IFE Diário 6.217
Regulação
Comissão debate impactos da medida provisória que amplia tarifa social de energia
A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados promove, nesta quarta-feira (9), audiência pública com a participação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para discutir os impactos da Medida Provisória (MP) 1300/25. O debate foi solicitado pelo deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) e está marcado para as 9h30, no plenário 14. A MP amplia o alcance da Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE). No total, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), 115 milhões de consumidores serão beneficiados pela gratuidade ou pela redução da conta de luz. A medida será custeada por meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). A medida também permite que todos os consumidores, mesmo os residenciais, escolham seus fornecedores de energia elétrica, semelhante ao modelo da telefonia móvel. A abertura do mercado será gradual, começando em agosto de 2026 para setores da indústria e do comércio ainda não contemplados, e em dezembro de 2027 para consumidores residenciais. (Agência Câmara de Notícias – 07.07.2025)
Aumento da energia elétrica e gás supera a inflação, diz estudo
O aumento acumulado do custo da energia elétrica chegou a 1.299% e o do gás natural a 2.251% entre 2000 e 2024. O cálculo foi feito pela Ex Ante Consultoria Econômica, em estudo elaborado para a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia. O levantamento mostra que o preço unitário da eletricidade para a indústria cresceu quatro vezes mais que a inflação medida pelo IPCA no período, de 326,3%. O custo unitário em dólar foi de 375,2%, maior que o dos Estados Unidos (85,5%) e o dos países da Zona do Euro (42,9%). Para o gás, o aumento dos últimos 24 anos ficou 451% acima da inflação brasileira. Já o custo médio para a indústria teve variação de 698%, mais de oito vezes a inflação dos preços industriais nos EUA e 16,3 vezes a variação na União Europeia. (Agência CanalEnergia - 03.07.2025)
Artigo de Edvaldo Santana: "Charlatanismo elétrico e transição injusta"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Edvaldo Santana (ex-diretor da Aneel) trata do charlatanismo presente no setor elétrico brasileiro, destacando como a manipulação e sucessivas alterações legislativas — especialmente nas leis da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), geração distribuída (GD) e regulação da Aneel — beneficiam interesses privilegiados em detrimento do pequeno consumidor; ele expõe o aumento exponencial dos subsídios direcionados principalmente ao mercado livre e às renováveis em regiões já economicamente favorecidas, enquanto o Norte e Nordeste arcam com custos maiores, evidenciando uma transição energética desigual e marcada por distorções que desfazem princípios de justiça e eficiência no setor. (GESEL-IE-UFRJ – 08.07.2025)
GESEL: Nivalde de Castro avalia crise da Aneel e critica interferência do Congresso Nacional
O Professor Nivalde de Castro, coordenador-geral do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (GESEL/UFRJ), analisou a grave crise que a Aneel atravessa, marcada por severos cortes orçamentários, déficit de pessoal e problemas de governança. Em sua avaliação, Castro destaca que a Casa Civil encontrou uma boa alternativa para contornar parte da crise ao implementar o mandato de 180 dias para diretores substitutos, evitando o processo de aprovação no Senado. Segundo ele, essa medida permitiu que o regulador continuasse funcionando mesmo com perda de capacidade operacional devido aos cortes orçamentários, e a possibilidade de indicar substitutos reduziu significativamente os conflitos que aconteciam nas reuniões de terça-feira da diretoria colegiada. Para Nivalde, o momento crítico da Aneel resulta diretamente da "atuação irresponsável do Congresso", onde identifica que "os ovos de jabuti estão virando ovos de serpente" - referindo-se aos interesses particulares de senadores e deputados em atender lobbies específicos. Ele aponta que essa interferência política enfraquece os fundamentos do setor elétrico brasileiro que foram construídos após a crise do apagão de 2001, quando se estabeleceu o protagonismo na definição da política energética. O professor destaca que essa deterioração começou na última fase do governo Dilma Rousseff, durante o processo de impeachment. Nivalde também relembra outro momento crítico da Aneel, ocorrido após os impactos da Medida Provisória 579, quando a energia natural afluente do sistema elétrico caiu significativamente, impactando o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) e criando risco de desequilíbrio econômico-financeiro das distribuidoras. Em sua análise, Castro identifica que os problemas políticos que influenciam a agência impedem o governo de governar adequadamente, tanto na parte do equilíbrio fiscal quanto no setor elétrico, alertando que a ocorrência de um evento climático extremo pode agravar ainda mais a situação operacional. Acesse a matéria na íntegra aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 08.07.2025)
MME abre CP sobre reconhecimento de investimentos
