IFE Diário 6.168
Regulação
Ministro anuncia reforma no setor elétrico com ampliação da Tarifa Social
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou uma proposta de reforma no marco legal do setor elétrico que inclui a ampliação da Tarifa Social, com gratuidade para famílias de baixa renda que consumirem até 80 kWh por mês, e a criação do Desconto Social para parte da classe média, com isenção de encargos para quem consome até 120 kWh. A medida beneficiaria cerca de 38 milhões de famílias, com custo estimado de R$ 3,6 bilhões por ano, gerando impacto de até 1,4% na tarifa dos demais consumidores, que o governo afirma ser diluído no longo prazo. O projeto ainda será analisado pela Casa Civil e pode ser enviado ao Congresso como medida provisória. Além disso, prevê-se o fim de subsídios às fontes renováveis e a ampliação gradual do acesso ao mercado livre de energia, atingindo todos os consumidores até 2028, o que permitiria maior liberdade de escolha do fornecedor. (Valor Econômico - 17.04.2025)
MME prioriza questões urgentes em PL de reestruturação do setor elétrico
O secretário Nacional de Energia Elétrica, Gentil Nogueira, afirmou que o projeto de lei de reestruturação do setor, a ser enviado à Casa Civil, focará nas demandas mais prementes dos agentes do setor. Entre os principais pontos estão a abertura do mercado livre de energia para todos os consumidores, permitindo escolha de fornecedor e fonte, e ajustes na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para torná-la mais justa e reduzir impactos tarifários. Nogueira destacou ainda a necessidade de resolver ineficiências, como o curtailment (cortes de geração), e assegurar segurança jurídica durante as mudanças. O objetivo é promover uma discussão ampla com sociedade e Congresso para melhorar a eficiência do setor. (Broadcast Energia - 16.04.2025)
Aneel avalia tarifa social como positiva, mas aguarda detalhes sobre impacto
No Fórum Brasileiro de Líderes em Energia, Fernando Mosna, diretor da Aneel, afirmou que a proposta de ampliação da tarifa social é interessante, mas aguarda mais detalhes do projeto de reestruturação do setor elétrico para avaliar seus efeitos. O ministro Alexandre Silveira (MME) pretende estender a gratuidade de energia (até 80 kW/mês) para mais de 60 milhões de pessoas, contra os atuais 40 milhões. A medida, porém, gera dúvidas sobre seu impacto na Conta de Desenvolvimento Energético, ainda que o MME garanta uma realocação de custos. Mosna ressalta a necessidade de clareza na implementação, mas vê a iniciativa como um avanço para um setor desgastado por regras complexas. O desafio será equilibrar benefícios sociais e sustentabilidade financeira. (Broadcast Energia - 16.04.2025)
Transição Energética
Programa Mover prevê economia de R$ 8 bi e redução de 50% nas emissões até 2030
O programa federal Mover (Mobilidade Verde e Inovação), lançado em 2023 para impulsionar o setor automotivo, prevê economia de R$ 8 bilhões em combustível entre 2027 e 2031, ao reduzir em 1,5 bilhão de litros o consumo de combustíveis fósseis, segundo o ministro e vice-presidente Geraldo Alckmin. A medida inclui incentivos financeiros de R$ 19,3 bilhões até 2028, além de metas ambientais como a redução de 50% nas emissões de carbono até 2030 e exigência de 80% de materiais recicláveis nos veículos a partir de 2027. Parte das regras, como o IPI Verde, ainda aguarda regulamentação. Alckmin também comentou sobre as tensões comerciais com os EUA, afirmando que o Brasil busca reverter tarifas de até 25% sobre aço, alumínio e automóveis, enquanto monitora oportunidades de exportação e impactos nas importações decorrentes dessas disputas. (Valor Econômico - 16.04.2025)
Cresce a demanda por baterias no Brasil com queda de 73% no custo desde 2017
