Tecnologias Exponenciais 235
Transição Energética e ESG
Mercosul: Plano de Trabalho 2025-2026 inclui avanços em mineração estratégica e transição energética
Os países do Mercosul aprovaram uma série de ações para fortalecer a mineração estratégica e acelerar a transição energética na região. O alinhamento ocorreu durante a XXXII Reunião Ordinária do Subgrupo de Trabalho de Mineração e Geologia. O Plano de Trabalho 2025-2026 inclui iniciativas como mapeamento mineral detalhado, previsão da demanda global por minerais estratégicos, pesquisa e desenvolvimento conjuntos, harmonização regulatória e identificação de projetos estratégicos de alto impacto. Também foi aprovado um estudo aprofundado sobre o potencial do Mercosul em minerais críticos para tecnologias de energia renovável. As medidas visam criar um ambiente mais atrativo para investimentos, alinhar políticas públicas e preparar a região para atender à crescente demanda global por minerais essenciais à transição energética, segundo o Ministério de Minas e Energia do Brasil. (TV BRICS – 02.09.2025)
Schneider Electric e MDIC: Acordo visando a descarbonização da indústria brasileira
A Schneider Electric assinou um Memorando de Entendimento (MoU) cujo escopo é acelerar a transição sustentável da indústria brasileira. O documento foi fechado por meio de seu Instituto de Pesquisa em Sustentabilidade (SRI) e a Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria (SEV) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Com isso, o estudo estratégico será estruturado em três frentes. Em síntese, a ideia é contemplar cenários de descarbonização com um hiato temporal até 2050, políticas industriais orientadas pela demanda e um programa de intercambio de especialistas. A primeira, já lançada, traz projeções baseadas em experiências internacionais, enquanto as duas próximas fases serão apresentadas durante a COP 30. Por fim, após a consolidação do estudo, os resultados serão levados a diferentes regiões do país por meio de workshops voltados a indústrias estratégicas. (Agência CanalEnergia - 05.09.2025)
Gron Partners: Investimento de R$ 30 milhões em 15 negócios de transição energética até 2028
A Gron Partners, nova venture partners no mercado, estabeleceu metas ambiciosas de mobilizar R$ 30 milhões em até 15 negócios inovadores voltados à transição energética até 2028. Com um modelo de conectar grandes empresas, startups e investidores, a empresa busca impulsionar soluções em energia limpa e sustentável. O CEO, Helton Carvalho, destaca a importância de estabelecer alianças para transformar o diferencial do Brasil em vantagem competitiva nesse setor. A Gron oferece serviços como estruturação de negócios para startups, conexão com fundos de venture capital e participação em eventos estratégicos. Parcerias com o MIT Technology Review e o MIT REAP foram estabelecidas, e três MoUs com parceiros estratégicos já foram assinados. Projetos ligados à descarbonização, descentralização, digitalização e democratização da energia estão em análise, incluindo tecnologias para descarbonização marítima, solidificação de rejeitos de barragens e data centers com captura de carbono. A empresa busca preencher a lacuna entre investidores, pequenos negócios e grandes empresas, visando movimentar mais de R$ 250 milhões em faturamento agregado com os projetos selecionados. Em um cenário de venture capital com valores mais conservadores, a Gron Partners surge como uma iniciativa oportuna para impulsionar negócios inovadores na transição energética. (BroadcastEnergia - 07.09.2025)
Climate Council: Relatório aponta avanço chinês em renováveis enquanto política climática americana recua
O relatório Power Shift: The US, China and the Race to Net Zero, do Climate Council, mostra que, apesar do retrocesso da política climática federal dos EUA sob Donald Trump, estados como a Califórnia — já com dois terços da matriz limpa — e o Texas — maior produtor eólico do país — seguem avançando em renováveis, assim como 84% das empresas americanas, das quais 37% elevaram suas metas climáticas. Esse vácuo de liderança, porém, abriu espaço para a China consolidar protagonismo: desde 2020, sua capacidade solar quase quadruplicou e a eólica dobrou, permitindo ao país atingir as metas de 2030 com seis anos de antecedência. Em 2024, suas exportações de energia limpa reduziram em 1% as emissões globais, e no 1º semestre de 2025 as emissões domésticas já caíram 3,4%. O relatório projeta que, até 2025 ou 2026, a geração renovável global ultrapassará a do carvão, com investimentos de A$ 3,4 trilhões, o dobro do destinado a fósseis. Para a Austrália, que exporta carvão à China, reforçar a meta climática até 2035 poderia destravar A$ 190 bilhões em oportunidades, diversificar sua economia e criar empregos em setores limpos. A conselheira Nicki Hutley resume: enquanto os EUA recuam, a China lidera e lucra na corrida pela transição energética. (Energy Monitor – 04.09.2025)