O Ministério de Minas e Energia publicou no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 3 de julho, aportaria 845/2025, com a minuta de Portaria Normativa com as diretrizes do processo para pagamento dos valores homologados pela Agência Nacional de Energia Elétrica relativos à parcela dos investimentos vinculados a bens reversíveis ainda não amortizados ou não depreciados. Os documentos estão disponíveis no site do MME e as contribuições serão aceitas pelo prazo de 45 dias. Na minuta apresentada pelo MME, os valores homologados serão atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. A remuneração será de acordo com o histórico da Taxa Regulatória de Remuneração do Capital definida pela Aneel para o segmento de geração de energia. A validade vai desde a data-base do relatório de avaliação dos ativos até o mês anterior ao mês de início de pagamento. Na hipótese de término da concessão ou da designação em decorrência de nova licitação da usina antes do pagamento integral dos valores homologados, o valor residual será indenizado pelo novo concessionário. (Agência CanalEnergia - 03.07.2025)
Especial CanalEnergia: Aneel enfrenta crise orçamentária e operacional sem precedentes
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) atravessa um dos momentos mais críticos de seus 28 anos de existência, com o orçamento reduzido para R$ 117 milhões em 2025 - apenas 35% dos R$ 239,76 milhões solicitados. Paradoxalmente, a agência arrecada R$ 1,35 bilhão em taxa de fiscalização, mas opera com recursos muito inferiores devido aos cortes recorrentes dos últimos dez anos. A crise orçamentária gerou impactos operacionais severos: suspensão do atendimento humano na ouvidoria, redução drástica da fiscalização, cancelamento da pesquisa do Índice de Satisfação do Consumidor (IASC) pela primeira vez em 25 anos, eliminação do turno vespertino e demissão de 145 profissionais de TI (15% da força de trabalho). A situação se agrava com um déficit de 213 funcionários (32% abaixo do previsto em lei), enquanto servidores especializados foram cedidos ao Ministério de Minas e Energia e o governo negou novo concurso público. Especialistas alertam que a crise compromete o papel do Brasil na transição energética, especialmente com o crescimento da micro e minigeração distribuída (40+ GW) e a necessidade de regulamentar baterias, armazenamento e fontes intermitentes. Os impactos setoriais são generalizados: atrasos em processos regulatórios na distribuição, preocupações com leilões na transmissão e dificuldades para regulamentar curtailment e conexões na geração. A agência também enfrenta problemas de governança, com interferência do Congresso em decisões técnicas, demora nas nomeações de diretores e conflitos internos. Executivos classificam a situação como "tenebrosa", alertando que o enfraquecimento da Aneel afasta investimentos, cria instabilidade regulatória e compromete a confiabilidade do sistema elétrico. A crise representa uma ameaça sistêmica ao setor elétrico brasileiro, ocorrendo justamente quando a agência deveria estar fortalecida para enfrentar os desafios da transição energética e modernização do sistema, evidenciando uma contradição entre as crescentes responsabilidades da agência e os recursos disponibilizados. Acesse a matéria na íntegra aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 08.07.2025)
Aneel: Distribuidoras investirão R$ 47 bi em 2025
As distribuidoras de energia elétrica no Brasil investiram mais de R$ 33 bilhões em 2024 e preveem alcançar R$ 47 bilhões em 2025, segundo dados do Plano de Desenvolvimento da Distribuição (PDD) divulgados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Entre 2021 e 2024, os aportes somaram R$ 111,9 bilhões. Os investimentos são divididos em três blocos principais: expansão, melhorias e renovação. A expansão, relacionada ao crescimento da carga e novas ligações, recebeu R$ 21,2 bilhões em 2024 e já acumula R$ 70 bilhões desde 2021. As melhorias, focadas na qualidade e confiabilidade do sistema, somaram R$ 7 bilhões em 2024, totalizando R$ 25,5 bilhões no período. Já a renovação de ativos elétricos obsoletos recebeu R$ 4,95 bilhões neste ano, com um total de R$ 16,3 bilhões desde 2021. O Programa Luz para Todos também se destacou, com R$ 2,5 bilhões investidos em 2024, superando os valores dos anos anteriores. (Agência CanalEnergia - 04.07.2025)
Artigo de Nivalde de Castro e Cristina Rosa: “Mercado de Carbono Regulado: Oportunidades de Cooperação Internacional para uma Transição Verde no Brasil”
Em artigo publicado na série Brasil em Foco (Brasilien im Fokus), da Fundação Konrad Adenauer (KAS), Nivalde de Castro (professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador-geral do Grupo de Estudos do Setor Elétrico – GESEL/UFRJ) e Cristina Rosa (pesquisadora associada do GESEL/UFRJ) analisam a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) como um marco na política climática e econômica nacional. Instituído pela Lei nº 15.042/2024, o SBCE estabelece pela primeira vez um teto obrigatório de emissões para setores intensivos em carbono, além de criar dois ativos negociáveis: as Cotas Brasileiras de Emissões (CBEs) e os Certificados de Redução ou Remoção Verificada de Emissões (CRVEs), que ainda dependem de regulamentação infralegal para sua operacionalização. Os autores destacam que, embora seja um mecanismo doméstico, o SBCE nasce com vocação internacional, ao permitir a exportação de créditos de carbono via ITMOs, conforme previsto no Acordo de Paris. Essa arquitetura regulatória oferece três oportunidades estratégicas para o Brasil: ampliar a demanda externa por projetos nacionais de mitigação, reduzir riscos de barreiras comerciais como o CBAM europeu e atrair investimentos em tecnologias de baixo carbono, como o hidrogênio verde e a captura de CO₂. Apesar de seu potencial, o artigo aponta desafios como a exclusão do setor agropecuário, a ausência de mecanismos de estabilização de preços do carbono e a carência de dados robustos sobre emissões. Ainda assim, os autores avaliam que o SBCE pode posicionar o Brasil como fornecedor de créditos de alta integridade e como um hub de investimentos verdes, desde que avance em sua regulamentação, incorpore setores relevantes e intensifique a cooperação internacional. Acesse o texto na íntegra aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 08.07.2025)
