IFE Diário 6.287
Regulação
Silveira afirma que apagão foi causado por falha em subestação e descarta falta de energia no país
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, explicou que o apagão registrado na madrugada do dia 14 de outubro foi provocado por um problema na infraestrutura de transmissão, especificamente em uma subestação da Eletrobras no Paraná, e não por escassez de energia. Segundo ele, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) acionou automaticamente mecanismos de proteção que reduziram a carga em alguns estados para evitar um colapso maior. O fornecimento foi totalmente restabelecido em cerca de 1h30, o que, segundo o ministro, demonstra a robustez do sistema elétrico brasileiro. Silveira anunciou ainda a criação de um grupo de resposta rápida e a elaboração de um relatório técnico para investigar as causas do incidente e prevenir novas ocorrências. (Valor Econômico - 14.10.2025)
Artigo GESEL: “Curtailments da geração renovável no Brasil”
Em artigo publicado pelo Broadcast Energia, Nivalde de Castro (Professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador-geral do GESEL/UFRJ) e Roberto Brandão (diretor científico do GESEL/UFRJ) analisam o avanço dos curtailments da geração renovável no Brasil. Impulsionada por políticas de incentivo e pela expansão acelerada da eólica e solar — que já representam 28,8% da matriz elétrica —, a transição energética brasileira enfrenta crescentes restrições operacionais e cortes de geração por confiabilidade e excesso de oferta. Em 2025, os curtailments médios atingiram 36,4% da energia solar e 24,1% da eólica, sem previsão de compensação regulatória aos geradores. Os autores destacam a necessidade urgente de ajustes regulatórios para equilibrar os impactos entre geração centralizada e distribuída e de investimentos em armazenamento de energia, condição essencial para garantir flexibilidade, confiabilidade e sustentabilidade na expansão do Setor Elétrico Brasileiro. Acesse o texto na íntegra aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 14.10.2025)
DOU: Lula sanciona conversão em lei da MP da tarifa social de energia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a conversão em lei da Medida Provisória que amplia a Tarifa Social de Energia Elétrica para 17,1 milhões de famílias, sem vetos. A medida, publicada no Diário Oficial da União, garante a gratuidade total na conta de luz para o consumo mensal de até 80 quilowatt-hora. O benefício é destinado a famílias do CadÚnico com renda mensal de até meio salário mínimo per capita, pessoas com deficiência e idosos no benefício de prestação continuada. Além disso, foi aprovada a isenção do pagamento da CDE no consumo mensal de até 120 kWh para famílias de renda per capita entre meio e um salário mínimo. O governo estima uma redução de aproximadamente 12% nas contas de energia das famílias beneficiadas, uma vez que a CDE compõe parte da tarifa da conta de luz. Essas medidas, de cunho social, permaneceram inalteradas em relação ao texto original do governo. A ampliação da Tarifa Social de Energia Elétrica visa beneficiar um grande número de famílias em situação de vulnerabilidade econômica, proporcionando alívio financeiro e acesso mais equitativo aos serviços básicos. (BroadcastEnergia - 13.10.2025)
Câmara e Senado terão entre 10 a 14 dias para votar MP do setor elétrico
Em Brasília, no dia 08 de outubro de 2025, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) anunciou sua intenção de adiantar a apresentação do relatório da medida provisória 1.304, que trata da reforma do setor elétrico. O objetivo é garantir que tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado tenham tempo suficiente para analisar a proposta, considerando que o prazo de validade da medida é até 7 de novembro, o que deixa apenas um mês para todo o processo. Em uma entrevista no Planalto, Braga revelou que se reunirá com o deputado Fernando Coelho Filho, presidente da comissão mista da MP, e com os líderes das casas legislativas, deputado Hugo Motta e senador Davi Alcolumbre, respectivamente. Ele destacou a importância das audiências públicas que devem ocorrer na próxima semana, seguidas pela apresentação do relatório na semana subsequente. Braga preferiu não comentar sobre o conteúdo específico do texto, nem sobre eventuais trechos que podem ser retirados, enfatizando que as audiências públicas serão cruciais para o andamento adequado da pauta. Com o prazo apertado e a necessidade de aprovação da reforma do setor elétrico, a movimentação do senador Braga e a programação das próximas etapas indicam um cenário de intensas discussões e negociações no Congresso Nacional nas próximas semanas. (BroadcastEnergia - 13.10.2025)
Aneel cobra explicações de empresas por apagão causado por incêndio em subestação no Paraná
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) enviou ofícios às empresas envolvidas no apagão registrado na madrugada do dia 14 de outubro, exigindo explicações sobre a falha provocada por um incêndio em um reator da subestação de Bateias, no Paraná, que desconectou momentaneamente as regiões Sul e Sudeste/Centro-Oeste do Sistema Interligado Nacional. O incidente acionou o Esquema Regional de Alívio de Carga, afetando o fornecimento de energia em vários estados, mas a normalização ocorreu em até duas horas. A Aneel enviará uma equipe de fiscalização ao local e instaurará processos para apurar responsabilidades. O caso afetou centenas de milhares de consumidores em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas e Paraná. Uma reunião com o Ministério de Minas e Energia, o ONS e agentes do setor foi convocada para discutir medidas preventivas, enquanto a Eletrobras informou que trabalha em conjunto com o ONS para identificar as causas da ocorrência. (Valor Econômico - 14.10.2025)
Aneel deve criar rateio de perdas por curtailment e definir ‘fila’ de cortes; MMGD fica de fora
A 3ª fase da CP 45/2019 caminha para introduzir critérios explícitos de corte que deem previsibilidade operacional e econômica aos agentes. A nota técnica da SRG propõe uma ordem de prioridade em blocos para curtailment por razão energética (excesso de geração frente à carga). O Bloco 1 reúne usinas cujo corte reduz ESS (p.ex., térmicas com CVU>PLD). O Bloco 3 é o último, com usinas cujo corte impõe custos aos consumidores (p.ex., térmicas com CVU<PLD). No Bloco 2, onde o impacto é neutro, a sequência começa por hidrelétricas com armazenamento e por térmicas por inflexibilidade. Para hidrelétricas com EVT, eólicas e solares, aplica-se rateio pós-operação: o volume cortado é distribuído contabilmente entre todas as elegíveis, proporcional à geração potencial. Em cortes por razão elétrica (indisponibilidade externa/confiabilidade), o ONS segue cortando com matriz de sensibilidade em tempo real. Depois, na pós-operação, o ajuste contábil aloca primeiro a usinas com restrições ativas no Parecer de Acesso e a usinas com DAPR vencida, até um teto de 30% da geração potencial. O remanescente, então, é rateado entre as elegíveis. MMGD e Tipo III ficam fora por não estarem sob gestão do ONS. A proposta ainda depende de deliberação da diretoria da Aneel. (Megawhat - 13.10.2025)