GH2 Global e Plug Power: Parceria visando acelerar mercado de H2V no Brasil
A empresa brasileira GH2 Global fechou parceria com a norte-americana Plug Power para impulsionar a tecnologia de hidrogênio verde no Brasil, com foco inicial no setor logístico. A expectativa é anunciar os primeiros negócios em 60 dias, com a oferta das tecnologias de hidrogênio da Plug Power para equipamentos e veículos elétricos. A GH2 Global será responsável pela integração dos projetos e processos de licenciamento no Brasil. A matriz energética renovável do país e a vasta rede elétrica são consideradas favoráveis para a adoção do hidrogênio verde. Apesar dos desafios de custo associados ao hidrogênio, as empresas acreditam na competitividade em relação a outros combustíveis renováveis. Os benefícios incluem a redução do tempo de inatividade operacional, aumento da produtividade e otimização do uso de espaços operacionais, além do avanço nas metas de descarbonização. A adaptação das soluções para a realidade brasileira e a consideração de fatores econômicos, ecológicos e de governança são pontos chave para as empresas envolvidas. (BroadcastEnergia - 07.09.2025)
Geração Distribuída
EPE: Estudo aponta potencial de até 30 TWh/ano em geração distribuída com resíduos agrícolas
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) identificou forte potencial econômico no uso de resíduos agrícolas para micro e minigeração distribuída (MMGD). Em um cenário conservador, com remuneração de R$ 500/MWh, a produção poderia alcançar 18 TWh/ano, equivalente a 3,2% do consumo nacional. Ao elevar o valor de compensação para R$ 600/MWh, o potencial sobe para 30 TWh/ano, cobrindo até 10,4% da demanda elétrica. A análise, feita com simulador desenvolvido em parceria com o Itaipu Parquetec, simulou 526 usinas de 5 MW em 25 cidades, utilizando resíduos de 133 municípios; no cenário ampliado, seriam 849 usinas em 47 cidades, com insumos de 307 municípios. O estudo considera culturas como algodão, arroz, cana, milho e soja, que poderiam gerar até 175 TWh/ano em 25 GW de capacidade instalada. Apesar da viabilidade econômica, a EPE alerta para barreiras de mercado, como menor modularidade e disponibilidade de fornecedores frente à geração solar. Ainda assim, o biometano e a bioeletricidade aparecem como complementos estratégicos para a agricultura de baixo carbono e para diversificação da matriz elétrica, indicando a necessidade de novos estudos e políticas de incentivo. (Agência CanalEnergia – 02.09.2025)
ONS: Plano emergencial para corte da GD diante de riscos ao sistema elétrico
O ONS prepara um plano emergencial para permitir o corte coordenado da micro e minigeração distribuída (MMGD) a ser enviado à Aneel até outubro, diante do crescimento acelerado desse segmento, do aumento de curtailment e do risco à segurança do Sistema Interligado Nacional. A expansão da MMGD tem provocado períodos de carga líquida mínima em dias de alta irradiação e demanda baixa, exigindo a operação contínua de usinas síncronas para garantir estabilidade e serviços ancilares. Além disso, o excesso descoordenado de injeção pode elevar o risco de blecautes e dificultar a recomposição do sistema. Como a maior parte da MMGD não dispõe de arcabouço e soluções para controle remoto ou redução temporária, o ONS proporá diretrizes regulatórias, protocolos técnicos e mecanismos de coordenação para acionar cortes de forma rápida e transparente. (Cenário Energia - 09.09.2025)
Absolar: Relatório da MP 1.300 traz risco de insegurança jurídica para GD
O relatório da Medida Provisória nº 1.300/2025, aprovado pela Comissão Mista do Congresso, incluiu dispositivo que gera preocupação no setor de geração distribuída, segundo a Absolar. A entidade alerta que a medida concede à Aneel poderes para impor modalidades tarifárias compulsórias, incluindo cobranças fixas, o que pode criar insegurança jurídica, imprevisibilidade nos custos de energia e incertezas sobre o retorno de investimentos realizados sob o Marco Legal da Geração Distribuída (Lei nº 14.300/2022). Na avaliação da Absolar, a medida compromete o direito de escolha do consumidor e a previsibilidade regulatória, fundamentais para a estabilidade do setor elétrico. A entidade ressalta que a imposição de tarifas sem anuência do usuário pode resultar em estruturas onerosas e desequilibradas, dificultando o planejamento de consumo e a tomada de decisões sobre o suprimento mais vantajoso. A associação defende que eventuais mudanças no modelo tarifário sejam conduzidas de forma transparente, dialogada e sem efeitos retroativos que comprometam a política pública vigente. (Portal Solar - 08.09.2025)
