IFE Diário 6.150
Regulação
Limitação a autoprodução está entre temas abarcados por MP do setor elétrico
O Ministério de Minas e Energia (MME) está discutindo a imposição de restrições ao modelo de autoprodução de energia elétrica. O objetivo é garantir que os sócios das geradoras tenham uma participação efetiva nas usinas, evitando que empresas usem esse arranjo para escapar de encargos setoriais. Uma proposta é estabelecer um percentual mínimo de participação no capital social dos empreendimentos geradores de energia. Além disso, pretende-se definir uma carga mínima para que os empreendimentos possam adotar esse modelo. O ministro Alexandre Silveira reiterou que a proposta de reforma do setor energético será enviada ao Congresso em até 60 dias, seja por medida provisória ou projeto de lei com urgência. O senador Marcos Rogério sugeriu retomar a tramitação do PL 414/2121 sobre o assunto. Silveira também mencionou a possibilidade de abertura total do mercado de energia, permitindo que consumidores escolham seus fornecedores. A reforma do setor energético é aguardada como uma medida importante para melhorar a eficiência e a transparência no setor. (Broadcast Energia – 21.03.2025)
CCEE: Bandeira tarifária de maio deve ser amarela
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) projetou que a bandeira tarifária amarela estará em vigor em todos os quatro cenários avaliados para o mês atual em São Paulo. No entanto, com a chegada do período seco nos meses seguintes, a tendência é que a bandeira seja alterada para vermelha a partir de junho. Neste cenário, a bandeira vermelha subiria do patamar 1 para o 2 no mês seguinte e permaneceria assim até outubro. A mudança na bandeira tarifária implica em cobranças adicionais na conta de luz. No caso da bandeira amarela, o acréscimo seria de R$ 0,01885 para cada quilowatt-hora (kWh) consumido. Já com a bandeira vermelha no patamar 1, o valor adicional seria de R$ 0,04463 por kWh, e no patamar 2, o acréscimo chegaria a R$ 0,07877 por kWh consumido. Essas projeções da CCEE refletem a preocupação com o aumento da demanda por energia elétrica durante o período seco, que historicamente é caracterizado por uma menor disponibilidade de recursos hídricos para geração de energia. A mudança nas bandeiras tarifárias tem como objetivo sinalizar aos consumidores a necessidade de moderação no consumo de energia, visando a preservação do sistema elétrico e o equilíbrio entre oferta e demanda. (Broadcast Energia – 21.03.2025)
ONS: Relatório Anual 2024 destaca gestão do SIN e soluções de monitoramento mais precisas
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (NOS) publicou, em 21 de março, o Relatório Anual 2024. O documento apresenta os resultados conquistados no ano passado, bem como os desafios e avanços na gestão do Sistema Interligado Nacional (SIN), com destaque para as estratégias aplicadas para lidar com os diferentes cenários. O diretor-geral do ONS, Marcio Rea, destaca que o crescimento da geração renovável demanda investimento em novas tecnologias de acompanhamento das condições climáticas. Essa circunstância impeliu aportes em ferramentas de previsão e monitoramento mais precisas, tendo em vista a intermitência natural dessas fontes de energia, a fim de garantir a segurança do sistema. Além disso, o operador reforçou a atuação junto a agentes de energia eólica e solar para a atualização de seus modelos matemáticos, mirando a reprodução fiel do desempenho real das unidades geradoras. O documento também ressalta ações do ONS em parceria com o Ministério de Minas e Energia (MME) e outras instituições em temas como a gestão dos recursos hídricos, a definição de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e o lançamento de ferramenta de Inteligência Artificial generativa. (Agência CanalEnergia - 21.03.2025)
EPE publica Boletim Anual de Transmissão referente a 2024
