IFE Diário 6.285
Mercado Livre de Energia Elétrica
Mercado livre vive momento de expansão e entrada de PMEs
O mercado livre de energia no Brasil vive uma fase de expansão sem precedentes, consolidando-se como motor da economia de energia e vetor da transição para fontes renováveis. Com 77 mil unidades consumidoras ativas e crescimento de 58% em 12 meses, o Ambiente de Contratação Livre (ACL) passou a responder por 42% do consumo nacional de eletricidade em abril de 2025, segundo a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), mais que o dobro do volume registrado dois anos antes. A Portaria 50/2022, em vigor desde janeiro de 2024, foi decisiva nesse processo ao permitir que empresas com demanda a partir de 30 kW migrassem para o mercado livre, ampliando o acesso de pequenas e médias empresas (PMEs), hotéis, supermercados e condomínios. A adesão é impulsionada pelo potencial de economia: a energia pode representar 20% dos custos operacionais de pequenas e médias empresas e até 60% em setores eletrointensivos, como cimento e alumínio. Além da redução de despesas, o mercado livre garante previsibilidade financeira e flexibilidade na escolha de fornecedores, permitindo que empresas alinhem suas estratégias à sustentabilidade e governança corporativa. Ainda, a possibilidade de contratar energia de origem renovável fortalece compromissos ESG e amplia a competitividade. Com isso, o mercado livre deixa de ser apenas uma ferramenta de economia e se torna um instrumento estratégico de sustentabilidade e gestão corporativa moderna. (Agência CanalEnergia - 09.10.2025)
CCEE: Liquidação do MCP de agosto movimenta R$ 2,51 bi
A liquidação do Mercado de Curto Prazo (MCP) movimentou R$ 2,51 bilhões em agosto, praticamente o mesmo valor registrado em julho, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Os valores represados por liminares caíram para R$ 315,65 milhões, menos de 30% do total de junho, refletindo os efeitos positivos do mecanismo concorrencial do GSF (Generation Scaling Factor, em inglês), implantado em agosto. Dos R$ 2,86 bilhões contabilizados, R$ 2,51 bilhões foram efetivamente liquidados, com inadimplência de apenas R$ 42,81 milhões. A maior liquidez ampliou os ganhos dos agentes credores: aqueles amparados por liminares receberam 98% dos valores devidos, enquanto os com liminares proporcionais obtiveram 83,1%, e os demais 82,1%. A operação arrecadou R$ 1,34 bilhão, com ágio de R$ 550,63 milhões destinado à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), e liberou R$ 792,59 milhões em valores anteriormente retidos, consolidando uma nova fase de estabilidade e liquidez nas transações do mercado elétrico brasileiro. (Agência CanalEnergia - 08.10.2025)
Copel: Busca por novos parceiros para atuar no mercado livre
A Copel Mercado Livre abriu inscrições para profissionais e empresas que desejam atuar como parceiros comerciais no mercado livre de energia. O processo, iniciado em 7 de outubro, inclui inscrição e avaliação prévia dos candidatos pelo site copelmercadolivre.com. A iniciativa visa expandir a presença nacional da companhia, priorizando agentes experientes no setor elétrico e com perfil ativo em prospecção e captação de clientes. Entre os requisitos, estão CNPJ ativo (MEI ou empresa), habilidades de negociação, rede de contatos empresariais e boa comunicação. O formulário de inscrição permite detalhar carteira de clientes, áreas de atuação e alcance geográfico, além do nível de envolvimento desejado — da prospecção ao pós-venda. A Copel informa que os selecionados deverão seguir políticas comerciais da empresa, manter confidencialidade e registrar oportunidades nos sistemas internos. (Agência CanalEnergia - 09.10.2025)
Regulação
Nova lei amplia isenção na conta de luz para famílias de baixa renda a partir de 2026
O governo publicou no Diário Oficial da União desta quinta-feira (09) a Lei 15.235 sacionada ontem pelo presidente Lula. A nova legislação deriva da Medida Provisória 1.300. Dessa forma, as famílias inscritas no Cadastro Único com renda mensal per capita superior a meio e igual ou inferior a um salário-mínimo terão isenção, a partir de 2026, do pagamento das quotas anuais da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para consumo mensal de até 120 kWh. De acordo com otexto, haverá descontos especiais nas tarifas da classe rural. Inclusive ao consumo de cooperativas de eletrificação que se verifique nas atividades de irrigação e aquicultura. No caso, desenvolvidas em um período diário de oito horas e 30 minutos de duração. E em escala de horário estabelecida com o concessionário ou permissionário de serviço público de distribuição de energia. (Agência CanalEnergia - 09.10.2025)
Silveira: Buscamos frear quantidade enorme de subsídios que encarecem conta de energia
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o governo teve sucesso em frear a expansão de novos subsídios que encarecem a conta de luz. Ele destacou que o projeto de reforma do setor elétrico visa reduzir os subsídios desnecessários que impactam no valor da energia. Até o momento, nenhum novo subsídio foi aprovado. Silveira participou da cerimônia de sanção da Tarifa Social de Energia Elétrica para 17,1 milhões de famílias, que isenta o pagamento da Conta de Desenvolvimento Energético para consumo mensal de até 120 kWh, beneficiando famílias de renda per capita entre meio e um salário mínimo. Com essas medidas, estima-se que 115 milhões de brasileiros serão beneficiados. A iniciativa busca tornar a energia mais acessível para a população de baixa renda e promover um equilíbrio financeiro no setor elétrico. (BroadcastEnergia - 09.10.2025)