A crescente demanda por baterias é impulsionada pela transição energética e pela necessidade de garantir estabilidade a uma matriz elétrica cada vez mais dependente de fontes intermitentes como sol e vento. Com a queda expressiva no custo das baterias no Brasil (73% desde 2017), a expectativa é que essa tecnologia ganhe protagonismo, com o primeiro leilão nacional de baterias previsto ainda para este ano. As baterias podem ajudar a reduzir o uso de térmicas e melhorar a eficiência e lucratividade do setor. Apesar disso, desafios como dependência da China, custo, reciclagem e produção local ainda precisam ser superados. Paralelamente, cresce o interesse no combustível sustentável de aviação (SAF), com empresas investindo na produção nacional e o governo estabelecendo metas de descarbonização. No entanto, a produção em escala ainda não existe no Brasil, e o alto custo do SAF, aliado à falta de regulamentação clara para exportação e garantia de sustentabilidade, impõe obstáculos ao avanço desse mercado emergente. (Valor Econômico - 17.04.2025)
Artigo de Victor Hugo Toioda e Tiago Ricci: "Reforma tributária e créditos de carbono"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Victor Hugo Toioda (coordenador jurídico da Systemica) e Tiago Ricci (diretor jurídico da Systemica) tratam da evolução da regulação do mercado de créditos de carbono no Brasil, destacando a promulgação da Lei nº 15.042/2024, que institui um novo marco regulatório e cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE). A nova legislação classifica os créditos de carbono como ativos transacionáveis, mas sua definição como "fruto civil" gera debates sobre a precisão técnica do termo. A lei também estabelece um regime tributário específico, mas a recente reforma tributária levanta questões sobre a tributação dessas transações, como a aplicação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Tais mudanças podem impactar economicamente os projetos que geram créditos de carbono, especialmente os conduzidos por comunidades tradicionais e pequenos produtores, exigindo uma análise cuidadosa para equilibrar o incentivo à sustentabilidade e a arrecadação fiscal, sem prejudicar o desenvolvimento do mercado de carbono no país. (GESEL-IE-UFRJ – 17.04.2025)
Artigo de Sérgio Volk: "COP 30: O grande desafio de gerar desenvolvimento econômico em bases ambientalmente sustentáveis"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Sérgio Volk (conselheiro fiscal do IBEF/SP) trata da relação entre o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade ambiental, destacando que, desde a Revolução Industrial, o crescimento econômico tem gerado desequilíbrios ambientais significativos. Ele explica que o conceito de desenvolvimento sustentável, consagrado na ECO-92, propõe a internalização das externalidades ambientais, ou seja, os poluidores devem arcar com os custos da poluição. Volk também discute o papel dos créditos de carbono e do manejo florestal sustentável, exemplificando com um projeto na Amazônia. Ele aponta que, apesar de os custos de compensação de CO2 serem menores do que os custos sociais da poluição, o desenvolvimento de tecnologias limpas e a mudança estrutural exigem investimentos em um ambiente de elevada incerteza. Por fim, defende a atuação do Estado para incentivar a adoção de práticas sustentáveis, destacando a importância de um mix de políticas públicas para promover uma transição ecológica que garanta tanto o bem-estar social quanto o crescimento econômico.(GESEL-IE-UFRJ – 17.04.2025)
Crise Climática
Atraso nas NDCs e crise geopolítica dificultam o avanço nas metas climáticas globais