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgou, em março de 2025, o Boletim Anual de Transmissão referente a 2024. O documento, apresentado em formato de Story Map, detalha estudos técnico-econômicos e socioambientais que resultaram na recomendação de novos empreendimentos de transmissão de energia. Essas obras visam aumentar a confiabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN) e melhorar o atendimento elétrico aos consumidores. O boletim também destaca ações da EPE para reduzir incertezas e riscos, como atividades de campo após os danos causados por fortes chuvas no Rio Grande do Sul, além de workshops sobre leilões realizados em 2024. O relatório combina análises detalhadas com recursos interativos, reforçando o planejamento estratégico do setor elétrico brasileiro. (EPE – 21.03.2025)
Curso GESEL “Tarifas de Energia Elétrica e Revisões Tarifárias”
Uma nova turma do Curso GESEL “Tarifas de Energia Elétrica e Revisões Tarifárias” está com inscrições abertas. Indicado para agentes do Setor Elétrico interessados no tema, o curso oferece uma abordagem teórica robusta, fundamentada em princípios de microeconomia, combinada com aulas práticas voltadas para o estudo do mercado regulado de energia elétrica no Brasil. Os participantes irão explorar a estrutura de custos do setor elétrico, os componentes que determinam o nível tarifário e a estrutura tarifária vigente, analisando como as distribuidoras são remuneradas pelo fornecimento de energia e pela infraestrutura de rede no mercado livre. As aulas, online, estão previstas para começar no próximo dia 2 de abril e serão sempre às quartas e quintas-feiras (das 19h às 21h). Para mais informações e inscrições acesse: https://forms.gle/JrQzvd9yTbJcwWLH9 (GESEL-IE-UFRJ – 24.03.2025)
Transição Energética
BID Invest busca mobilizar US$ 110 bi para transição ecológica na América Latina e Caribe
O novo modelo de atuação do BID Invest, braço de investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, visa mobilizar até US$ 110 bilhões em investimentos privados para setores como transição ecológica e hidrogênio verde na América Latina e Caribe, com o Brasil se destacando como um dos maiores beneficiados. O modelo inclui um aumento de US$ 3,5 bilhões no capital da instituição nos próximos sete anos, sendo que o Brasil contribuirá com US$ 400 milhões. A estratégia visa aumentar a capacidade do BID de assumir riscos e mobilizar investimentos, especialmente para a transição ecológica. Além disso, o BID está negociando um empréstimo de US$ 2 bilhões com o Brasil para apoiar a transição ecológica, com recursos direcionados a programas sustentáveis, como o Eco Invest. A agenda do BID está alinhada com os interesses do governo brasileiro, focando em questões como clima, pobreza e desigualdade. O banco também está implementando medidas para aumentar a eficiência e liberar capital, como parcerias com instituições internacionais e a troca de risco cambial. (Valor Econômico - 24.03.2025)
Desafios e alternativas para a descarbonização do transporte marítimo global
O transporte marítimo, fundamental para a economia global, é responsável por cerca de 3% das emissões globais de gases de efeito estufa, e a Organização Marítima Internacional (IMO) estabeleceu metas para reduzir essas emissões até 2050. No entanto, questões geopolíticas e econômicas, como a resistência do Brasil e de outros países, como China e Índia, à taxação global de carbono proposta pela IMO, dificultam a adoção de soluções sustentáveis. O Brasil defende biocombustíveis de primeira geração, como etanol e biodiesel, como alternativas, embora haja preocupações quanto aos seus impactos ambientais e à viabilidade tecnológica. Enquanto o Brasil foca na expansão do mercado de biocombustíveis, outros países investem em combustíveis de baixo carbono, como amônia verde e e-metanol, que podem ser mais eficazes na descarbonização do setor. O Brasil, embora legítimo em sua defesa, também precisa considerar a liderança na transição para tecnologias mais sustentáveis. (Agência Eixos - 23.03.2025)
Crise Climática
MMA/Lima: Esforços para uma COP com o mínimo de fumaça
