Tecnologias Exponenciais 227
Transição Energética e ESG
COP30 amplia pressão sobre o Brasil por plano de abandono dos combustíveis fósseis
Durante a pré-COP em Bonn, aumentou a pressão internacional para que o Brasil lidere o plano global de eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, em vista da realização da COP30 em Belém. Um relatório científico alertou que o orçamento de carbono para limitar o aquecimento a 1,5 °C pode se esgotar em três anos, exigindo cortes urgentes nas emissões. Apesar de ter uma matriz energética relativamente limpa, o Brasil foi cobrado por mais de 250 cientistas a adotar uma postura firme no “phase-out” do petróleo. O país enfrenta dilemas ao equilibrar seu papel como produtor de petróleo e líder climático, especialmente diante da pressão por descarbonizar setores como transportes, energia e agropecuária. Protestos contra novos leilões de blocos petrolíferos na bacia amazônica expuseram o embate entre desenvolvimento econômico e justiça climática, enquanto empresas e entidades empresariais mobilizam coalizões para acelerar a transição energética. Especialistas destacam que o Brasil tem vantagens estratégicas para liderar esse processo, desde que haja coordenação política, financiamento adequado e compromisso com metas ambiciosas. (Valor Econômico - 30.06.2025)
EPE: Hidrogênio pode impulsionar setor de biomassa no Brasil
O hidrogênio pode ser aplicado como uma das formas para alcançar metas de descarbonização. Atualmente, grande parte da produção da molécula é oriunda de fontes fósseis, especialmente do gás natural. Por isso, é crucial o desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias que promovam a produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono, de forma competitiva e em grande escala. Essa é uma das conclusões que aEmpresa de Pesquisa Energética aponta em Nota Técnica publicada sobre o tema. O estudo da EPE buscou avaliar a produção do H2 a partir de diferentes biomassas. “Essa modalidade é apontada como uma opção relevante, em particular em contextos com abundância e produção competitiva de recursos vinculados à agropecuária e à agroindústria. A valorização e utilização de resíduos das mais diversas proveniências concorrem para o equilíbrio ambiental, com o incremento da economia circular e com a utilização de fontes renováveis e de baixo valor intrínseco para a produção de energia”, diz o documento publicado pelo planejador. (Agência CanalEnergia - 24.06.2025)
China: País se torna o 1° do mundo a atingir 1 TW de capacidade instalada de energia solar
A China tornou-se o primeiro país do mundo a ultrapassar 1 terawatt (TW) de capacidade instalada em energia solar, segundo a agência estatal NEA. Esse marco foi alcançado em menos de dois anos após atingir 500 gigawatts (GW), superando previsões que projetavam esse volume apenas para 2026. O crescimento de quase 60% em um ano foi impulsionado por políticas de incentivo, redução de custos e pela forte presença da indústria local, que domina mais de 80% da produção global de equipamentos solares. Além de liderar em capacidade instalada, a China é destaque em todos os segmentos da cadeia produtiva da energia solar, especialmente na fabricação de painéis fotovoltaicos. O país concentra metade da capacidade solar instalada global, que atingiu 2 TW no final de 2024, à frente dos Estados Unidos (175 GW) e do Brasil (quase 58 GW). A NEA também destaca o avanço da energia eólica na China, que chegou a 570 GW até maio de 2025, representando um aumento de 23,1% em relação ao ano anterior, além da liderança chinesa em fontes hídricas, biomassa e na construção de usinas nucleares. (Canal Solar - 01.07.2025)
IBP: Entidade defende aumento de biocombustíveis como pilar da transição energética no Brasil