A entrega atrasada das NDCs (contribuições nacionalmente determinadas) por grande parte dos países signatários do Acordo de Paris preocupa especialistas e pode comprometer o sucesso da COP30, que ocorrerá em Belém. Essas metas são fundamentais para limitar o aquecimento global a 1,5°C, mas atualmente estão longe de alcançar esse objetivo. Mesmo que todas as NDCs em vigor sejam cumpridas, a temperatura do planeta poderá subir entre 2,6°C e 2,8°C até 2100. O Brasil se destacou ao entregar uma NDC ambiciosa no prazo, prometendo cortar até 67% das emissões até 2035, e tenta liderar pelo exemplo. No entanto, grandes emissores como China, Índia e União Europeia ainda não apresentaram suas novas metas. O cenário geopolítico conturbado, incluindo guerras e disputas comerciais, também dificulta a cooperação internacional e agrava a crise do multilateralismo no enfrentamento das mudanças climáticas. (Valor Econômico - 17.04.2025)
Artigo de Bráulio Borges e Jean Ometto: "A economia da floresta desafia o Brasil na COP30"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Bráulio Borges (pesquisador do FGV-Ibre) e Jean Ometto (pesquisador sênior no Inpe) tratam da importância da preservação da Amazônia para o combate às mudanças climáticas e para a economia global. Eles destacam que a floresta, com seu valor estimado em até R$ 13 trilhões anuais, pode se tornar um sumidouro de carbono, contribuindo para a redução das emissões. Os autores ressaltam a relevância de instrumentos econômicos como o Fundo Amazônia e o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que visam financiar a conservação da floresta. No entanto, apontam que a transição para um modelo de desenvolvimento sustentável na Amazônia enfrenta desafios, como a erradicação do desmatamento ilegal e a necessidade de implementar soluções adaptadas às diversas realidades regionais. O artigo também enfatiza a urgência de envolver as populações locais na proteção da floresta e garantir que os recursos gerados pela preservação beneficiem as comunidades e contribuam para um novo modelo econômico inclusivo e sustentável. (GESEL-IE-UFRJ – 17.04.2025)
Empresas
Petrobras: AGO para eleição de 8 vagas do Conselho de Administração
Os acionistas da Petrobras se reuniram, em 16 de abril, em Assembleia Geral Ordinária (AGO) para eleger oito das 11 vagas do Conselho de Administração da estatal. As outras três vagas — duas dos acionistas minoritários e uma dos empregados — não estão em disputa, pois os mandatos seguem até 2026. Atualmente, o governo federal tem direito a seis assentos no conselho, os minoritários quatro, e os empregados um. A União indicou oito nomes para a eleição, incluindo Magda Chambriard, atual presidente da Petrobras, que já faz parte do colegiado, mas terá seu mandato até 2027 confirmado na eleição. Pietro Mendes, também indicado, permanece como presidente do Conselho enquanto aguarda aprovação para um cargo na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Outros nomes indicados pelo governo são Renato Galuppo, Rafael Dubeux, Bruno Moretti, José Fernando Coura, Ivanyra Correia e Benjamin Rabello Filho. O conselheiro Vitor Saback, indicado anteriormente pela União, deixará o cargo. Do lado dos investidores privados, foram indicados João Abdalla Filho, Aloisio Macário Ferreira de Souza e Thales Kroth de Souza. Já Francisco Petros e Jerônimo Antunes continuam no conselho como representantes dos minoritários, com mandato até 2026, assim como Rosangela Buzanelli Torres, representante dos empregados. (O Globo – 16.04.2025)
AEPET: Petrobras resiste aos efeitos da guerra comercial entre EUA e China
Apesar da instabilidade causada pela guerra comercial entre Estados Unidos e China e pelas oscilações nos preços do petróleo, a Petrobras tem demonstrado resiliência. No entanto, segundo Felipe Coutinho, presidente da AEPET (Associação dos Engenheiros da Petrobras), a empresa poderia ter um papel mais estratégico na proteção da economia brasileira. Para isso, de acordo com o executivo, a petroleira deveria mudar sua política de preços – que é baseada no modelo de paridade de importação -, além de rever seu foco em distribuição de dividendos e ampliar os investimentos em projetos de valor voltados ao abastecimento interno. Coutinho acredita que, apesar dos riscos de recessão global e da queda nos preços do petróleo, a Petrobras possui estrutura integrada e geração de caixa