O secretário extraordinário do Meio Ambiente e Mudança do Clima André Lima declarou atribuir as dificuldades no controle do fogo às mudanças climáticas e à falta de um sistema nacional estruturado até o ano passado. Em 2024, incêndios devastaram a Amazônia, o Pantanal e outras regiões, expondo falhas na prevenção por parte do poder público. Ele, todavia, considera injustas as críticas de falta de preparo do governo e destaca a responsabilidade deveria ser compartilhada entre Estados, municípios e propriedades rurais. Ante essas ocorrências e a prioridade da agenda ambiental que fora anunciada para a gestão atual, o governo definiu medidas emergenciais, incluindo a contratação de brigadistas e a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo. Com a COP30 – da qual o Brasil será anfitrião - se aproximando, Lima ressalta que a ocorrência de incêndios é uma grande preocupação e defende que as ações de combate devem ser descentralizadas, “de baixo para cima”. (O Estado de São Paulo - 19.03.2025)
Science: Atuação do governo brasileiro antes da COP30 não reflete liderança da agenda climática
A atuação do governo brasileira na agenda climática foi objeto de matéria na revista científica Science. A publicação criticou a postura de diversos ministérios que promovem ações que aumentam as emissões de gases de efeito estufa, o que contradiz o exemplo que deveria ser evidenciado enquanto anfitrião da COP30 neste ano. Entre as ações desaprovadas estão: a recuperação da BR-319, incentivos para expansão da soja e a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Cientistas alertam que essas políticas podem acelerar o desmatamento e comprometer o papel da Amazônia na regulação climática, o que poderá resultar na intensificação de impactos climáticos desastrosos. Ante a biodiversidade e influência climática do Brasil, especialistas do veículo defendem que o país deveria liderar uma transição rápida para o fim do uso de combustíveis fósseis, mudando radicalmente suas políticas ambientais. A resposta do governo, contudo, é que a transformação precisa ser gradual para que impactos econômicos e riscos de segurança sejam evitados. O debate, então, evidencia o desafio do Brasil em equilibrar crescimento econômico e compromissos climáticos antes da COP30. (Folha de São Paulo – 20.03.2025)
Crise climática ameaça abastecimento de alimentos e água para 2 bilhões de pessoas
O derretimento das geleiras, impulsionado pela crise climática, ameaça o abastecimento de alimentos e água para 2 bilhões de pessoas, segundo um relatório da ONU divulgado em 21 de março. A UNESCO alerta que as taxas de derretimento, consideradas sem precedentes, afetarão dois terços da agricultura irrigada globalmente, com consequências imprevisíveis. Mais de 1 bilhão de pessoas em regiões montanhosas, muitas delas em países em desenvolvimento, já enfrentam insegurança alimentar, uma situação que tende a piorar à medida que a produção agrícola depende da água das montanhas. Países desenvolvidos, como os EUA, também estão em risco, com a bacia do Rio Colorado enfrentando seca desde 2000 e o aumento das chuvas rápidas agravando a escassez de água. (Valor Econômico - 21.03.2025)
Artigo de Giuliana Godoy: “Ambiente de negócios necessário para facilitar as metas climáticas”
Em artigo publicado no Estadão, Giuliana Godoy (gerente de Estratégia da Carbonext) endereça os entraves à transformação do potencial do Brasil no escopo da agenda climática global. Segundo a autora, o país tem grande potencial para transformar soluções ambientais locais em impactos globais, conforme demonstrado na COP-29, onde compromissos climáticos como a redução de até 67% das emissões de gases de efeito estufa foram reafirmados. Nessa estratégia, também reforça a importância das Soluções Baseadas na Natureza (NBS). Entretanto, argumenta que desafios como a mensuração do capital natural, a falta de métricas padronizadas e a complexidade dos ecossistemas dificultam a implementação dessas soluções de forma escalável. A fim de superar essas barreiras, a autora pontua ser necessário combinar financiamento estratégico, inovação tecnológica e parcerias multissetoriais, além de capital catalítico, mirando atrair investidores e garantir a viabilidade dos projetos. Por fim, acena para a experiências como o Programa Reverte, que mostra que, com políticas adequadas e colaboração entre governos, setor privado e ONGs, o Brasil pode liderar a transição para uma economia sustentável, gerando impactos ambientais e socioeconômicos duradouros. (GESEL-IE-UFRJ – 24.03.2025)