O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) apoiou a decisão do CNPE de aumentar a mistura de biocombustíveis aos combustíveis fósseis, medida que entra em vigor em agosto e eleva o etanol na gasolina de 27% para 30% e o biodiesel no diesel de 14% para 15%. O IBP destacou que essa ação é essencial para a transição energética justa, o cumprimento de metas climáticas e o fortalecimento da bioeconomia brasileira. A entidade também alertou para a necessidade de mais fiscalização e atuação técnica da ANP. Setores como a Abiove, Aprobio e empresas como a Be8 comemoraram a decisão, apontando os benefícios ambientais, sociais e econômicos, especialmente a valorização da agricultura familiar e a redução da dependência de diesel importado. Para o setor, a previsibilidade na política de biocombustíveis incentiva investimentos e consolida o papel do Brasil na liderança da descarbonização.(Valor Econômico - 25.06.2025)
Eco Invest: Bancos iniciam liberação de recursos para financiamento de projetos sustentáveis
Os bancos começaram a liberar os primeiros recursos do programa Eco Invest, criado pelo governo para financiar projetos sustentáveis com financiamento público e privado (“blended finance”). O primeiro leilão, realizado em 2024, já resultou em desembolsos como o do HSBC para a Acelen Renováveis, que desenvolverá uma refinaria de óleo de macaúba em terras degradadas. O segundo leilão, com foco na recuperação de terras degradadas, enfrenta críticas por regras rígidas que podem afastar participantes. O governo planeja ainda um terceiro leilão para projetos na Amazônia. O Eco Invest busca alavancar investimentos privados com apoio governamental e utiliza diferentes instrumentos financeiros para fomentar a sustentabilidade na agroindústria, com destaque para a participação de grandes bancos como Itaú, Santander e HSBC. (Valor Econômico - 26.06.2025)
Geração Distribuída
Brasil: Ministério da Fazenda sugere à Aneel incluir MMGD no rateio do curtailment
O Ministério da Fazenda enviou, em 26 de junho de 2025, um ofício à Aneel sugerindo que a micro e minigeração distribuída (MMGD) seja incluída no rateio dos cortes de energia (“curtailment”) discutidos na consulta pública 45/2019, argumentando que, ao concentrar os ajustes apenas em geradores centralizados, há tratamento “diferenciado e desproporcional” que compromete a eficiência econômica do setor e o ambiente de negócios. Embora o corte físico na MMGD não seja viável hoje, a Fazenda considera “plenamente viável” ajustar contabilmente os créditos de compensação para diluir as restrições energéticas entre todos os agentes, o que, segundo relatório técnico do ONS, poderia reduzir em até 50% os cortes em usinas centralizadas, ao distribuir proporcionalmente as restrições entre MMGD e geração distribuída convencional. (MegaWhat - 26.06.2024)
Brasil: Estado do RJ busca economia de R$ 200 milhões ao ano com GD
O governo do Rio de Janeiro concluiu um estudo que mapeou 3.718 unidades consumidoras de energia em 609 órgãos públicos estaduais e busca agora avançar em sua política de eficiência energética. Segundo o secretário de Estado de Planejamento e Gestão do governo, Adilson Faria, a meta é alcançar uma economia anual de 30% no consumo, representando cerca de R$ 200 milhões de alívio no caixa do estado. O plano inicial foca na troca de equipamentos, como lâmpadas, e na adoção de soluções de gestão com uso de Inteligência Artificial para otimizar o consumo por meio do mercado livre ou da geração distribuída (GD). Em termos de avanços, entretanto, ele pontua que a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) é a única instituição do estado que já conta com boa parte do fornecimento de energia vinda do ambiente de livre contratação e da GD. Mas frisa que a expectativa que esse modelo seja replicado em 2026 para mais prédios públicos e operações no estado. (Agência CanalEnergia - 24.06.2025)
ABGD: Evento discute reforma do setor elétrico e impactos na geração distribuída em SP
A Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) promoveu nesta segunda-feira (30/06) o Conexão Empresarial 2025, com foco nos desafios e oportunidades da reforma do setor elétrico. O evento, que ocorrerá em São Paulo, reuniu especialistas para debater temas como armazenamento de energia, regulamentação de baterias, abertura do mercado livre e novos modelos de negócios para geração distribuída. A programação incluiu ainda discussões sobre o papel do ONS e dos operadores de distribuição (DSO), além de análises sobre impactos tarifários e marco regulatório. O encontro acontece em momento crucial, quando o Congresso analisa a MP 1300 e o setor enfrenta pressões por maior flexibilidade e modernização do sistema elétrico. (Petronotícias – 29.06.2025)
Rede D'Or, CGN Brasil e Bolt: Parceria com foco em autoprodução de energia solar
O Grupo Bolt, a Rede D’Or e a CGN Brasil firmaram um acordo de autoprodução de energia solar por meio do complexo fotovoltaico Lagoinha, em Russas, no Ceará. Inaugurado em 26 de junho, o parque tem 165 MW de capacidade instalada. O termo compreende o suprimento de energia limpa e renovável para mais de 70 unidades hospitalares da Rede D’Or, distribuídas em 13 estados, pelos próximos 17 anos. Ainda, a iniciativa evitará a emissão de cerca de 198 mil toneladas de CO2 por ano, apoiando a meta de neutralidade de carbono da Rede D’Or. Segundo Gustavo Ayala, CEO do Grupo Bolt, o projeto reforça a segurança dos pacientes ao assegurar energia contínua e de qualidade, além de refletir um compromisso com a sustentabilidade. O modelo também contribui para modernizar a matriz energética do setor hospitalar e acompanha a crescente demanda da sociedade por práticas corporativas mais conscientes e sustentáveis. (Agência CanalEnergia - 27.06.2025)
Solfácil: Ampliação do financiamento para geração distribuída
A Solfácil lançou, em 1º de julho de 2025, uma linha de financiamento exclusiva para segundos sistemas solares e baterias — aberta inclusive a quem não financiou o sistema original. O objetivo principal é agilizar ampliações modulares e modernizações de instalações fotovoltaicas residenciais, atender ao aumento de consumo provocado por eletrodomésticos como ar‑condicionado (45%) e veículos elétricos (7%), e suprir a lacuna de crédito que 32% dos integradores identificam como barreira para esse nicho, que já representa 12% das vendas atuais. Com base em pesquisa junto a 187 integradores, que revelou ainda que mais de 70% das ampliações são realizadas por profissionais distintos dos instaladores originais, a iniciativa visa reforçar o relacionamento pós‑venda, fidelizar clientes, fortalecer a cadeia de parceiros e consolidar o papel da geração distribuída na transição energética brasileira. (Cenário Energia - 01.07.2025)
Armazenamento de Energia
Brasil: Sistema híbrido leva autonomia e eficiência para granja em SP
Um projeto fotovoltaico implementado em abril de 2025 na granja Ovos da Terra, em Mirassolândia (SP), destaca-se pela adoção de um sistema híbrido que combina geração solar e armazenamento em baterias de lítio. A solução foi desenvolvida para garantir estabilidade energética e reduzir os custos operacionais em uma propriedade rural com carga contínua. O sistema conta com 210,6 kWp de potência fotovoltaica e 208,8 kWh de armazenamento, totalizando 458,4 kW em potência instalada, com 360 módulos solares distribuídos em seis telhados e 18 inversores híbridos. Devido à indisponibilidade da rede local para absorver excedentes de energia, foi adotada uma solução “grid zero”, voltada ao atendimento contínuo da demanda dos aviários. O sistema fornece energia diretamente às cargas durante o dia e utiliza as baterias à noite, promovendo autossuficiência e eficiência energética. A proposta foi sugerida para substituir o sistema on-grid anterior, cuja capacidade de geração era inferior ao consumo da granja e não podia injetar mais energia na rede elétrica. (Canal Solar - 30.06.2025)
Powersafe: Transição energética segura avança com investimentos em novos sistemas de armazenamento no Brasil