robusta para se manter competitiva. No entanto, critica o atual plano de investimentos por ser tímido e por incluir projetos questionáveis, como a produção de biocombustíveis a partir de óleo de soja. Sobre o pré-sal, alerta que o pico de produção está próximo e defende o uso estratégico dessas reservas dentro do país. Quanto à transição energética, avalia que será lenta e que os combustíveis fósseis seguirão sendo predominantes por décadas, ressaltando que a adoção de fontes renováveis deve ser feita com base técnica e sem subordinação a interesses privados ou estrangeiros. (Petronotícias – 15.04.2025)
ROGII e Petrobras: Parceria para otimização de reservatórios no Brasil
A ROGII, empresa global especializada em geo-orientação e análise de subsuperfície, firmou uma parceria com a Petrobras, o que marca sua entrada no mercado brasileiro. O contrato, com duração inicial de cinco anos, prevê o uso de tecnologia de inversão em tempo real para aumentar a eficiência operacional e otimizar o desempenho dos reservatórios da estatal. Segunod a ROGII, a colaboração está alinhada à sua estratégia de expansão internacional em mercados estratégicos e estabelece uma base sólida para avanços em geo-orientação (geosteering) e gestão de reservatórios. Para o CEO Igor Uvarov, a parceria une a expertise da Petrobras às soluções tecnológicas da ROGII, com o objetivo de impulsionar a produção de energia e gerar valor para ambas as empresas. (Petronotícias – 15.04.2025)
PwC: Estudo aponta que empresas de energia valorizaram 20% nos últimos anos
As empresas de energia no Brasil registraram uma valorização média de cerca de 20% nos últimos quatro anos, segundo dados da Strategy&, consultoria estratégica da PwC. O estudo “Industry Insights Energy & Utilities”, que analisou mais de 3 mil empresas do setor de energia no mundo, teve como objetivo foi compreender as tendências setoriais, de mercado e os principais fatores de sucesso dentro do setor. O trabalho apurou ainda que empresas que incorporaram fontes renováveis à sua matriz se valorizaram 25% a mais do que as que mantiveram foco em fontes tradicionais. A geração renovável também se destacou por apresentar maior retorno, múltiplo de mercado e estabilidade nos resultados, enquanto as fontes fósseis cresceram mais rapidamente por questões ligadas à segurança do abastecimento. Ademais, o levantamento mostrou ainda que empresas com estratégias mais ágeis e especializadas – geralmente de menor porte – apresentaram melhor crescimento e precificação, enquanto as grandes e integradas demonstraram maior solidez nos resultados. O estudo também apontou que avanços tecnológicos, como baterias e biocombustíveis, estão tornando as fontes renováveis mais acessíveis e confiáveis, e que, globalmente o setor de energia e utilities já recuperou o nível pré-pandemia. (Agência CanalEnergia - 15.04.2025)
Enel: Mudança de marca no Brasil
A Enel Brasil reformulou sua marca. A conta de luz com a nova logomarca começará a ser distribuída a partir de maio. Segundo a empresa, a alteração da identidade visual reflete o momento de evolução da empresa no país. Além disso, a mudança acompanha os investimentos anunciado pelo grupo, de R$ 25,3 bilhões, sendo R$ 24 bilhões em distribuição, para o período de 2025 a 2027. Os recursos anunciados têm foco em tecnologia e modernização, além da expansão da rede. Em destaque, a companhia informou que ampliará os investimentos em digitalização, automação e na melhoria do sistema de distribuição em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Ceará. A empresa também está formando mão de obra com escolas para formação de eletricistas nos três estados. (Agência CanalEnergia - 15.04.2025)
Light: Oferta de oportunidades profissionais no âmbito de sua transformação digital
