IFE Diário 6.198
Regulação
MME aprova novo plano de dados abertos para 2025-2027
O ministro Alexandre Silveira, do MME, aprovou o novo Plano de Dados Abertos (PDA) para o biênio 2025-2027, publicado no Diário Oficial da União em 04.06.2025. O plano define diretrizes para disponibilizar dados públicos de forma aberta, estruturada e acessível, beneficiando cidadãos, pesquisadores e empresas. Alinhado ao Decreto nº 8.777/2016, que institui a política de dados abertos no governo federal, a medida visa ampliar a transparência e o uso eficiente das informações. Com a nova portaria, o plano anterior (Portaria MME nº 828, de 13.03.2025) foi revogado. A iniciativa reforça o compromisso do ministério com a democratização de dados e a modernização da gestão pública. (Agência CanalEnergia - 04.06.2025)
Transição Energética
Petrobras, BNDES e Finep: Lançamento de FIP em transição energética
A Petrobras, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) lançaram, em 4 de junho, um edital para selecionar o gestor de um novo Fundo de Investimento em Participações (FIP) voltado à transição energética e descarbonização. O fundo investirá em startups e pequenas e médias empresas tecnológicas com soluções inovadoras em energias renováveis, eletromobilidade, CCUS (captura e armazenamento de carbono), combustíveis sustentáveis e descarbonização operacional. A Petrobras contribuirá com aporte de até R$ 250 milhões (até 49% do fundo), o BNDES, até R$ 125 milhões (25%), e a Finep, até R$ 60 milhões, com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Ainda, com investimentos de terceiros, o fundo poderá chegar a R$ 500 milhões. O gestor terá autonomia nas decisões de investimento, e as operações devem começar no primeiro semestre de 2026, com prazo total de até 12 anos. (Agência CanalEnergia - 04.06.2025)
Governador do Piauí destaca transmissão como principal desafio para transição energética
O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), afirmou que a transmissão de energia é o maior obstáculo para a transição energética no estado. Apesar da abundância de energia renovável no Nordeste, restrições na rede impedem a atração de grandes consumidores e a industrialização. Fonteles cobrou mais investimentos em linhas de transmissão e subestações, destacando a necessidade de ação conjunta do MME, Aneel e ONS. O Piauí sofre com cortes na geração eólica, que prejudicam investimentos, mas o governo federal criou um Grupo de Trabalho para mitigar o problema. Dois projetos de hidrogênio verde (Solatio e Green Energy Park) seguem prioritários, com soluções temporárias até 2028 e definitivas até 2032. Fonteles mantém o otimismo, visando atrair indústrias como siderurgia e fertilizantes. A produção do Green Energy Park, com 10,8 GW, será majoritariamente exportada para a Croácia. (Agência CanalEnergia – 04.06.2025)
Lançamento Global de Planejamento Energético
Na abertura da 1ª Cúpula de Planejamento Energético, Thiago Prado, presidente da EPE, afirmou que não há transição energética bem-sucedida sem um planejamento robusto e transparente. O evento oficializou a Coalizão Global para o Planejamento Energético (GCEP), iniciativa lançada pelo Brasil durante a presidência do G20 em 2024, que visa conectar planejadores públicos, financiadores e formuladores de políticas. A plataforma, liderada pelo Ministério de Minas e Energia com a articulação da EPE, BNDES e MRE, e com a Irena como secretariado, define cinco fluxos de trabalho: governança para a implementação, expansão do acesso à energia, dados e modelagem energética, do planejamento às finanças e resiliência dos sistemas elétricos. A iniciativa enfatiza o papel estratégico do planejamento para atrair investimentos e reduzir a pobreza energética. (EPE – 03.06.2025)
EPE lidera debate global sobre transição energética na 1ª Cúpula de Planejamento
