de distribuição definida pela Portaria Normativa 11/2025. A participação ficará aberta por 15 dias e pretende coletar contribuições da sociedade e do setor elétrico sobre a melhor forma de implementar a medida. Entre os temas em debate estão a instalação inicial em 4% das unidades consumidoras de cada área de concessão, a definição das funcionalidades mínimas dos equipamentos, sua titularidade, o modelo de financiamento e a possibilidade de uso de recursos do Programa de Eficiência Energética (PEE). Também será avaliada a elaboração de uma Análise de Custo-Benefício (ACB), que deve orientar a expansão do projeto. O objetivo do MME é modernizar o setor elétrico, reduzir perdas, cortar custos operacionais e ampliar a qualidade do serviço. (Canal Solar - 22.09.2025)
Eficiência Energética
Brasil: Olimpíada Nacional de Eficiência Energética já soma 7 mil inscritos em PE
Pernambuco já contabiliza mais de 7 mil inscritos na edição 2025 da Olimpíada Nacional de Eficiência Energética (ONEE), competição da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Voltada a alunos do 8º e 9º anos de escolas públicas e privadas, a ONEE (que já mobilizou 490 mil estudantes desde a criação) segue com inscrições gratuitas até 30 de setembro e terá três fases; nas duas primeiras, 10 mil alunos serão premiados com medalhas conforme desempenho em provas escritas (40%) e atividades gamificadas (60%). Os campeões estaduais ganharão notebooks e viajarão a Brasília, em novembro, para a final e a cerimônia nacional. Em 2025, professores com maior engajamento também serão premiados com vales-presente de até R$ 15 mil e viagens a Brasília. (Cidade 997 - 22.09.2025)
Enel: Apresentação de resultados de projetos de eficiência energética no CE
A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) apresentou resultados de seu projeto de eficiência energética realizado em 2025 nos prédios Palácio Dep. Adauto Bezerra e Edifício Senador César Cals, executado via edital público da Enel Ceará conforme requisitos da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). As ações incluíram a troca de 940 luminárias e 33 aparelhos de ar-condicionado (três de 15 TR), com investimento de R$ 358,5 mil do edital e contrapartida de R$ 281,6 mil da Alece; o projeto obteve 91,6 pontos (top 3 nas chamadas da Enel). Os resultados estimados são redução de 4,5% na conta de energia (economia de R$ 109 mil/ano), corte de 34 t de CO₂/ano e economia equivalente ao consumo anual de 171 residências, além de plano para expandir a substituição de ar-condicionado aos gabinetes dos parlamentares em 2026. (ALCE - 25.09.2025)
Equatorial: Workshop sobre eficiência energética em GO
A Equatorial Goiás realizará nesta quarta (24/09), em Goiânia e on-line, um workshop gratuito para orientar instituições públicas e privadas (escolas, hospitais, entidades assistenciais e órgãos governamentais) sobre a Chamada Pública de Projetos do Programa de Eficiência Energética (PEE) da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que disponibiliza R$ 24,5 milhões para iniciativas de economia de energia, com possibilidade de financiamento de até 100% e apoio técnico. O evento começa às 9h30 (presencial) e às 10h (via Teams) e detalhará inscrição, critérios e requisitos do edital. A ação busca ampliar a participação no estado e promover uso consciente da energia; links para inscrição e edital foram informados pelo comunicado. (Oeste Goiano - 24.09.2025)
Brasil: Acre será pioneiro em escola sustentável com projeto de eficiência energética
A Escola Estadual Zuleide Pereira, em Rio Branco (AC), será pioneira no Norte com a implantação de um projeto piloto de eficiência energética e inovação sustentável, fruto de parceria entre o governo estadual, o Centro de Pesquisa EAmazonia e o Núcleo de Excelência em Iluminação Pública da Amazônia (Neipa). Com investimento de cerca de R$ 550 mil e apoio do Programa Nacional de Conservação de Energia (Procel) e da ENBPar, a iniciativa avaliará e modernizará três sistemas da infraestrutura escolar, além de capacitar gestores para gestão energética eficiente. Escolhida por integrar o programa Escola Verde, a Zuleide Pereira funcionará como modelo para outras instituições da região, fortalecendo a política do governo Gladson Camelí de unir a modernização da rede estadual ao fortalecimento da educação ambiental. (Agência Acre - 24.09.2025)
Microrredes e VPP
Brasil: Microrrede híbrida garante autonomia em hotel na floresta amazônica
