IFE Diário 6.212
Regulação
GESEL promove seminário sobre Cadeia Produtiva das Usinas Hidroelétricas Reversíveis
A fim de avançar no processo para a incorporação da tecnologia de sistemas de armazenamento hídrico no Sistema Elétrico Brasileiro (SEB), o GESEL-UFRJ realizou, no dia 26 de junho, seminário presencial com o objetivo de intensificar e qualificar o diálogo entre representantes do marco institucional e grupos empresariais da cadeia produtiva. A abertura contou com Felipe Moraes (Casa Civil), Christiano Vieira da Silva (ONS), Thiago Prado (EPE), Agnes Aragão (ANEEL), Carla Primavera (BNDES) e Roberto Brandão (GESEL-UFRJ). No período da tarde, ocorreram duas rodadas de diálogo com representantes empresariais. A primeira contou com Dieter Hopf (Andritz), Anaximandro Steckling Müller (Nova Engevix) e Hans Poll (Voith). Na segunda, participaram Jose Franco Pinheiro Machado (Intertechne), Gabriel Leodegário Vieira (GE Vernova), Marcelo Rodolfo Assumpção Piller (Odebrecht) e Ruben Leon (CTG). O evento foi encerrado pelo Professor Nivalde de Castro, coordenador-geral do GESEL-UFRJ. Acesse a programação do evento aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 30.06.2025)
GESEL e EPE debatem potencial das hidrelétricas reversíveis para transição energética
A EPE participou do seminário “Cadeia Produtiva das Usinas Hidrelétricas Reversíveis”, promovido pelo GESEL-UFRJ no dia 26 de junho, no Rio de Janeiro. O evento reuniu representantes do governo, agências reguladoras e empresas para discutir os desafios e oportunidades das UHRs no contexto da transição energética. O presidente da EPE, Thiago Prado, destacou a urgência de estabelecer um marco regulatório claro para viabilizar investimentos em armazenamento hídrico e apresentou o roadmap da EPE, abordando questões como outorga, contratos de longo prazo e uso de usinas existentes (brownfields). Também participaram pela EPE os analistas Francisco Victer e Patrícia Asfor, o consultor Caio Leocádio e a assessora da presidência Patrícia Nunes, contribuindo para os debates com a cadeia produtiva. O evento reforçou o papel das UHRs na flexibilidade e confiabilidade do sistema elétrico. Acesse a matéria na íntegra aqui. (EPE – 26.06.2025)
Presidente do Congresso rebate críticas sobre impacto tarifário da derrubada de vetos
Davi Alcolumbre defendeu a atuação do Legislativo na derrubada parcial de vetos ao marco das eólicas offshore, negando que as mudanças aprovadas aumentem as tarifas de energia. Em discurso no plenário, o presidente do Congresso classificou como "alarmistas" as estimativas de impacto tarifário divulgadas por entidades do setor, afirmando que apenas 8 dos 24 vetos presidenciais foram derrubados - todos relacionados a três eixos estratégicos: contratação de pequenas centrais, produção de hidrogênio a partir de etanol no Nordeste e prorrogação de contratos do Proinfa. Alcolumbre argumentou que as medidas preservam investimentos e estabilidade regulatória, sem criar novos custos para o sistema. O parlamentar criticou veementemente o que chamou de "narrativas manipuladas" sobre o tema, defendendo as decisões do Congresso como técnicas e transparentes. (Agência Senado – 25.06.2025)
Ministro admite fatiamento da MP 1.300 para avançar com reforma tarifária
O ministro Alexandre Silveira celebrou a exclusão da Tarifa Social da MP do Fundo Social do pré-sal, abrindo caminho para negociações específicas sobre o tema na MP 1.300 da reforma do setor elétrico. O ministro reconheceu como alternativa viável a votação em separado das mudanças na tarifa social, que prevê gratuidade para 17 milhões de famílias (60 milhões de pessoas) no consumo até 80 kWh e desconto para mais 21 milhões de famílias (55 milhões). Silveira destacou o equilíbrio necessário entre os aspectos sociais da medida - que terá custo adicional de R$3,6 bilhões/ano rateados entre consumidores - e a manutenção da sustentabilidade financeira do setor, com abertura do mercado livre para baixa tensão. A MP 1300 segue em discussão na comissão mista, com o governo buscando consenso para aprovar seu pacote de medidas que inclui ainda o fim de subsídios considerados desnecessários. (Agência CanalEnergia - 25.06.2025)
Executivo critica prazos curtos da MP 1.300 para autoprodução e desconto-fio
Fábio Bortoluzo, country manager da Atlas Renewable Energy no Brasil, avaliou que a MP 1.300 impôs prazos inadequados para adaptação às novas regras de autoprodução e desconto-fio, criando incertezas para investidores. Segundo o executivo, decisões de investimento em autoprodução demandam normalmente 12 a 18 meses - incluindo análise regulatória, customização de contratos e aprovações corporativas - prazos incompatíveis com a transição abrupta proposta. Bortoluzo espera que emendas no Congresso possam estabelecer um período transitório mais realista. O executivo também destacou os desafios do curtailment de renováveis, defendendo a regulamentação do setor de armazenamento por baterias como solução técnica viável para reduzir desperdícios na geração limpa. (Agência CanalEnergia - 25.06.2025)