Fitch Ratings: Novas regras de restrição podem afetar GD no Brasil
A Fitch Ratings avaliou que a proposta da Aneel de incluir projetos de geração distribuída no sistema de restrições de energia pode pressionar fluxos de caixa e classificações de crédito do setor. Atualmente, apenas projetos centralizados de fontes renováveis sofrem cortes por limitações de transmissão ou demanda, mas a mudança pode dividir esse impacto com usinas solares de pequeno e médio porte ligadas à rede de distribuição. Embora o ajuste alivie até metade da carga sobre grandes geradores, ele ameaça a rentabilidade de estados com forte presença de geração distribuída, como Minas Gerais e São Paulo. Para a Fitch, a medida traria maior equilíbrio entre os segmentos, mas ampliaria riscos regulatórios e financeiros para investidores em projetos descentralizados. (Valor Econômico - 04.09.2025)
Santander: Financiamento de energia solar tem alta de 112% em SP em 2024
São Paulo registrou em 2024 um salto de 112% no crédito para projetos de energia solar, segundo a Financeira do Santander, enquanto o Sudeste avançou 103% ante 2023; só no mercado paulista, mais de 1 GW foi adicionado em instalações de pequeno e médio porte, e a região Sudeste concentra 10,97 GW de sistemas fotovoltaicos, de acordo com a Aneel. Para o diretor Cezar Janikian, o resultado reflete a ampliação de ofertas, parcerias e alianças estratégicas da financeira, além do maior interesse do consumidor pelos benefícios da energia limpa. A instituição destaca que financia toda a cadeia necessária aos projetos, de placas e baterias a eletropostos, carregadores, monitoramento e estruturas de montagem, com a proposta de dar agilidade e segurança ao acesso ao crédito. (Portal Solar - 10.09.2025)
Armazenamento de Energia
Auren: Estruturação de projeto piloto de baterias para clientes de baixa tensão
A Auren Energia iniciou movimentos estratégicos para atuar no segmento de armazenamento, com foco tanto em grandes sistemas a serem contratados em futuros leilões governamentais quanto em projetos-piloto junto a clientes da sua comercializadora Esfera. A empresa seleciona de cinco a seis consumidores para instalar baterias em suas unidades, em modelo behind-the-meter (BTM), com o objetivo de testar aspectos técnicos, econômicos e regulatórios da operação, além de avaliar a viabilidade de um modelo de negócios para a tecnologia. Essas baterias permitirão otimizar a gestão do consumo energético, armazenando energia em momentos de menor custo e liberando-a em horários de ponta, quando a tarifa é mais elevada. A solução também surge como alternativa ambientalmente mais sustentável em relação a geradores a diesel ou óleo combustível, tradicionalmente usados por empresas nesses períodos. A iniciativa reflete a estratégia da Auren de diversificar fontes e tecnologias, agregando valor por meio de serviços ancilares e maior eficiência energética para seus clientes. (Broadcast - 09.09.2025)
GESEL promove Missão Técnica Internacional sobre Sistemas de Armazenamento de Energia Elétrica
De 8 a 19 de setembro de 2025, o GESEL/UFRJ coordena Missão Técnica Internacional – Armazenamento de Energia Elétrica, no âmbito do projeto de PD&I da CTG “Valoração de Sistemas Centralizados de Armazenamento de Energia para Participação em Leilões de Reserva de Capacidade do SIN”. A missão realizará reuniões e visitas técnicas na França, Itália, Áustria e Inglaterra. O objetivo é conhecer as experiências e adquirir conhecimentos relevantes para que o SEB possa disponibilizar recursos de armazenamento de energia que favoreçam a integração sustentável de fontes renováveis. Em Paris, de 8 a 10/09, visitas à ADEME (Agência Francesa de Transição Ecológica), à Agência Internacional de Energia (IEA) e participação no International Forum on Pumped Storage Hydropower, promovido pela International Hydropower Association (IHA). Na Itália, de 11 a 12/09, visita à Usina Reversível de Presenzano e reuniões em Roma com o MASE (Ministero dell’Ambiente e della Sicurezza Energetica) e a TERNA, responsável pelo planejamento e operação do sistema elétrico italiano. De 15 a 17/09, na Áustria, visita às usinas de Limberg I, II e III (Kaprun/Salzburg), o Centro de Tecnologia da ANDRITZ Hydro (Linz), a Austrian Power Grid (APG) e o BMIMI (Ministério Federal da Inovação, Mobilidade e Infraestrutura). Por fim, em Londres, dias 18 e 19/09, reuniões com a Ofgem (Office of Gas and Electricity Markets), SSE Renewables, NESO (National Energy System Operator) e DESNZ (Department for Energy Security and Net Zero). A Missão Técnica conta com o apoio do Itamaraty, através da Divisão de Energia Renovável (DAT), fundamental para conseguir agendar todas as reuniões e visitas técnicas através das respectivas Embaixadas de Paris, Roma, Viena e Londres. (GESEL-IE-UFRJ – 09.09.2025)