Aneel conclui Nota Técnica da CP de critérios de cortes de geração
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou a Nota Técnica da Análise das contribuições da terceira fase da Consulta Pública instaurada para obter subsídios para estabelecer os critérios operativos para redução ou limitação de geração. Com a NT, a diretoria já está em condições para deliberar sobre o processo. Dessa forma, o colegiado pode disciplinar a regulamentação de critérios para redução oulimitação de geração de usinas despachadas centralizadamente e das consideradas na operação. A nota tem 102 páginas. A terceira fase da CP recebeu sugestões de 56 participantes, que somaram 301 contribuições. Desse total, 37 foram aceitas, 64 foram parcialmente aceitas, 114 não foram aceitas e 86 estavam fora do escopo da análise. Dentre os agentes, estão associações setoriais como ABEEólica, ABGD, ABSolar, Abrace, Abragel e ABRAGET além de empresas como Atlas Energy, Aure, Eletrobras e Petrobras. Os Ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e da Fazenda e o Operador Nacional do Sistema Elétrico também participaram. (Agência CanalEnergia - 13.10.2025)
Aneel fixa custo médio de energia e potência em R$ 342,71/MWh para 2026
A autarquia definiu o ACR médio 2026 em R$ 342,71/MWh, por despacho publicado no DOU. O indicador serve de referência para análises de modicidade tarifária e para planejamento de compra das distribuidoras. A métrica agrega energia e potência e é utilizada como parâmetro em processos regulatórios. A sinalização influencia avaliações de equilíbrio econômico-financeiro das concessões. Também ajuda a balizar estudos de cobertura contratual e exposição ao MCP. O valor entra no radar de gestores de risco e de comercializadoras na formatação de estratégias. Em paralelo, o setor discute mecanismos de capacidade, ESS e bandeiras, que afetam o custo final ao consumidor. O número é mais um insumo em meio a um cenário de curtailment e hidrologia desafiadores. (Megawhat - 13.10.2025)
Transição Energética
Para liderar energia limpa, setor elétrico defende corte de 90% nos subsídios, diz estudo
Estudo lançado no dia 10/10 pela Coalizão do Setor Elétrico recomenda a redução dos subsídios como condição para a expansão sustentável do setor nos próximos 25 anos. O documento mostra que o Brasil pode se consagrar como principal produtor de eletricidade limpa no mundo, sem aumentar custos ineficientes que são pagos atualmente pelo consumidor na Conta de Desenvolvimento Energético. Segundo o relatório, para alcançar a ambição em destaque, será necessário reduzir em 90% os subsídios atuais, priorizando os de caráter social. Além disso, a preservação de 90% de renovabilidade da matriz elétrica também é vista como um movimento fundamental para o desenvolvimento. Ademais, outro pilar debatido no estudo é a descarbonização. Segundo dados do estudo, o Brasil precisará instalar 345 GW adicionais de energia limpa para atender o crescimento do consumo. Em meio a isso, a diversos caminhos a serem seguidos, como a eletromobilidade do setor de transporte, a eletrificação da indústria e a substituição da geração fóssil em sistemas isolados por soluções hídricas. (Agência CanalEnergia - 13.10.2025)
Comissão debate Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos
A comissão especial da Câmara dos Deputados sobre transição energética e produção de hidrogênio verde promoverá, na próxima terça-feira (14), seminário para discutir a Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos, prevista no Projeto de Lei 2780/24. O evento será realizado às 14h30, no plenário 10. O debate atende a pedido do deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP). O parlamentar destaca que a criação dessa política nacional é essencial para garantir o desenvolvimento sustentável e o cumprimento das metas do Acordo de Paris. “Um esforço conjunto para atingir os objetivos do Acordo de Paris significaria quadruplicar a demanda por insumos minerais para as tecnologias de energia renovável até 2040”, afirma. O Acordo de Paris é um tratado internacional firmado por 195 países para tentar frear o aquecimento global por meio da redução de emissões de gases de efeito estufa. (Agência Câmara de Notícias - 10.10.2025)
COP30: Maior desafio na transição energética no Brasil é substituir diesel, diz diretor da ANP
Em Brasília, o diretor da ANP, Pietro Mendes, destacou que a substituição do diesel no setor de transportes é o maior desafio na transição energética do Brasil. Com uma frota antiga e escassez de recursos públicos para renová-la, Mendes aponta os biocombustíveis como a principal solução para descarbonizar a mobilidade de cargas e passageiros. Ele ressalta a importância da eletrificação, mas alerta para os impactos ambientais, como o aumento de peso dos veículos e emissões geradas pelo contato das rodas com o asfalto. Mendes participa do seminário sobre descarbonização veicular na COP30, organizado pela FPBio. O evento discute a necessidade de investimentos em infraestrutura para corredores de carregamento e pondera os aspectos ambientais da eletrificação. O Pré-COP, que precede a conferência oficial, ocorrerá na próxima semana. (Broadcast Energia - 13.10.2025)
CCEE evidencia liderança do Brasil em transição energética em fórum internacional em Lisboa
A participação da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE no EVEx Lisboa 2025 foi marcada por debates e apresentações de alto nível, que evidenciaram o protagonismo do Brasil nas discussões sobre transição energética, regulação e os desafios do futuro do setor elétrico. Realizado nos dias 7 e 8 de outubro, em Lisboa, o encontro reuniu representantes de diversos países ibero-latino-americanos com o propósito de promover o diálogo e construir pontes. A delegação foi chefiada por Alexandre Ramos, presidente do Conselho de Administração da CCEE, e incluiu conselheiros como Ricardo Simabuku e Vital Neto. Estes conduziram painéis onde dissertaram sobre o posicionamento estratégico da organização, o contexto regulatório, os desafios gerados pelo crescimento exponencial das centrais de infraestrutura computacional e das IA, entre outros temas relevantes. (CCEE – 10.10.2025)
IMO debate metas para descarbonização do transporte marítimo em meio a pressões dos EUA