Abrapch defende contratação de PCHs como estratégia energética legítima
A presidente da Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas (Abrapch), Alessandra Torres, rejeitou veementemente a classificação como "jabuti" da contratação compulsória de PCHs incluída no marco das eólicas offshore. Durante o Energy Summit 2025, Torres destacou que as PCHs representam fonte limpa e firme de energia, essencial para complementar a intermitência das renováveis. A executiva rebateu críticas sobre o processo legislativo, afirmando que a decisão foi baseada em estudos técnicos e debates transparentes, reforçando a necessidade de previsibilidade regulatória para o setor. A Abrapch argumenta que as hidrelétricas de pequeno porte trazem benefícios sistêmicos, incluindo segurança hídrica e energética, além de usos múltiplos da água, justificando sua reinserção no planejamento elétrico nacional. (Agência CanalEnergia - 26.06.2025)
Comissão debate ampliação de descontos na conta de luz para irrigação e aquicultura
A Comissão de Minas e Energia da Câmara discutirá na terça-feira (1°/07) proposta que permite à Aneel estender para o período diurno os descontos tarifários atualmente concedidos apenas à noite para atividades de irrigação e aquicultura. O PL 1638/25, do deputado Danilo Forte (União-CE), busca adaptar a política de subsídios à realidade climática de diferentes regiões e ao uso crescente de energia solar no campo. O autor argumenta que a medida dará mais flexibilidade aos produtores rurais e alinhará os incentivos tarifários com a expansão das renováveis na agricultura. O debate ocorrerá às 10h no plenário 14, com participação de representantes do setor energético e agrícola. (Agência Câmara de Notícias – 27.06.2025)
Aneel analisará reajustes, consultas públicas e recursos em reunião desta terça-feira (01/07)
A diretoria da Aneel analisará nesta terça-feira (01/07) uma pauta que inclui reajustes tarifários, consultas públicas e recursos administrativos. Estão previstos o julgamento da revisão tarifária da Energisa Tocantins (vigência a partir de 04/07) e do reajuste anual da Energisa Sul-Sudeste (vigência a partir de 12/07), ambos sob relatoria da diretora Ludimila Lima. A Agência também deliberará sobre os resultados de consultas públicas relacionadas a temas como segurança de barragens, postergação de CUSTs, créditos tributários e diferimentos tarifários, além da proposta de abertura de nova CP sobre confiabilidade das instalações de transmissão. Por fim, será avaliado o pedido de reconsideração da Light S.A. quanto aos percentuais de perdas não técnicas definidos na revisão tarifária de 2022. (Aneel - 30.06.2025)
Energia elétrica lidera pressão inflacionária em junho com alta de 3,29%
O IPCA-15 de junho registrou variação de 0,26%, com a energia elétrica residencial (3,29%) aparecendo como o principal fator individual de pressão, responsável por 0,13 ponto percentual do índice. A alta foi impulsionada pela bandeira tarifária vermelha patamar 1 e reajustes em capitais como Belo Horizonte (7,36%), Recife (3,33%) e Salvador (2,07%), enquanto Fortaleza teve redução de 1,68%. O grupo Habitação (1,08%) foi o que mais contribuiu para a inflação do período. Apesar da pressão energética, o índice acumulado em 12 meses recuou para 5,27%, abaixo dos 5,40% do período anterior, com Recife apresentando a maior variação mensal (0,66%) e Porto Alegre a menor (-0,1%). (Agência CanalEnergia - 26.06.2025)
Curso GESEL “Dinâmica e Características Técnicas dos Sistemas de Armazenamento de Energia no Contexto da Transição Energética”
O GESEL realizará o curso “Dinâmica e Características Técnicas dos Sistemas de Armazenamento de Energia no Contexto da Transição Energética”, que tem como objetivo apresentar os fundamentos técnicos, operacionais e econômicos dos sistemas de armazenamento de energia (SAE), destacando seu papel estratégico na transição energética. Serão abordadas as principais tecnologias de armazenamento, suas aplicações no SIN, aspectos regulatórios e de mercado, bem como metodologias de modelagem elétrica e energética e análise de viabilidade econômica para projetos com baterias (BESS). Início do curso em 8 de julho. Serão 8 aulas de 2 horas cada, às segundas e quartas-feiras, das 19h às 21h. O programa abrange os seguintes tópicos: 1. Transição energética e o papel estratégico do armazenamento de energia; 2. Aplicações dos sistemas de armazenamento; 3. Tecnologias de armazenamento; 4. Mercado, regulação e políticas públicas; 5. Operação de BESS no SIN; 6. Modelagem dinâmica de sistemas de armazenamento de energia com foco em BESS; 7. Análise de modelos de negócio (parte 1); 8. Análise de modelos de negócio (parte 2). Para mais informações, clique aqui. Inscreva-se já: https://forms.gle/EjdRTNg5N9aD5WLN7 (GESEL-IE-UFRJ – 30.06.2025)