No segundo e último dia da 1ª Cúpula de Planejamento Energético, realizada em 4 de junho de 2025, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) ficou no centro do debate global sobre a transição energética. Após o lançamento oficial da Coalizão Global para o Planejamento Energético (GCEP), planejadores, financiadores e formuladores de políticas se reuniram no escritório central do BNDES, no Rio de Janeiro, para painéis, oficinas técnicas e apresentações interativas, focando na operacionalização da coalizão. Durante as sessões, foram discutidos temas como o planejamento da transmissão para a integração de energias renováveis, a modelagem para a resiliência da infraestrutura e o papel do planejamento na ampliação do acesso à energia, especialmente para sistemas isolados que atendem cerca de 2,5 milhões de pessoas. (EPE – 04.06.2025)
Galp anuncia novo investimento em planta flexível capaz de produzir hidrogênio e metano
O grupo português Galp aproveitou as comemorações pelo Dia Mundial do Meio Ambiente para anunciar um novo investimento voltado ao desenvolvimento de uma planta flexível capaz de produzir hidrogênio e metano a partir de efluentes agroindustriais. A primeira etapa do projeto já foi concluída, com a adequação dos laboratórios envolvidos, dando início aos testes em escala piloto. Com isso, parte da infraestrutura necessária foi viabilizada com recursos oriundos da cláusula de investimento da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Por fim, a iniciativa está sendo desenvolvida em parceria com instituições brasileiras, com foco na produção de dois combustíveis alternativos, sendo o H2V e o biometano. (Petronotícias – 05.06.2025)
Investimentos em energia devem atingir recorde de US$ 3,3 tri em 2025, puxados por fontes limpas
O investimento global em energia deve aumentar em 2025 para um recorde de US$ 3,3 trilhões. Esse valor tem sido capitaneado pelos aportes em tecnologias limpas, além disso, está a caminho de atingir um recorde de US$ 2,2 trilhões estes anos, refletindo não apenas os esforços para reduzir as emissões, mas também a crescente influência da política industrial, das preocupações com a segurança energética e da competitividade de custos das soluções baseadas em eletricidade. Os dados constam do mais recente relatório a Agência Internacional de Energia, o relatório anual de Investimento em Energia Mundial. Ademais, observam-se alguns dados importantes, como o fato de que o aporte em energias limpas representa o dobro de capital em comparação ao investimento em combustíveis fósseis, também expõem a China como protagonista nessa movimentação de capital. Por fim, as citações ao Brasil classificam o país como uma região com papel significativo nessa impulsão. (Agência CanalEnergia - 05.06.2025)
Cientistas propõem fundo global para garantir acesso justo e seguro a minerais críticos
Cientistas ligados à ONU propuseram a criação de um Fundo Global para a Gestão de Recursos Minerais, com o objetivo de coordenar o acesso a minerais críticos essenciais à transição verde e evitar disputas geopolíticas que afetam o comércio desses materiais. Segundo relatório divulgado hoje, cerca de 70% da produção mundial desses minerais está concentrada em poucos países, o que ameaça a segurança das cadeias de suprimento. A proposta sugere tratar esses minerais como bens compartilhados do planeta, com um modelo multilateral que respeite a soberania dos Estados e promova cadeias de valor sustentáveis e livres de conflitos. Inspirado em iniciativas como a japonesa Jogmec, o fundo permitiria o financiamento coletivo de projetos e visa reduzir a influência política sobre a comercialização desses recursos. A proposta será levada à reunião do G7 no Canadá e busca apoio de organismos internacionais como o G20, Banco Mundial e União Africana. (Valor Econômico - 05.06.2025)
Artigo Bráulio Borges, Paulo Artaxo e Thelma Krug: "COP30 na integração global dos mercados de carbono"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Bráulio Borges (pesquisador do FGV Ibre), Paulo Artaxo (coordenador do CEAS USP) e Thelma Krug (líder do conselho científico da COP30) tratam das recentes iniciativas do Brasil para precificar suas emissões de gases de efeito estufa, destacando dois mecanismos principais: o Imposto Seletivo sobre combustíveis fósseis, previsto na reforma tributária de 2023, e o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), um mercado regulado de carbono a ser implementado em 2027. Ambos instrumentos têm como referência o Custo Social do Carbono, estimado entre US$ 200 e US$ 300 por tonelada, e visam internalizar os danos ambientais causados pelas emissões. Os autores também abordam o papel do Brasil nas negociações climáticas internacionais, ressaltando sua proposta de integrar mercados de carbono com União Europeia, China e Califórnia, criando uma coalizão que antecipa um mercado global. Por fim, enfatizam a necessidade de urgência na adoção dessas medidas, pois a postergação da transição para uma economia de baixo carbono implicará custos sociais e econômicos crescentes. (GESEL-IE-UFRJ – 06.06.2025)