MP 1304: Braga defende duas semanas para votação em plenário
O senador Eduardo Braga (MDB-AM) afirmou nesta quarta-feira, 8 de outubro, que pretende dar até duas semanas de prazo para que aMedida Provisória 1304 possa ser discutida e votada nos plenários da Câmara e do Senado. A ideia é estabelecer um “cronograma de trás para frente”, para que os trabalhos da comissão mista possam avançar, sem comprometer o debate nas duas casas. AMP 1304 tem 30 dias restantes de vigência, contados a partir de hoje. “A nossa intenção é que a gente dê à Câmara e ao Senado em torno de 10 a 14 dias de prazo para que os plenários se manifestem. Portanto, nós vamos fazer um cronograma de trás para frente. E aí, a data que for fechada, será.”, disse, acrescentando que, para isso, a comissão “vai ter que trabalhar redobrado”. O senador participou hoje, no Palácio do Planalto, da cerimônia de sanção da Lei 15.235, resultante da MP 1300. (Agência CanalEnergia - 08.10.2025)
Conta de luz pode aumentar até 12% em 2026, projeta Anace
A associação de consumidores Anace projeta alta de até 12% na conta de luz em 2026. O cálculo considera subsídios, custos de térmicas e impactos de cortes e hidrologia adversa. Também entram na conta encargos setoriais e investimentos em expansão e confiabilidade. A simulação olha a trajetória tarifária e o peso das bandeiras. O ambiente de preços baixos no curto prazo não impede pressões estruturais. Consumidores pedem transparência e previsibilidade regulatória. A projeção reabre discussão sobre sinais de preço e alocação de custos entre classes. Há preocupação com competitividade industrial e impacto sobre inflação. O debate deve ganhar força no ciclo de reajustes de 2026. (Megawhat – 09.10.2025)
Aneel aprova regras para descontos nos sistemas de transmissão e distribuição
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um aprimoramento na regulamentação dos descontos nas tarifas de uso de rede, visando evitar irregularidades após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). A classificação de 'complexos de geração' será feita pela Aneel, enquanto a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) avaliará a potência injetada. A mudança se aplica a empreendimentos de geração nas fontes solar, eólica e biomassa, com potência entre 30 MW e 300 MW. Além disso, a Aneel aprovou os editais dos leilões para compra de energia elétrica de empreendimentos existentes, com sessão pública marcada para 14 de novembro de 2025. O governo federal não aguardará o parecer do TCU para renovações contratuais de distribuidoras com bom desempenho. A Enel São Paulo está em processo de renovação, com indicações positivas da Aneel. A ENBPar e a Firjan lançam a segunda fase do Lab Procel para acelerar startups com soluções tecnológicas para eficiência energética. As compras brasileiras de diesel russo recuaram em setembro devido à tensão entre Rússia e Ucrânia. Os contratos futuros do petróleo operam em alta devido aos riscos de cortes na oferta. O DoE publicará balanço semanal sobre estoques de petróleo dos EUA. O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) realiza reunião no Ministério de Minas e Energia. (BroadcastEnergia - 09.10.2025)
Transição Energética
Senadores cobram agilidade na regulamentação do mercado de carbono
A regulamentação da lei que trata do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa - SBCE (Lei 15.042, de 2024) foi tema da audiência pública que aconteceu nesta quarta-feira (8) no Senado. Representantes do governo apontaram os desafios e as dificuldades para implementar a regulamentação, mas ressaltaram que o objetivo é que ela seja inclusiva e justa. Os senadores, porém, cobraram mais agilidade na instituição das novas regras. O debate foi promovido pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado (CRA) a pedido dos senadores Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Zequinha Marinho (Podemos-PA). Este último é o presidente da CRA. Eles fizeram o pedido por meio do REQ 37/2025 - CRA. (Agência Senado – 09.10.2025)
Falta de profissionais ameaça crescimento do setor de energia renovável no Brasil
Um estudo da startup de recrutamento REC! revelou que a escassez de profissionais qualificados é hoje o maior desafio do setor de energia renovável no Brasil. A pesquisa, feita com 60 recrutadores entre maio e setembro de 2025, mostrou que 87% dos especialistas apontam o salário competitivo como o principal fator de atração de talentos, superando a ideia de que o propósito ambiental seria o maior motivador. A flexibilidade no trabalho (56,5%) também aparece como mais relevante que o propósito (30,4%). Cargos emergentes, como especialistas em hidrogênio verde, armazenamento de energia e crédito de carbono, estão entre os mais demandados, mas com baixa oferta de profissionais. A CEO da REC!, Mariana Scheddin, defende que as empresas invistam em marca empregadora e estratégias de realocação para atrair candidatos. O estudo alerta que o sucesso da transição energética no Brasil dependerá da capacidade das empresas de atrair e reter talentos, tornando a gestão de pessoas um pilar estratégico do setor. (Valor Econômico - 09.10.2025)
Schneider promete remover 31 mil toneladas de carbono