Veículos Elétricos
ABVE: Brasil deve superar 200 mil VEs vendidos em 2025
O mercado brasileiro de veículos leves eletrificados mantém crescimento acelerado e deve ultrapassar 200 mil emplacamentos em 2025, segundo projeções da ABVE Data. No cenário conservador, o avanço será de 13% em relação a 2024, podendo chegar a 215 mil unidades em um cenário mais provável, equivalente a uma alta de 21%. Entre janeiro e agosto já foram comercializados 126.087 veículos, com destaque para a Região Sudeste, que concentra 46,6% das vendas, seguida pelo Sul, com 17,6%, e pelo Nordeste, com 16,3%. A Bahia se sobressaiu com expansão de 90% nas vendas, impulsionada por Salvador e cidades do interior. O desempenho do setor se mantém robusto mesmo diante de juros elevados e da retomada do imposto de importação. Em agosto, foram emplacados 20.222 veículos eletrificados, crescimento de 6% sobre julho e de 38% frente ao mesmo mês de 2024, elevando a participação do segmento a 9,4% do mercado de leves. Entre os destaques, os híbridos flex registraram aumento de 118% nas vendas, alcançando 2.245 unidades, enquanto os elétricos puros bateram recorde com 7.624 emplacamentos. A classificação da ABVE considera BEV, PHEV, HEV e HEV Flex, mas não inclui micro-híbridos. (Sindicombustíveis - 10.09.2025)
GM: Redução da produção de VEs nos EUA após fim de subsídios federais
A General Motors decidiu cortar a produção de veículos elétricos em sua fábrica de Spring Hill, no Tennessee, suspendendo temporariamente turnos e interrompendo a montagem dos SUVs Cadillac Lyriq e Vistiq em dezembro. A medida acompanha a retirada de subsídios do governo Trump, incluindo o crédito fiscal de US$ 7.500, que sustentava parte da demanda pelos carros verdes. A empresa também adiou planos de expansão em outra unidade e deve reduzir o ritmo no início de 2026, diante de vendas abaixo do esperado e prejuízos recorrentes no setor. Apesar de ter registrado recorde de 21 mil elétricos vendidos em agosto, a GM aposta em sua linha de motores a combustão para garantir flexibilidade e lucratividade, enquanto analistas alertam que os EUA podem perder espaço para China e Europa na corrida global pela eletrificação. (Valor Econômico - 04.09.2025)
BYD: Fabricação de híbridos na Europa com planos para produção local
A montadora chinesa BYD pretende iniciar a fabricação de veículos elétricos diretamente na Europa dentro de dois a três anos, evitando tarifas impostas pela União Europeia. A empresa já constrói uma fábrica na Hungria, prevista para começar a operar este ano, e terá outra na Turquia em 2026. No curto prazo, os híbridos plug-in devem liderar as vendas da marca no continente, com três a quatro novos modelos a serem lançados nos próximos meses. A vice-presidente executiva Stella Li destacou ainda que a marca de luxo Yangwang chegará à Europa em 2027. Apesar da recente queda nas vendas na China, a BYD segue como líder no mercado local e projeta crescimento global em 2025, especialmente fora de seu país de origem. (Valor Econômico - 08.09.2025)
Alemanha: Porsche lança sistema de recarga sem fio para VEs
A Porsche apresentou no IAA Mobility, em Munique, o Porsche Wireless Charging, sistema de recarga por indução que dispensa cabos e conectores e será oferecido como opcional na nova geração do Cayenne elétrico, prevista para o fim de 2025. A tecnologia funciona de forma similar ao carregamento sem fio de smartphones: basta estacionar o veículo sobre uma placa instalada no solo para iniciar o processo. A base mede 117 x 78 x 6 cm, pesa 50 kg, alcança potência de até 11 kW com eficiência de 90% e pode ser instalada em garagens ou ao ar livre. Um módulo no chassi do Cayenne se comunica com a placa via banda ultralarga, ajustando automaticamente a suspensão para otimizar a transferência de energia. O sistema, certificado pelo TÜV Süd e com selos CE e UL, conta com sensores de segurança, resistência a intempéries e conectividade LTE/WLAN para atualizações remotas. Controlado pelo aplicativo My Porsche, permite agendar recargas com pré-condicionamento. Além da conveniência doméstica — onde ocorrem 75% das cargas dos clientes da marca —, o Cayenne oferecerá também recarga ultrarrápida de até 400 kW em corrente contínua. A venda do sistema começará em 2026, inicialmente na Europa. (Inside EVs – 04.09.2025)