Crise Climática
Brasil deve liderar inclusão dos oceanos nas metas climáticas durante a COP30
Na COP30, que será sediada em Belém, o Brasil deve assumir protagonismo ao defender a inclusão da conservação dos oceanos nas metas de adaptação climática, especialmente por meio da meta 30x30, que prevê a proteção de 30% das áreas marinhas e terrestres até 2030. O país, com extensa costa e rica biodiversidade marinha, já protege cerca de 26,7% da sua Zona Econômica Exclusiva e possui áreas marinhas maiores que vários países europeus juntos. Especialistas esperam que a saúde dos oceanos, essenciais para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, seja incorporada aos indicadores da Meta Global de Adaptação do Acordo de Paris. Paralelamente, cresce a pressão internacional pela ratificação do Tratado do Alto-Mar, que regulamenta a proteção da biodiversidade em águas internacionais. A COP30 e a 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, na França, devem reforçar a urgência de integrar a conservação marinha às políticas globais contra a crise climática. (Valor Econômico - 06.06.2025)
Pará: Criação de pacote legal que fixa taxas de mineração e exploração hídrica para fundo ambiental
O governador do Pará, Helder Barbalho, vai sancionar, em 5 de junho, um pacote de três leis ambientais que aumentará em cerca de R$ 1 bilhão os recursos do estado para ações ambientais. As leis foram aprovadas pela Assembleia Legislativa e incluem a Lei de Responsabilidade Ambiental (PLP 4/2025), o PL 352/2025 e o PL 355/2025. As normas estabelecem a destinação obrigatória de parte das receitas oriundas das taxas de exploração hídrica e minerária para o Fundo Estadual de Meio Ambiente (Fema), garantindo financiamento contínuo e desvinculado de governos futuros. O objetivo é fomentar políticas voltadas ao combate ao desmatamento, redução de emissões, reflorestamento, bioeconomia e transição energética, além de cumprir metas da Agenda 2030 da ONU. A nova legislação cria também uma carreira específica de gestão ambiental. (O Globo – 05.06.2025)
Tempo OK: Inverno de 2025 deve repetir padrão de temperatura, mas será mais úmido
O inverno de 2025, qu começa em 20 de junho, deve repetir o padrão observado no ano anterior, com temperaturas até 2 °C acima da média em regiões como o Paraná, Sudeste e Centro-Oeste. Apesar disso, ondas de frio intensas ainda são esperadas, porém menos frequentes. Segundo a Tempo Ok, haverá aumento das chuvas em locais tradicionalmente secos durante o inverno, como Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, especialmente em junho. Esse padrão pode melhorar a umidade do ar e aliviar temporariamente a estiagem que afetou milhares de municípios em 2024. Ainda, as chuvas acima da média beneficiarão os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Sul, favorecendo a geração de energia, embora a recuperação do volume útil seja limitada. Para as energias renováveis, a geração solar pode sofrer com nebulosidade em junho e julho no Centro-Oeste, Sudeste e interior do Nordeste, enquanto a geração eólica no Nordeste deve se intensificar no final do inverno com ventos mais favoráveis. (Agência CanalEnergia - 04.06.2025)
Empresas
Hitachi Energy: Prolongamento de parceria com a Eletrobras para o sistema HVDC do Rio Madeira