Artigo de Claudio de Moraes: "Origem do negacionismo climático e possíveis saídas"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Claudio de Moraes (professor e pesquisador do Coppead) trata do negacionismo climático como uma ameaça significativa à sociedade, destacando que, embora as soluções baseadas em evidências científicas sejam essenciais, o negacionismo impede ações eficazes para enfrentar a crise climática. Moraes analisa o negacionismo como um processo psicológico, comparando-o às fases do luto e explicando como ele se manifesta no ambiente corporativo, desde a negação até a aceitação. Ele argumenta que, para superar esse negacionismo, é crucial promover transparência socioambiental e adotar práticas sustentáveis autênticas. Além disso, enfatiza que, embora a transparência seja vital, ela deve ser acompanhada de ações concretas, políticas públicas e investimentos em educação climática, a fim de acelerar a transição para um futuro sustentável. (GESEL-IE-UFRJ – 24.03.2025)
Empresas
Cemig: Demonstrações financeiras de 2024
A Cemig compartilhou demonstrações financeiras de sua operação em 2024. No período, a companhia teve lucro de R$ 7,1 bilhões. O valor ficou 23,4% acima do registrado ano anterior. Além disso, receita operacional líquida consolidada cresceu 8,6% acima dos R$ 366,8 bilhões de 2023 e o Ebitda ficou em R$ 11,3 bilhões, uma alta de 32,3% na comparação anual. Já no quarto trimestre do último ano, os resultados foram (em relação ao quarto trimestre de 2023): lucro operacional de R$ 998 milhões (-47,1%), receita operacional de R$ 11,1 bilhões (+12,3%), e Ebtida de R$ 1,9 bilhão (-21,9%). (Agência CanalEnergia - 21.03.2025)
Cemig registra queda de 47,1% no lucro líquido do 4º tri 2024
A Cemig registrou lucro líquido de R$ 998 milhões no quarto trimestre de 2024, uma queda de 47,1% em relação ao mesmo período de 2023, quando o lucro foi de R$ 1,886 bilhão. A receita líquida aumentou 12,3%, passando de R$ 9,957 bilhões para R$ 11,177 bilhões, enquanto os custos subiram 18,4%, de R$ 7,720 bilhões para R$ 9,140 bilhões. O Ebitda no trimestre ficou em R$ 1,914 bilhão, com uma redução de 21,9%. No consolidado de 2024, a empresa obteve lucro líquido de R$ 7,119 bilhões, um aumento de 23,45%, e a receita líquida alcançou R$ 39,819 bilhões, com alta de 8%. O Ebitda totalizou R$ 11,254 bilhões, crescimento de 32,3%. (Valor Econômico - 21.03.2025)
Cemig: CA aprova declaração de JCP de R$ 541 mi
O Conselho de Administração da Cemig aprovou a declaração de Juros sobre o Capital Próprio no valor bruto de R$ 541.006.000,00. O valor bruto por ação é de R$0,18911784746, que será compensado com o dividendo mínimo obrigatório do exercício de 2025, além da retenção de 15% de imposto de renda na fonte. Segundo a companhia, farão jus os acionistas detentores de ações ordinárias e preferenciais no dia 25 de março. A primeira parcela será paga em duas parcelas iguais: a primeira até 30 de junho de 2026 e a segunda até 30 de dezembro de 2026. (Agência CanalEnergia - 21.03.2025)
Cemig foca no agronegócio e regionaliza operações diante de desafios energéticos
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) está focando suas operações dentro do Estado, com ênfase no setor de agronegócios e no atendimento ao cliente, em meio a um cenário energético desafiador. No quarto trimestre de 2024, a empresa reportou lucro líquido de R$ 998 milhões, uma queda de 47,1% em relação ao mesmo período de 2023. Em 2024, a Cemig realizou investimentos de R$ 4,4 bilhões em sua distribuição de energia e planeja novos investimentos para 2025. A companhia também está regionalizando suas operações, criando bases da "Cemig Agro" e modernizando sua infraestrutura para oferecer serviços mais ágeis. Além disso, a Cemig desfez-se de ativos não estratégicos e está focada em melhorar sua eficiência operacional. No entanto, a empresa ainda enfrenta desafios com a volatilidade dos preços de energia, eventos climáticos extremos e a expansão do mercado livre de energia. (Valor Econômico - 21.03.2025)