China: Nova geração de baterias de estado sólido pode estrear nos VEs em 2026
A China reforça sua liderança na corrida tecnológica ao inaugurar em Chengdu uma fábrica da Eve Energy dedicada à produção de baterias de estado sólido, consideradas a próxima grande revolução para os VEs. Os primeiros protótipos, chamados Longquan II, alcançam densidade energética de 300 Wh/kg e 700 Wh/L, com meta de atingir 400 Wh/kg em 2025, superando os atuais limites de 250 a 270 Wh/kg das químicas convencionais. Embora a aplicação inicial seja em drones, robôs e sistemas de IA, a empresa planeja fornecer baterias específicas para a indústria automotiva, começando por híbridos em 2026 e evoluindo depois para veículos totalmente elétricos. A planta será expandida em duas fases: a primeira até 2025, com células de 60 Ah, e a segunda em 2026, quando a produção poderá chegar a 500 mil unidades por ano, o equivalente a 100 MWh. A aposta em eletrolitos sólidos de sulfeto e haleto busca garantir maior estabilidade, segurança e autonomia, além de baterias mais leves e compactas. Enquanto gigantes como Toyota, BMW, Volkswagen e Nissan correm atrás da mesma tecnologia, a China desponta como a mais próxima de levar a produção em escala ao mercado já em 2026. (Inside EVs – 04.09.2025)
Gestão e Resposta da Demanda
Cemig: Distribuidora prevê a instalação de mais de 1,5 milhão de medidores inteligentes até 2026
A Cemig intensifica a digitalização de sua rede de distribuição, prevendo a expansão dos medidores inteligentes de 400 mil para mais de 1,5 milhão até 2026. Paralelamente, promove a instalação de 3.600 religadores automatizados, capazes de identificar falhas e restabelecer o fornecimento de forma remota, reduzindo a duração das interrupções e ampliando a resiliência da rede. Essas iniciativas inserem-se em uma estratégia de modernização alinhada às tendências globais do setor elétrico. A companhia busca consolidar Minas Gerais como referência nacional em inovação e sustentabilidade, impulsionando a transição para uma matriz mais limpa e digital, capaz de assegurar maior qualidade e confiabilidade no fornecimento de energia. (Meganews - 10.09.2025)
Europa: Projeto ENFLATE cria plataformas digitais para negociação de flexibilidade de consumo
O projeto europeu ENFLATE, financiado pelo programa Horizon, anunciou uma importante contribuição para a meta de neutralidade climática até 2050 por meio da criação de plataformas digitais de negociação de flexibilidade no consumo de energia. A iniciativa permite que consumidores vendam sua flexibilidade energética (ou resposta da demanda), como o adiamento da recarga de carros elétricos, para ajudar a equilibrar a demanda durante picos de carga na rede. O sistema, testado em um bairro-modelo, visa preparar redes de distribuição para a expansão das energias renováveis, que tornam o fornecimento elétrico mais variável. Com 30 organizações participantes, entre operadores, reguladores, empresas e instituições acadêmicas, o ENFLATE aposta no mercado como forma eficiente de otimizar o uso da energia, reduzir custos da transição energética e aumentar a participação ativa de consumidores e produtores no sistema. Os resultados esperados com a iniciativa incluem: maior controle nas negociações de energia, melhor comunicação entre recursos energéticos distribuídos (REDs), maior participação dos consumidores no mercado de energia, e o desenvolvimento de novos modelos de negócio multissetoriais baseados em trocas descentralizadas e eficientes. (Enlit – 03.09.2025)
Eficiência Energética
Brasil: MME apresenta programa que define padrão mínimo de eficiência energética em novas construções
O Ministério de Minas e Energia (MME) apresentou, durante a Conferência Internacional CAU 2025, proposta de regulamentação que define índices mínimos obrigatórios de eficiência energética para novas construções, com previsão de publicação ainda em 2025 e implementação gradual até 2040. A medida prevê que projetos só obtenham alvará de construção se atenderem a padrões mínimos de desempenho, com comprovação via etiquetagem do Inmetro para edificações públicas e autodeclaração técnica vinculada à ART/RRT no setor privado. A iniciativa se apoia na ferramenta pública Sistema de Informação do Desempenho Ambiental da Construção, que calcula energia e CO₂ embutidos nos materiais. (CAUBR - 10.09.2025)
Brasil: Eficiência energética em edificações ganha espaço na Agenda Verde da FecomercioSP