A Hitachi Energy estendeu seu contrato de serviço com a Eletrobras para o sistema HVDC (corrente contínua em alta tensão) do Rio Madeira. O linhão, de 2.375 quilômetros, é um dos mais longos do mundo e, por mais de uma década, o sistema se beneficiou da tecnologia HVDC da Hitachi Energy sob um contrato de serviço de longo prazo EnCompass, para fornecer 3,15 GW de energia para cerca de 45 milhões de pessoas. Em destauqe, o projeto apresenta um sistema de controle e proteção MACH, que fornece funções avançadas de monitoramento e controle durante toda a vida útil do sistema HVDC. O acordo estendido, diante disso, inclui soluções de segurança cibernética, vistas como essenciais para aumentar a resiliência do sistema e ajudar a proteger a infraestrutura crítica contra ameaças. Segundo as empresas, as ações conjuntas permitem a continuidade na modernização do empreendimento e, além disso, reforçam o comprometimento de ambas com a excelência no fornecimento de tecnologia avançada e padrões de serviço de alta qualidade para atender às crescentes demandas do setor energético do Brasil. (Agência CanalEnergia - 05.06.2025)
Alupar: Pagamento de R$ 76 mi em dividendos aos acionistas
A Alupar anunciou que realizará, em 11 de junho, o pagamento de dividendos no valor de R$ 76 milhões. O montante a ser distribuído será de R$ 0,08 por ação ordinária (ALUP3), R$ 0,08 por ação preferencial (ALUP4) e R$ 0,24 por Unit (ALUP11), que é composta por uma ação ordinária e duas ações preferenciais. Farão jus ao recebimento dos dividendos os acionistas que estavam registrados na base da companhia ao fim do pregão de 16 de abril de 2025. (Agência CanalEnergia - 05.06.2025)
Cemig: Aporte de R$ 42 mi em linha de distribuição no Triângulo Mineiro
A Cemig inaugurou uma nova linha de distribuição de energia ligando a Usina de Porto Colômbia (SP) à subestação Frutal 2 (MG), com investimento de R$ 42 milhões. A estrutura beneficiará cerca de 110 mil pessoas em seis municípios do Triângulo Mineiro, reforçando o fornecimento de energia e possibilitando a conexão de usinas renováveis e grandes consumidores, especialmente no setor do agronegócio. A investida faz parte de um plano mais amplo de investimentos da Cemig na região, que prevê R$ 3 bilhões até 2027 em diversas frentes. Entre elas, a expansão do programa mais energia, que já já entregou 135 das 200 subestações previstas em Minas Gerais, sendo 28 somento no Triângulo Mineiro. (Agência CanalEnergia - 05.06.2025)
Isa Energia: Obtenção de licença prévia para linha na BA e MG
A ISA Energia Brasil obteve a segunda Licença Prévia (LP) do Projeto Serra Dourada, referente ao trecho da Linha de Transmissão 500 kV Barra II – Correntina – Arinos. O empreendimento é, atualmente, o maior investimento em transmissão no Estado da Bahia. O projeto, licenciado em resultado do Leilão de Transmissão nº 01/2023, possui 582,7 km de extensão e vai passar por 12 municípios entre Bahia e Minas Gerais. As obras contarão com 21 canteiros nos dois Estados e 3 novas subestações. O capex total estimado pela é de R$ 3,2 bilhões e a receita anual permitida (RAP) é de R$ 283,8 milhões. E o prazo para a energização do empreendimento é março de 2029. (Agência CanalEnergia - 04.06.2025)
Engie, TAG e Jirau Energia: Lançamento de programa de estágio voltado para a transição energética
A Engie, TAG e Jirau Energia lançaram o programa de estágio 2025, intitulado “Conecte seu talento à transição energética”. Segundo os agentes, a iniciativa oferece aos jovens a oportunidade de participar ativamente da construção de um futuro mais sustentável, contribuindo em projetos transformadores. O programa compreende diferentes regiões do país. São quatro vagas para Bahia, uma para o Ceará, uma para Goiás, duas para o Paraná, três para o Rio Grande do Sul, seis para o Rio de Janeiro, sete para Santa Catarina, uma para São Paulo e duas para Tocantins. Para participar da seleção é preciso que os estudantes tenham formação em curso superior prevista entre dezembro de 2026 e julho de 2028 e para cursos técnicos, julho de 2026 a julho de 2028. As inscrições podem ser realizadas até 30 de junho. (Agência CanalEnergia - 05.06.2025)
Leilões
MME tem ações na mesa para garantir suprimento em razão do atraso de leilão
O Ministério de Minas e Energia (MME) tem um conjunto de ações na mesa para garantir o suprimento energético de 2025, em razão do atraso no leilão de reserva de capacidade para contratação de potência (LRCAP). O secretário de Energia Elétrica, Gentil Nogueira Jr, afirmou no dia 04/06 que há recursos físicos disponíveis, parte deles não contratados. Uma dessas medidas é a antecipação da potência contratada de usinas do LRCAP de 2021, que vai adiantar também o pagamento da receita fixa. Ademais, a medida é uma recomendação do Operador Nacional do Sistema Elétrico após uma avaliação dos riscos associados à não realização do leilão. Além disso, o MME também avalia utilizar usinas termelétricas a GNL e recomenda a utilização do Horário de Verão. Por fim, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico vai avaliar outras medidas, em sua reunião mensal. (Agência CanalEnergia - 04.06.2025)