A Organização Marítima Internacional (IMO) se reúne nesta semana sob forte pressão de países produtores de petróleo e dos Estados Unidos para decidir se adota, em definitivo, um acordo global que visa zerar as emissões de navios até 2050. O plano, aprovado preliminarmente em abril, prevê multas sobre emissões e a criação de um fundo para financiar a transição energética a partir de 2027, mas enfrenta ameaças de sanções americanas aos países que o apoiarem. O Brasil, que vê a iniciativa como estratégica antes da COP30, atua para garantir o reconhecimento dos biocombustíveis como alternativa ao óleo fóssil e busca criar um sistema de certificação próprio para evitar padrões impostos por EUA e Europa. Estudos indicam que o país tem grande potencial de produção sustentável sem afetar a segurança alimentar e pode suprir até 15% da demanda energética marítima global até 2050. Especialistas destacam que, no curto prazo, os biocombustíveis são a solução mais viável, pois podem ser usados imediatamente na frota atual, ao contrário de tecnologias mais caras e complexas, como metanol, hidrogênio e amônia verde. (Valor Econômico - 13.10.2025)
ICCT: Adoção lenta do carro elétrico por montadoras tradicionais ameaça meta climática do Brasil
O estudo publicado pelo Conselho Internacional de Transporte Limpo destaca a demora na adoção de carros elétricos no Brasil como um risco para as metas climáticas do país. Comparando o progresso das montadoras brasileiras com outros mercados, como China e Europa, o estudo aponta que no Brasil há uma priorização dos híbridos flex e dos carros a combustão em detrimento dos veículos puramente elétricos. A falta de políticas públicas e incentivos governamentais é apontada como um dos principais motivos para a lentidão na transição para os carros elétricos. O programa Mover, lançado pelo governo para apoiar a transição energética das montadoras, é considerado menos ambicioso do que em outros países, o que pode comprometer as metas de redução de emissões. O estudo sugere que a tributação sobre veículos poluentes poderia financiar subsídios para os veículos elétricos, incentivando sua adoção. As vendas de carros elétricos no Brasil são dominadas por marcas chinesas, enquanto as montadoras tradicionais investem menos nessa tecnologia. A falta de metas específicas para a eliminação gradual dos carros a combustão interna e a ausência de ações regulatórias podem resultar em um mercado de tecnologias defasadas. A Anfavea, associação das montadoras, destaca o uso de biocombustíveis como uma solução eficiente de descarbonização a curto prazo, mas ressalta a importância de políticas mais ambiciosas para acelerar a transição para os veículos elétricos e atingir as metas do Acordo de Paris. ( BroadcastEnergia - 13.10.2025)
Crise Climática
Senado tem reuniões pré-COP 30
A subcomissão temporária de preparativos para a COP 30 lançará nesta terça-feira (14), a partir de 10h, a Carta das Presidentes das Subcomissões para COP 30 do Congresso Nacional, para reforçar a importância do Legislativo na preparação e nas discussões do evento internacional e garantir participação e voz aos parlamentares. Participarão a presidente da subcomissão do Senado para a COP 30, senadora Leila Barros (PDT-DF), e a presidente da subcomissão da Câmara para o evento, deputada Duda Salabert (PDT-MG). Também foi convidada a coordenadora de Mobilização da Presidência da COP 30, Luciana Abade. O colegiado tem ao todo quatro reuniões seguidas. Após o lançamento da carta, a subcomissão fará um debate com o tema Oportunidades de Engajamento Parlamentar na COP 30, destinada ao compartilhamento de informações para facilitar a participação de parlamentares na COP 30. (Agência Senado – 10.10.2025)
Com COP30 próxima, Congresso mantém lentidão e prioriza pautas de retrocesso ambiental
A menos de um mês da COP30, a agenda ambiental no Congresso Nacional avança lentamente e é marcada pela tramitação ativa de cerca de 50 projetos com alto potencial de dano socioambiental, segundo o Observatório do Clima. Ambientalistas alertam para a possível derrubada de vetos presidenciais ao projeto de licenciamento ambiental e para a rejeição do Acordo de Escazú, medidas vistas como retrocessos graves no contexto climático. A atuação da bancada ruralista e o ambiente político polarizado têm dificultado avanços em propostas estruturantes e favorecido pautas que flexibilizam regulações ambientais, ameaçando ecossistemas e direitos de povos tradicionais. Essa postura, segundo críticos, prejudica a imagem internacional do Brasil e contrasta com os esforços do governo no combate ao desmatamento e na busca por compromissos climáticos. Enquanto isso, projetos da “pauta positiva”, como a Lei do Mar, a Economia Circular e a inclusão da segurança climática como direito fundamental, seguem parados, e ambientalistas defendem que ao menos algumas dessas propostas avancem antes da conferência. (Valor Econômico - 14.10.2025)
Pré-COP30 reforça foco no financiamento climático e no multilateralismo antes da conferência
A Pré-COP30, encerrada hoje em Brasília, reuniu líderes e negociadores para alinhar estratégias e garantir avanços nas negociações da COP30, marcada para novembro em Belém, com presidência brasileira. O principal tema do encontro foi o financiamento climático, com forte pressão do Sul Global por mais recursos para transição energética, embora as promessas ainda sejam limitadas. O círculo de ministros de Finanças, coordenado por Fernando Haddad, apresentou prioridades como reforma dos bancos multilaterais e mobilização do setor privado, enquanto o Brasil destacou o multilateralismo como pilar central da conferência. Discursos de autoridades como Marina Silva e Sonia Guajajara enfatizaram a necessidade de justiça, inclusão e ética na transição ecológica, além do protagonismo dos povos indígenas e comunidades locais. Apesar da saída anunciada dos EUA do Acordo de Paris, líderes internacionais defenderam a continuidade dos compromissos climáticos e a construção de um caminho comum para resultados concretos em Belém. (Valor Econômico - 14.10.2025)
COP 30: Esforço de cooperação deve esta concentrado nas NDCs
O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira (13/10) que o esforço coletivo de cooperação entre os povos deve ser canalizado nas negociações da COP e concentrado nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) dos países ao Acordo de Paris. Segundo Alckmin, a apresentação pelos governos de metas de redução de emissões alinhadas ao objetivo de limitar o aquecimento a 1,5°C é um sinal de compromisso com o combate à mudança do clima e o reforço do multilateralismo. A cobrança reforça a posição do governo brasileiro em relação à necessidade de apresentação das novas metas voluntarias dos países.O presidente da COP, embaixador Andre Correa do Lago, reconheceu na semana passada, que há certa decepção com o atraso na apresentação dos números de grandes economias, como as da União Europeia. (Agência CanalEnergia - 13.10.2025)
COP30: MME prepara planos de aceleração de soluções
O Ministério de Minas e Energia trabalha na elaboração de planos de aceleração de soluções nas áreas de energia, mineração e combustíveis sustentáveis. As propostas abrangem sete temas que serão apresentados na COP30, em Belém (PA). A proposta é criar um fluxo de entregas, com ações até 2028. Neste ano, todos os países estarão fazendo o segundo balanço global dos avanços em relação às metas do Acordo de Paris. (Agência CanalEnergia - 10.10.2025)
Empresas