Transição Energética
Brasil tem vantagem na transição energética mas precisa agir com mais estratégia
O Brasil reúne condições únicas para liderar a transição energética global, com uma matriz energética majoritariamente renovável, mas especialistas alertam que a vantagem pode se perder sem um planejamento mais consistente. Durante o evento “COP30 - Amazônia, transição energética e mercado de carbono”, representantes do setor destacaram avanços como a expansão da energia solar e eólica, além de iniciativas em biogás, diesel verde e hidrogênio. Contudo, apontaram desafios como a intermitência das fontes limpas, a necessidade de garantir uma transição justa e a persistência de subsídios e “jabutis” legislativos que comprometem a eficiência do setor. Apesar das conquistas, o Brasil precisa alinhar governança, políticas públicas e investimentos para consolidar sua posição de liderança e garantir que os ganhos da transição energética beneficiem toda a sociedade de forma sustentável. (Valor Econômico - 30.06.2025)
Nova diretriz para mercado de carbono será apresentada em julho
O governo federal deve divulgar em julho o plano de implementação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), que regulamentará o mercado de créditos de carbono no país. A medida, parte do Plano de Transformação Ecológica, visa estabelecer regras claras para que empresas que emitam menos carbono possam vender créditos às que excedem seus limites. No seminário “COP30 Transição Energética e Mercado de Carbono”, especialistas destacaram o potencial do Brasil em liderar esse setor por meio da restauração florestal e da bioeconomia. Representantes da Re.green e da Eqao apontaram que o mercado voluntário já é ativo, mas falta uma estrutura regulatória sólida que integre metas obrigatórias, governança e alinhamento com normas internacionais. A subsecretária Cristina Reis ressaltou que a regulamentação será construída com diálogo e foco na credibilidade internacional, ao mesmo tempo em que atende aos compromissos nacionais de descarbonização. (Valor Econômico - 30.06.2025)
Descarbonização empresarial avança com foco em inovação e oportunidades
A transição energética rumo a uma economia de baixo carbono é considerada irreversível por executivos de grandes empresas brasileiras, que participaram do evento "COP30 - Amazônia, transição energética e mercado de carbono", no Rio de Janeiro. Representantes da Vale, Vibra Energia, Reservas Votorantim e especialistas destacaram a importância da iniciativa privada na mitigação das mudanças climáticas por meio de investimentos em combustíveis renováveis, eletrificação de frotas, captura de carbono e conservação florestal. Apesar dos desafios financeiros e tecnológicos, há consenso de que a sustentabilidade abre novas oportunidades de negócio, especialmente em setores como mineração, aviação e biodiversidade florestal. O evento reforçou a visão de que desenvolvimento econômico e proteção ambiental são agendas complementares e estratégicas para o futuro do Brasil. (Valor Econômico - 30.06.2025)
Senado debate políticas para minerais estratégicos da transição energética
A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado realizará na terça-feira (1°/07) duas audiências públicas sobre minerais críticos e estratégicos, com foco em seu papel no desenvolvimento econômico e na transição energética. Convocadas pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), as discussões abordarão desafios regulatórios e a necessidade de políticas públicas para setores que responderam por 4,3% do PIB e 20% das exportações brasileiras em 2023. Entre os minerais em pauta estão lítio, cobalto e grafite (críticos) e urânio, nióbio e cobre (estratégicos), essenciais para tecnologias de energia limpa, defesa e digital. O debate ocorrerá a partir das 10h, com participação de especialistas do setor mineral. (Agência Senado – 26.06.2025)
Transição energética enfrenta desafio de equilibrar sustentabilidade e custos acessíveis