A Schneider Electric e a Climeworks firmaram um acordo para remover 31 mil toneladas de dióxido de carbono da atmosfera até 2039. Conforme o anúncio, trata-se do primeiro investimento da multinacional francesa de remoção de carbono de alta durabilidade. E o maior contrato de portfólio da companhia suíça até hoje. A captura acontecerá por meio de três soluções. Captura e Armazenamento Direto de Ar; Bioenergia com Captura e Armazenamento de Carbono e Intemperismo Avançado de Rochas. A iniciativa se soma aosesforços da Schneider para mitigar suas emissões. A empresa assumiu o compromisso de atingir o Net Zero em toda a sua cadeia de valor até 2040. Bem como alcançar operações “prontas para descarbonização”, incluindo uma redução de 90% das emissões de CO₂ dos Escopos 1 e 2 até 2030 (na comparação com o ano-base de 2017). (Agência CanalEnergia - 08.10.2025)
BASF constrói megabomba de calor para gerar vapor sem CO₂
A BASF, em parceria com a GIG Karasek, iniciou a construção de uma das maiores bombas de calor industrial do mundo, projetada para gerar vapor sem emissões de CO₂. O sistema desempenhará papel estratégico na transformação energética da planta principal da BASF por meio da eletrificação da produção de vapor. Com potência térmica próxima de 50 megawatts, a bomba de calor utilizará eletricidade proveniente de fontes renováveis para produzir vapor livre de CO₂, destinado principalmente à fabricação de ácido fórmico. O equipamento aproveitará o calor residual gerado nos processos de resfriamento de um dos dois steam crackers da planta, permitindo uma redução de até 98% das emissões anuais de gases de efeito estufa — o equivalente a 100 mil toneladas métricas de CO₂ por ano. (Petronotícias - 08.10.2025)
Brasken: Programa de soluções sustentáveis soma R$ 15 mi em investimentos desde 2018
A petroquímica Braskem informou que seu Programa Ser+, voltado para soluções sustentáveis, tem transformado a realidade das cooperativas de reciclagem no Brasil, promovendo capacitação, infraestrutura e valorização dos catadores. Desde sua criação em 2009, a iniciativa já beneficiou mais de 70 cooperativas e 1.200 cooperados por ano, somando R$ 15 milhões em investimentos desde 2018. Atualmente, apoia 23 organizações em várias regiões do país. Somente em 2024, foram R$ 900 mil destinados a equipamentos e infraestrutura e R$ 1 milhão em capacitações, resultando na comercialização de 17 mil toneladas de resíduos e aumento da renda média de 720 cooperados. O programa conta com parcerias estratégicas, como a BASF, que forneceu o trinamiX PAL One, equipamento que agiliza a identificação de plásticos, e o Banco do Nordeste, por meio do Programa de Desenvolvimento Territorial do Banco do Nordeste (Prodeter), que fomenta a economia circular e práticas ESG. A iniciativa também atua com diagnósticos personalizados, consultorias quinzenais e fóruns de líderes, fortalecendo a autonomia e a maturidade das cooperativas. Segundo Gabriela Rehem, analista da Braskem, o Ser+ busca reconhecer os catadores como protagonistas da economia circular, promovendo dignidade, inclusão e sustentabilidade na cadeia de reciclagem. (Petronotícias - 08.10.2025)
ISA Brasil mira crescimento no mercado de baterias e aguarda definição regulatória
O presidente da ISA Brasil Energia, Rui Chammas, destacou durante o Investor Day da companhia em São Paulo o interesse da empresa nas oportunidades de crescimento relacionadas às baterias. Chammas ressaltou a participação da empresa em consultas públicas e discussões regulatórias sobre o uso de baterias no setor elétrico. Ele mencionou a experiência da empresa com essa tecnologia no projeto de Registro, no litoral sul paulista, e a importância das baterias para lidar com problemas como os cortes de geração renovável. Chammas afirmou que a discussão atual envolve a escolha entre baterias, gás e térmicas como solução para esses desafios, indicando que as baterias terão um papel fundamental nesse cenário. O presidente da ISA Brasil Energia ressaltou a importância da regulação para o setor e mencionou que a definição das regras afetará o tamanho da oportunidade no mercado de baterias. A empresa está trabalhando na estruturação de uma possível oferta para o leilão de baterias, buscando sinergias com suas instalações existentes. No entanto, Chammas enfatizou que qualquer decisão nesse sentido deve estar alinhada com os princípios da empresa: crescimento sustentável, disciplina financeira e pagamento de proventos. A empresa aguarda o desfecho da regulação para determinar o melhor caminho a seguir, considerando fatores como metodologia de cobrança, prazos contratuais e empilhamento de serviços. Em suma, a ISA Brasil Energia está atenta às oportunidades oferecidas pelo uso de baterias no setor elétrico e está se preparando para participar ativamente desse mercado, buscando aliar inovação tecnológica, regulação adequada e sustentabilidade em suas estratégias de crescimento. (BroadcastEnergia - 09.10.2025)
Artigo de Gustavo Pessoa: "O Brasil na encruzilhada dos minerais críticos"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Gustavo Pessoa (manager director da Taleb Capital Hedge Fund) trata das recentes denúncias de corrupção no setor mineral brasileiro, ressaltando a fragilidade dos órgãos reguladores em um momento em que minerais estratégicos ganham importância global crescente. Ele destaca os impactos das tragédias de Mariana e Brumadinho, que expuseram falhas de fiscalização, e analisa a crescente disputa internacional por minerais como nióbio, lítio e terras raras, fundamentais para tecnologias e segurança nacional, com o Brasil sendo cortejado como alternativa a monopólios, especialmente da China. Apesar do enorme potencial geológico e da importância desses minerais, o país enfrenta desafios institucionais e regulatórios, como lentidão no licenciamento ambiental, resistência social e escândalos de corrupção, que ameaçam transformar esse potencial em estratégia de desenvolvimento. Para assumir um papel protagonista na cadeia global, o Brasil precisa superar esses entraves e investir em políticas de longo prazo que valorizem o refino e a manufatura local, não apenas a exportação de matéria-prima. (GESEL-IE-UFRJ – 10.10.2025)