A notícia destaca que a eficiência energética em edificações ganhou centralidade na Agenda Verde da FecomercioSP, em debate que reuniu governo, especialistas e empresários. A coordenadora de projetos do Ministério de Minas e Energia, Alexandra Maciel, defendeu a criação de índices mínimos obrigatórios de desempenho energético para edificações, a serem implementados de forma gradual até 2040 — exigindo, por exemplo, que edifícios públicos federais atinjam nível A de eficiência a partir de 2027 e sejam classificados como de Balanço Energético Quase Zero em 2035. No setor privado, o padrão inicial será mais flexível (nível C), mas vinculado à emissão de alvarás e habite-se. (Fecomercio - 10.09.2025)
Enel: Ações de eficiência energética em SP
A Enel SP concluiu um projeto de eficiência energética no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo, com investimento de cerca de R$ 2 milhões via Chamada Pública de Projetos do Programa de Eficiência Energética. A iniciativa substituiu mais de 17 mil lâmpadas convencionais por LED e 44 aparelhos de ar-condicionado de janela por modelos splits com tecnologia inverter. A economia estimada é de 1.400 MWh por ano, suficiente para abastecer mais de 700 residências, além de evitar a emissão de cerca de 80 toneladas de CO₂. O projeto integra um conjunto de oito obras realizadas em prédios públicos em 2024. Desde 1998, a Enel SP já executou 438 projetos, com R$ 13,8 milhões investidos apenas no último ano, resultando em economia anual de 4,4 GWh e redução de 239 toneladas de CO₂. (Agência CanalEnergia - 11.09.2025)
WEG: Ações de eficiência energética no DF
A WEG fornecerá transformadores a seco para o Manhattan Shopping, localizado em Águas Claras (Brasília), empreendimento de 75 mil m² cuja inauguração está prevista para o segundo semestre de 2025. Com potência total superior a 4 MVA, os equipamentos garantirão eficiência energética, segurança e conforto acústico em um complexo formado por quatro torres, que abrigarão áreas comerciais, residenciais e um hotel. (OCP News - 10.09.2025)
Europa: Grupo BEI promete € 17,5 bilhões para eficiência energética de PMEs
O Grupo Banco Europeu de Investimento (BEI) anunciou um compromisso de € 17,5 bilhões (2025–2027) para financiar eficiência energética em pequenas e médias empresas (PMEs) em toda a União Europeia (UE), com meta de alcançar mais de 350 mil empresas e mobilizar acima de € 65 bilhões em investimentos totais. O pacote, que quase dobra o apoio atual, combinando instrumentos de dívida e de capital e contará com modelos inovadores como “eficiência como serviço”, em parceria com a Fundação Solar Impulse, para reduzir custos de energia e aumentar a competitividade das PMEs. (Investingcom - 11.09.2025)
Microrredes e VPP
Brasil: Construção de microrrede híbrida de 6 MW em MT
A Keystone Mineração firmou um Memorando de Entendimento (MoU) com a Huawei Digital Power e a Aggreko para implantar, em Nova Bandeirante, Mato Grosso (MT), uma microrrede híbrida — combinando geração termelétrica, solar fotovoltaica e baterias — que atenderá o Projeto Aurífero Juruena, com capacidade inicial de 6 megawatts (MW) e possibilidade de expansão para 20 MW, prevista para entrar em operação ainda em 2025; a Huawei será a fornecedora de referência de inversores solares e do Sistema de Armazenamento de Energia em Baterias (BESS) da linha Luna, com tecnologia “grid forming”, enquanto a Aggreko fará a integração da solução, que, segundo as empresas, pode reduzir em mais de 23% as emissões de carbono e gerar economia de até 15% no custo total da usina. (Canal Solar - 11.09.2025)
EUA: Microrredes solares fornecem energia para clínicas da Califórnia
Clínicas comunitárias da Califórnia estão instalando microrredes solares, com apoio da organização humanitária Direct Relief, para reduzir custos e manter o atendimento durante quedas de energia causadas, sobretudo, por incêndios florestais. Exemplos incluem a Ampla Health, a Clínica Gratuita de Simi Valley, o Shingletown Medical Center, a Harmony Health e o Alliance Medical Center, que registraram economias anuais como cerca de US$ 11 mil (40%), US$ 15 mil (cobrindo 60% do consumo), US$ 9 mil (25%) e mais de US$ 13 mil (26%). Além do alívio financeiro imediato, convertido em mais horas de serviço, contratação de equipe e farmácias no local. (Direct Relief - 10.09.2025)
EUA: Novo fundo do DOE visa financiar microrredes no Alasca
O Departamento de Energia dos Estados Unidos lançou o C-MAP selecionando 14 beneficiários, no Alasca, para reduzir a dependência de microrredes a diesel em aldeias isoladas por meio de sistemas híbridos com energia solar e baterias. A Kawerak Inc., que atende a Associação Nativa do Estreito de Bering, receberá US$ 575 mil para integrar renováveis às microrredes de Brevig Mission, Teller, Koyuk, Elim e Savoonga, com a geração sendo de propriedade tribal e vendida à distribuidora local como Produtor Independente de Energia, mantendo a receita nas comunidades. A Kuskokwim Corporation obteve cerca de US$ 300 mil para modernizar a microrrede de Upper e Lower Kalskag, prevendo compensar 95 mil litros/ano de diesel e formar moradores para operar e manter a tecnologia. (Techbrew - 10.09.2025)