Transição Energética
Brasil vê Brics como peça-chave para viabilizar fundo global de florestas
O governo brasileiro acredita que o Brics pode ter papel central na viabilização do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), voltado à preservação de florestas tropicais por meio de financiamento de longo prazo. Países com maior capacidade financeira no bloco, como China e Emirados Árabes Unidos, estão considerando investir no fundo e atrair capital privado. A expectativa é que o funcionamento do TFFF seja anunciado durante a COP30, em Belém. O comunicado final da cúpula do Brics destacou o fundo como mecanismo inovador e encorajou doações ambiciosas. Como o G7 ainda não se comprometeu com aportes, o envolvimento do Brics pode pressionar as economias desenvolvidas a contribuir futuramente. O TFFF, idealizado pelo Brasil, visa levantar US$ 125 bilhões a juros baixos, com retorno reinvestido em ações de conservação. (Valor Econômico - 07.07.2025)
Vale defende ações conjuntas entre países do Brics para reflorestamento e sustentabilidade
Durante o Fórum Empresarial dos Brics, a diretora de Soluções Baseadas na Natureza da Vale, Patrícia Daros, destacou a importância de ações conjuntas entre os países do grupo em temas como reflorestamento, conservação ambiental e desenvolvimento sustentável. Ela defendeu a criação de estratégias integradas que promovam o uso sustentável de recursos florestais e o fortalecimento das comunidades locais, além da troca de conhecimentos sobre sequestro de carbono e mudanças climáticas. A executiva sugeriu iniciativas semelhantes ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) e mecanismos de compensação envolvendo créditos de carbono. Patrícia também apresentou as metas da Vale, incluindo a recuperação e proteção de 500 mil hectares até 2030, e reforçou que os desafios climáticos devem ser enfrentados com colaboração entre governos, empresas e sociedade civil. (Valor Econômico - 05.07.2025)
Mastercard aposta no Brasil para ampliar projetos de restauração florestal e clima
A Mastercard vem consolidando o Brasil como foco central em sua estratégia global de sustentabilidade, com projetos de reflorestamento na Amazônia e Mata Atlântica que visam restaurar 100 milhões de árvores e gerar créditos de carbono certificados, especialmente no mercado voluntário. A empresa atua em parceria com ONGs renomadas para garantir a integridade socioambiental das iniciativas e planeja expandir essas ações com a aproximação da COP30, que será realizada em Belém. Além do reflorestamento, a Mastercard investe na inclusão financeira para aumentar a resiliência climática de comunidades vulneráveis, promove o transporte público de baixo carbono por meio de pagamentos por aproximação e adota metas ambiciosas para zerar emissões líquidas até 2040, com bônus corporativos atrelados ao desempenho ESG. O Brasil é estratégico nesse esforço que busca integrar crescimento econômico, impacto social positivo e combate às mudanças climáticas. (Valor Econômico - 08.07.2025)
Seminário debate política de estímulo para minerais críticos e estratégicos
A Comissão Especial sobre Transição Energética e Produção de Hidrogênio Verde; e a Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados promovem, nesta quarta-feira (9), seminário para discutir a criação de política para fomentar a pesquisa, lavra e transformação de minerais críticos e estratégicos de maneira sustentável. A medida consta do Projeto de Lei 2780/24, que cria a Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos, que visa fortalecer a participação brasileira no mercado de minerais relacionados à transição energética, como o lítio (usado em baterias), e à produção de fertilizantes, como o potássio. O debate foi proposto pelo presidente da comissão, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), que destaca a crescente importância desses recursos no contexto da transição energética global. (Agência Câmara de Notícias – 07.07.2025)
RN terá Atlas do Hidrogênio Verde até setembro
O estado do Rio Grande do Norte prevê apresentar em setembro seu primeiro Atlas do Hidrogênio Verde. A expectativa do estado é de que esse documento seja um marco para orientar os empreendedores que pretendem investir nessa modalidade de energético verde. Segundo a governadora, Fátima Bezerra (PT), mais um movimento nesse mesmo sentido é o estabelecimento do programa estadual do hidrogênio verde que deverá ter as diretrizes publicadas em breve. “As resoluções definirão as diretrizes para o licenciamento ambiental no estado. Nas próximas semanas publicaremos o edital em parceira com o BNB lançando o programa de eficiência energética do estado. Serão com diversos projetos de eficiência energética e da ordem iniciar que somam R$ 550 milhões”, discursou a governadora na abertura do Evex 2025, realizado em Natal (RN). (Agência CanalEnergia - 03.07.2025)