Especialistas do setor energético alertaram durante o Energy Summit 2025 sobre os custos da transição para fontes renováveis, que têm sido majoritariamente repassados aos consumidores através de tarifas. Ricardo Botelho, CEO da Energisa, destacou que o modelo atual - dependente de subsídios e encargos setoriais - criou distorções de mercado, mesmo com a queda nos custos das tecnologias renováveis. O debate revelou preocupação com o "trilema energético" brasileiro: conciliar sustentabilidade, segurança no abastecimento e acessibilidade tarifária. Os participantes defenderam políticas públicas mais eficientes e um planejamento setorial de longo prazo, menos influenciado por pressões políticas e mais baseado em critérios técnicos. Como solução parcial, foi sugerido o aproveitamento do excedente energético do Nordeste para alimentar data centers, com apoio complementar do gás natural. (Agência CanalEnergia - 25.06.2025)
Executivos afirmam que caminho para energia de baixo carbono é inevitável
O caminho para uma energia de baixo carbono é irreversível, na opinião de executivos de grandes empresas que participaram do terceiro painel do evento, dedicado ao papel do setor privado no combate às mudanças climáticas. De acordo com Gustavo Pinto, analista sênior do Climate Policy Initiative (CPI) da PUC-Rio, não há dicotomia entre desenvolvimento econômico e meio ambiente. Mitigar o efeito estufa é algo simples de se implementar, o difícil são as adaptações às mudanças do clima. Além disso, segundo players do mercado, o setor de mineração terá protagonismo mediante ao caminho da transição energética mundial. Em síntese, o principal pilar para a estruturação desse caminho é o investimento por parte do setor público e privado nos combustíveis sustentáveis, tanto para áreas de extrema concentração de processos poluentes quanto em setores com difícil descarbonização. (Petronotícias – 30.06.2025)
Investimentos da Petrobras em petróleo podem gerar prejuízo em cenário de transição energética
Relatório do WWF-Brasil, IISD e World Benchmarking Alliance alerta que até 85% dos projetos de petróleo planejados pela Petrobras entre 2025 e 2029 podem não ser economicamente viáveis em um cenário de contenção do aquecimento global a 1,5 °C. Os investimentos, estimados em US$ 111 bilhões, enfrentam riscos crescentes de se tornarem “ativos encalhados” devido à queda projetada na demanda por combustíveis fósseis e à possível precificação do carbono. O estudo recomenda ao governo brasileiro — maior acionista da estatal — que reavalie a estratégia de expansão fóssil, redefina o mandato da Petrobras e alinhe os planos nacionais de descarbonização (NDCs) com a realidade climática global. A Petrobras, por sua vez, defende a resiliência de seu portfólio a cenários de baixo preço do petróleo e afirma ter ampliado em 40% os investimentos em transição energética em relação ao plano anterior. Especialistas destacam que o Brasil tem potencial para liderar a transição energética global, mas que isso exige decisões firmes sobre o futuro da exploração de petróleo. (Valor Econômico - 30.06.2025)
CNPE aprova aumento para E30 e B15 com impacto de R$15,3 bi em investimentos
O Conselho Nacional de Política Energética aprovou nesta quarta-feira (25) a elevação dos percentuais obrigatórios de biocombustíveis, estabelecendo novas misturas de 30% de etanol anidro na gasolina (E30) e 15% de biodiesel no diesel (B15). A decisão, tomada com participação da EPE, movimentará R$15,34 bilhões em investimentos e criará cerca de 55,7 mil empregos diretos e indiretos. Os novos patamares trarão ganhos ambientais significativos: redução anual de 4,2 milhões de toneladas de CO₂ equivalente e diminuição de 0,7% no Indicador de Carbono do Diesel B. No aspecto social, a medida incluirá 5 mil novas famílias agricultoras no Selo Biocombustível Social, com incremento de R$600 milhões na renda familiar. A EPE destacou que o E30 garantirá autossuficiência em gasolina com excedente exportável de 700 milhões de litros/ano, enquanto o B15 consolidará o Brasil como líder global em combustíveis renováveis. A empresa seguirá apoiando tecnicamente o CNPE nos processos de descarbonização do setor de transportes. (EPE – 26.06.2025)
Amazônia ainda depende fortemente do diesel e busca alternativas sustentáveis
Apesar dos avanços em energia limpa, grande parte da Amazônia Legal ainda depende fortemente do diesel para eletricidade, transporte e produção, comprometendo renda, qualidade de vida e sustentabilidade ambiental. Comunidades isoladas enfrentam altos custos com combustível fóssil, agravados por eventos climáticos e falta de infraestrutura. A lenta expansão da energia renovável contrasta com experiências bem-sucedidas de uso de sistemas solares, como os projetos do Litro de Luz e de agroindústrias apoiadas por parcerias com empresas como Natura e WEG. Especialistas e lideranças locais defendem políticas públicas específicas, subsídios e crédito acessível para acelerar a transição energética justa e sustentável na região. Sem isso, o país corre o risco de comprometer sua imagem na COP30 e de perder a oportunidade de transformar a Amazônia em exemplo global de desenvolvimento de baixo carbono. (Valor Econômico - 30.06.2025)