Crise Climática
Senado aprova transferência simbólica da capital para Belém durante a COP30
O Senado aprovou projeto para transferir simbolicamente a capital do Brasil para Belém durante a COP30. A medida vale para o período do evento e pretende ressaltar a Amazônia no debate climático. A aprovação segue decisão prévia da Câmara e agora aguarda os trâmites finais. A iniciativa autoriza atos oficiais dos Três Poderes em Belém. A proposta busca visibilidade internacional e mobilização local. Também destaca desafios de infraestrutura e logística para o encontro. A simbologia pretende ancorar compromissos de longo prazo para a região. O projeto reforça a imagem do país em diplomacia climática. A decisão integra um pacote de medidas ligadas à COP30. (Megawhat – 09.10.2025)
Falta de hospedagem e altos preços em Belém geram tensão às vésperas da COP30
Com a realização da COP30 em Belém se aproximando, as dificuldades logísticas de hospedagem continuam sem solução definitiva, gerando tensão entre os organizadores e o governo do Pará. Em discurso polêmico ao lado do presidente Lula, o governador Helder Barbalho culpou a ONU e delegações estrangeiras pelo que classificou como preconceito contra a Amazônia como sede do evento. Barbalho destacou que as obras de infraestrutura não são para agradar “os gringos”, mas para beneficiar a população local. No entanto, o principal problema segue sendo a falta de hospedagem adequada e os preços abusivos cobrados por hotéis e locações, já denunciados por países em desenvolvimento, ONGs e jornalistas. O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, lembrou que o Brasil assinou um acordo com a ONU comprometendo-se a garantir condições básicas de hospedagem, conforme padrões internacionais. O governo federal investe R$ 6 bilhões em infraestrutura, mas a insatisfação crescente com os altos custos em Belém e o desconforto diplomático acendem um alerta para o sucesso do evento. (Valor Econômico - 09.10.2025)
Diretores do Banco Mundial apoiam ação climática, mas EUA e aliados se afastam
Dezenove dos 25 diretores executivos do Banco Mundial emitiram uma declaração conjunta em apoio às ações da instituição contra as mudanças climáticas, reafirmando a importância de alinhar seus projetos ao Acordo de Paris e destinar 45% do financiamento anual a iniciativas climáticas. Os representantes dos EUA, Rússia, Kuwait e Arábia Saudita recusaram-se a assinar o documento, enquanto Japão e Índia se abstiveram. A declaração, divulgada às vésperas das reuniões do Banco Mundial e FMI em Washington, expõe divisões profundas entre os países quanto à pauta climática. Os signatários também pedem maior atuação do banco em temas como transição energética, mercados de carbono e adaptação climática. A posição contrasta com a postura do governo Trump, que minimizou a importância das mudanças climáticas e retirou os EUA do Acordo de Paris. (Valor Econômico - 09.10.2025)
Justiça climática impulsiona fase de implementação do regime internacional do clima
O regime internacional do clima atravessa um momento de transição, no qual a ênfase deixa de ser a definição de compromissos nacionais para focar na efetiva implementação das metas climáticas, com cobranças crescentes sobre governos e setores privados para demonstrarem resultados concretos. Esse avanço torna as negociações, como as COPs, espaços de avaliação rigorosa e até de responsabilização jurídica, em um contexto em que instrumentos como mecanismos de ajuste de carbono na fronteira levantam debates sobre justiça climática e impactos econômicos desiguais entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. A insuficiência do financiamento coletivo, evidenciada na COP 29, e decisões judiciais internacionais e nacionais, inclusive no Brasil, reforçam a força vinculante da agenda climática, transformando-a em um campo normativo que demanda cumprimento rigoroso. O regime climático se consolida assim como um sistema jurídico capaz de responsabilizar omissões, ao mesmo tempo em que valoriza a liderança na transição energética justa, abrindo novas oportunidades diplomáticas e econômicas. (Valor Econômico - 10.10.2025)
Artigo de Ana Toni: "COP30 vai ‘casar’ combate à crise do clima com economia"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Ana Toni trata (diretora-geral da COP30) da COP30 como uma conferência marcada por mais de 20 temas importantes, ainda que nenhum seja “sexy”, destacando especialmente a integração entre economia e combate à crise climática como sua principal contribuição histórica. Ela enfatiza iniciativas como o relatório para mobilizar US$ 1,3 trilhão anuais até 2035 para descarbonização, a criação do Fundo Florestas Tropicais e o esforço para alinhar bancos multilaterais e nacionais ao Acordo de Paris. Além disso, aborda debates cruciais sobre transição justa, indicadores de adaptação climática, transparência e agenda de ação, reforçando a importância do multilateralismo e da institucionalidade do Acordo de Paris para acelerar ações climáticas em um mundo turbulento. (GESEL-IE-UFRJ – 10.10.2025)