A Light está em processo de transformação digital e, como parte da investida, está ofertando vagas para profissionais das áreas de tecnologia da informação (TI) e negócios. As contratações fazem parte de um investimento estratégico em tecnologias como Sistema de Informação Geográfica (GIS), controle e gestão de rede elétrica (ADMS/SCADA) e sistemas, aplicações e produtos para processamento de dados (SAP), com o objetivo de alcançar excelência operacional e liderança tecnológica até 2025. Para participar, os candidatos devem ter nível superior e disponibilidade para atuar presencialmente no Rio de Janeiro. Segundo o Diretor de Tecnologia, Ângelo Coelho, a iniciativa vai além da contratação, buscando modernizar processos e melhorar a experiência do cliente, incluindo soluções como atendimento via WhatsApp e reformulação do aplicativo da empresa. Além das melhorias no atendimento, a Light está investindo em soluções operacionais e segurança cibernética. A previsão da companhia é que o processo de transformação digital se estenda pelos próximos dois a três anos. (Agência CanalEnergia - 16.04.2025)
Energisa: Inscrições abertas para programa de aceleração de carreira
O Grupo Energisa abriu as inscrições para o Programa de Aceleração de Carreira – Seu Talento nos Energisa. Com abrangência nacional, a iniciativa é voltada para jovens profissionais que já têm experiência no mercado e desejam evoluir na carreira. Para participar, é uma exigência ter formação superior concluída nos últimos cinco anos, em qualquer curso, com preferência para Engenharia Elétrica, Engenharia de Produção, Engenharia da Computação, Administração de Empresas, Economia e cursos correlatos de Tecnologia. Segundo a companhia, os participantes selecionados terão a oportunidade de conduzir projetos estratégicos, vivenciar diferentes áreas da empresa e contar com o acompanhamento de mentores e lideranças do Grupo Energisa. Além disso, os selecionados terão acesso a treinamentos, participação em fóruns executivos e outros benefícios. As inscrições podem ser realizadas até 6 de maio. (Agência CanalEnergia - 16.04.2025)
Leilões
Aneel pode reduzir consulta pública do edital do LRCAP de 2025
A Aneel poderá realizar eventualmente uma consulta pública mais curta com a proposta do edital do Leilão de Reserva de Capacidade de 2025 (LRCAP), se as alterações feitas pelo governo nas diretrizes do certame não forem tão expressivas. A Lei Geral das Agências estabelece prazo de 45 dias para o processo de consulta, que pode ser encurtado de acordo com a urgência. Com isso, como já teve discussões prévias sobre o tema, a potencialização de os ajustes serem menores e assim reduzir o atraso para a contratação de potencial. O Ministério de Minas e Energia vai recomeçar o processo de discussão, incluindo alterações nas regras que foram questionadas judicialmente. A Aneel também dissertou sobre o processo de renovação das concessões, colocando-o em um ritmo normalizado. A agência tinha 60 dias para fazer a avaliação, mas concluiu o trabalho em menos de 30 dias. (Agência CanalEnergia - 15.04.2025)
Oferta e Demanda de Energia Elétrica
ONS: Decisões tomadas pelo CMSE permitirão aumento de 1,8 mil MW no intercâmbio NE-SE
O diretor de Planejamento do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Alexandre Zucarato, anunciou que a decisão do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) permitirá aprimoramentos nos Sistemas Especiais de Proteção (SEPs), resultando em um aumento de cerca de 1.800 megawatts (MW) nos limites de intercâmbio do Norte/Nordeste ao Sudeste/Centro-Oeste para o segundo semestre. Essas mudanças visam reduzir o ‘curtailment’, que têm causado prejuízos significativos para as geradoras de energia renovável, principalmente as eólicas e solares no Nordeste. Zucarato destacou que as melhorias foram desenvolvidas pela equipe do ONS e passaram por avaliação do grupo de trabalho (GT) antes de serem apresentadas ao CMSE. Zucarato pontuou, todavia, que os novos equipamentos levarão pelo menos três anos para entrar em operação e contribuir para a atenuação dos problemas de cortes de geração. (Broadcast Energia - 16.04.2025)