Setor energético cobra diretrizes claras para investimentos em armazenamento
O gerente executivo da Auren Energia, Alexandre Oliveira, destacou durante o Greener Summit 2025 a urgência de regras mínimas para viabilizar investimentos em armazenamento energético no Brasil. O executivo afirmou que o setor privado possui capacidade de inovação quando conta com diretrizes claras, citando como referência modelos internacionais como o britânico, que combina mecanismos de remuneração ("cap and floor") com flexibilidade para arbitragem. Oliveira expressou preocupação com a carga tributária atual (em torno de 79%) e defendeu a inclusão no edital de requisitos técnicos como rampas de subida e parâmetros de inércia, sem excessivo engessamento. O posicionamento reflete a expectativa do mercado por um marco regulatório que equilibre segurança jurídica e espaço para inovação tecnológica no setor de baterias. (Agência CanalEnergia - 25.06.2025)
EPE debate estratégias sustentáveis para transição energética em seminário do Sebrae-RJ
O diretor de Estudos Econômico-Energéticos da EPE, Thiago Ivanoski, participou como painelista do Seminário de Transição Energética promovido pelo Sebrae-RJ, destacando estratégias sustentáveis para o desenvolvimento econômico fluminense. O evento reuniu especialistas para discutir temas como energias renováveis, hidrogênio verde, mobilidade elétrica e modelos inovadores de geração distribuída, apresentando cases nacionais e internacionais. Durante seu painel, Ivanoski debateu com representantes da Abdan, Petrobras e iniciativa privada os caminhos para alinhar crescimento econômico com descarbonização, reforçando o papel das parcerias público-privadas na transformação do setor energético. O seminário também abordou inovações tecnológicas e marcos regulatórios essenciais para acelerar a transição energética no estado do Rio de Janeiro. (EPE – 25.06.2025)
Entrevista com Joshua Volz: "Descarbonização não virá só pela adição de fontes"
Em entrevista à Agência CanalEnergia durante o Energy Summit 2025, Joshua Volz, secretário adjunto de Energia dos EUA, defendeu uma abordagem pragmática para a transição energética, sem exclusivismos ideológicos. Ele argumentou que a descarbonização não deve se limitar à simples adição de renováveis, mas sim buscar um mix diversificado que inclua eólica, solar e geotérmica junto a fontes tradicionais, desde que produzidas de forma mais limpa. Volz criticou decisões baseadas em ideologias políticas e destacou a importância de parcerias internacionais para compartilhar experiências, citando especificamente as oportunidades de colaboração EUA-Brasil em energias renováveis e no desenvolvimento do mercado de gás natural. (GESEL-IE-UFRJ – 26.06.2025)
COP30 amplia pressão sobre o Brasil por plano de abandono dos combustíveis fósseis
Durante a pré-COP em Bonn, aumentou a pressão internacional para que o Brasil lidere o plano global de eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, em vista da realização da COP30 em Belém. Um relatório científico alertou que o orçamento de carbono para limitar o aquecimento a 1,5 °C pode se esgotar em três anos, exigindo cortes urgentes nas emissões. Apesar de ter uma matriz energética relativamente limpa, o Brasil foi cobrado por mais de 250 cientistas a adotar uma postura firme no “phase-out” do petróleo. O país enfrenta dilemas ao equilibrar seu papel como produtor de petróleo e líder climático, especialmente diante da pressão por descarbonizar setores como transportes, energia e agropecuária. Protestos contra novos leilões de blocos petrolíferos na bacia amazônica expuseram o embate entre desenvolvimento econômico e justiça climática, enquanto empresas e entidades empresariais mobilizam coalizões para acelerar a transição energética. Especialistas destacam que o Brasil tem vantagens estratégicas para liderar esse processo, desde que haja coordenação política, financiamento adequado e compromisso com metas ambiciosas. (Valor Econômico - 30.06.2025)
Crise Climática
Setor de seguros revisa estratégias diante das mudanças climáticas