Justiça determina suspensão de processo sobre prorrogação da concessão da Enel SP
A Justiça Federal de São Paulo determinou a suspensão do processo administrativo de prorrogação antecipada do contrato de concessão da Enel São Paulo pela Aneel, aguardando uma decisão definitiva sobre possíveis falhas e transgressões da concessionária durante apagões em 2023 e 2024. O juiz Maurilio Freitas Maia de Queiroz ordenou que a União realize Análises de Impacto Regulatório para embasar o pedido de prorrogação, considerando critérios como modicidade tarifária e qualidade do serviço. A decisão, em resposta a uma ação civil pública do Município de São Paulo, exige que a Aneel avalie detalhadamente o cumprimento dos requisitos de 'serviço adequado' e analise eventos climáticos relevantes. O decreto nº 12.068/2024 indica que os indicadores de eficiência devem ser avaliados nos cinco anos anteriores à recomendação de prorrogação. A Aneel emitiu uma nota técnica indicando o cumprimento dos requisitos para a renovação, mas a decisão final depende da diretoria da agência. O diretor-geral da Aneel destacou a interdependência entre o processo de renovação e as investigações sobre falhas da concessionária, alinhando-se ao entendimento judicial. A Aneel informou que ainda não foi oficialmente notificada da decisão. (BroadcastEnergia - 13.10.2025)
RGE: Aporte de R$ 50 para construção de nova SE
A Rio Grande Energia (RGE), do Grupo CPFL, está construindo a Subestação Erechim 4, no norte do Rio Grande do Sul, com investimento de R$ 50 milhões. Segundo a empresa, a obra beneficiará diretamente cerca de 64 mil moradores e inclui também a construção de 18 km de linhas e redes de distribuição. O projeto garantirá maior capacidade de atendimento e expansão das cargas locais, reforçando a confiabilidade do sistema elétrico da região. A iniciativa integra o maior plano de investimentos da história da RGE, que prevê R$ 9,3 bilhões em cinco anos, incluindo a implantação de 24 novas subestações e a adoção de tecnologias avançadas de rede para modernizar a infraestrutura elétrica. O Grupo CPFL planeja, no total, aplicar R$ 30 bilhões em seus ativos no mesmo período. (Agência CanalEnergia - 13.10.2025)
Equatorial Goiás está monitorando processo em que foi multada
A Equatorial Goiás afirmou que está acompanhando de perto o processo administrativo que resultou em multa de R$ 15 milhões aplicada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por suposto uso indevido de informações de consumidores. Em nota, a distribuidora destacou que o caso ainda está em andamento e que a penalidade não é definitiva, cabendo recurso nas instâncias administrativas competentes. A empresa declarou estar prestando todas as informações e esclarecimentos necessários à Agência e reforçou seu compromisso com o cumprimento da legislação e das normas regulatórias, especialmente a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Por fim, a Equatorial Goiás assegurou que atua de forma ética, responsável e colaborativa com os órgãos reguladores, mantendo alinhamento integral às diretrizes do setor elétrico e reafirmando seu compromisso com a transparência e o respeito à sociedade. (Agência CanalEnergia - 10.10.2025)
Equatorial: Divulgação dos R$ 20 mi em projetos selecionados em edital de patrocínio
O Grupo Equatorial anunciou os resultados de seu 2º edital de seleção pública para patrocínio de projetos educacionais, sociais, culturais e esportivos aprovados em leis federais de incentivo. Foram 83 iniciativas selecionadas nos estados de Alagoas, Amapá, Goiás, Maranhão, Pará, Piauí e Rio Grande do Sul, totalizando R$ 20,6 milhões em investimentos. O processo priorizou propostas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com foco em educação, geração de renda, inclusão social e valorização da diversidade. Segundo Kézia Marques, gerente de Responsabilidade Social do grupo, o edital reafirma o compromisso da Equatorial em estimular o desenvolvimento humano e cultural nas regiões onde atua, fortalecendo agentes locais como protagonistas da transformação social. (Petronotícias – 11.10.2025)
América Energia: Justiça dá 60 dias para negociação com credores
A Justiça concedeu um prazo de 60 dias para que a América Energia negocie com seus credores, durante o qual ficará protegida contra execuções de dívidas e medidas constritivas. O juiz responsável identificou que a empresa preenche os requisitos legais para pleitear recuperação judicial e já iniciou mediação perante o Cejusc. A América Energia alegou que enfrenta uma crise “pontual”, intensificada pela falência da Gold Energia, que causou-lhe prejuízo estimado em R$ 75 milhões. A empresa também informou que possui dívidas em execução somando cerca de R$ 3 milhões, cujo prosseguimento poderia comprometer a reestruturação. Para equilibrar as obrigações, a companhia planeja vender ativos e reestruturar contratos, com foco em manter suas operações durante o processo de negociação. (Megawhat - 13.10.2025)
Raízen: Inscrições abertas para programas de novos talentos
A Raízen está com as inscrições abertas para os programas de estágio da campanha “Talentos Raízen 2025 – Conexões que geram valor”, com 120 vagas distribuídas entre o Programa de Estágio Acelerar e o Programa de Estágio. Podem se candidatar estudantes com previsão de formatura entre dezembro de 2026 e 2027. As oportunidades abrangem áreas como Finanças, SSMA, Jurídico, M&A, Agrícola, Sustentabilidade, Marketing e Trading. As inscrições podem ser feitas até 2 de novembro, e o objetivo da companhia é formar novos líderes em um ambiente colaborativo, inovador e conectado aos valores da empresa, segundo o vice-presidente de Gente da Raízen, Beto Griner. (Petronotícias – 11.10.2025)
BNDES avaliará suspensão de dívidas de empresas de energia afetadas por cortes de geração
O BNDES anunciou que analisará individualmente os pedidos de suspensão temporária de dívidas feitos por empresas dos setores solar e eólico impactadas pelos cortes de geração de energia (“curtailment”) determinados pelo ONS, que já provocaram perdas estimadas em R$ 5,2 bilhões desde 2021. As companhias pedem até 24 meses de alívio financeiro, alegando queda drástica de receita devido à falta de infraestrutura de transmissão e excesso de oferta, o que tem levado à quebra de cláusulas contratuais e a pedidos de “waivers”. O problema já afeta o valor de mercado das empresas e dificulta novas captações. Embora o banco ainda não saiba o volume de dívidas a renegociar, estuda medidas como liberação de reservas e flexibilização de contratos. Há preocupação de que parte das perdas seja repassada ao consumidor por meio de encargos setoriais, o que pode elevar tarifas, enquanto cresce a pressão para rever regras e estender o curtailment também à geração distribuída. (Valor Econômico - 13.10.2025)
Cemig: Programa de apoio a empresas mineiras afetadas pelo tarifaço de Trump