ONS: Custo Marginal da Operação cai 40% no Sudeste/Centro-Oeste entre 12 e 18/04
O Custo Marginal da Operação (CMO) para o período de 12 a 18 de abril teve variações significativas em diferentes regiões do Brasil, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). No submercado Sudeste/Centro-Oeste, houve uma queda de 40% em relação à semana anterior, com o custo para produzir 1 megawatt-hora (MWh) sendo de R$ 163,42. No Sul, a redução foi de 38%, chegando a R$ 173,26 por MWh. Por outro lado, no Nordeste e no Norte, o CMO permaneceu em R$ 0,00 por MWh. Essas informações são destacadas no boletim do Programa Mensal da Operação, indicando que os custos de geração de energia elétrica estão variando de forma significativa em diferentes partes do país. Essa queda nos custos pode impactar diretamente o setor elétrico e a economia como um todo, refletindo possíveis mudanças na matriz energética e na forma como a energia é consumida e distribuída. É importante acompanhar essas variações e entender como elas podem influenciar o mercado de energia no Brasil. (Broadcast Energia - 16.04.2025)
ONS: ENA no Sudeste/Centro-Oeste deve terminar o mês em 74% da média, alta de 5 p.p.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) atualizou as previsões de Energia Natural Afluente (ENA) para abril em diferentes subsistemas do Brasil. No Sudeste/Centro-Oeste, a ENA deve atingir 74% da média histórica até o final do mês, um aumento de 5 pontos percentuais em relação à projeção anterior. Isso significa que os reservatórios das hidrelétricas na região devem encerrar abril com 69,4% de capacidade. Já no Sul, a ENA prevista é de 56% da média de longo prazo, uma redução de 3 pontos percentuais em relação ao último prognóstico, resultando em um nível de armazenamento de 39,2%. Para o Nordeste, a ENA deve alcançar 27% da média, um aumento de 1 ponto percentual em relação à previsão anterior, o que levará os reservatórios a ficarem em 75,6% de capacidade. No Norte, a ENA esperada é de 79% da média, 2 pontos percentuais a menos do que inicialmente previsto, com os reservatórios atingindo 97,0% de armazenamento no fim de abril. Essas atualizações indicam um cenário de variações nas condições hidrológicas em diferentes regiões do país, influenciando diretamente a geração de energia elétrica e a gestão dos recursos hídricos. (Broadcast Energia - 16.04.2025)
ONS: Carga de energia deve terminar abril em 83.336 megawatts médios, queda anual de 1,6%
A carga de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN) está prevista para encerrar abril em 83.336 megawatts médios (MWmed), um aumento de 0,4% em relação ao previsto no Programa Mensal da Operação (PMO) anterior. No entanto, em comparação com o mesmo período do ano passado, há uma queda de 1,6%. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aponta que no Sudeste/Centro-Oeste, responsável por mais da metade do consumo de energia do SIN, a carga deve atingir 45.219 MWmed, representando uma queda de 4,6% em relação à estimativa anterior e de 3,7% em comparação com o ano passado. No Sul, a carga de energia é projetada em 13.518 MWmed, com uma redução de 4,1% em relação ao PMO anterior e de 3,0% em comparação anual. Para o Nordeste, a previsão é de 13.653 MWmed, um aumento de 0,2% em relação à estimativa anterior e de 2,7% em comparação com abril de 2024. Já no Norte, a carga deve alcançar 7.945 MWmed até o final do mês, um aumento de 0,2% em relação à projeção anterior e de 6,4% em comparação com o ano anterior. (Broadcast Energia - 16.04.2025)
MME reconhece alternativa de acesso à Rede Básica do SIN