Cemig: Deslistagem de ações na Latibex é aprovada
A Cemig informou, em 20 de março, o Conselho de Administração aprovou a deslistagem das ações preferenciais de emissão da Companhia do Mercado de Valores Latino-americanos, a Latibex, segmento da Bolsa de Madrid. Segundo a empresa, a ação está alinhada à sua estratégia de simplificação. Os trâmites do processo estão sujeitos à análise da Latibex. (Agência CanalEnergia - 21.03.2025)
Eneva: Resultados financeiros do 4º tri 2024
A Eneva apresentou os resultados financeiros de sua operação no quarto trimestre de 2024. A empresa encerrou o período com prejuízo líquido de R$ 962 milhões, um aumento em relação aos R$ 290 milhões registrados no mesmo período do ano passado. Também reportou ebitda ajustado consolidado de R$ 1,2 bilhão (+20%), refletindo, sobretudo, o maior despacho das usinas e a entrada do resultado pró rata de ativos térmicos. Já a receita operacional líquida da companhia atingiu R$ 4,8 bilhões no trimestre. Além disso, os investimentos da companhia somaram R$ 1,1 bilhão no período, sendo 68,9% dos recursos direcionados aos projetos ainda em construção e ao desenvolvimento no Upstream. (Agência CanalEnergia - 21.03.2025)
Ações da Brava Energia sobem 5,57% apesar do prejuízo no 4º tri 2024
As ações da Brava Energia subiram 5,57% na B3, fechando a R$ 19,33, apesar de a empresa ter registrado um prejuízo de R$ 1,2 bilhão no quarto trimestre de 2024, em comparação ao lucro de R$ 474,7 milhões no mesmo período de 2023. A queda no resultado foi atribuída ao desempenho operacional ruim nos ativos offshore, como a parada de produção nos campos Papa-Terra e Atlanta, que já retomaram as operações. Apesar disso, analistas do BTG, Goldman, XP, Santander e Bradesco BBI indicam que a empresa apresenta sinais de melhoria na eficiência, com expectativas de resultados melhores para 2025, incluindo maior produção e geração de caixa, o que pode contribuir para a desalavancagem da Brava. (Valor Econômico - 21.03.2025)
Engie Brasil Energia adquire hidrelétricas no Amapá por R$ 2,9 bi
A Engie Brasil Energia adquiriu as hidrelétricas Santo Antônio do Jari e Cachoeira Caldeirão, no Amapá, por aproximadamente R$ 2,9 bilhões, compradas da EDP e da chinesa CTG. Com uma capacidade total de 612 MW, as usinas estão totalmente contratadas no mercado regulado, o que trará receitas futuras à empresa. A transação foi dividida em R$ 2,3 bilhões de equity value e R$ 671 milhões de dívida líquida. A compra faz parte da estratégia da Engie de aumentar sua participação em ativos hidrelétricos, visando alongar o prazo médio das concessões e modernizar suas operações. As usinas estavam em processo de venda há anos, enfrentando dificuldades, mas a negociação foi finalmente concretizada após vários desafios, incluindo questões regulatórias e ambientais. (Valor Econômico - 21.03.2025)
Cabelauto: Nova linha de produção de cabos em MG
A Cabelauto Condutores Elétricos inaugurou, no dia 20 de março, em Itajubá (MG), uma nova linha de produção de cabos de energia. O projeto envolveu mais R$ 30 milhões em recursos privados investidos no estado. A novidade faz parte do plano de expansão da empresa, voltado principalmente para atender o mercado nacional. Com o empreendimento, a companhia vai duplicar a capacidade de produção de cabos de potência para média tensão até 35 kV, ampliando o atendimento à demanda de diversos setores, como energia elétrica, industrial, mineração, siderurgia, óleo e gás etc. Em destaque, a Cabelauto investiu em um equipamento especial que melhora o isolamento dos cabos de média tensão, garantindo mais segurança e eficiência na transmissão de energia. A investida também teve apoio do Governo Estadual, que atuou nas tratativas da empresa junto à Cemig para melhorar o fornecimento de energia no local. (Agência CanalEnergia - 21.03.2025)