Diante da expansão acelerada das fontes renováveis no Brasil, como solar e eólica, e da necessidade de maior confiabilidade no sistema elétrico, as tecnologias de armazenamento de energia ganham relevância estratégica na transição energética. A Powersafe, empresa brasileira com mais de 20 anos de atuação no setor, aposta nesse segmento como vetor de crescimento, prevendo que sua participação no faturamento aumente de 3% para 20% até 2026. Tradicional fornecedora de baterias para setores críticos como telecomunicações, saúde e segurança, a empresa entrou no mercado de renováveis em 2024 e já investe fortemente em inovação, pesquisa e infraestrutura. A estratégia da Powersafe é ampliar sua atuação em um mercado promissor, que pode movimentar mais de R$ 44 bilhões até 2030, segundo a ABSAE. A empresa busca atender à crescente demanda por sistemas que compensem a variabilidade das fontes renováveis, reduzindo perdas e melhorando a eficiência da rede. Segundo seu gerente operacional, André Ribeiro, o armazenamento deixou de ser um componente acessório para se tornar uma tecnologia central, com lógica própria, que requer planejamento, infraestrutura específica e visão de longo prazo para garantir estabilidade, previsibilidade e aproveitamento otimizado da energia gerada. (Data Center Dynamics - 30.06.2025)
Curso GESEL “Dinâmica e Características Técnicas dos Sistemas de Armazenamento de Energia no Contexto da Transição Energética”
O GESEL realizará o curso “Dinâmica e Características Técnicas dos Sistemas de Armazenamento de Energia no Contexto da Transição Energética”, que tem como objetivo apresentar os fundamentos técnicos, operacionais e econômicos dos sistemas de armazenamento de energia (SAE), destacando seu papel estratégico na transição energética. Serão abordadas as principais tecnologias de armazenamento, suas aplicações no SIN, aspectos regulatórios e de mercado, bem como metodologias de modelagem elétrica e energética e análise de viabilidade econômica para projetos com baterias (BESS). Início do curso em 8 de julho. Serão 8 aulas de 2 horas cada, às segundas e quartas-feiras, das 19h às 21h. O programa abrange os seguintes tópicos: 1. Transição energética e o papel estratégico do armazenamento de energia; 2. Aplicações dos sistemas de armazenamento; 3. Tecnologias de armazenamento; 4. Mercado, regulação e políticas públicas; 5. Operação de BESS no SIN; 6. Modelagem dinâmica de sistemas de armazenamento de energia com foco em BESS; 7. Análise de modelos de negócio (parte 1); 8. Análise de modelos de negócio (parte 2). Para mais informações, clique aqui. Inscreva-se já: https://forms.gle/EjdRTNg5N9aD5WLN7 (GESEL-IE-UFRJ – 30.06.2025)
Veículos Elétricos
BNEF: Cerca de 25% do carros vendidos no mundo em 2025 serão elétricos
Estudo da Bloomberg New Energy Finance (BNEF) estima que, em 2025, os veículos elétricos – incluindo modelos a bateria (BEV) e híbridos plug-in (PHEV) – representarão cerca de 25% das vendas globais, totalizando quase 22 milhões de unidades, um aumento de 25% em relação a 2024. A Agência Internacional de Energia (IEA) havia projetado 20 milhões de unidades no mesmo período. O crescimento será impulsionado pela queda nos custos das baterias de íon-lítio e pelo aumento da oferta de modelos mais acessíveis, com destaque para a China, responsável por dois terços das vendas, seguida pela Europa (17%) e Estados Unidos (7%). Apesar do avanço global, a BNEF revisou para baixo suas projeções de médio e longo prazo, devido à redução de incentivos nos EUA. Ainda assim, o mercado norte-americano deve passar de 1,6 milhão de unidades em 2025 para 4,1 milhões em 2030. A China, por sua vez, consolida sua liderança ao apresentar preços médios mais baixos para carros elétricos em comparação aos veículos a combustão e por ter fabricado 69% dos modelos vendidos no mundo em 2024. As montadoras chinesas também têm expandido sua atuação em países emergentes, como Tailândia e Brasil. (Portal Solar - 26.06.2025)
Brasil: Aumento de alíquotas de importação para VEs