A secretaria de transição energética e planejamento do Ministério de Minas e Energia reconheceu que a alternativa de acesso à Rede Básica do Sistema Interligado Nacional (SIN), definida pelos estudos para a conexão do Data Center Salto I, no município de Salto (SP), atende aos critérios de mínimo custo global de interligação e reforço nas redes e está compatível com o planejamento da expansão do setor elétrico. De acordo com a publicação no Diário, o referido acesso compreende a construção de uma linha de transmissão radial em 440Kv. E aproximadamente 3 km de extensão, ligando a subestação Salto à nova subestação DC Salto I. Também é prevista a implementação de duas entradas na SE Salto. (Agência CanalEnergia - 16.04.2025)
Porto Rico: Apagão deixa 1,1 milhão de pessoas sem energia e gera protestos no país
Porto Rico sofreu mais um apagão em larga escala na quarta-feira, deixando cerca de 1,1 milhão de clientes sem eletricidade, em pleno feriado da Páscoa, devido à falha em uma linha de transmissão que causou um colapso total nas usinas geradoras. A previsão é que a energia seja totalmente restabelecida entre 48 e 72 horas, com prioridade para hospitais e o aeroporto. O apagão paralisou serviços, interrompeu o transporte público e levou ao fechamento de shoppings e à suspensão de eventos esportivos. A crise expôs novamente a fragilidade da rede elétrica desde o furacão Maria em 2017, gerando revolta popular, críticas políticas e protestos de figuras públicas como Bad Bunny, que culparam decisões políticas e a gestão das empresas LUMA e Genera pela situação recorrente e pela deterioração da qualidade de vida na ilha. (ELPAIS - 16.04.2025)
Mobilidade Elétrica
Stellantis define Brasil como próximo destino para produção de veículos elétricos da Leapmotor
A Stellantis, após escolher Zaragoza, na Espanha, para iniciar a produção europeia dos veículos elétricos da chinesa Leapmotor, agora foca em definir onde será a fabricação desses carros no Brasil. A nacionalização da produção é considerada essencial para escalar o negócio na América Latina, e duas fábricas brasileiras estão em análise: Porto Real (RJ) e Goiana (PE), sendo esta última a favorita devido à sua modernidade, logística estratégica via o Porto de Suape e incentivos fiscais do Nordeste. A decisão depende de três fatores principais: volume de vendas, aceitação da marca no mercado brasileiro e viabilidade da planta escolhida. Caso a operação avance, será necessário um novo aporte financeiro, já que a Leapmotor não está incluída nos R$ 30 bilhões de investimentos anunciados pela Stellantis no país. Também há interesse na localização da produção de baterias, embora o grupo possa, inicialmente, depender da fábrica espanhola em parceria com a CATL. (Valor Econômico - 17.04.2025)
Energias Renováveis
Operação com usina fotovoltaica tem o objetivo de estudar eventos extremos na geração
Já está em operação a usina fotovoltaica piloto construída para realizar estudos sobre o impacto de eventos extremos na geração de energia solar. O investimento de R$ 5,4 milhões é do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e da TotalEnergies. O projeto teve o envolvimento de 17 pesquisadores. As pesquisas serão conduzidas em Natal, no Rio Grande do Norte, onde 380 módulos solares, de diferentes tecnologias, foram instalados em uma área de 4.400 metros quadrados. A capacidade de geração de energia instalada é de 200 kilowatt-pico (kWp). O início da operação está previsto para o segundo semestre deste ano. (Petronotícias – 16.04.2025)
Atiaia Renováveis inicia projeto da Pequena Central Hidrelétrica em Goiás
A Atiaia Renováveis iniciou a construção da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Taboca no município de Rio Verde, em Goiás, com investimento previsto de R$ 350 milhões. Arrematado no Leilão A-5 de 2022, o projeto tem contrato firmado com distribuidoras do Ambiente de Contratação Regulada (ACR), com entrega de energia prevista para janeiro de 2027. (Agência CanalEnergia - 16.04.2025)
Gás e Termelétricas
Eletronuclear: Greve dos funcionários chega ao 8º dia sem diálogo e sem perspectivas para terminar