EUA: Construção de microrrede em base militar na Califórnia
A Marinha dos Estados Unidos, a desenvolvedora de data centers CyrusOne e a integradora de energia Ameresco planejam um centro de dados de 100 MW voltado à inteligência artificial (IA) na Estação Aérea Naval Lemoore, na Califórnia, com microrrede para garantir resiliência energética a operações militares e pesquisas sensíveis; a Ameresco liderará a alocação local de energia (geradores, controles de microrrede e upgrades de infraestrutura) e o projeto, apoiado por prioridades nacionais de IA e por ordens executivas que aceleram licenciamento, terá primeira fase operacional em 2027 em área arrendada ao Departamento de Defesa. (Energy Tech - 11.09.2025)
Xendee e Eaton: Parceria para expandir soluções de microrrede
A Xendee, plataforma de design e operação de energia distribuída, firmou parceria com a Eaton para oferecer uma solução de microrrede integrada para hospitais, data centers e outros sítios críticos, combinando o hardware e a engenharia da Eaton com o software “independente de hardware” da Xendee, otimizado por inteligência artificial (IA). Como parte do acordo, a Eaton adquiriu participação minoritária na rodada Série B da Xendee. A colaboração promete reduzir custos, emissões e prazos — a Xendee afirma encurtar etapas como o dimensionamento de baterias de “um ano e US$ 500 mil” para “alguns dias” — além de aumentar a resiliência e a vida útil de ativos ao gerenciar mais de 25 tecnologias (solar, baterias, geradores, cogeração/Combined Heat and Power, entre outras) e permitir ajustes operacionais em tempo real. (Utility Dive - 09.09.2025)
Tecnologias e Soluções Digitais
Eletrobras e Google: Criação de sistema de IA para previsão do clima
A Eletrobras, em parceria com o Google Cloud, desenvolveu um sistema de previsão climática que combina inteligência artificial com modelos meteorológicos tradicionais, com o objetivo de aumentar a precisão das projeções e aprimorar a operação da maior empresa de geração e transmissão de energia do país. Trata-se da primeira aplicação no setor elétrico da ferramenta de IA WeatherNext, criada pela divisão DeepMind. O modelo foi treinado com dados históricos utilizados no Brasil desde a década de 1960 e complementado com informações climáticas obtidas por satélites, radares e estações meteorológicas. Com horizonte de análise de até 15 dias, considerado longo prazo na meteorologia, o sistema avalia variáveis como chuvas, ventos e ondas de calor, oferecendo respostas mais rápidas diante da intensificação de eventos climáticos extremos. A iniciativa, incorporada ao Centro de Monitoramento e Inteligência Meteorológica (Atmos) da Eletrobras, inaugurado em 2025 após investimento de R$ 30 milhões, busca não apenas otimizar a operação hidrelétrica e eólica, mas também prever impactos sobre linhas de transmissão, subestações e aerogeradores. Além de apoiar diretamente o setor elétrico, o projeto abre espaço para futuras aplicações da tecnologia em outras áreas da economia. (Valor Econômico - 10.09.2025)
Cemig: Distribuidora prepara ADMS e DERMS visando operação como DSO
A Cemig prevê a operação plena do Sistema Avançado de Gestão de Distribuição de Energia (ADMS) e do Sistema de Gestão de Recursos de Energia Distribuída (DERMS) até o fim do próximo ano. A adoção dessas ferramentas busca enfrentar os desafios impostos pela crescente participação de fontes renováveis intermitentes e preparar a empresa para uma possível atuação como Distribution System Operator (DSO). O ADMS permitirá monitoramento, análise e controle em tempo real da rede, automatizando a detecção e resposta a falhas, reduzindo perdas técnicas e diminuindo o tempo de restabelecimento da energia. Atualmente, o sistema já cobre parte da rede, incluindo 2 mil alimentadores, 500 mil quilômetros de linhas de distribuição e 20 mil equipamentos telecontrolados. Já o DERMS foi projetado para gerenciar a inserção crescente de geração distribuída, permitindo a agregação de diferentes fontes como se fossem uma usina virtual. Essa funcionalidade possibilita otimizar a injeção ou o corte de energia conforme a demanda, além de apoiar consumidores que utilizem geração própria e armazenamento em baterias. A Cemig já iniciou pilotos nesse modelo, que poderá viabilizar novas formas de remuneração regulatória para as distribuidoras e consolidar sua atuação no gerenciamento ativo da rede elétrica. (Meganews - 10.09.2025)