Empresas
Justiça suspende prorrogação antecipada de concessão da Enel em São Paulo
A Justiça Federal determinou a suspensão imediata do processo de prorrogação antecipada da concessão da Enel em São Paulo, atendendo a um pedido da Prefeitura da capital, liderada por Ricardo Nunes (MDB). A decisão liminar foi proferida pelo juiz Maurilio Freitas Maia de Queiroz, que acatou os argumentos da gestão municipal sobre o histórico de falhas no fornecimento de energia, especialmente durante chuvas e vendavais, como justificativa para barrar a renovação do contrato na região metropolitana. A medida interrompe o andamento do processo administrativo conduzido pela Aneel. (Valor Econômico - 09.10.2025)
Enel Rio é investigada por empréstimos irregulares e possível omissão ao mercado
O diretor da Aneel, Fernando Mosna, identificou irregularidades graves em operações de mútuo realizadas pela Enel Rio com outras empresas do grupo, sem a autorização da agência reguladora. Apesar da negativa formal da Aneel ao pedido de refinanciamento de empréstimos de até R$ 5,8 bilhões, a distribuidora teria mantido e prorrogado contratos vencidos de forma irregular, contrariando normas da Resolução 948/2021. Além de descumprir limites de endividamento, a empresa também teria divulgado informações enganosas ao mercado em comunicados de junho e agosto de 2025, ao afirmar que os contratos haviam sido renovados com aprovação da Aneel, o que não era verdade. Mosna determinou a abertura de investigação fiscalizatória, envio das informações à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e questionou a veracidade dos dados fornecidos ao mercado, levantando suspeitas de infrações à legislação societária. A Enel Rio, em nota, alegou cumprir normas regulatórias com governança e transparência. (Valor Econômico - 09.10.2025)
Isa Energia planeja R$ 1,5 bi anuais em modernização e mira novas oportunidades em SP
A Isa Energia Brasil informou que enxerga novas oportunidades de investimento em sua concessão paulista após decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em junho de 2025, que definiu em R$ 3,8 bilhões o montante a ser recebido até 2028 referente ao componente financeiro da Rede Básica do Sistema Existente (RBSE), além de R$ 4 bilhões ao longo da concessão, válida até 2042. Segundo o CEO Rui Chammas, o foco agora é a modernização dos R$ 17,7 bilhões em ativos totalmente depreciados, com investimentos anuais previstos de R$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos, mirando garantir maior capacidade e confiabilidade. Chammas destacou que o avanço da eletrificação, impulsionado pela instalação de data centers e pela expansão da mobilidade urbana, amplia as demandas por reforços na rede, abrindo espaço para novos aportes. (Agência CanalEnergia - 08.10.2025)
Isa Energia: Posicionamento como operadora e gestora de ativos
A Isa Energia Brasil reafirmou sua estratégia de atuar como operadora e gestora de ativos, priorizando a eficiência de seu portfólio e a aquisição seletiva de projetos, sejam greenfield ou já operacionais. Segundo o CEO Rui Chammas, a companhia mantém postura disciplinada em relação a investimentos, alinhada à sua classificação “AAA” pela Fitch Ratings, e continuará avaliando oportunidades de M&A com foco em rentabilidade e coerência estratégica. Durante o Investor Day 2025, Chammas destacou que a Isa busca antecipar novas concessões para evitar pressões ligadas a prazos contratuais e reforçar sua visão de longo prazo no setor de transmissão. A CFO Sílvia Wada complementou que, embora a Isa não atue como investidor financeiro tradicional — que adquire ativos para revendê-los —, não descarta eventuais rotações de portfólio, desde que façam sentido estratégico e econômico. O posicionamento reflete a meta da companhia de crescer de forma sustentável, mantendo rigor financeiro e foco em eficiência operacional, sem abrir mão de seu papel estratégico no mercado brasileiro de energia. (Agência CanalEnergia - 08.10.2025)
Isa Energia: RAP de novos projetos substituirão RBSE pós 2028
A Isa Energia Brasil projeta que 2028 marcará uma transição crucial em sua formação de Receita Anual Permitida (RAP), com o encerramento dos recebimentos da Rede Básica do Sistema Existente (RBSE), indenização criada pela MP 579/2012 para ativos não depreciados. A companhia prevê que, nesse novo ciclo, o crescimento orgânico — sustentado por operações, manutenção, reforços e melhorias — representará metade da receita total, ante os 31% atuais. De acordo com a CFO Sílvia Wada, os projetos em execução devem compensar o fim da RBSE, com R$ 1,1 bilhão em novos ativos entrando em operação até 2028, frente aos R$ 1,3 bilhão referentes à indenização. Nos últimos anos, a transmissora reduziu o peso dos custos e despesas operacionais sobre a receita líquida, que caiu de 47% em 2018 para 34% em 2024. A Isa estima obter entre 12% e 17% de RAP sobre os R$ 5,7 bilhões destinados a reforços e melhorias, além de R$ 450 milhões em receita adicional com a conclusão de projetos licitados em execução até 2028. O CEO Rui Chammas também apontou o horizonte de 2040 como foco do planejamento estratégico, priorizando valor agregado, disciplina financeira e qualidade do serviço. Ele reforçou que tecnologias como baterias e dispositivos de controle inteligente serão essenciais para aumentar a eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN) e apoiar o planejamento da energético diante da crescente demanda por potência e flexibilidade operacional. (Agência CanalEnergia - 08.10.2025)