As mudanças climáticas têm aumentado a frequência e a intensidade de eventos extremos, elevando a sinistralidade e obrigando seguradoras no Brasil a revisar seus modelos de precificação e gestão de riscos. Com baixa penetração e dados limitados, o setor utiliza tecnologias como inteligência artificial, análises preditivas e modelos estatísticos para aprimorar a avaliação dos riscos e oferecer produtos mais adequados, especialmente em automóveis, residências e seguros rurais. Apesar do avanço em ferramentas inovadoras, algumas seguradoras preferem evitar aumentos excessivos nos prêmios, apostando na conscientização dos clientes sobre os riscos climáticos. Além disso, cresce o uso de seguros paramétricos, que pagam automaticamente ao atingirem parâmetros climáticos predefinidos, ganhando espaço especialmente no agronegócio. A regulação também evolui para incentivar essas inovações, buscando mitigar impactos econômicos causados por eventos climáticos. (Valor Econômico - 30.06.2025)
Empresas
Petrobras: Pagamento da 2ª parcela da remuneração aos acionistas referente a 2024
A Petrobras realizou, em 27 de junho, o pagamento da segunda parcela da remuneração aos acionistas referente ao balanço de 31 de dezembro de 2024. O valor bruto distribuído é de R$ 0,37629728 por ação ordinária e preferencial, atualizado pela taxa Selic, e será pago integralmente na forma de dividendos. O pagamento será realizado pelo Banco Bradesco, responsável pelas ações escriturais da companhia. Já para os acionistas detentores de American Depositary Receipts (ADRs) negociados na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), o pagamento será feito a partir de 27 de junho, através do JP Morgan Chase. (Broadcast Energia - 26.06.2025)
Petrobras: Licenciamento da exploração na Margem Equatorial deve ficar para julho
A Petrobras aguarda para julho a realização da Avaliação Pré-Operacional (APO) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), passo crucial para a obtenção da licença para a exploração do poço FZA-59, localizado na bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira. Segundo a presidente da petroleira, Magda Chambriard, a companhia sugere que a vistoria seja feita no dia 14. A diretora de Exploração e Produção, Sylvia Anjos, por sua vez, pondera que, apesar do entusiasmo, a primeira perfuração do poço pode não resultar em descoberta imediata de petróleo, mas destaca que a parceria com a Exxon representa a melhor estratégia possível para a empresa. (Broadcast Energia - 26.06.2025)
Oferta e Demanda de Energia Elétrica
ONS revisa a projeção de carga do SIN para 75.684 MWmédios, estável em relação a junho de 2024
Em junho de 2025, a carga de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN) está prevista para fechar em 75.684 megawatts médios (MWmed), indicando uma redução de 0,6% em relação à projeção anterior. No entanto, em comparação com o mesmo período de 2024, o indicador se mantém estável. O Sudeste/Centro-Oeste, principal centro de carga do País, deve encerrar o mês com 41.595 MWmed, uma queda de 0,6% em relação ao Programa Mensal da Operação (PMO) anterior e de 2,7% em comparação com o ano anterior.No submercado Sul, a carga prevista é de 13.056 MWmed, representando uma diminuição de 0,6% em relação ao PMO anterior, porém um aumento de 1,6% em relação a 2024. No Nordeste, a carga projetada é de 12.987 MWmed, com uma redução de 0,5% em relação à estimativa da semana anterior, mas um aumento significativo de 4,5% em comparação com junho do ano passado.Por fim, o Norte deve fechar o mês com 8.146 MWmed, 1,2% abaixo da previsão anterior, mas com um crescimento de 4,4% em relação a junho de 2024. Esses dados refletem as variações na demanda de energia em diferentes regiões do Brasil e destacam a importância de monitorar e ajustar a produção para garantir o abastecimento adequado. (Broadcast Energia - 26.06.2025)
ONS: Atualização das previsões de ENA para todos os submercados do SIN
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revisou para cima as previsões de Energia Natural Afluente (ENA) para junho em todos os subsistemas do Sistema Interligado Nacional (SIN). A atualização sinaliza melhora nas condições hidrológicas, que se reflete em melhores perspectivas para a geração hidrelétrica. No Sudeste/Centro-Oeste, que concentra a maior parte da capacidade de armazenamento do país, a ENA passou de 80% para 82% da média de longo prazo, com projeção de 67,1% de volume armazenado. No Sul, a revisão foi ainda mais expressiva, com aumento de 28 pontos percentuais, atingindo 118% da média, o que deve resultar em 64% de armazenamento. Já no Nordeste e no Norte, os acréscimos foram de 1 ponto percentual, elevando a ENA para 40% e 61%, respectivamente, com expectativa de volumes armazenados de 69,2% e 99,5%. (Broadcast Energia - 26.06.2025)
CCEE: PLD médio fica em R$ 224,65 por MWh no Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Nordeste