Copel: Tecnologia brasileira de transmissão já é utilizada por concessionárias e fabricantes globais
O MEDCAP, desenvolvido pela Copel Geração e Transmissão (Copel GT) em parceria com a Montrel Tecnologia no âmbito do Programa de P&D da Aneel, consolidou-se em apenas dois anos como referência no setor elétrico nacional e já avança para o mercado internacional. O equipamento, voltado para inspeções em bancos de capacitores de subestações, reduz em até 70% o tempo de execução dessas atividades, garantindo maior precisão, padronização e segurança. Entre os diferenciais, está a possibilidade de realizar medições com o banco desenergizado e aterrado, sem necessidade de desmontagens, o que diminui riscos às equipes e permite análises aprofundadas em campo. O sucesso da tecnologia, já homologada por fabricantes internacionais como Siemens Energy e Bree, reflete sua aceitação crescente no Brasil, onde companhias como Cemig GT, ISA Energia Brasil, Taesa, State Grid e empresas do grupo Eletrobras já adotaram o sistema. A presença do MEDCAP se expandiu para países latino-americanos, como Peru, Colômbia, Chile, Argentina e Equador, e está em fase de testes nos Estados Unidos, além de negociações em andamento no Oriente Médio, Ásia e Oceania. O avanço do produto confirma o potencial da inovação nacional em energia elétrica e reforça o protagonismo da Copel GT, do instituto Lactec e da Montrel na criação de soluções competitivas em escala global. (Cenário Energia - 10.09.2025)
Equatorial: Hub de inovação lança desafio internacional voltado para o setor elétrico
O Grupo Equatorial, por meio do EQT Lab em parceria com o Instituto Caldeira e o programa Conecta Caldeira, lançou um desafio global voltado a startups e scale-ups para desenvolver soluções baseadas em visão computacional e inteligência artificial aplicadas à inspeção preditiva de redes de distribuição em alta tensão. A iniciativa busca ampliar a eficiência e a confiabilidade do sistema, ao mesmo tempo em que promove a integração do grupo a um ecossistema internacional de inovação. O objetivo é identificar tecnologias capazes de acelerar inspeções, reduzir custos operacionais, aumentar a segurança e fortalecer o fornecimento de energia em conformidade com os parâmetros regulatórios. A proposta reforça o compromisso do Grupo Equatorial em utilizar inovação tecnológica para enfrentar desafios críticos do setor elétrico, com impacto direto na qualidade do serviço oferecido a milhões de consumidores no país. (Equatorial - 03.09.2025)
Stulz: Lançamento do CyberRack SideCooler para resfriamento de data centers Edge
A Stulz anunciou o lançamento do CyberRack SideCooler, módulo lateral de resfriamento a água com ventilador voltado a data centers Edge e micro, projetado para locais remotos ou com espaço limitado que enfrentam altas cargas térmicas. O equipamento oferece capacidade de 18 a 51 kW, com consumo entre 0,7 e 2,6 kW, permitindo descarte de ar pela frente, lateral ou ambos os lados, além de compatibilidade com racks de qualquer fabricante. Segundo Matteo Foroni, gerente de produto da empresa, a solução responde ao aumento da densidade energética impulsionada por IA, aprendizado de máquina e HPC, garantindo eficiência em áreas compactas. O SideCooler pode ser instalado entre racks ou em microdata centers, dispensando contenção de corredores e evitando retorno de ar quente na sala de tecnoogia e informação. Com operação contínua 24/7, alta confiabilidade e flexibilidade de fluxo de ar, a Stulz posiciona o equipamento como solução robusta e eficiente para os desafios de resfriamento em implementações Edge.(Datacenter Dynamics – 03.09.2025)
Segurança Cibernética
Cyberbay: Setor energético enfrenta crescente risco de segurança cibernética
O setor de energia está cada vez mais exposto a riscos de segurança cibernética devido ao uso de tecnologias obsoletas e ao alto custo de modernização das infraestruturas críticas, alerta Felix Kan, presidente-executivo da empresa Cyberbay. Ele explica que redes elétricas, oleodutos e sistemas de energia frequentemente operam com softwares antigos que não suportam proteções atuais, tornando-os alvos fáceis para ataques com malware ou ransomware. Uma das defesas mais eficazes é a separação entre redes operacionais e redes de TI (air gap), mas a implementação é cara e vulnerável a falhas humanas. Segundo Kan, a tendência de conectar sistemas à internet para monitoramento e eficiência com inteligência artificial (IA) aumenta o risco de invasões. Empresas como a Enbridge afirmam investir fortemente em programas de monitoramento 24/7, testes e treinamentos para proteger dados e operações. (Energeticcity - 08.09.2025)