Oferta e Demanda de Energia Elétrica
CCEE: PLD tem mais um dia acima dos R$ 400,00 no Sudeste/Centro-Oeste e Sul
O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) permanece em patamares elevados nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e Sul do Brasil, ultrapassando os R$ 400,00 por megawatt-hora (MWh), de acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). No Sudeste/Centro-Oeste, o PLD médio atinge R$ 402,21 por MWh, com picos de R$ 422,44 por MWh às 19h e mínima de R$ 383,49 por MWh ao meio-dia. Já na região Sul, a média diária é de R$ 402,39 por MWh, com valores máximos de R$ 422,47 por MWh às 19h e mínimos de R$ 386,05 por MWh ao meio-dia. Por outro lado, o Nordeste e o Norte mantêm-se no piso regulatório de R$ 58,60 por MWh ao longo do dia, sem oscilações significativas entre máximas e mínimas. Esta disparidade nos preços reflete as condições de oferta e demanda de energia em cada região, com o Sudeste/Centro-Oeste e Sul enfrentando custos mais elevados devido a diversos fatores, como a disponibilidade de geração e as condições climáticas. Essa situação pode impactar diretamente nos custos de energia para consumidores e empresas que dependem do mercado regulado, evidenciando a importância de monitorar e compreender as flutuações do PLD para tomadas de decisão estratégicas no setor elétrico. (Broadcast Energia – 21.03.2025)
Governo britânico investiga resiliência energética após incêndio em subestação afetar Heathrow
O governo britânico iniciou uma investigação sobre a "resiliência energética" do país após um incêndio em uma subestação elétrica que causou o fechamento do Aeroporto de Heathrow por quase 18 horas, afetando mais de 200.000 passageiros e cancelando mais de 1.300 voos. Apesar de o aeroporto ter se declarado operacional após o incidente, a interrupção levantou questões sobre a dependência excessiva de uma única fonte de energia crítica e a falta de planejamento de contingência. Autoridades e especialistas criticaram a infraestrutura e a resposta ao incidente, apontando falhas na redundância de sistemas e na preparação para emergências. O governo pediu uma investigação para avaliar a resiliência energética e prevenir futuras falhas, enquanto políticos e empresas aéreas exigem melhorias na infraestrutura e nas práticas de gestão. (Valor Econômico - 22.03.2025)
Inovação Tecnológica
Startup desenvolve tecnologia que 'ouve vazamento' através de ruídos e sensores
Quase 40% da água tratada no Brasil é perdida antes de chegar às residências, devido a problemas como vazamentos e falhas nos hidrômetros, segundo estudo do Instituto Trata Brasil. O dado alarmante motiva a atuação da Stattus4, startup que usa IA e sensores para detectar problemas na rede de distribuição. A empresa desenvolve duas tecnologias: um sistema móvel que analisa ruídos de hidrômetros e sensores que medem variações de pressão para identificar vazamentos. Em parceria com companhias de saneamento como a Sanepar, no Paraná, e a Copasa, em Minas Gerais, a Stattus4 está presente em 250 cidades e já economizou mais de 250 milhões de litros, após auditar 6 milhões de hidrômetros. (Folha de São Paulo - 21.03.2025)
Energias Renováveis
Cade aprova compra de participação em parque solar da Equatorial pela papéis Sudeste
A Superintendência-Geral do Cade aprovou sem restrições a aquisição de 35,6% do capital social da Sertão Solar Barreiras XX pela Papéis Sudeste, pertencente ao Grupo Equatorial. A usina solar está localizada em Barreiras, Bahia, mas detalhes sobre capacidade, status operacional e valor da operação não foram divulgados. A Papéis Sudeste vê a compra como uma oportunidade de gerar energia sustentável integrada à sua cadeia produtiva, reduzindo despesas e aumentando a previsibilidade de custos. Para o Grupo Equatorial, a transação representa uma oportunidade financeira e comercial para obter retorno dos investimentos no projeto. A operação foi publicada no Diário Oficial da União, destacando o interesse das empresas em energia limpa e sustentabilidade. (Broadcast Energia – 21.03.2025)