Paulo Miranda preside iniciativa internacional de hidrogênio
O presidente da Associação Brasileira do Hidrogênio, Paulo Emílio de Miranda, é o novo Presidente da International Partnership for Hydrogen and Fuel Cells in the Economy. A eleição foi anunciada durante a 43ª Reunião do Comitê Diretivo, realizada em Santiago, no Chile. O mandato terá duração de dois anos. A Parceria Internacional para o Hidrogênio e Pilhas a Combustível na Economia é uma iniciativa que reúne 26 países-membros e a União Europeia. O grupo abrange aproximadamente 88% do PIB global. De acordo com Miranda, à medida que o mundo acelera sua transição rumo a uma economia de baixo carbono, a cooperação internacional em torno do hidrogênio torna-se cada vez mais essencial. (Agência CanalEnergia - 04.07.2025)
Mitsubishi Gas Chemical investe em hidrogênio subterrâneo na Austrália
A Mitsubishi Gas Chemical anunciou um investimento de US$ 3,3 milhões na startup australiana Gold Hydrogen, que descobriu hidrogênio natural subterrâneo na Austrália Meridional. A iniciativa faz parte da estratégia da empresa japonesa de produzir metanol de forma mais ecológica, utilizando hidrogênio como matéria-prima. A Toyota Motor também participará do investimento, enquanto a Eneos Xplora, unidade da Eneos Holdings, investirá AU$ 4,5 milhões. Esta é a primeira vez que a Mitsubishi se envolve na mineração de hidrogênio natural, cuja aplicação poderá ajudar a reduzir as emissões de CO₂ na produção de metanol. A Gold Hydrogen ainda revelou a descoberta de hélio-3, isótopo promissor para a geração de energia por fusão nuclear. (Valor Econômico - 04.07.2025)
Como o projeto de lei republicano vai remodelar o panorama energético dos EUA
O gigantesco projeto de lei político aprovado pelo Congresso pelos republicanos está prestes a remodelar a energia americana, reduzindo incentivos fiscais para energia eólica, solar e carros elétricos, enquanto mantém algum apoio federal para fontes como reatores nucleares e usinas geotérmicas. A legislação, que carrega a agenda de política interna do presidente Donald Trump, oferece um impulso aos combustíveis fósseis e desmantela muitas das maiores ações que o governo federal já tomou para combater as mudanças climáticas, mesmo quando cientistas alertam que o aumento das temperaturas está criando perigos agudos devido ao calor extremo, incêndios florestais mortais, falhas nas colheitas e inundações. No entanto, ainda há incerteza sobre como as mudanças do projeto de lei se desenvolverão. (Folha de São Paulo – 04.07.2025)
Consórcio internacional avalia viabilidade de usinas nucleares flutuantes no Mediterrâneo
A energia nuclear ganha força como alternativa para a descarbonização na geração de energia pelo mundo afora. A sociedade classificadora American Bureau of Shipping (ABS), a empresa britânica de inovação em energia nuclear marítima CORE POWER e a empresa grega Athlos Energy formaram um consórcio para avaliar a viabilidade da implantação de usinas nucleares flutuantes (FNPPs, na sigla em inglês) no Mar Mediterrâneo. A iniciativa vai focar na análise de como essas plantas podem atender às necessidades energéticas de ilhas, portos e comunidades costeiras da região. O grupo pretende pesquisar de que maneira as plataformas nucleares podem viabilizar uma variedade de aplicações, como a geração de eletricidade em escala para áreas remotas, o fornecimento de energia livre de emissões para portos e o abastecimento de usinas de dessalinização, que poderiam fornecer água potável a comunidades costeiras afetadas por secas. O consórcio também desenvolverá conceitos operacionais originais (CONOPS) para as FNPPs e publicará uma representação visual de possíveis locais para sua implantação. (Petronotícias - 04.07.2025)
Crise Climática
Lula alerta que negacionismo e unilateralismo ameaçam avanços globais
Durante a 17ª Cúpula de Líderes do Brics, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o negacionismo e o unilateralismo estão corroendo conquistas passadas e sabotando o futuro, pedindo união dos países do grupo para promover um desenvolvimento sustentável e enfrentar as mudanças climáticas e os desafios da saúde global. Lula criticou a falta de financiamento climático e defendeu o princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas, destacando que os países do Sul Global devem liderar o novo paradigma de desenvolvimento com acesso a tecnologias. Também reforçou a urgência da transição energética, com metas como triplicar as energias renováveis e zerar o desmatamento. Sobre saúde, elogiou a aprovação do Acordo das Pandemias pela OMS e defendeu o fortalecimento do papel da organização. (Valor Econômico - 07.07.2025)
ABDE quer incluir cidades sustentáveis na agenda da COP30 em Belém