O Hotel Juma Amazon Lodge, a 100 quilômetros de Manaus, passou a operar com uma microrrede de energia renovável, tornando-se um dos primeiros hotéis da região a funcionar de forma autônoma e limpa. Antes dependente do transporte fluvial de diesel para alimentar geradores, o empreendimento praticamente eliminou o uso do combustível, reduzindo custos, emissões de gases de efeito estufa e impactos acústicos. A estrutura conta com 333 painéis solares instalados acima da copa das árvores e um conjunto de baterias de 185 kWp, que garante fornecimento contínuo, com acionamento do gerador apenas em situações excepcionais. O sistema inclui duas baterias LUNA 2000-215-2S10 da Huawei e um inversor SUN2000-75KTL-M2 de 75 kW, adaptado à rede elétrica brasileira, facilitando a instalação em ambiente remoto. O projeto, apresentado como destaque na Intersolar 2025, demonstrou o potencial da geração solar combinada ao armazenamento para atender regiões isoladas, comunidades e propriedades rurais. A iniciativa, realizada em parceria com a Huawei Digital Power e a integradora HDT, reforça a viabilidade de soluções off-grid como caminho para a transição energética em diferentes setores da economia. (Canal Solar - 23.09.2025)
EUA: PG&E e Energy Vault concluem primeira microrrede híbrida de bateria e hidrogênio
A Pacific Gas and Electric Company (PG&E) e a Energy Vault concluíram, em Calistoga (Califórnia), o Calistoga Resiliency Center (CRC), primeira microrrede híbrida que combina células a combustível de hidrogênio e baterias de íons de lítio para operar durante Desligamentos de Segurança Pública. Com 293 MWh de armazenamento e potência de 8,5 MW, o sistema fornece até 48 horas de energia para cerca de 1.600 clientes, sendo gerenciado pelo software VaultOS da Energy Vault. Financiado em US$ 28 milhões, o projeto é de emissão zero quando em modo isolado. A instalação é a maior e a primeira totalmente renovável entre as 13 microrredes já implantadas pela PG&E desde 2021, servindo de modelo para fortalecer a resiliência da rede em regiões sujeitas a incêndios florestais. (Investing - 25.09.2025)
EUA: VPPs podem fornecer mais eletricidade para a rede de Illinois
Illinois está avaliando um projeto de lei (HB 4120) que pode transformar casas e empresas em Usinas Virtuais de Energia (VPPs), ao combinar baterias residenciais com sistemas solares para fornecer eletricidade limpa à rede em horários de pico. A proposta prevê descontos na compra de baterias em troca do uso programado pela rede, com foco nos meses de verão, quando o ar-condicionado aumenta a demanda. Embora mais limitado do que programas semelhantes em Vermont ou Califórnia, o plano é visto como um passo inicial para acelerar a adoção de VPPs no estado, que enfrenta forte crescimento no consumo devido a data centers e à transição para eliminar combustíveis fósseis até 2045. Segundo análise do RMI, VPPs poderiam suprir até três quartos da nova demanda prevista até 2029, com implantação mais rápida e econômica do que novas usinas, resultando em economia para os consumidores e alívio para a rede elétrica. (Canary Media - 25.09.2025)
Reino Unido: Microrredes são aclamadas como uma resposta econômica aos data centers
O Centre for Net Zero (CNZ) defende que microrredes renováveis são uma alternativa mais rápida e até 43% mais barata que Pequenos Reatores Modulares (SMRs) para suprir data centers no Reino Unido. Modelando um data center de 120 MW, o CNZ estima custo anual 43,4% menor (42,1% sem solar) e cobertura renovável de 80% da demanda ao longo do ano, com menor dependência de gás à medida que caem os custos de baterias. O instituto argumenta que, diante do ritmo lento e caro de expansão da transmissão, conectar-se por microrredes e cabos privados pode aliviar a rede, que já sofre com a rápida expansão dos 523 data centers britânicos e novas cargas de Inteligência Artificial (IA). (Computer Weekly - 25.09.2025)
Wood Mackenzie: Capacidade de VPPs atinge 37,5 GW na América do Norte em 2024
O mercado de usinas de energia virtual (VPP) na América do Norte registrou forte expansão em 2024, atingindo 37,5 GW de capacidade flexível atrás do medidor, segundo a Wood Mackenzie. Embora implantações, compradores e programas monetizados tenham crescido mais de 33%, a capacidade avançou apenas 13,7%, reflexo de barreiras regulatórias, limites em programas de serviços públicos e reformas de credenciamento. A participação de clientes residenciais subiu para 10,2%, ainda prejudicada por restrições de acesso a dados, enquanto 61% das implantações já integram baterias e veículos elétricos, superando tecnologias tradicionais como termostatos inteligentes. Califórnia, Texas, Nova York e Massachusetts concentram 37% das implantações, enquanto PJM e ERCOT lideram em captação de capacidade associada a data centers, que despontam como motores de demanda. O mercado também evidencia maior amplitude, com os 25 principais compradores adquirindo mais de 100 MW cada e metade ampliando operações em 30% ou mais. No entanto, persistem resistências regulatórias: agregadores criticam modelos baseados em tarifas de concessionárias e apontam que a Ordem 2222 da FERC falhou em ampliar efetivamente o acesso de DERs ao mercado. (Woodmac – 17.09.2025)