A partir de 1º de julho de 2025, o Brasil avançará na retomada gradual do imposto de importação sobre veículos eletrificados, abrangendo modelos elétricos a bateria (BEV), híbridos plug-in (PHEV) e híbridos convencionais (HEV). As alíquotas passam a ser de 30% para HEV, 28% para PHEV e 25% para BEV, com previsão de unificação em 35% para todos os tipos em julho de 2026. Embora a elevação possa afetar os preços, o impacto imediato tende a ser contido por estratégias antecipadas de fabricantes como BYD e GWM, que se prepararam para o novo cenário tributário. A BYD importou cerca de 7 mil veículos antes do aumento das tarifas, assegurando estabilidade de preços no curto prazo, e se prepara para iniciar a montagem nacional em Camaçari (BA) em julho. A GWM também começará a montar veículos em Iracemápolis (SP) no mesmo período. Ambas adotarão os regimes CKD e SKD, que permitem a importação de veículos desmontados ou parcialmente montados, aproveitando alíquotas reduzidas de 16% e 18%, respectivamente. Essas medidas visam mitigar os efeitos do reajuste tributário e fortalecer a produção local. (Inside EVs - 30.06.2025)
ICCT: Brasil ainda não tem meta nacional para produção de VEs
Apesar do crescimento nas vendas de carros elétricos, o Brasil ainda não possui uma meta oficial para a eletrificação da frota, diferentemente de outros países da América Latina, como Chile, Colômbia, México, Costa Rica e Equador, que já estabeleceram prazos e percentuais claros para substituir veículos a combustão por modelos de emissão zero. Segundo o estudo do ICCT, em 2023, os veículos 100% elétricos representaram apenas 0,9% das vendas no Brasil, somando 2,6% com híbridos plug-in, chegando a 3% no primeiro semestre de 2024, número ainda baixo diante do total do mercado. O relatório destaca que, embora o programa MOVER, sancionado em 2024, incentive a produção nacional de veículos menos poluentes, ele não define metas específicas para eletrificação, o que pode comprometer o desenvolvimento da indústria local e a competitividade internacional do país. O Brasil corre o risco de perder protagonismo regional na mobilidade elétrica frente aos vizinhos que avançam em regulamentações mais ambiciosas. Entretanto, a crescente demanda por veículos elétricos na América Latina, junto à disponibilidade de insumos estratégicos como o lítio, representa uma oportunidade para o Brasil se tornar um fornecedor competitivo, desde que haja planejamento e metas de longo prazo. (Inside EVs - 01.07.2025)
Brasil: GAC quer transformar país em polo de exportação de VEs
A montadora chinesa GAC pretende transformar sua operação no Brasil em um polo exportador de veículos para a América Latina a partir de 2026. A empresa visa consolidar uma base produtiva local que atenda tanto ao mercado interno quanto à demanda de países vizinhos. Segundo o CEO da GAC no Brasil, Alex Zhou, o país é estratégico para a expansão regional, embora desafios como a adaptação cultural e a necessidade de aproximação com o consumidor brasileiro tenham exigido ajustes, como a mudança na pronúncia da marca para “gêacê”. Outro obstáculo apontado pela GAC é a complexidade do sistema tributário brasileiro, que afeta diretamente o planejamento da montadora, especialmente diante de frequentes alterações nas regras fiscais do setor automotivo. Ainda assim, a empresa segue determinada a consolidar sua presença, aproveitando sua posição de destaque global no segmento de veículos eletrificados. Em 2024, a GAC figurou entre as líderes mundiais em vendas de elétricos e híbridos, atrás apenas de marcas como Tesla e BYD. (Inside EVs - 29.06.2025)
Brasil: Teste de ônibus elétrico intermunicipal no RJ
O Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Detro-RJ) deu início, em 23 de junho, ao o período de testes da operação de um modelo de ônibus 100% elétrico na linha intermunicipal 417T, que liga Xerém à Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O ônibus é do modelo Azure A12BR, da TEVX Higer, e conta com painéis informativos em tempo real, carregadores USB e wi-fi. A iniciativa visa analisar variáveis como a eficiência do abastecimento elétrico, a autonomia do veículo, a viabilidade operacional em longos trajetos e o custo-benefício do uso da tecnologia em linhas intermunicipais, além da disponiblidade de energia pela concessionária Light. A expectativa é que o modelo possa também ser adotado em outros itinerários. (O Globo – 23.06.2025)