EDF Power Solution estuda abertura de capital de subsidiária brasileira a parceiros
A EDF Power Solutions está considerando abrir o capital de suas subsidiárias na América do Norte e no Brasil, como parte de sua estratégia de desenvolvimento internacional. Para tanto, a empresa busca atrair parceiros para apoiar o crescimento de seu portfólio de projetos e fortalecer sua capacidade de investimento a longo prazo. Diversos potenciais compradores, incluindo a Âmbar Energia, demonstraram interesse. Além disso, fontes informam que a EDF estaria procurando um sócio para sua área de energia renovável no Brasil, com a intenção de vender 50% da operação avaliada em R$ 7,5 bilhões. A empresa reforçou que essas iniciativas estão alinhadas com a ambição do grupo para 2035, de se tornar líder na revolução elétrica, oferecendo energia descarbonizada e competitiva. (Broadcast Energia – 08.10.2025)
Equatorial Goiás Distribuidora de Energia é multada em R$ 15 mi
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aplicou multa de R$ 15 milhões à Equatorial Goiás Distribuidora de Energia, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica no Estado de Goiás. A penalidade foi formalizada por meio do Auto de Infração nº 24/2025, no âmbito do processo nº 48500.006496/2023-15. A sanção decorre de ação fiscalizatória da Agência, motivada por denúncia que apontava práticas atentatórias à livre concorrência envolvendo a comercializadora pertencente ao mesmo grupo empresarial da distribuidora. A análise do caso contou com a participação da Procuradoria Federal junto à Aneel. (Aneel – 09.10.2025)
PEBU/Canadian Solar: Acordo para fornecimento de inversores com a Minuano Participações
A Power Electronics Business Unit (PEBU), subsidiária da Canadian Solar, firmou contrato com a Minuano Participações para o fornecimento de 12 MW em inversores fotovoltaicos que serão instalados em projetos de geração distribuída (GD) até o fim de 2025. O acordo, assinado durante a Intersolar South America 2025, utiliza tecnologia de carbeto de silício (SiC), que garante operação estável em altas temperaturas e maior eficiência térmica. Os inversores trifásicos de 800 V contam com compatibilidade com módulos de 182 mm e 210 mm, diagnóstico inteligente da curva IxV, comunicação via Power Line Communication (PLC), ventilação inteligente e design robusto, o que facilita manutenção e aumenta a confiabilidade da geração. Segundo a Minuano, a escolha do modelo foi estratégica, considerando as altas temperaturas das regiões de implantação — que podem chegar a 50 °C — e a necessidade de operar em redes elétricas mais frágeis. O acordo reforça a presença da Canadian Solar Inverters no mercado brasileiro, ampliando sua atuação em eficiência, confiabilidade e sustentabilidade no setor fotovoltaico. (Agência CanalEnergia - 08.10.2025)
Leilões
Recursos do 3º leilão do Ecoinvest serão voltados a bioeconomia, H2V e biogás
O governo federal anunciou o terceiro leilão do programa Eco Invest Brasil, visando atrair investimentos externos em participação societária com foco em inovação e sustentabilidade. Os recursos serão destinados às instituições financeiras para estruturar mecanismos de mitigação de risco cambial e de risco de performance dos projetos. Os bancos devem comprometer-se a alavancar capital privado, definindo o investimento em equity para os fundos e projetos apoiados. O leilão visa apoiar empresas de base tecnológica, fomentar startups e negócios em expansão nas áreas de bioeconomia, transição energética e economia circular. Uma novidade desta edição é o mecanismo de hedge cambial, oferecendo proteção contra variações do real. O evento contará com a participação de autoridades como a ministra do Meio Ambiente, embaixadora do Reino Unido no Brasil e representantes de instituições envolvidas. O presidente do BID participará por videoconferência, enquanto o ministro da Fazenda cancelou sua presença. As propostas das instituições financeiras devem ser apresentadas até 19 de novembro. O programa Eco Invest Brasil mobilizou mais de R$ 75 bilhões nas edições anteriores, com investidores estrangeiros contribuindo significativamente. A segunda edição focou na recuperação de terras degradadas, resultando na restauração de 1,4 milhão de hectares. (BroadcastEnergia - 09.10.2025)
Light vai a leilão de capacidade com projeto hídrico de 160 MW no complexo de Lajes
O presidente da Light, Alexandre Nogueira, revelou que a empresa deve participar do leilão de reserva da capacidade com um projeto hídrico. O leilão, que deveria ser realizado este ano, vem sendo sucessivamente adiado por conta de problemas no edital. A estimativa é que após a consulta pública instaurada esse ano, o LRCAP seja realizado em 2026. A disputa será com um projeto de 160 MW no complexo de Lajes no Rio de Janeiro. Por fim, o executivo se mostrou confiante sobre o complexo, localizado na cidade de Piraí, com um total de três hidrelétricas e um somatório de 629 MW. (Agência CanalEnergia - 08.10.2025)
Oferta e Demanda de Energia Elétrica
Aneel autoriza operação de 70,382 MW de empreendimentos de geração