Tecnologias e Soluções Digitais
ONS: Encaminhamento à ANEEL de estudo sobre experiências internacionais com DSO
A diretora de Assuntos Corporativos do Operador Nacional do Sistema (ONS), Elisa Bastos, comunicou a conclusão de um estudo com a PSR e a Daimon sobre experiências internacionais com DSO (Operador do Sistema de Distribuição) e encaminhou os resultados à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A instituição defende um debate transparente e destaca a importância da integração entre redes, medição inteligente e recursos distribuídos, como veículos elétricos — embora reconheça que barreiras regulatórias e de custos ainda dificultem a adoção dessas soluções no Brasil. (Agência CanalEnergia - 18.09.2025)
EDP: Inauguração de nova subestação 100% digitalizada em SP
A EDP inaugurou uma a subestação em Ferraz de Vasconcelos (SP), com investimento de R$ 10 milhões, ampliando em 38% a capacidade energética do município. A unidade, localizada no bairro Vila Santa Margarida, recebeu um transformador de 25 MVA, elevando para 145 MVA a capacidade total da cidade, e servirá como fonte de suprimento para a futura subestação Parque Dourado, que está em construção e terá aporte de R$ 32,9 milhões. O projeto inclui 11 km de rede de média tensão, 390 novos postes e 15 equipamentos automatizados de proteção, seccionamento e manobras, que vão aumentar a confiabilidade do sistema, limitando impactos de eventos extremos. Segundo a empresa, a SE Vila Santa Margarida é 100% digitalizada, com supervisão e operação remota a partir do Centro de Operações Integrado da EDP. No total, a EDP opera 84 subestações em São Paulo, que atendem 2,2 milhões de clientes em 28 municípios, beneficiando mais de 5 milhões de habitantes. (Agência CanalEnergia - 25.09.2025)
EUA: DOE busca acelerar projetos de transmissão e geração para IA
O Departamento de Energia dos EUA (DOE) lançou a iniciativa Speed to Power para acelerar projetos de geração e transmissão diante da pressão da IA sobre a rede, abrindo uma RFI para mapear investimentos de curto prazo, crescimento de carga e gargalos de infraestrutura, além de colher sugestões sobre o uso de seus programas de financiamento. A EIA projeta alta do consumo em 2025 e 2026, puxada por data centers (setor comercial) e indústria, após quase duas décadas de estabilidade. Segundo o secretário Chris Wright, a iniciativa busca mobilizar o setor privado para garantir energia acessível, confiável e segura e “vencer a corrida da IA”. O DOE diz que a RFI apoia ordens executivas do presidente Donald Trump e adverte que o risco de apagões pode crescer até 100× até 2030 sem nova capacidade firme. Paralelamente, a FERC aprovou por unanimidade medidas para modernizar o Sistema de Energia em Massa, diante de ameaças como cibersegurança, cadeia de suprimentos e frio extremo; para o presidente David Rosner, a confiabilidade é essencial à economia e à segurança nacional. (Smart |Energy – 22.09.2025)
Artigo de Gláucia Fernandes: "O papel da Inteligência Artificial na transição Energética"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Gláucia Fernandes (professora Adjunta de Finanças do COPPEAD/UFRJ) trata da transformação do setor elétrico impulsionada pela transição energética e destaca a Inteligência Artificial (IA) como elemento central desse processo, capaz de aumentar eficiência, reduzir custos e fortalecer a matriz energética sustentável. Ela aponta que a IA já é aplicada na previsão de demanda, operação de renováveis e automação de redes, ajudando na gestão da intermitência das fontes como solar e eólica, especialmente em setores que exigem alta confiabilidade. Fernandes detalha as principais frentes de atuação da IA, incluindo otimização, gestão de riscos e inclusão social, exemplificando com casos reais de aplicação e reconhecendo os desafios à adoção, como segurança cibernética e regulação. Por fim, ressalta que o Brasil, com sua matriz renovável robusta, tem potencial para se tornar um hub global de data centers, usando a IA para garantir segurança energética e competitividade sustentável. (GESEL-IE-UFRJ – 25.09.2025)