ONS: Abertura de inscrições para leilão de redução de demanda por disponibilidade
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) lançou um leilão para contratação de redução de demanda por grandes consumidores, com foco em contratos por disponibilidade de cinco meses, a partir de setembro de 2025. O leilão ocorrerá em 16 de julho e faz parte de um sandbox regulatório da Aneel, com resultados esperados para 2026. Os lances devem variar de 5 MW a 100 MW, com até dois produtos distintos: quatro ou seis acionamentos mensais, sempre em dias úteis das 18h às 22h. A modalidade, testada apenas uma vez em 2023, oferece receita fixa aos vencedores, além de receita variável vinculada ao PLD (Preço de Liquidação das Diferenças). Já o não cumprimento das reduções pode acarretar penalidades de até 10% sobre a receita fixa. O desafio é a gestão de carga por cinco meses consecutivos, exigindo flexibilidade ou cogeração. Os principais participantes esperados são consumidores eletrointensivos e agregadores de carga, que podem reunir ofertas menores para atingir o volume mínimo. As inscrições começaram em 2 de junho e uma simulação está marcada para 15 de julho. (Agência CanalEnergia - 04.06.2025)
Oferta e Demanda de Energia Elétrica
MME estuda adiar desligamento e reter água em hidrelétricas para evitar crise energética
O Ministério de Minas e Energia (MME) avalia medidas para preservar a geração hidrelétrica durante a seca no segundo semestre de 2025. Uma proposta é adiar para dezembro o desligamento de uma casa de força da Usina de Tucuruí, mantendo capacidade extra no sistema. Outra ação seria reter água nas usinas de Furnas, Jupiá e Primavera, similar à estratégia de 2024, para otimizar a gestão hídrica em períodos críticos. As medidas, a serem discutidas pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), visam garantir suprimento energético durante a estiagem. Em Tucuruí, o adiamento do desligamento ampliaria o potencial de geração, enquanto a retenção em outras usinas asseguraria reservas para picos de demanda. (Broadcast Energia - 04.06.2025)
Inovação e Tecnologia
Alckmin anuncia MP para atrair data centers com isenção fiscal e foco em energia limpa
Em entrevista, o presidente em exercício Geraldo Alckmin afirmou que a Medida Provisória para incentivar os data centers será encaminhada ao Congresso nas próximas semanas, estando o texto praticamente concluído. O governo projeta atrair até R$ 2 trilhões em investimentos nos próximos dez anos, com benefícios como a isenção total de tributos federais e a redução do imposto de importação em equipamentos de TI não fabricados no Brasil. Segundo Alckmin, o país possui energia abundante, sobretudo renovável, o que potencializa a viabilidade dos investimentos e a estabilidade, inclusive com a aposta em baterias para assegurar o fornecimento em períodos sem sol ou vento. As declarações foram feitas durante a inauguração do Parque Solar Arinos, em Minas Gerais. (Agência CanalEnergia - 05.06.2025)
Energias Renováveis
Investidores recuam de projetos renováveis no Brasil
O ambiente para investimentos em energia renovável no Brasil tem se tornado cada vez mais desafiador, levando grandes empresas e gestoras a reavaliar suas estratégias e redirecionar recursos para setores mais estáveis, como transmissão elétrica, créditos de carbono e renda fixa. Fatores como sobreoferta de energia, cortes forçados na produção, dificuldades regulatórias, juros elevados e descompasso entre geração e infraestrutura de escoamento tornaram projetos eólicos e solares menos atrativos. Empresas como Brookfield, Enel, Shell, Auren e Alupar estão mudando o foco ou cancelando projetos. Com o custo de capital elevado, investidores têm preferido ativos com maior previsibilidade e menor risco, enquanto iniciativas em geração distribuída e infraestrutura de transmissão continuam recebendo atenção. A desaceleração dos aportes em energia limpa reflete um movimento mais amplo de cautela, agravado pela ausência de ofertas públicas no setor desde 2021. (Valor Econômico - 06.06.2025)