Gestão e Resposta da Demanda
ONS: Rodada competitiva de resposta da demanda
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) realizará, no dia 16 de julho, um processo competitivo virtual para contratação do produto de disponibilidade de resposta da demanda. A iniciativa prevê a contratação de até dois produtos, com quatro e seis acionamentos mensais, ambos com duração de quatro horas (das 18h às 22h) em dias úteis, com vigência entre 1º de setembro de 2025 e 31 de janeiro de 2026. Poderão participar agentes consumidores livres e agregadores que estejam adimplentes e atendam aos critérios definidos em edital. As inscrições devem ser feitas até 14 de julho por meio do sistema Sintegre. Os agentes habilitados participarão de uma simulação no dia 15 de julho, às 10h, e da execução do mecanismo competitivo no dia 16 de julho, às 14h30. (Megawhat - 01.07.2025)
Eficiência Energética
Brasil: Fieg e Governo de Goiás apostam na eficiência energética para impulsionar competitividade industrial
A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), em parceria com a Secretaria‑Geral do Governo de Goiás, realizou no dia 1º de julho, na Casa da Indústria, o Workshop Estadual de Eficiência Energética, reunindo mais de 180 empresários, especialistas e gestores para debater como o uso inteligente da energia pode aumentar a competitividade industrial e reduzir emissões. Durante o evento, foram apresentados programas de sucesso — como o PotencializEE da GIZ, que já gerou 1.055 GWh de economia; as Ações de Eficiência Energética do Senai, com redução média de 23 % no consumo de 36 PMEs; e o modelo “turn‑key” de descarbonização da GreenYellow, que financiou 4,46 MWp em painéis solares para o Assaí Atacadista. (Notícia da Hora - 01.07.2025)
Energisa: Ações de eficiência energética em RO
A Energisa Rondônia iniciará, na segunda quinzena de julho, um projeto de eficiência energética no Hospital Antônio Luiz de Macedo, em Nova Mamoré. A iniciativa, regulada pela ANEEL e executada via Programa de Eficiência Energética (PEE), inclui a substituição de aparelhos de ar-condicionado e refrigeradores por modelos mais eficientes, além da instalação de 90 placas solares. Com investimento superior a R$ 300 mil, o objetivo é reduzir o consumo de energia, especialmente no horário de ponta, proporcionando economia financeira e ambiental, com previsão de economia anual de 77,22 MWh e redução de 9,8 toneladas de CO2. A ação permitirá ao hospital redirecionar recursos para melhorias nos serviços prestados à população. A Energisa, presente em Rondônia há seis anos, já investiu cerca de R$ 68 milhões em 89 projetos de eficiência energética voltados a hospitais, escolas, organizações sociais e órgãos públicos. Esses projetos resultaram na economia de aproximadamente 25 mil MWh por ano, volume suficiente para abastecer mais de 10 mil residências populares. (Rondônia Agora - 02.07.2025)
CPFL: Ações de eficiência energética em SP
O Lar São Vicente de Paulo, em Avaré, será contemplado com projetos de eficiência energética promovidos pela CPFL Santa Cruz, aprovados pela ANEEL em 2024. As iniciativas envolvem a modernização da iluminação com a substituição de 15 pontos por luminárias LED e a instalação de duas usinas solares fotovoltaicas com capacidade total de 9,9 kWp no telhado da instituição. Essas ações visam reduzir os custos operacionais e aumentar a autonomia energética da entidade filantrópica, fundada em 1926. Com investimento de R$ 42,6 mil, os projetos proporcionarão uma economia anual estimada de R$ 12,4 mil, redução de 16,6 MWh no consumo de energia elétrica — o equivalente ao abastecimento mensal de sete residências — e diminuição de 1 tonelada nas emissões de CO2. A CPFL Santa Cruz reforça, com essa ação, seu compromisso com a sustentabilidade e o apoio a instituições sociais, promovendo benefícios diretos à comunidade atendida pelo Lar São Vicente de Paulo. (A Voz do Vale - 26.06.2025)