A nova presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), Maria Fernanda Coelho, anunciou que pretende levar o tema das cidades sustentáveis à COP30, marcada para novembro em Belém. Uma das prioridades da entidade será o financiamento para adaptações climáticas nos municípios, com foco em soluções como jardins filtrantes, permeabilidade do solo e agricultura urbana. A ABDE, composta por 34 instituições financeiras, planeja realizar painéis sobre sustentabilidade urbana, bioeconomia e transição energética durante a conferência. Em 2023, o Sistema Nacional de Fomento emprestou R$ 16,1 bilhões aos municípios, recorde histórico. Coelho também defende mudanças na regulação que limita o crédito ao setor público e aposta nas recém-criadas Letras de Crédito de Desenvolvimento como nova fonte de recursos. A expectativa é obter respostas do Banco Central sobre esses pleitos ainda em 2024. (Valor Econômico - 07.07.2025)
Artigo de Clarissa Lins: "Energia e clima no debate global"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Clarissa Lins (sócia fundadadora da Catavento Consultoria) trata das recentes discussões globais sobre energia e clima, destacando que as emissões de CO2 por uso de energia, majoritariamente fósseis, seguem crescendo mesmo com o avanço das renováveis, evidenciado pelos paradoxos da China e Índia; ressalta a crescente eletrificação e o papel da inovação tecnológica para a descarbonização, com oportunidades econômicas vinculadas à competitividade em energia limpa, como no caso do Brasil; aborda a necessidade de uma nova diplomacia climática, que envolva cooperação entre emergentes e desenvolvidos, especialmente em cadeias de valor estratégicas; e enfatiza a COP30 como momento crucial para fortalecer a ação coletiva e a responsabilidade compartilhada diante da urgência climática. (GESEL-IE-UFRJ – 08.07.2025)
Artigo de Moacyr Araujo e Jean Ometto: "Os oceanos e a COP30"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Moacyr Araujo (coordenador científico da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais [Rede Clima]) e Jean Ometto (pesquisador sênior no Inpe) tratam da crescente importância do tema Oceano nas negociações climáticas, especialmente com a expectativa de destaque na COP30, ressaltando que só em 2023 os oceanos foram oficialmente incluídos no relatório global de progresso do Acordo de Paris; destacam o papel crucial dos oceanos na captura de carbono e na regulação do clima, além da vulnerabilidade das zonas costeiras a eventos climáticos extremos, aumento do nível do mar e impactos socioeconômicos, principalmente no Brasil, que possui extensa costa e portos estratégicos em risco; apontam para a necessidade urgente de fortalecer a adaptação e a conservação dos ecossistemas marinhos, como recifes e manguezais, e de avançar na aprovação da Lei do Mar para garantir uma política nacional efetiva de proteção e uso sustentável dos oceanos, reforçando o compromisso brasileiro frente aos desafios climáticos globais.(GESEL-IE-UFRJ – 08.07.2025)
Empresas
Aprovação de Revisão Tarifária Extraordinária para cooperativas do RS e PR
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a Revisão Tarifária Extraordinária para as cooperativas de distribuição de energia Entre Rios (Certhil), no Rio Grande do Sul, e Castro Dis, no Paraná. Para a Certhil, que atende aproximadamente 8.670 unidades consumidoras, a agência estabeleceu uma nova Parcela B de equilíbrio no valor de R$ 24,7 milhões, com vistas à remuneração do investimento de construção de uma subestação e de uma linha de distribuição de 69kV e 19,3km, cujas obras foram concluídas em 2021. Já para a Castro Dis, que atende 2.363 unidades consumidoras, a Aneel definiu a parcela de equilíbrio em R$ 5,5 milhões. O processo foi solicitado pela entidade devido aos impactos da troca de instalações elétricas e de unidades consumidoras com a Copel Distribuição. (Agência CanalEnergia - 03.07.2025)
Light lança projeto-piloto com tarifa fixa para consumidores de baixa renda no Rio
A Light anunciou que lançará em outubro de 2025 o projeto-piloto “Light Controle”, aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no programa Sandbox Tarifário, que testará um novo modelo de cobrança para consumidores de baixa renda em áreas de risco do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense. O projeto propõe uma fatura mensal fixa, associada a benefícios como cashback, fidelização e recompensas por adimplência. Com investimento de R$ 18,5 milhões, a iniciativa abrangerá até 10 mil unidades em comunidades específicas, cuja seleção foi baseada em uma pesquisa de campo que analisou o perfil socioeconômico e os hábitos de consumo da população local. Os consumidores contemplados terão acesso a um aplicativo para monitorar o consumo de energia e acumular pontos trocáveis por descontos e produtos. Segundo a empresa, a investida busca testar alternativas viáveis à tarifa social tradicional, considerada insuficiente para garantir o conforto térmico local, bem como avaliar a capacidade real de pagamento dos usuários, a partir de diferentes modelos tarifários com e sem subsídios. A Light, com isso, espera promover a cultura de adimplência e influenciar positivamente a regulação do setor, reunindo, no processo, dados para futuras normativas até o encerramento do projeto, previsto para o primeiro semestre de 2027. (Agência CanalEnergia - 04.07.2025)
Oferta e Demanda de Energia Elétrica
CMO se mantém estável em R$ 228,49 por MWh na primeira semana de julho