A greve na Eletronuclear completa oito dias sem avanços nas negociações entre os grevistas e a diretoria da empresa. Segundo os sindicatos, a postura intransigente da gestão intensificou o impasse, e os prejuízos acumulados já chegariam a cerca de US$ 7 milhões por dia, devido a multas contratuais com a Westinghouse, responsável por serviços na usina de Angra 1. A empresa admite dificuldades causadas pela paralisação, mas nega os números divulgados pelos grevistas. Os grevistas afirmam que a situação é agravada por problemas técnicos em Angra 2 e pela possibilidade de a Westinghouse suspender suas atividades caso não consiga atuar até a próxima quarta-feira. Além disso, alegam que, diante do impasse, a diretoria cogita desligar Angra 1 e conceder férias coletivas por até seis meses, enquanto a empresa nega essa intenção. Apesar de liberarem pontualmente alguns técnicos, os grevistas afirmam que não permitirão a entrada de funcionários grevistas sem garantias, especialmente em relação ao abono dos dias parados, ponto que continua sem acordo. (Petronotícias – 15.04.2025)
Players iniciam movimentos de importação de gás argentino pelo gasoduto boliviano
A MGas, comercializadora do mercado livre de gás natural controlada pela J&F (dona da JBS), começou a importar gás da Argentina por meio do gasoduto da Bolívia. A primeira remessa, em regime piloto, somou 300 mil metros cúbicos, produzidos no Noroeste do país vizinho. O principal foco é a região produtora de Vaca Muerta. No início do mês, ocorreu a primeira importação do tipo, por meio do gasoduto. Por fim, diversos players do setor estão utilizando esse mecanismo como pilar para suas transações e negociações de suas operações. (Petronotícias – 17.04.2025)
Petrobras: Produção de fertilizantes nitrogenados pode exigir 30 milhoes de m³ de gás natural por dia
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou ontem (16/04) que a produção de fertilizantes nitrogenados no Brasil pode exigir até 30 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural. A executiva fez a declaração durante um evento na Coppe/UFRJ, no Rio de Janeiro, onde foi lançado um projeto-piloto voltado à redução de perdas no escoamento de óleo e gás. A presidente declarou que o país ainda possui uma grande dependência de importações para atender sua demanda por fertilizantes nitrogenados. Mas, gás com alto teor de CO2, como os do pré-sal, permite baratear a produção no país. Ademais, vale ressaltar que a companhia ainda tem duas fábricas de fertilizantes, uma que está paralisada e outra que está em processo de reativação. Por fim, o investimento nessa tendência está nos planos de negócios da instituição entre 2025 e 2029. (Petronotícias – 16.04.2025)
Mercado Livre de Energia Elétrica
Reforma do setor elétrico propõe acesso ao mercado livre de energia para todos até 2028
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que a proposta de reforma do setor elétrico prevê a ampliação gradual do acesso ao mercado livre de energia para todos os consumidores até 2028, permitindo que residências e pequenos comércios escolham seus fornecedores, assim como já ocorre com grandes indústrias. A chamada “portabilidade da conta de luz” funcionará de forma semelhante à portabilidade de telefone ou plano de saúde, mantendo o consumidor conectado à distribuidora local, mas com acesso a ofertas diversificadas, especialmente de energia renovável. A reforma também propõe novas modalidades tarifárias e um encargo para compensar efeitos da migração de consumidores, visando incentivar a concorrência e modernizar o setor. (Valor Econômico - 16.04.2025)
Biblioteca Virtual
TOIODA, Victor Hugo; RICCI, Tiago. "Reforma tributária e créditos de carbono".
Acesse o artigo clicando no link.
VOLK, Sérgio. "COP 30: O grande desafio de gerar desenvolvimento econômico em bases ambientalmente sustentáveis".
Acesse o artigo clicando no link.
BORGES, Bráulio; OMETTO, Jean. "A economia da floresta desafia o Brasil na COP30".
Acesse o artigo clicando no link.