A Cemig anunciou medidas de apoio a empresas e produtores mineiros afetados pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos desde agosto, oferecendo facilidades para negociação de dívidas de energia elétrica. Clientes dos 15 setores mais impactados poderão renegociar débitos vencidos até 16 de maio, com isenção de multas e juros e parcelamento em até 12 vezes sem entrada, com juros reduzidos de 0,5% ao mês — ou até sem juros para pagamentos via cartão de crédito. O programa entra em vigor imediatamente e valerá enquanto durarem as tarifas ou até nova decisão da companhia. Segundo levantamento técnico da empresa, cerca de 11 mil clientes foram diretamente prejudicados, especialmente dos setores de pecuária e café, principais exportadores mineiros para os EUA. Minas Gerais responde por 11,4% das exportações brasileiras ao país, somando US$ 4,6 bilhões em 2024, com quase dois terços vindos desses segmentos. (Agência CanalEnergia - 13.10.2025)
Leilões
PPSA: Leilão de áreas não contratadas do pré-sal é confirmado para 4 de dezembro na B3
O Ministério de Minas e Energia autorizou a publicação do edital para o primeiro Leilão de Áreas Não Contratadas do pré-sal, agendado para 4 de dezembro na B3. O leilão abrange os campos de Mero, Tupi e Atapu, com valores estabelecidos em R$ 7,6 bilhões, R$ 1,7 bilhão e R$ 863 milhões, respectivamente. Além do valor da proposta, a vencedora deverá pagar valores complementares à União, como o Contingente Brent, acionado quando o preço do petróleo tipo Brent superar US$ 55 por barril, e o Contingente Redeterminação, devido em caso de aumento da participação contratual. O edital define as regras para alienação de direitos e obrigações da União resultantes de Acordos de Individualização da Produção. Esta iniciativa visa impulsionar o setor de petróleo e gás, gerando investimentos e estimulando a produção nessas áreas estratégicas do pré-sal. (BroadcastEnergia - 13.10.2025)
Cogen defende inclusão de termelétricas a biomassa no Leilão de Reserva de 2026
A Associação da Indústria de Cogeração de Energia defendeu no dia 10 de outubro, em reunião com o Secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia, Gustavo Cerqueira Ataíde, a inclusão das usinas termelétricas a biomassa no Leilão de Reserva de Capacidade de 2026. De acordo com o diretor de Tecnologia e Regulação da Cogen, Leonardo Caio Filho, a reunião foi bastante positiva e a expectativa é que a portaria do MME possa incorporar as biomassas. De acordo com a associação, os motivos apresentados na Nota Técnica do MME para justificar a não participação da fonte biocombustíveis estão relacionados tão somente à geração de energia elétrica a partir do biodiesel, o que não justificaria a exclusão das demais fontes a biomassas. Com isso, a proposta procura estimular a consolidação das termelétricas a biomassa nos LRCAPs, pois, para a Cogen, essa medida é fundamental para reforçar o papel do país como referência mundial em bioenergia. Por fim, outra sugestão apresentada pela Cogen é a inserção de parâmetros de flexibilidade operativa condizentes com a fonte. (Agência CanalEnergia - 13.10.2025)
Oferta e Demanda de Energia Elétrica
Carga do SIN recua 0,1% em agosto
O Sistema Interligado Nacional (SIN) registrou uma carga de energia de 77.217 megawatts médios em agosto de 2025, uma diminuição de 0,1%em comparação ao mesmo mês de 2024. No entanto, essa queda mensal contrasta com o desempenho anual, que mostra uma aceleração de 2,2% na demanda energética nos últimos 12 meses, segundo o Boletim Mensal de Carga divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Os dados de agosto revelam variações nos padrões de consumo energético nas regiões do sistema interligado brasileiro. A região Norte registrou um aumento de 2,5% para alcançar 8.277 MWmed. Em contraste, outras grandes regiões experimentaram demanda em declínio. O Nordeste registrou uma queda de 0,8%, com consumo caindo para 12.636 MWmed. A região Sul seguiu com uma diminuição de 0,4% para 13.041 MWmed, enquanto a região Sudeste/Centro-Oeste apresentou um declínio de 0,3% para 43.262 MWmed. (Agência CanalEnergia - 13.10.2025)
Região Norte opera com 80% da capacidade
A Região Norte apresentou queda de 0,2 ponto percentual, no último domingo, 12 de outubro, segundo oboletim do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O subsistema está operando com 80% da capacidade dosreservatórios. A energia armazenada mostra 12.238 MW mês e a ENA aparece com 1.149 MW med, o mesmo que 55% da MLT. A UHE Tucuruí segue com 70,88%. O subsistema do Nordeste diminuiu 0,2 p.p e opera com 52,2% da sua capacidade. A energia armazenada indica 26.973 MW mês e a energia natural afluente computa 1.242 MW med, correspondendo a 39% da MLT. A hidrelétrica de Sobradinho marca 45,12%. O Sudeste e Centro-Oeste contou com níveis estáveis e está com 47,5%. A energia armazenada mostra 97.099 MW mês e a ENA aparece com 12.759 MW med, o mesmo que 44% da MLT. Furnas admite 38,6% e a usina de Itumbiara marca 47,68%. A Região Sul também teve níveis estáveis e está operando com 90,4% da capacidade. A energia armazenada marca 18.500 MW mês e ENA é de 14.119 MW med, equivalente a 61% da média de longo termo armazenável no mês até o dia. As UHEs G.B Munhoz e Passo Fundo funcionam com 97,35% e 92,55% respectivamente. (Agência CanalEnergia - 13.10.2025)
CCEE: PLD médio nesta 6ªf fica em R$ 272,78 por MWh no Sudeste/Centro-Oeste
O valor médio do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) encerrou a semana operativa em destaque com números significativos nos submercados de energia do Brasil. No Sudeste/Centro-Oeste, o PLD atingiu R$ 272,78 por megawatt-hora (MWh), com picos de R$ 324,17 por MWh às 18h e mínima de R$ 99,97 por MWh entre 9h e 10h. Esses dados foram divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). No Sul, a média foi praticamente idêntica, em R$ 272,77 por MWh, com valores máximos e mínimos semelhantes aos do Sudeste/Centro-Oeste. Já no Nordeste, a média ficou um pouco mais baixa, em R$ 246,86 por MWh, porém com máxima de R$ 324,16 por MWh às 18h e mínima de R$ 58,60 por MWh no período das 7h às 10h. Por fim, o Norte apresentou média de R$ 272,72 por MWh, com picos de R$ 324,17 por MWh e mínima de R$ 99,97 por MWh também entre 9h e 10h. Esses números refletem a dinâmica do mercado de energia elétrica em diferentes regiões do país e podem impactar diretamente os custos e a oferta de energia para consumidores e empresas. (Broadcast Energia - 13.10.2025)
Artigo de Edvaldo Santana: "Você está prestes a cometer outro erro terrível"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Edvaldo Santana (ex-diretor da Aneel) trata do grave problema do curtailment (cortes na geração de energia renovável) que tende a crescer no Brasil entre 2026 e 2029 devido ao excesso de oferta em relação à demanda, levando à ociosidade de usinas e ao pagamento de ativos sem uso pelos consumidores. Ele critica a ideia de usar sistemas de armazenamento em baterias (BESS) como solução, argumentando que seu altíssimo custo, estimado em até R$ 357 bilhões, superaria em muito o prejuízo causado pelos cortes, resultando em sobra de energia no horário de pico e desperdício de recursos. Para Santana, a causa principal do problema está no excesso de capacidade incentivado por subsídios e na falta de compreensão do sistema. Ele defende que o excedente solar poderia ser “armazenado” de forma mais eficiente em reservatórios hidrelétricos ou de gás, evitando custos bilionários e aproveitando melhor a dinâmica do setor elétrico. (GESEL-IE-UFRJ – 14.10.2025)