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a operação de 70,382 megawatts (MW) de usinas de energia provenientes de fontes solar, eólica e termelétrica em São Paulo. Desse total, 15,100 MW estão destinados à operação comercial de usinas eólicas, como Ventos de São Antônio 05 e Ventos de Santa Luzia 15, além da usina fotovoltaica Perim CD Cachoeiro e UFV APE Perte. Os restantes 55,282 MW são provenientes de usinas termelétricas, como Paulínia Verde, Fótons de Santa Larissa 02, UFV Olinda Distribuição I, Aquario Kidasen e UFV Ajellso Sorvetes. Essa autorização demonstra um avanço significativo na diversificação da matriz energética do estado, com um aumento expressivo na capacidade de geração de energia limpa e renovável. A medida contribui para a redução da dependência de fontes de energia não renováveis e para o cumprimento de metas ambientais, promovendo a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente. A inserção de novas usinas de energia solar e eólica também representa um impulso para o setor de energias renováveis, fomentando investimentos e gerando empregos no segmento. Este marco reforça o compromisso do estado de São Paulo com a transição energética rumo a um modelo mais sustentável e alinhado com as demandas globais por redução de emissões de gases de efeito estufa. (BroadcastEnergia 09.10.2025)
Com chuvas abaixo da média, CMSE faz alerta sobre atendimento da potência
O CMSE discutiu a análise do ONS que, embora a garantia energética esteja assegurada até março de 2026, o atendimento de potência preocupa com demanda mais alta e vento baixo. O operador sinalizou provável geração térmica adicional para atravessar a transição hídrica. Também recomendou maximizar a produção nas hidrelétricas do São Francisco e uso mais intenso do reservatório de Itaipu. Foi apresentado um diagnóstico de 22 GW de diferença entre os estudos elétrico e energético, o que pode levar à harmonização de bases e liberação de margem de escoamento. A limpeza da base “elétrica” tende a excluir projetos com CUST assinados, mas improváveis de sair do papel. A medida conversa com o aumento dos cortes de renováveis e a necessidade de coerência entre mapas de planejamento. O comitê também cobrou planos operativos para PND e Enem. Nas projeções de outubro, a ENA pode ficar em 70% da média (cenário otimista) e 43% (pessimista), reforçando a cautela. O foco é potência na ponta e flexibilidade para navegar a sazonalidade. (Megawhat – 09.10.2025)
Mobilidade Elétrica
Chevrolet lança Spark elétrico por R$ 159,9 mil para disputar mercado dominado por chineses
O Chevrolet Spark EUV, importado inicialmente da China e com montagem nacional prevista para breve no Ceará, chega ao Brasil por R$ 159.990 para tentar desafiar o domínio das marcas chinesas no segmento de elétricos, como BYD e GWM. Com design de SUV compacto, amplo espaço interno para quatro ocupantes (mas sem banco central traseiro, o que é um ponto negativo), acabamento refinado e tecnologia embarcada, o modelo oferece autonomia de 258 km (bateria de 42 kWh LFP) e recarga rápida em até 35 minutos (30% a 80%). Apesar de suspensões rígidas e certo desconforto em terrenos irregulares, o carro agrada pela dirigibilidade e tecnologia, embora careça de alguns itens como conectividade OnStar e sensores de ponto cego. A GM aposta que o Spark, que será produzido na nova fábrica em Horizonte (CE), pode despertar o interesse do consumidor brasileiro e disputar diretamente com o BYD Dolphin, abrindo caminho para um elétrico de sucesso nacional. (Valor Econômico - 10.10.2025)
Toyota amplia autonomia e reduz preço do novo bZ4X elétrico
A Toyota lançou no Japão uma versão atualizada do seu SUV elétrico bZ4X, com melhorias significativas que ampliaram sua autonomia em cerca de 25%, atingindo até 746 km — a maior entre os veículos elétricos japoneses disponíveis atualmente. O novo modelo também chega ao mercado com preço reduzido, partindo de 4,8 milhões de ienes (cerca de US$ 31.400), o que o torna competitivo com SUVs híbridos, especialmente com os subsídios do governo. As melhorias incluem uma bateria mais eficiente, melhor desempenho em baixas temperaturas com carregamento completo em 28 minutos a -10 °C, aceleração de 0 a 100 km/h em 5,1 segundos, frenagem regenerativa ajustável e o lançamento do primeiro carregador doméstico da marca. A Toyota também inaugurou a rede de carregamento Teemo, sem mensalidade e aberta a veículos elétricos de outras marcas, com tarifas baseadas na potência utilizada. (Valor Econômico - 10.10.2025)
ABVE: Emplacamento de VEs leves cresce 51% em 12 meses
O emplacamento de veículos elétricos leves cresceu 51% entre janeiro e setembro de 2025, com 1.642 unidades vendidas, frente a 1.086 no mesmo período de 2024, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Em relação a 2023, o salto foi de 271,5%. O mês de setembro marcou recorde histórico, com 21.515 unidades comercializadas, alta de 6,4% sobre agosto e 62% na comparação anual. O avanço é impulsionado pela adesão de empresas de logística, distribuição e serviços, buscando redução de custos e metas ESG, além de iniciativas como a plataforma e-Fast Brasil, que estimula a descarbonização da mobilidade urbana. Ainda, os veículos eletrificados representaram 9,3% do total de automóveis vendidos em setembro. No acumulado do ano, foram 147.602 unidades, crescimento de 20,4% sobre 2024, com 76% dos modelos sendo plug-in (BEV e PHEV). Impactaram o resultado a chegada de novas montadoras e a ampliação de portfólios por fabricantes tradicionais, como a GM. Quanto à distribuição geográfica, o Sudeste segue líder nas vendas, com 46,8% de participação, seguido por Sul (18,7%), Nordeste (16,8%) e Centro-Oeste (14,2%). Já os municípios líderes em vendas são São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. (Agência CanalEnergia - 09.10.2025)