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que o Custo Marginal da Operação (CMO) para o período de 05 a 11 de julho de 2025 ficou em R$ 228,49 por megawatt-hora (MWh), registrando um leve aumento de 0,3% em comparação com o valor anterior. O ajuste foi uniforme em todos os submercados do Sistema Interligado Nacional (SIN). O CMO representa o custo incremental para gerar 1 MWh adicional no SIN, refletindo as condições de oferta e demanda de energia no período. A estabilidade relativa do indicador sugere equilíbrio entre a geração e o consumo, sem grandes pressões de custos no curto prazo. A divulgação do ONS reforça a transparência do setor elétrico brasileiro, auxiliando agentes do mercado na tomada de decisões. (Broadcast Energia - 04.07.2025)
Nível dos reservatórios do SE/CO cai 0,1 p.p
O submercado do Sudeste/Centro-Oeste teve queda de 0,1 ponto percentual e a capacidade está em 66,3% na última quarta-feira, 02 de julho, se comparado ao dia anterior, segundo o boletim do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A energia armazenada mostra 35.731 MW mês e a ENA é de 25.161 MW med, valor que corresponde a 90% da MLT. Furnas admite 64,77% e a usina de Nova Ponte marca 56,01%. A Região Sul cresceu 1,6 p.p e está operando com 87,6% da capacidade. A energia armazenada marca 17.922 MW mês e ENA é de 33.630 MW med, equivalente a 274% da média de longo termo armazenável no mês até o dia. As UHEs G.B Munhoz e Passo Fundo funcionam com 88,15% e 76,99% respectivamente. Os reservatórios do Norte tiveram níveis estáveis e estão com 96,8% da capacidade. A energia armazenada marca 14.809 MW mês e ENA é de 4.314 MW med, equivalente a 75% da média de longo termo armazenável no mês até o dia. A UHE Tucuruí segue com 96,27%. A Região Nordeste diminuiu 0,2 p.p e operava com 68,6% da sua capacidade. A energia armazenada indica 35.484 MW mês e a energia natural afluente computa 1.705 MW med, correspondendo a 45% da MLT. A hidrelétrica de Sobradinho marca 59,19%. (Agência CanalEnergia - 03.07.2025)
Região Sul opera com 88,7% da capacidade
O submercado do Sul apresentou aumento de 1,1 ponto percentual e estava operando com 88,7% da capacidade, na última quinta-feira, 03 de julho, se comparado ao dia anterior, segundo o boletim do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A energia armazenada marca 18.145 MW mês e ENA é de 26.433 MW med, equivalente a 240% da média de longo termo armazenável no mês até o dia. As UHEs G.B Munhoz e Passo Fundo funcionam com 90,95% e 78,51% respectivamente. A região Sudeste/Centro-Oeste teve queda de 0,1 p.p e está em 66,2%. A energia armazenada mostra 135.542 MW mês e a ENA é de 24.532 MW med, valor que corresponde a 90% da MLT. Furnas admite 64,7% e a usina de São Simão marca 70,05%. Os reservatórios do Norte teve níveis estáveis e operam com 96,8% da capacidade. A energia armazenada marca 14.814 MW mês e ENA é de 4.258 MW med, equivalente a 75% da média de longo termo armazenável no mês até o dia. A UHE Tucuruí segue com 96,27%. A Região Nordeste contou com níveis estáveis e opera com 68,6% da sua capacidade. A energia armazenada indica 35.456 MW mês e a energia natural afluente computa 1.721 MW med, correspondendo a 46% da MLT. A hidrelétrica de Sobradinho marca 59,08%. (Agência CanalEnergia - 04.07.2025)
Parceria para fornecimento de sistema de estabilização de linha de transmissão no Chile
A Weg firmou contrato com a Alupar para o fornecimento de um sistema de estabilização da rede elétrica de transmissão no Chile, envolvendo os maiores compensadores síncronos já produzidos pela empresa, além de transformadores elevadores e sistemas de controle e proteção. A entrega está prevista para outubro de 2026. O acordo contempla inda supervisão de montagem e serviços auxiliares, com os equipamentos sendo instalados nas subestações Ana Maria e Iliapa, nos estados chilenos de Antofagasta e Atacama. Os projetos, parte de dois lotes conquistados pela Alupar, exigirão investimentos de US$ 145,9 milhões e garantirão uma Receita Anual Permitida (RAP) de US$ 19,4 milhões. Segundo a Weg, a parceria abre uma nova frente de mercado para sistemas completos de compensadores síncronos na América Latina e reforça sua posição como fornecedora global de soluções em energia, além de fortalecer a parceria estratégica com a Alupar para futuros projetos na região. (Broadcast Energia - 04.07.2025)
Brasil supera os 4 GW de potência instalada em 2025
O primeiro semestre de 2025 apresentou expansão superior a 4 gigawatts (GW) na potência instalada no Brasil, com a entrada em operação de 61 usinas totalizando 4.096,3 megawatts (MW). Segundo os cálculos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mais da metade desse crescimento (59,28%) coube a 11 novas usinas termelétricas, com 2.2428,05 MW – entre elas a Usina Termelétrica (UTE) GNA II, no Rio de Janeiro, que começou a operar em maio com 1,7 GW de potência instalada. Além das termelétricas, a ampliação da matriz elétrica de janeiro a junho contou com 25 usinas eólicas (828,90 MW), 17 solares fotovoltaicas (738,63 MW), seis pequenas centrais hidrelétricas (95,85 MW) e duas centrais geradoras hidrelétricas (4,70 MW). O mês de junho agregou 194,83 MW ao total do ano, com 13 novas usinas: 10 eólicas (148,20 MW), uma solar fotovoltaica (45,00 MW), uma central geradora hidrelétrica (1,00 MW) e uma termelétrica (0,63 MW). (Aneel – 03.07.2025)
Frio derruba consumo de energia elétrica no país, aponta CCEE