Aneel: Matriz elétrica cresce 1,4 GW em setembro; expansão acumula 5,9 GW em 2025
No mês de setembro de 2025, a matriz elétrica brasileira teve um aumento significativo de 1.400,21 megawatts (MW) com a entrada em operação comercial de 27 novas usinas. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) destaca que toda essa capacidade adicional provém exclusivamente de fontes renováveis, o que é um ponto positivo para a sustentabilidade do setor. Entre as novas usinas, destacam-se 17 centrais solares fotovoltaicas, contribuindo com 934,72 MW, oito usinas eólicas com 391,50 MW, uma hidrelétrica de 50,00 MW e uma pequena central hidrelétrica de 24,00 MW. No acumulado do ano, a matriz elétrica brasileira já incorporou 5.921,34 MW de potência, com a entrada em operação de 97 novas usinas. Dentre essas novas instalações, estão 12 termelétricas com 2.468,05 MW, 35 centrais solares com 1.718,35 MW, 37 usinas eólicas com 1.506,40 MW, nove pequenas centrais hidrelétricas com 171,85 MW, uma hidrelétrica de 50,00 MW e três centrais geradoras hidrelétricas com 6,70 MW. Com esses números, o Brasil alcançou a marca de 214.723 MW de potência fiscalizada, sendo que 84,37% dessa capacidade é proveniente de fontes renováveis. Esses dados refletem um avanço significativo na diversificação e na sustentabilidade da matriz energética do país, com um forte destaque para as fontes renováveis. A inserção de novas usinas de energia limpa contribui não apenas para a segurança do abastecimento energético, mas também para a redução das emissões de gases de efeito estufa, alinhando o setor elétrico brasileiro com as metas de combate às mudanças climáticas. (BroadcastEnergia - 13.10.2025)
CMSE prevê possibilidade de geração térmica adicional e uso mais acentuado da usina de Itaipu
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) divulgou hoje em Brasília, em 08/10/2025, que o atendimento ao Sistema Interligado Nacional (SIN) poderá enfrentar desafios que demandarão medidas específicas. Em um cenário adverso com altas demandas por eletricidade, baixa geração eólica e condições hidrológicas desfavoráveis, será necessária a geração térmica adicional, aumento da produção das usinas hidrelétricas do São Francisco e um uso mais intenso do reservatório da usina de Itaipu. A reunião abordou a questão do suprimento energético no país ao final do período seco de 2025, com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) destacando uma evolução positiva dos reservatórios em comparação ao ano anterior. As projeções indicam que o atendimento energético está garantido até março de 2026. O CMSE solicitou que o ONS apresentasse os resultados da operação planejada durante a Prova Nacional Docente (PND) e o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), visando a preparação do sistema elétrico para esses eventos. Além disso, foram apresentados prognósticos de chuvas para as próximas duas semanas, com previsão de chuva próxima da média histórica na bacia do Rio Paraná, e abaixo da média nas bacias dos rios São Francisco, Araguaia-Tocantins, Madeira, Uruguai e Jacuí. (BroadcastEnergia - 13.10.2025)
Inovação e Tecnologia
Renova Energia: MME aprova conexão de novo data center à rede da Bahia
O Ministério de Minas e Energia (MME) aprovou a conexão do data center Satoshi I_B, da Renova Energia, à rede elétrica nacional na Bahia, em Igaporã, via linha de 22 km até a Subestação Igaporã III da Chesf. A autorização reconheceu que a solução proposta cumpre critérios de menor custo global de interconexão e está alinhada com o planejamento do setor elétrico pelo prazo mínimo de cinco anos. O acesso previsto será feito mediante uma entrada de linha em 34,5 kV conectada ao barramento da Subestação Elevadora Tamboril II, conforme projeto técnico autorizado. A efetivação da conexão, todavia, ainda depende das aprovações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional do Sistema (ONS), bem como do atendimento aos padrões técnicos e procedimentos de rede exigidos. A Renova já contratou 81 MW de uso do sistema de transmissão com o ONS, o que viabiliza o fornecimento de energia para operações de data centers. Este é o primeiro de seis projetos “Satoshi” em curso na Bahia, previstos para integrar consumo digital ao ecossistema de energia renovável. (Megawhat - 13.10.2025)
Energias Renováveis
Casa dos Ventos obtém aval para operação de um dos aerogeradores de nova usina na Bahia
A Casa dos Ventos recebeu autorização da Aneel para operar comercialmente um dos aerogeradores da usina eólica Ventos de Santo Antonio, localizada na Bahia. O aval foi concedido para a unidade geradora 11, de 4,5 megawatts, situada no município de Morro do Chapéu. A usina entrou em operação em junho deste ano e faz parte do portfólio da empresa, que já conta com 4,3 gigawatts em operação e construção. A aprovação da Aneel representa um marco para a expansão da energia eólica no Brasil, demonstrando o avanço e a consolidação desse setor no país. A energia gerada pela usina contribuirá para o suprimento de eletricidade na região, promovendo a diversificação da matriz energética e reduzindo a dependência de fontes não renováveis. A Casa dos Ventos é reconhecida no mercado pela sua expertise em energia renovável e pela busca constante por inovação e sustentabilidade em seus empreendimentos. A operação comercial desse aerogerador reafirma o compromisso da empresa com a geração de energia limpa e renovável, contribuindo para a transição energética e o combate às mudanças climáticas. (BroadcastEnergia - 13.10.2025)
Cade autoriza nova formação de consórcio entre Sabesp e controladas da Engie para autoprodução
A Superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a formação de um consórcio entre a Sabesp e seis subsidiárias da Engie Brasil Energias Complementares Participações para explorar uma usina eólica em Florianópolis, Santa Catarina. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União em 10/10/2025. Com essa parceria, a Sabesp poderá utilizar parte da eletricidade gerada para consumo próprio, através da autoprodução. A empresa de saneamento destacou que essa autoprodução possibilitará a obtenção de energia por meio de uma fonte renovável, o que resultará em redução nos custos com energia e ganhos de sustentabilidade. Por sua vez, a Engie afirmou que a iniciativa está alinhada com sua estratégia de desenvolvimento, implantação e operação de projetos de geração, especialmente os que envolvem fontes limpas e renováveis. Vale ressaltar que a aprovação do Cade não dispensa a necessidade de aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para efetivação do negócio. Este acordo não é o primeiro entre as duas empresas, visto que em julho o Cade autorizou uma operação semelhante relacionada a um parque solar em Assú, no Rio Grande do Norte. A parceria entre a Sabesp e a Engie evidencia o interesse mútuo em investir em fontes de energia limpa e renovável, contribuindo para a sustentabilidade e a redução de custos com energia elétrica. (BroadcastEnergia - 13.10.2025)