Equatorial: Ações de eficiência energética no PA
Durante ação promovida em Altamira (PA), a Equatorial Energia, por meio de seu Programa de Eficiência Energética regulamentado pela ANEEL, realizou palestras educativas sobre consumo consciente e segurança com a rede elétrica, além de disponibilizar a troca gratuita de até cinco lâmpadas incandescentes ou fluorescentes por modelos LED. A atividade foi integrada a um mutirão de atualização do Cadastro Único e teve como objetivo conscientizar a população sobre economia de energia e direitos do consumidor, reforçando os canais de atendimento da empresa. Além da substituição de lâmpadas, que pode gerar economia significativa no consumo doméstico, a Equatorial também mantém outras iniciativas, como a troca de geladeiras antigas por modelos eficientes, com potencial de reduzir em até 30% o consumo de energia. Outro destaque é o projeto E+ Reciclagem, que permite ao consumidor obter descontos na fatura mediante a entrega de materiais recicláveis. As ações são parte de uma agenda contínua voltada à promoção da sustentabilidade e da melhoria da qualidade de vida nas comunidades atendidas. (Confirma Notícia - 02.07.2025)
Europa: Comissão coloca o setor da construção rumo a uma maior eficiência energética
A Comissão Europeia lançou um pacote de apoio à implementação da Diretiva de Desempenho Energético dos Edifícios (EPBD), composto por um regulamento delegado que atualiza a metodologia para definir níveis de eficiência energeticamente ótimos em edifícios novos e existentes, um regulamento de execução que padroniza a transferência de dados de eficiência dos Estados‑Membros para o Observatório do Parque Imobiliário da UE, e um extenso documento de orientação com 13 anexos interpretativos. Essas medidas visam ajudar os países da UE a transpor a EPBD para suas legislações nacionais até maio de 2026, reforçando a independência energética, reduzindo contas de energia e investimentos em rede, estimulando renováveis nos edifícios e criando um ambiente estável de investimento para tornar o setor da construção mais competitivo e descarbonizado, em linha com a meta de cortar 11,7 % do consumo de energia até 2030. (Comissão Europeia - 30.06.2025)
Microrredes e VPP
EUA: Legislação autoriza a construção de microrredes isoladas no Oregon
O Estado do Oregon aprovou a lei HB 2066, que autoriza municípios, empresas e comunidades — não apenas concessionárias — a construir, possuir e operar microrredes para aumentar a resiliência local e postergar investimentos em infraestrutura, incluindo o “modo ilha” para operar de forma autônoma. A Comissão de Serviços Públicos (PUC) deve criar uma regulamentação de interconexão, remuneração e alocação de custos que reflita o valor das microrredes para toda a rede e consumidores, enquanto o HB 2055 permite a contratação de terceiros para avaliar pedidos de conexão. (PV Magazine - 01.07.2025)
EUA: Base Power e GVEC fazem parceria para VPP de 2 MW no Texas
A cooperativa Guadalupe Valley Electric Cooperative (GVEC) do centro-sul do Texas fechou parceria com a Base Power para criar uma usina virtual (VPP) de 2 MW usando baterias residenciais instaladas em novas casas pela Lennar. Essas baterias, de propriedade da Base Power, podem alimentar clientes em caso de apagão e, sob controle remoto da GVEC via software proprietário, são já usadas para reduzir custos de transmissão no programa 4CP da ERCOT e para arbitragem de preços. Enquanto as empresas trabalham para qualificar a capacidade agregada no programa piloto de recursos energéticos distribuídos agregados (ADER) do ERCOT. (Utility Dive - 02.07.2025)
EUA: Leap impulsiona a iniciativa de VPP da National Grid em Massachusetts