Gás e Termelétricas
MME destaca necessidade de ajustes para baratear o gás no Brasil
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou a necessidade de reduzir os custos das infraestruturas de gás natural no Brasil, com foco na revisão das remunerações da Petrobras e renegociação de contratos das transportadoras e distribuidoras de gás. Durante o debate sobre o mercado de gás, ele enfatizou que o simples barateamento da molécula de gás não será suficiente e propôs ajustes para melhorar a competitividade, incluindo a redução de custos de escoamento e processamento. Silveira também mencionou a importância de renegociar os contratos legados de transporte e melhorar a regulação da distribuição, buscando maior transparência e eficiência no setor. Além disso, afirmou que o Ministério está trabalhando para viabilizar investimentos sem elevar as tarifas, com o objetivo de garantir um gás mais barato e acessível para o setor industrial. (Agência Eixos - 22.03.2025)
ANP autoriza Diamante Energia a comercializar gás natural a granel
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) concedeu à Diamante Energia a autorização para comercializar gás natural na esfera de competência da União como agente vendedor. A decisão foi oficializada no Diário Oficial da União de quinta-feira, 20 de março de 2025. A permissão engloba a distribuição de Gás Natural Comprimido (GNC) a granel e a realização de projetos para uso próprio e estruturante, porém não inclui a comercialização de Gás Natural Liquefeito (GNL) a granel. Conforme estabelecido, a autorização poderá ser revogada caso as condições necessárias para a atividade de comercialização de gás natural na esfera de competência da União não sejam mantidas de acordo com as exigências previamente estabelecidas e comprovadas para a concessão da autorização. Esta medida representa um passo significativo no setor de energia e pode impactar positivamente a oferta e distribuição de gás natural no país. (Broadcast Energia – 21.03.2025)
Aumento nos preços de energia e o uso de térmicas em 2025
Em março, a reversão das condições hidrológicas e as mudanças na modelagem do sistema elétrico devem aumentar os preços de energia e estimular o uso de usinas térmicas ao longo do ano. Marcelo Lopes, diretor da Eneva, destacou que a transição de um período de chuvas para uma tendência de seca elevou os preços. Além disso, o novo modelo computacional para simulação do comportamento dos reservatórios e o aumento do fator de segurança pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) também contribuem para essa alta. Com isso, as térmicas poderão ser acionadas não só em picos de consumo, mas também no segundo semestre. Esse cenário pode afetar os resultados da empresa em 2025, embora em menor escala que no ano anterior, devido a restrições de escoamento de energia, que devem ser atenuadas pela melhoria do sistema de transmissão. (Valor Econômico - 21.03.2025)
Mercado Livre de Energia Elétrica
CCEE pronta para abertura do Mercado Livre de Energia
Alexandre Ramos, presidente do Conselho de Administração da CCEE, destacou em entrevista ao Podcast Joule a preparação da entidade para a abertura do mercado livre de energia no Brasil. Ele enfatizou a necessidade de ajustes regulatórios para garantir a efetivação do processo, além de mencionar avanços na governança da CCEE e investimentos em novos negócios, como hidrogênio e certificados de energia renovável. Ramos ressaltou que a Câmara está pronta para liderar essa transformação, promovendo oportunidades e inovações no setor energético. (CCEE – 20.03.2025)
Biblioteca Virtual
GODOY, Giuliana. “Ambiente de negócios necessário para facilitar as metas climáticas”.
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MORAES, Claudio de. "Origem do negacionismo climático e possíveis saídas".
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