Aneel suspende operação comercial de usina hidrelétrica da CSN Energia
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a suspensão da operação comercial da usina hidrelétrica Jacuí, localizada em Salto do Jacuí, Rio Grande do Sul, e pertencente à CSN Energia. Com uma capacidade de 180 megawatts, a usina teve sua operação interrompida devido a uma inundação que ocorreu em maio de 2024, afetando a subestação e a casa de força durante as cheias na região. Desde então, o empreendimento passou por obras de modernização iniciadas em junho de 2025, mantendo-se indisponível para operação. A Aneel declarou que, uma vez concluídos os reparos e a disponibilidade retomada, a operação comercial poderá ser restabelecida mediante solicitação da empresa responsável. Até o momento, a CSN Energia não se pronunciou sobre o assunto. Esta decisão da Aneel destaca a importância da manutenção e segurança das usinas hidrelétricas para garantir o fornecimento de energia elétrica de forma eficiente e segura para a população. (BroadcastEnergia - 13.10.2025)
Aneel multa Voltalia em R$ 9 mi por atraso na construção de pequena hidrelétrica
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aplicou uma multa de R$ 9,2 milhões à Voltalia, por meio da PCH Cabuí SPE, devido ao atraso na construção de uma pequena central hidrelétrica. A usina, com capacidade de 16,02 megawatts, estava planejada para ser instalada no Rio Paraibuna, entre as cidades de Comendador Levy Gasparian (RJ), Belmiro Braga e Simão Pereira (MG). Contratada em leilão de 2019, a previsão inicial era iniciar a geração de energia em 2024. No entanto, a empresa enfrentou problemas com o Ibama, obtendo autorização para retomar a construção somente em 2023. O novo prazo para conclusão é 12 de julho de 2028. A área técnica da Aneel destacou a incerteza sobre a efetiva implantação do projeto a curto ou médio prazo, considerando a data limite para operação comercial. A Voltalia declarou que analisará a decisão em conformidade com os trâmites administrativos e regulatórios vigentes. (BroadcastEnergia - 13.10.2025)
ABiogás/Isfer: Biometano tem crescido em frotas de transporte pesado
A Lei Combustível do Futuro completou seu primeiro ano, trazendo impactos positivos no segmento de biometano no Brasil. O biometano, obtido a partir do tratamento de resíduos agroindustriais, urbanos e do saneamento, está se destacando como combustível para frotas de transporte pesado, apresentando vantagens como redução de custos e impacto ambiental positivo. O governo federal e o mercado apostam no biometano para descarbonizar o transporte pesado, agricultura e indústria, diminuindo a dependência de combustíveis fósseis. A ANP considera a substituição do diesel no transporte como um desafio na transição energética do Brasil. A capacidade técnica do país para produzir biometano é significativa, podendo substituir uma parte considerável do consumo de diesel. A Petrobras lançou uma chamada pública para compra de biometano em 2024, movimentando o setor e gerando interesse de investidores nacionais e estrangeiros. A expectativa é que 2026 seja marcado como o início de uma nova era para o biometano no Brasil, desde que as definições regulatórias necessárias sejam estabelecidas pela ANP. A indústria aguarda normas complementares que viabilizem a execução plena da lei, incluindo certificados de origem e integração com o RenovaBio. O setor vislumbra um futuro competitivo, escalável e estratégico para o biometano, contribuindo para a segurança energética e o cumprimento das metas de descarbonização do país. (BroadcastEnergia - 13.10.2025)
Gás e Termelétricas
ANP marca 2ª audiência sobre tarifas de gás natural devido ao grande número de inscritos
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) avançou na regulamentação dos critérios para cálculo das tarifas de transporte de gás natural e procedimentos para aprovação de tarifas propostas pelos transportadores de gasodutos. Na primeira audiência pública sobre o tema, devido ao alto número de inscritos, a ANP decidiu realizar uma segunda audiência em 15 de outubro. A minuta de resolução passou por consulta pública, recebendo 513 contribuições de 42 participantes. A diretora da ANP, Symone Araújo, explicou que a revisão da resolução ocorrerá em duas etapas, com a primeira abordando temas prioritários como receita máxima permitida, metodologia de valoração de ativos, taxa de retorno de investimentos e procedimentos para aprovação de tarifas. A proposta da ANP inclui mudança do regime de outorga de concessão para autorização de gasodutos, introdução de regimes de tarifação e contratação por entradas e saídas, atualização dos critérios para aprovação das tarifas, valorização da Base Regulatória de Ativos, entre outros. A atualização do regulamento visa manter um ambiente de negócios sólido, promover investimentos em infraestrutura, eficiência nas tarifas de transporte, transparência na prestação de serviços, facilitar o acesso de novos agentes e estimular a concorrência. A ANP busca refletir as reais condições de mercado e garantir um setor de gás natural mais competitivo e transparente. (BroadcastEnergia - 13.10.2025)
TCU nega representação sobre possíveis irregularidades no programa 'Gás do Povo'
O Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou uma denúncia de possíveis irregularidades fiscais relacionadas ao programa 'Gás do Povo', apresentada pelo deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS). O parlamentar alegou que o programa estaria sendo executado fora das leis orçamentárias. No entanto, o TCU considerou que a denúncia não apresentou indícios de irregularidades e não cumpriu os requisitos necessários para ser admitida. Auditores do Tribunal já haviam avaliado positivamente o programa anteriormente. O 'Gás do Povo', uma versão ampliada do auxílio gás, tem o objetivo de beneficiar 15,5 milhões de famílias em todo o Brasil até março de 2026. A decisão do TCU representa um respaldo à continuidade e legalidade do programa, que visa atender às necessidades das famílias em situação de vulnerabilidade. (BroadcastEnergia - 13.10.2025)
Eletrobras conclui venda da UTE Santa Cruz, por R$ 3,6 bi
A Eletrobras finalizou a venda da UTE Santa Cruz, seu último ativo termelétrico, para o grupo J&F, sucedendo a Âmbar Energia no acordo estabelecido em maio. Com a conclusão, a empresa recebeu R$ 703,5 milhões, totalizando R$ 3,6 bilhões somados aos valores das termelétricas da Eletronorte. Além disso, a Eletrobras ainda tem direito a um earn-out de R$ 1,2 bilhão. Com essa transação, encerra-se o processo de desinvestimentos em ativos termelétricos, e a empresa passa a ter um portfólio de geração exclusivamente composto por fontes renováveis, em conformidade com seu compromisso Net Zero 2030. A notícia foi comunicada por meio de um fato relevante enviado à CVM. (BroadcastEnergia - 13.10.2025)