A Leap e a National Grid ampliaram sua parceria para levar a plataforma de usinas elétricas virtuais (VPP) da Leap a edifícios de escritórios selecionados em Massachusetts, após o sucesso de um piloto em Nova York, permitindo que esses prédios participem dos programas Clean Peak Standard e ConnectedSolutions para reduzir o consumo nos períodos de pico e reforçar a confiabilidade da rede. Utilizando a solução de software da Leap para agregar e gerenciar recursos de energia distribuída — como termostatos inteligentes, carregadores de veículos elétricos e sistemas HVAC —, a iniciativa visa descarbonizar o sistema elétrico e gerar novas receitas de serviços de rede, enquanto a National Grid demonstra o papel crítico das VPPs na transição energética e vê sua unidade de inovação, a National Grid Partners, entre os investidores da Leap. (Clean Technica - 26.06.2025)
Canadá: Sonnen lança VPP em comunidade residencial
A Sonnen, em parceria com a construtora Landmark Homes, a concessionária EPCOR, a varejista Solartility e a Universidade de Alberta, lançou em Blatchford Lands (Edmonton) um protótipo de Usina Virtual de Energia (VPP) comunitária usando 100 baterias Sonnen, oferecendo cerca de 0,5 MW de potência e mais de 2 MWh de armazenamento para serviços como reserva de emergência, gestão de picos e resposta à demanda. Integrada a uma comunidade planejada com emissões líquidas zero e fontes renováveis para aquecimento e resfriamento, a iniciativa será estudada pela Universidade de Alberta para avaliar seu valor financeiro, redução de emissões e benefícios de rede, e servirá de base para expandir VPPs em Alberta e em outras regiões do Canadá — com meta de mais de 3.000 locais, totalizando 18 MW/60 MWh nos próximos três anos. (PV Magazine - 27.06.2025)
Tecnologias e Soluções Digitais
Energisa Minas Rio: Desenvolvimento de projeto de modernização da distribuição de energia
A Energisa Minas Rio está implementando um dos projetos mais avançados de modernização da gestão da distribuição de energia elétrica no Brasil, destacando-se pela adoção do Advanced Distribution Management System (ADMS). Essa plataforma integrada e inteligente permite o monitoramento em tempo real da rede, gestão operacional e atendimento ao cliente em um único ambiente, promovendo respostas rápidas e precisas a falhas, além de maior eficiência e segurança no fornecimento de energia. Paralelamente, a empresa investe em infraestrutura, como a subestação Muriaé III, e ações ambientais, incluindo a retirada de equipamentos contendo bifenilas policloradas (PCB). O ADMS possibilita a detecção automática de quedas de energia, localização exata dos pontos de falha e mobilização eficiente das equipes de manutenção, o que torna a atuação da distribuidora mais proativa e preventiva, reduzindo o tempo de restabelecimento e minimizando impactos para os consumidores. A primeira fase do projeto, prevista para ser concluída no início de julho, beneficiará diretamente mais de 612 mil clientes em Minas Gerais e Rio de Janeiro, consolidando o compromisso da Energisa Minas Rio com um serviço moderno, seguro e sustentável. (Cenário Energia - 30.06.2025)
Segurança Cibernética
Alemanha e Israel: Parceria visando segurança cibernética
A Alemanha planeja aprofundar sua colaboração em segurança cibernética com Israel, criando o “Cyber Dome”: um centro de pesquisa conjunto, maior cooperação entre o Mossad e o BND, reforço das defesas cibernéticas e anti-drones, e desenvolvimento de um sistema nacional de alertas de emergência inspirado no israelense. A iniciativa, anunciada pelo ministro do Interior Alexander Dobrindt durante visita a Israel, surge após a escalada militar e cibernética entre Israel e Irã, em que hackers iranianos atacaram infraestruturas críticas e mídia, enquanto Teerã restringia o acesso à internet como retaliação. Embora não tenha sofrido ataques diretos do Irã, a Alemanha busca assim mitigar crescentes ameaças de espionagem e ciberataques de atores estatais como Rússia, China e Irã. (The Record - 02.07.2025)