Inovação e Tecnologia
Firjan Senai e ENBPar: Lançamento de convênio para inovação em eficiência energética
A Firjan Senai e a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) firmaram um convênio de R$ 33 milhões voltado ao desenvolvimento de startups e pequenas empresas com foco em eficiência energética. O acordo de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) prevê a realização de três chamadas públicas voltadas a economia circular, cidades inteligentes e Indústria 4.0, buscando aproximar a inovação tecnológica do setor elétrico brasileiro. Com execução prevista para 24 meses, o programa destinará R$ 22,8 milhões a projetos selecionados e promoverá a expansão de hubs de teste e validação tecnológica no Rio de Janeiro. Entre as ações, estão a revitalização de espaços para funcionamento como centros de apoio às empresas participantes, oferecendo mentoria técnica, recursos financeiros e conexão com agentes do setor elétrico, fortalecendo o ecossistema de inovação energética no país. (Agência CanalEnergia - 08.10.2025)
Energias Renováveis
Aneel autoriza operação comercial da usina eólica Ventos de Santo Antônio 04, na Bahia
A Agência Nacional de Energia Elétrica autorizou o início da operação comercial da UG11, de 4,5 MW, da EOL Ventos de Santo Antonio 04. O empreendimento está localizado no município de Morro do Chapéu, no estado da Bahia. A liberação foi publicada no Diário Oficial da União do dia 9 de outubro. (Agência CanalEnergia - 09.10.2025)
Usinas de cana do Centro-Sul priorizam produção de etanol
As usinas de cana-de-açúcar do Centro-Sul do Brasil mudaram seu foco produtivo, priorizando a fabricação de etanol em detrimento do açúcar, revertendo a tendência dos últimos quatro anos. Essa mudança, impulsionada pela maior remuneração do etanol e pela valorização do real, deve reduzir a produção de açúcar na safra 2025/26 em até 2 milhões de toneladas, limitando a oferta para cerca de 40 milhões de toneladas, enquanto a produção de etanol pode crescer em até 1,4 bilhão de litros. Empresas como Cofco e São Martinho já ajustaram seus mix de produção, assim como usinas do Centro-Oeste com incentivos fiscais ao etanol. O movimento também é influenciado por condições climáticas favoráveis para a produção alcooleira e pela queda nos preços do açúcar, que em alguns casos não cobrem os custos de produção. Apesar dessa virada, algumas usinas, como a Tereos, mantêm suas programações originais de produção. (Globo Rural - 10.10.2025)
Gás e Termelétricas
Eletrobras conclui venda de térmicas e encerra desinvestimento em energia fóssil
A Eletrobras finalizou a venda de sua última usina termelétrica a gás natural, localizada no Amazonas, para a holding J&F, controlada pela família Batista e sucessora da Âmbar Energia no acordo. A operação marca o encerramento do processo de desinvestimento da estatal em ativos termelétricos, totalizando R$ 3,6 bilhões em vendas, incluindo os R$ 703,5 milhões recebidos nesta última transação. A companhia ainda poderá receber até R$ 1,2 bilhão em pagamentos adicionais condicionais ("earn-out"). Com isso, o portfólio da Eletrobras passa a ser composto exclusivamente por fontes 100% renováveis, alinhando-se ao compromisso ambiental Net Zero 2030. (Valor Econômico - 09.10.2025)
Setor de óleo e gás do Rio critica, em carta, projeto que eleva FOT e alerta para fuga de capital
Representantes da cadeia de petróleo e gás do Rio de Janeiro divulgaram um documento alertando que a proposta do governo fluminense para o Fundo Orçamentário Temporário (FOT) ameaça projetos do pré-sal e de campos maduros e marginais da Bacia de Campos. O aumento da alíquota do ICMS compromete a competitividade do Estado e mina a segurança jurídica conquistada pelo setor. O novo FOT poderá representar um aumento superior a 100% na alíquota nominal do ICMS, anulando os ganhos do Repetro, regime tributário especial aplicado às atividades de exploração e produção de petróleo e gás. O setor responde por 34,5% da arrecadação estadual, e as entidades destacam que o STF já consolidou entendimento contra a revogação unilateral de benefícios fiscais concedidos a prazo certo. O projeto também fere o princípio da não cumulatividade do ICMS. O aumento do custo tributário sobre o gás natural afetaria a competitividade do Estado e teria impacto em diversos setores, como termelétricas, fábricas de plásticos e abastecimento de aeronaves. As entidades pedem um debate técnico com o setor produtivo antes de qualquer mudança tributária. (BroadcastEnergia - 09.10.2025)
Setor privado quer ampliar participação no avanço da energia nuclear no Brasil
O presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), Celso Cunha, reuniu-se nesta semana com o senador Efraim Filho (União/PB) para discutir temas ligados ao futuro do setor nuclear brasileiro. Durante o encontro, o dirigente da associação destacou o interesse da iniciativa privada em contribuir para o avanço da cadeia nuclear no Brasil. Segundo Cunha, o investimento dessas empresas pode ser um caminho para ajudar o país a superar o “Custo Brasil”, que tem dificultado a execução de projetos relevantes, como o de Angra 3. (Petronotícias - 08.10.2025)
Biblioteca Virtual
TONI, Ana. "COP30 vai ‘casar’ combate à crise do clima com economia".
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PESSOA, Gustavo. "O Brasil na encruzilhada dos minerais críticos".
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