Âmbar Energia: Compra da Santa Cruz representa passo estratégico para companhia
A Âmbar Energia concluiu a aquisição da usina termelétrica Santa Cruz, localizada no Rio de Janeiro, marcando sua entrada estratégica no estado. O presidente da empresa, Marcelo Zanatta, destacou a importância desse movimento para a expansão da Âmbar e para o fortalecimento da segurança energética do país. A usina Santa Cruz, com capacidade instalada de 500 megawatts e movida a gás natural, pertencia anteriormente à Eletrobras e foi adquirida juntamente com outras 12 usinas localizadas no Amazonas. A transação envolveu um valor de R$ 703,5 milhões e ampliou o portfólio da Âmbar, que agora conta com 43 usinas de diferentes fontes energéticas, incluindo hidrelétricas, solares, a biomassa, a biogás, a gás natural e a carvão mineral. A conclusão da operação com a Santa Cruz enfrentou atrasos devido às aprovações regulatórias necessárias. A localização estratégica da usina na região metropolitana do Rio de Janeiro, um dos principais centros de carga do país, reforça a posição da Âmbar no mercado elétrico nacional. A aquisição da Santa Cruz representa mais um passo no crescimento consistente da Âmbar e na sua atuação em regiões chave para o sistema elétrico brasileiro. (BroadcastEnergia - 13.10.2025)
Eletronuclear: Caos interno na gestão pode levar à indisponibilidade de Angra 1 e 2
A Eletronuclear, operadora das usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2, enfrenta atualmente preocupações relacionadas à gestão administrativa e operacional, especialmente no que diz respeito ao almoxarifado e à reposição de peças sobressalentes. Mudanças recentes na diretoria administrativa e ajustes orçamentários teriam contribuído para atrasos em processos de compras e aumento da burocracia, afetando o abastecimento de componentes essenciais e elevando o risco de paradas não programadas. Além das questões técnicas, há tensões internas e críticas à condução da atual diretoria, que, segundo representantes dos trabalhadores, impactam o clima organizacional e a eficiência da gestão. Durante auditoria da World Association of Nuclear Operators (WANO), foram analisados pontos de liderança, operação e confiabilidade dos equipamentos, com destaque para a necessidade de aprimorar processos administrativos e de manutenção. Além disso, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Energia Atômica (STIEPAR) manifestou preocupação com o ambiente interno e cobrou medidas que garantam transparência, segurança operacional e boas práticas de governança, fundamentais para o funcionamento de uma empresa estratégica para o sistema elétrico brasileiro. (Petronotícias – 13.10.2025)
Com subsidiárias da EDF, Romênia moderniza usina nuclear e inicia projeto médico para 2028
A Romênia está tratando o seu programa nuclear com seriedade. O país decidiu assinar um acordo com a Arabelle Solutions para a reforma da unidade 1 de sua usina nuclear, e um outro contrato com a Framatome, para o seu projeto de radioisótopos médicos. A Arabelle Solutions, assim como a Framatome, é subsidiária da francesa EDF, e forneceu os equipamentos e serviços para a reforma do gerador de turbina de Cernavoda 1, como parte do projeto de extensão de vida útil de 30 anos. A Nuclearelectrica e a Framatome pretendem lançar o serviço comercial de irradiação em 2028, com o objetivo de fornecer suprimentos para a área de medicina. Para os CEOs das empresas em destaque, esse movimento tem uma importância estratégica gigantesca para a Romenia e reforça o compromisso do setor privado com a segurança energética mais limpa. Por fim, o projeto da usina está atualmente em sua segunda fase, com obras de infraestrutura e previsão para sua terceira fase entre 2027 e 2029. (Petronotícias – 12.10.2025)
Mercado Livre de Energia Elétrica
Echoenergia fornece 372 GWh no 1º semestre de 2025
A Echoenergia forneceu 372 GWh no primeiro semestre de 2025 para seus clientes do ambiente de comercialização livre varejista, de acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Esse volume é o suficiente para abastecer aproximadamente 354 mil residências brasileiras. No primeiro semestre desse ano, a empresa ajudou a evitar a emissão de cerca de 130 mil toneladas de CO2. Ao todo, em junho de 2025, a empresa registou 1.037 Unidades Consumidoras migradas para oambiente de comercialização livre. A empresa ressaltou que atualmente conta com 14 empreendimentos no país, sendo 12 parques eólicos e 2 solares, localizados nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Bahia. Ao todo, a capacidade instalada é de 1,8 GW, o suficiente para abastecer até 3,6 milhões de residências. (Agência CanalEnergia - 13.10.2025)
Artigo de Clara Azzoni e Felipe Zaratini: “O que os agentes e o mercado podem fazer para lidar com a crise de insolvência das comercializadoras”
Em artigo publicado pela Agência CanalEnergia, Clara Moreira Azzoni (sócia da área de Reestruturação e Insolvência do Felsberg Advogados) e Felipe Zaratini (head da área de Energia do Felsberg Advogados) tratam da crise de insolvência no mercado de comercialização de energia elétrica no Brasil e das fragilidades contratuais e regulatórias que agravam seus efeitos. Os autores apontam que o setor elétrico vive um momento de instabilidade: na geração, há o problema do curtailment (restrições à produção), e na comercialização, a combinação entre expansão do mercado livre, volatilidade de preços e quebra de comercializadoras tem provocado um “efeito cascata” de prejuízos entre os agentes. O texto destaca que muitos contratos e garantias não oferecem proteção suficiente contra a inadimplência. É reconhecido que a Lei de Recuperação e Falências (LRE)visa preservar empresas viáveis e assegurar tratamento equitativo aos credores, mas incorporação de mecanismos contratuais mais equilibrados é vista como necessária. O artigo recomenda, além das soluções jurídicas, medidas preventivas, como sistemas próprios de rating de contrapartes, seguros mais abrangentes e monitoramento prudencial. Por fim, ressalta a importância da atuação coordenada de agentes, reguladores e entidades setoriais para fortalecer a resiliência e a segurança jurídica do mercado de comercialização. (GESEL-IE-UFRJ - 14.10.2025)
Biblioteca Virtual
CASTRO, Nivalde de; BRANDÃO, Roberto. "Curtailments da geração renovável no Brasil".
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SANTANA, Edvaldo. "Você está prestes a cometer outro erro terrível".
Acesse o texto clicando no link.
AZZONI, Clara; ZARATINI, Felipe. “O que os agentes e o mercado podem fazer para lidar com a crise de insolvência das comercializadoras”.
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