O clima frio que avançou sobre o centro sul do país reduziu em 2,8% a demanda por eletricidade em maio, na comparação com o mesmo período em 2024, quando boa parte dos estados enfrentavam o impacto do fenômeno El Niño. Essa foi a segunda queda consecutiva no ano, de acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, que acompanha em tempo real o consumo e a geração de energia no país inteiro para apoiar o planejamento estratégico do setor. O Brasil registrou uma carga média de 68.149 MWm, dos quais 38.915 MWm foram destinados ao mercado regulado, que atende majoritariamente residências - volume 6,8% inferior ao registrado no ano anterior, em função da menor utilização de ar-condicionado e ventiladores. (CCEE – 03.07.2025)
EPE atualiza ferramentas interativas do Balanço Energético Nacional
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) disponibiliza o BEN Interativo e o Relatório Dinâmico do Balanço Energético Nacional. As ferramentas permitem acesso fácil e interativo às séries históricas de oferta, consumo e transformação de energia no Brasil, com funcionalidades como visualização gráfica, navegação por capítulos, filtros personalizados e download dos dados em diferentes formatos. O BEN Interativo é uma plataforma de visualização e análise que disponibiliza ao público as séries históricas completas em uma interface mais intuitiva. A ferramenta permite navegar entre os principais capítulos do relatório por meio de uma barra lateral, acessar tabelas e gráficos interativos, e customizar visualizações conforme o período e o tipo de gráfico (linha ou área, valores absolutos ou relativos). O Relatório Dinâmico do BEN é uma versão interativa, estruturada de forma a manter a organização tradicional do Relatório Final do BEN, mas com funcionalidades adicionais que facilitam a consulta e o uso dos dados. (EPE – 07.07.2025)
Inovação e Tecnologia
MME autoriza conexão de data center da Scala com Rede Básica do SIN
O Ministério de Minas e Energia (MME), por meio da Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento (SNTEP), reconheceu a viabilidade técnica e econômica da conexão do Data Center Scala, com a Rede Básica do Sistema Interligado Nacional (SIN). A decisão foi publicada no dia 03 de julho, no Diário Oficial da União pela Portaria nº 2.964, assinada pelo secretário Gustavo Cerqueira Ataide. Com isso, de acordo com o documento, os estudos técnicos confirmaram que a alternativa de conexão proposta atende aos critérios de menor custo global de interligação e reforço nas redes, além de estar alinhada com o planejamento do setor. O acesso aprovado envolve diversas obras, que deverão seguir os Procedimentos de Rede da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e os padrões técnicos da concessionária de transmissão envolvida. Por fim, para a efetiva conexão do projeto, será necessário obter parecer técnico do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e autorização da Aneel. (Agência CanalEnergia - 03.07.2025)
Auren Energia intensifica posicionamento dentro do mercado de data centers
A Auren Energia está intensificando sua atuação no setor de data centers, um mercado em franca expansão impulsionado pela transformação digital global. Em entrevista exclusiva ao CanalEnergia, José Guilherme Amato, gerente de negócios de carbono da Auren Energia, destacou que a decisão de olhar com mais atenção o segmento de data centers é estratégico. Pois, segundo o executivo a geração de energia não representa um obstáculo para o Brasil no desenvolvimento deste setor, por conta de possuir atualmente cerca de 240 GW de capacidade instalada em termos de território, além disso, atenta-se a um oceano de oportunidades bastante extenso para protagonismo nacional, por conta de poucos potenciais players dominantes. Entretanto, o gerente disserta sobre um gargalo bastante evidente no setor, este seria a intensa regulamentação, que interfere tanto nos fatores de custo quanto nos fatores de investimento. Por fim, o executivo expõe os principais movimentos da Auren Energia e suas perspectivas para o futuro. (Agência CanalEnergia - 04.07.2025)
Energias Renováveis
BNB liga alerta para pagamentos de geradores renováveis
O tema doscortes de geração de energia tem preocupado o Banco do Nordeste do Brasil. A instituição financeira que atua na região onde há a expansão das fontes renováveis no país calcula que tem R$ 40 bilhões em recursos emprestados ao mercado. Contudo, afirma que, até o momento, ainda não teve pedido ou problema de inadimplência por parte dos geradores envolvidos nesses cortes. Segundo José Aldemir Freire, diretor de planejamento da instituição, uma situação de default poderá levar a um problema maior ainda porque os financiamentos estão lastreados em fianças bancárias, ou seja, o BNB está protegido. A questão que preocupa é que ao se executar uma dessas fianças o custo dos financiamentos vão aumentar muito e poderão até mesmo inviabilizar a expansão da geração, pois os recebíveis não são garantidos, mas sim pelos agentes que concedem as fianças. (Agência CanalEnergia - 03.07.2025)
Aneel autoriza 58,5 MW para operação em teste e comercial
A Agência Nacional de Energia Elétrica autorizou para início da operação comercial, a partir de 2 de julho, as UG1 a UG3, da UFV LIVE, com 1,5 MW de capacidade instalada; e a UG19, da EOL Seabra, com 7 MW. Para operação em teste, a Aneel liberou as UG1 a UG150, da UFV Assu Sol 15, com 50 MW de capacidade instalada. No total foram liberados 58,5 MW para operação em teste e comercial. (Agência CanalEnergia - 03.07.2025)
EOL Ventos de São Rafael 05 inicia testes com unidade de 4,5 MW no RN