Newave Energia inaugura empreendimento de R$ 1,5 bi
A Newave Energia inaugurou no dia 04/06, o Complexo Solar de Arinos, localizado em Minas Gerais. Com 432 MW pico de capacidade instalada e mais de 720 mil painéis solares, a usina tem potencial para abastecer uma cidade de 350 mil habitantes, o equivalente a 70 mil residências. Desenvolvido pela Newave Energia, o empreendimento, que entrou em operação comercial total em outubro de 2024, contou com um investimento de cerca de R$ 1,5 bilhão dos acionistas FIP Newave Energia e Gerdau. Em relação ao capital, a Gerdau detém 40% do capital social da N. Energia e é consumidora âncora da companhia de energia. Por fim, observa-se apoio integral por parte do governo em relação à consolidação desse movimento tanto em âmbito federal quanto estadual. (Agência CanalEnergia - 04.06.2025)
Aneel registra requerimento de outorga para 87,8 MW da 360 Energy Solarx
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) registrou requerimento de outorga (DRO) para 87,8 megawatts (MW) em usinas fotovoltaicas que serão implantadas nos municípios de Porto Real, no Rio de Janeiro, Goiana, em Pernambuco e Betim, em Minas Gerais. Ademais, os empreendimentos pertencem à empresa 360 Energy Solar Brasil. Conforme publicado no Diário Oficial da União (DOU). (Broadcast Energia - 04.06.2025)
Aneel aprova DRS-PCH para PCH Leão de 6,5 MW no rio Irani (SC)
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) registrou a adequação do Sumário Executivo (DRS-PCH) para a Pequena Central Hidrelétrica Leão, com 6,5 MW de potência, conforme publicado no Diário Oficial da União em 04/06/2025. O projeto, localizado no rio Irani (bacia do rio Uruguai), terá sua casa de força em Arvoredo (SC) e é desenvolvido pela Leão Energia. A aprovação atesta a conformidade do inventário e do uso do potencial hidráulico da usina. (Broadcast Energia - 04.06.2025)
Gás e Termelétricas
Brasil discute com França continuidade de Angra 3 e possível participação da EDF
O governo brasileiro aproveitará a visita de Lula à França para negociar a retomada das obras da usina nuclear Angra 3, com possível apoio francês. O ministro Alexandre Silveira (MME) se reunirá com a EDF, controladora da Framatome (fornecedora de equipamentos de Angra 2 e 3), nesta sexta-feira (06/06). A EDF é candidata à licitação para concluir o projeto, paralisado apesar de 65% pronto. Um estudo do BNDES (2024) estimou custo de R$ 23 bilhões, com 90% via financiamento. A Eletrobras, liberada de investir, discute novo modelo com o governo. Defensores do projeto alertam que cancelá-lo exigiria R$ 14 bilhões imediatos e mantém custos anuais de R$860 milhões em manutenção. A previsão é que Angra 3 entre em operação em 2031, caso avance. (Broadcast Energia - 04.06.2025)
Mercado Livre de Energia Elétrica
Auren fecha contrato para fornecer energia 100% renovável à Algodão Apolo por cinco anos
A Auren Energia firmou uma parceria de cinco anos com a Algodão Apolo para o fornecimento de energia 100% renovável no mercado livre, substituindo o uso de diesel por uma matriz elétrica limpa na unidade industrial de Cataguase, em Minas Gerais. O contrato prevê o suprimento de 0,30 MW médios, dentro de uma estratégia da Algodão Apolo voltada à otimização operacional, previsibilidade de custos e sustentabilidade ambiental. A migração, iniciada em abril, já resultou em uma redução de 30% nos custos de energia e garantiu à empresa o uso de energia certificada com I-REC, validando sua origem sustentável. Segundo a Auren, foi realizado um estudo detalhado do perfil de consumo da fábrica, identificando os horários de maior demanda elétrica e oferecendo uma proposta customizada com preço fixo. A empresa pontuou que a principal demanda dos clientes no mercado livre é a estabilidade de fornecimento com preços previsíveis, o que motivou a formulação de contratos personalizados e alinhados às necessidades específicas de cada operação. (Agência CanalEnergia - 05.06.2025)
Biblioteca Virtual
BORGES, Bráulio; ARTAXO, Paulo; KRUG, Thelma. "COP30 na integração global dos mercados de carbono".
Acesse o texto clicando no link.