Em São Paulo, em 23/06/2025, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) se manteve equilibrado entre os submercados, ultrapassando R$220,00 por megawatt-hora (MWh). Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), no Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Nordeste, a média do PLD foi de R$ 224,65 por MWh, com o pico atingindo R$ 269,03 por MWh às 18h e a mínima registrada em R$ 95,10 por MWh ao meio-dia. Já no submercado Norte, houve uma pequena variação, com a média do PLD em R$224,66 por MWh, o valor máximo atingindo R$269,03 por MWh e o mínimo em R$95,11 por MWh, também ao meio-dia. Esses dados apontam para uma estabilidade nos preços de energia elétrica, com variações pontuais ao longo do dia, refletindo a dinâmica do mercado de energia elétrica no Brasil. (Broadcast Energia - 26.06.2025)
Energias Renováveis
Estados do Nordeste aceleram autorizações para projetos solares
Os estados do Nordeste brasileiro intensificam a liberação de projetos industriais e energéticos, aproveitando a abundância solar para impulsionar a transição energética e o crescimento econômico regional, que em 2024 cresceu 4%, superando a média nacional. A Bahia lidera a geração solar centralizada na região, com 2,4 mil MW e atraiu R$ 10,6 bilhões em investimentos, enquanto o Rio Grande do Norte enfrenta desafios na transmissão, apesar de ampliar sua capacidade e simplificar licenciamento para acelerar novos empreendimentos. Pernambuco avança com isenções e licenciamento simplificado, projetando atingir 4,1 GW de potência com novas usinas já autorizadas. Municípios como São José do Belmonte e Macaparana ilustram a transformação econômica, substituindo atividades tradicionais por geração limpa de energia, criando empregos e atraindo investidores comprometidos com a descarbonização energética. (Valor Econômico - 30.06.2025)
Energia solar transforma economia do semiárido e desafia modelo de desenvolvimento
A crescente adoção de energia solar no semiárido nordestino, especialmente em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), tem impulsionado uma transformação socioeconômica na região, marcada por investimentos de R$ 30 bilhões desde 2021 e a geração de mais de 200 mil empregos. A fruticultura irrigada, agora abastecida por energia limpa, tornou-se mais competitiva e sustentável, refletindo um novo perfil regional. Contudo, o avanço das grandes usinas solares levanta alertas sobre impactos ambientais, como o desmatamento da caatinga, e sociais, ao afetar comunidades locais. Enquanto iniciativas como o programa de instalação de 1 milhão de tetos solares buscam democratizar o acesso à energia, especialistas alertam para a necessidade de alinhar a transição energética à restauração do bioma e ao fortalecimento de vocações econômicas locais. A criação de empregos e a redução da pobreza contrastam com desafios estruturais persistentes, como baixa produtividade, dependência fiscal e desertificação crescente. A visão defendida por organizações locais e pesquisadores propõe que a regeneração da caatinga seja tratada como motor de desenvolvimento, com metas ambiciosas de restauração e geração de trabalho verde até 2030. (Valor Econômico - 30.06.2025)
Aneel libera 42 MW de projetos renováveis no Nordeste
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou na quarta-feira (26/06) a entrada em operação de 42 MW de energia renovável na Bahia e Rio Grande do Norte. Na Bahia, foram liberados 9 MW do parque eólico Ventos de Santo Antonio 04 para operação comercial e 24 MW da usina solar SDB Solar 4 para fase de testes. No Rio Grande do Norte, o parque eólico Ventos de São Rafael 04 recebeu aval para iniciar testes em duas unidades totalizando 9 MW. As autorizações, válidas desde 25 de junho, reforçam a expansão das fontes limpas na matriz energética do Nordeste, com destaque para o município baiano de Morro do Chapéu, que concentra parte significativa dos novos projetos. (Agência CanalEnergia - 26.06.2025)
Gás e Termelétricas
Brasil registra crescimento de 202% no número de postos de abastecimento com GNV
A infraestrutura de postos de combustíveis de alta vazão – aqueles habilitados a abastecer veículos de frota pesada com gás natural veicular (GNV) em menos tempo – está em pleno crescimento. Em dois anos, o Brasil registrou um aumento de 202% no número de postos com capacidade, desde 2023, no número de postos de combustíveis. A informação é do Head de Inteligência de Mercado da Commit, Ricardo Vallejo, durante painel do V Evento Cogen. Segundo o Head, o número de postos de alta vazão saltou de 40 unidades em 2023 para 121 em 2025, conforme dados das concessionárias ligadas a Associação Brasileira de Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). Além disso, observa-se um movimento por parte das transportadoras e empresas, que projetam a substituição do diesel como principal combustível. Isso pode ser afirmado pelos dados da Secretaria Nacional de Trânsito, que observou um crescimento de caminhões licenciados a gás desde 2022 por parte do setor privado. (Petronotícias – 27.06.2025)