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou o início dos testes de operação da Unidade Geradora 4 (UG4) do complexo eólico EOL Ventos de São Rafael 05, localizado em Currais Novos, Rio Grande do Norte. Com capacidade instalada de 4,5 MW, a unidade entrou em fase de testes a partir de 3 de julho de 2025. A etapa de testes é fundamental para verificar o desempenho e a integração da nova unidade ao Sistema Interligado Nacional (SIN) antes de sua operação comercial. O projeto reforça o potencial do Rio Grande do Norte como polo de geração de energia renovável, contribuindo para a expansão da matriz eólica brasileira. (Agência CanalEnergia – 04.07.2025)
EPE lança nota técnica com analise de carbono e biometano vira protagonista
A nota técnica “Descarbonização do setor de transporte rodoviário – “Intensidade de carbono das fontes de energia”, publicada pela Empresa de Pesquisa Energética(EPE), detalha os valores de intensidade de carbono das principais fontes energéticas utilizadas no setor, com base na metodologia de avaliação do ciclo de vida. De acordo com a nota, o biometano emite até 2,5 vezes menos CO₂ do que eletricidade para veículos, aponta relatório. Com isso, o biometano apresentou uma intensidade de carbono de 8,35 gramas, já a eletricidade tem 21,15 gCO₂eq/MJ. Essa estimativa baseia-se em certificações vigentes do programa RenovaBio e reflete o desempenho ambiental de unidades com volume 100% elegível para geração de créditos de Descarbonização. Ademais, segundo o relatório, o mercado em fase de expansão já conta com 12 unidades produtoras. Por fim, a publicação também apresenta as trajetórias estimadas de intensidade de carbono para outros combustíveis até 2034, com uma análise focada no conceito poço-á-roda, que avalia as emissões desde a produção até o uso final. (Agência CanalEnergia - 04.07.2025)
Leilões
CCEE realizará leilão de R$ 1,2 bi dos ativos do GSF em 28 de julho
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) deverá realizar o leilão dos ativos regulatórios do GSF, por volta do dia 28 de julho. O valor que será negociado é de R$ 1,2 bilhão que está contingenciado por conta de liminares judiciais do processo ocorrido cerca de 10 anos atrás. A expectativa do presidente do conselho da entidade, Alexandre Ramos, é de que o mecanismo determinado pela MP 1300 seja bem-sucedido. Além disso, Ramos destacou que a portaria publicada no dia 03.07, veio em linha com o que se esperava e reforçou que a consulta faz parte do processo. Por fim, o executivo revelou durante o Enase 2025 que esse processo dado pela medida ocorreria dentro da vigência da MP. (Agência CanalEnergia - 03.07.2025)
Gás e Termelétricas
Ibama atualiza Termo de Referência para licenciamento de UTEs
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) publicou uma nova versão do Termo de Referência para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental de usinas termelétricas. O documento passou por revisão técnica interna e consulta pública de três meses. Com isso, a versão consolidada é mais objetiva e adequada às especificidades dos empreendimentos da fonte. Ademais, ela tem enfoque multidisciplinar e orienta a elaboração dos estudos, da seleção de tecnologias e da adaptação dos projetos ao cenário climático. Por fim, o TR também traz diretrizes para o tratamento de temas como emissões de Gases de Efeito Estufa, impactos cumulativos e sinérgicos sobre o meio ambiente. (Agência CanalEnergia - 04.07.2025)
Energia é restaurada na usina nuclear de Zaporizhzhia após queda temporária
A Rússia afirmou ter restabelecido o fornecimento de energia à usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, após uma queda de 3,5 horas causada pelo corte da linha externa de alta tensão. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou o retorno da energia, mas alertou para a contínua fragilidade da segurança nuclear na região, já que a usina, mesmo fora de operação, depende de energia constante para manter o resfriamento do combustível nuclear. A Ucrânia atribuiu o blecaute a um ataque russo, acusando o inimigo de bombardear a linha de energia. Nenhuma das autoridades russas na usina nem a AIEA indicaram inicialmente a causa da interrupção. (Valor Econômico - 04.07.2025)
Biblioteca Virtual
CASTRO, Nivalde de; ROSA, Cristina. "Mercado de Carbono Regulado: Oportunidades de Cooperação Internacional para uma Transição Verde no Brasil".
Acesse o texto clicando no link.
SANTANA, Edvaldo. "Charlatanismo elétrico e transição injusta".
Acesse o texto na íntegra aqui.
Mobilidade Elétrica
Nissan e Foxconn: Negociação visando uso de fábrica japonesa para VEs
A Nissan está em conversas com a Foxconn sobre a possibilidade de a empresa taiwanesa produzir veículos elétricos na fábrica de Oppama, no Japão, que corre risco de fechamento como parte da reestruturação global da montadora. A parceria ajudaria a Nissan a preservar empregos e fornecedores locais, além de reduzir custos ao aumentar a taxa de utilização da planta, hoje em apenas 40%. A Foxconn, que tem ampliado sua presença no setor automotivo, pretende usar Oppama como base para fortalecer suas relações com montadoras japonesas, como Mitsubishi e Nissan. O governo japonês vê a participação da Foxconn com cautela, mas pode apoiar a colaboração caso ela preserve empregos. A Nissan, por sua vez, enfrenta queda nas vendas e impacto de tarifas norte-americanas, o que torna ainda mais relevante a otimização de suas operações. (Valor Econômico - 07.07.2025)