Acordo entre Petrobras e Governo de SP mira polo offshore no litoral paulista
A Petrobras, o governo de São Paulo, a agência InvestSP e o Brazilian Energy Council (Brenc) assinaram nesta semana um protocolo de intenções com o objetivo de impulsionar o setor offshore no litoral paulista. A iniciativa busca fortalecer a cadeia produtiva de petróleo, gás e energia na região. O acordo foi firmado durante a abertura do evento SP Offshore 2025, realizado no Santos Convention Center, e contou com a participação de representantes da Petrobras, do Governo, da InvestSp e da Brenc. Em síntese, o protocolo estabelece diretrizes para cooperação institucional, técnica e operacional, com foco em ações nas áreas de infraestrutura, mão de obra, inovação, regulação e sustentabilidade. A meta é transformar o litoral de São Paulo no polo de operações offshore do país. Por fim, a iniciativa está alinhada ao Planejamento Estratégico 2025 e prevê investimentos de US$ 111 bilhões. (Petronotícias – 27.06.2025)
Banco Mundial: Cooperação com a AIEA para o desenvolvimento da energia nuclear
Após revogar a proibição de financiamento a projetos nucleares, o Banco Mundial firmou uma parceria com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, na sigla em inglês) para apoiar países que desejam incluir a energia nuclear em suas estratégias de desenvolvimento. A cooperação compreende capacitação, reforço de salvaguardas, e compartilhamento de conhecimento técnico, além de contribuir para o aprofundamento de conhecimentos do Banco Mundial em áreas como planejamento energético e o fomento de tecnologias emergentes, como os pequenos reatores modulares (SMRs). E as ações se concentram em três frentes: fortalecimento regulatório e de segurança, extensão da vida útil de reatores e viabilidade dos SMRs. Segundo o presidente da instituição, Ajay Banga, o objetivo é garantir acessibilidade, preço acessível e confiabilidade no fornecimento de energia, priorizando contextos nacionais e metas de desenvolvimento. O banco reconhece a eletricidade como direito humano fundamental e vê a energia nuclear como parte de uma estratégia mais ampla para eletrificação responsável. O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, por sua vez, saudou a decisão e destacou que o financiamento era um grande entrave e que o apoio do Banco Mundial representa um divisor de águas para países em desenvolvimento. A mudança foi celebrada também por lideranças da indústria nuclear, que veem na medida uma oportunidade para expandir projetos nucleares globalmente com apoio financeiro. (Petronotícias - 26.06.2025)
Mercado Livre de Energia Elétrica
Artigo de Pedro Dante: "O que aprendi com um exemplo de Londres e por que o Brasil deveria seguir o mesmo caminho"
Em artigo publicado pela Agência CanalEnergia, Pedro Dante (sócio de Energia do escritório Lefosse) relata sua experiência na sede da Octopus Energy, no Reino Unido, e defende que o Brasil adote lições de inovação e atendimento ao consumidor em sua abertura do mercado livre de energia. A empresa britânica, que atende mais de sete milhões de residências, utiliza a plataforma tecnológica Kraken para processar 300 mil dados por segundo, oferecendo tarifas dinâmicas e soluções personalizadas com base no comportamento individual dos clientes. Dante destaca que, enquanto o Brasil avança com a MP 1300 — que libera o mercado livre para consumidores de baixa tensão a partir de 2026 (industriais/comerciais) e 2027 (residenciais) —, o setor ainda carece de simplicidade e transparência. Ele critica a burocracia, a baixa digitalização e a assimetria de informação que limitam a experiência do consumidor, contrastando com o modelo da Octopus, que trata energia como um produto de varejo, com ofertas adaptáveis e foco na eficiência. O autor conclui que, para aproveitar a abertura do mercado, as empresas brasileiras precisam investir em tecnologia e atendimento personalizado, inspirando-se em casos como o da Octopus para transformar a relação com o consumidor e construir confiança no setor. (GESEL-IE-UFRJ – 30.06.2025)
Biblioteca Virtual
DANTE, Pedro. "O que aprendi com um exemplo de Londres e por que o Brasil deveria seguir o mesmo caminho".
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Agência CanalEnergia entrevista Joshua Volz: "Descarbonização não virá só pela adição de fontes".
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