IECC 335
Marco Institucional
Curso GESEL “Inovações no Setor Elétrico: Tecnologias disruptivas e Inteligência Artificial”
O objetivo central é analisar os impactos das novas tecnologias no SEB, cases e projetos reais em andamento. Aulas sobre transformação digital do setor elétrico, tecnologias disruptivas, modelos de negócios e melhores práticas em Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT), Digital Twin, Virtual Power Plant (VPP), Microrredes, Realidade Aumentada e Realidade Virtual. Inscreva-se já: https://forms.gle/6KiWs34n3geWLBvc6 (GESEL-IE-UFRJ – 18.07.2025)
GESEL: Nivalde de Castro explica causas dos apagões e a sobreoferta de energia solar e eólica
Nivalde de Castro, professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador-geral do GESEL, destaca que a origem dos recentes apagões na Espanha, Portugal e Brasil está no rápido crescimento das usinas eólicas e, principalmente, solares, que geram uma “incompatibilidade entre os equipamentos” devido ao excesso de oferta em certos momentos, como no apagão brasileiro de 2023, ocorrido durante um pico de geração solar. Ele ressalta que, diferente do passado, o problema atual não é a falta de energia, mas a sobreoferta, que obriga o ONS a cortar a geração das novas usinas, criando risco de uma “crise financeira” para as empresas do setor. Castro também rejeita críticas à falta de planejamento, explicando que o sistema é planejado para a demanda e que o rápido crescimento da energia solar subsidiada tem causado um desequilíbrio entre geração e transmissão, exigindo ajustes regulatórios e tecnológicos para garantir a estabilidade da matriz elétrica durante essa transição energética. Acesse a matéria na íntegra aqui. (Valor Econômico - 31.07.2025)
Lei endurece penas para crimes contra infraestrutura elétrica no Brasil
O presidente Lula sancionou a Lei 15.181/2025 que aumenta significativamente as penas para crimes contra infraestrutura energética. Furto qualificado e receptação de equipamentos agora têm pena de 2 a 8 anos, roubo de 6 a 12 anos, e receptação qualificada de 6 a 16 anos - com dobro da pena se houver interrupção de serviços ou em calamidades públicas. A legislação, que altera o Código Penal, manteve a responsabilidade das concessionárias pela segurança das instalações, vetando artigo que isentaria empresas quando serviços fossem afetados por furtos. A Aneel anunciou que regulamentará as obrigações das distribuidoras na proteção da infraestrutura, reforçando seu compromisso com a qualidade do serviço e proteção aos consumidores. (Aneel – 29.07.2025)
Silveira ameaça judicializar 'jabutis' em MPs do setor elétrico e sinaliza volta do horário de verão
O ministro Alexandre Silveira afirmou ao Valor que o governo pode recorrer à Justiça para evitar a reintrodução de dispositivos vetados que aumentam custos energéticos, como os incluídos na MP das eólicas offshore. O ministro defende a manutenção do novo modelo da Tarifa Social e revelou que o horário de verão pode retornar em 2025, com discussões em andamento no CMSE. Silveira também anunciou que um grupo de trabalho apresentará em breve soluções para os cortes de geração (curtailment), atribuídos ao excesso de incentivos à renováveis sem planejamento de transmissão na gestão anterior. O leilão de reserva de capacidade está previsto para o 1º trimestre de 2026. (Broadcast Energia – 24.07.2025)
MME flexibiliza operação de térmicas em cenário de sobreoferta energética
O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou diretrizes que permitem a redução temporária de geração em usinas termelétricas centrais quando houver excedentes energéticos no Sistema Interligado Nacional (SIN). A medida, que será regulamentada pelo ONS e CCEE nos próximos 60 dias, visa otimizar a operação do sistema em períodos de alta disponibilidade de energia. Paralelamente, o TRF1 concedeu liminar suspendendo a cobrança de R$ 466,8 milhões à usina Belo Monte por uso do sistema de transmissão durante paralisação. No mercado financeiro, a plataforma BBCE atingiu a marca de R$ 3 bilhões em derivativos de energia (20 TWh), enquanto levantamento da Clean Energy Latin America identificou 111 projetos de hidrogênio verde no Brasil, totalizando R$ 454 bilhões em investimentos anunciados. Os preços do petróleo seguem em alta, com WTI a US$ 66,37 e Brent a US$ 69,54, influenciados por expectativas de acordo comercial entre EUA e UE. (Broadcast Energia – 26.07.2025)
CMSE mantém parâmetros de aversão ao risco para 2026 após avaliação positiva do sistema
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu manter os mesmos níveis de aversão ao risco para 2026, considerando os resultados satisfatórios obtidos em 2025. A decisão, tomada em reunião extraordinária no MME, preserva os atuais critérios operacionais que mantiveram os reservatórios do SIN acima de 65% mesmo com chuvas abaixo da média. Entre os parâmetros confirmados estão o VMinOp de 28% para o Norte (ante 19,1%), 20% para Sudeste/Paraná, 30% para Sul e 23,3% para Nordeste, além dos mesmos valores de CVaR para formação de preços (15,40) e planejamento (25,35). A medida busca evitar repetir a crise de 2021, quando o baixo armazenamento exigiu intenso despacho termelétrico. O setor elétrico já previa a manutenção desses critérios desde 2024, que aumentaram a sensibilidade do sistema neste ano, resultando em maior acionamento de bandeiras tarifárias e geração térmica por mérito. (Agência CanalEnergia – 30.07.2025)
Investimentos em distribuição de energia somam R$ 235,7 bi até 2029
Os aportes em redes de distribuição de energia no Brasil devem alcançar R$ 235,7 bilhões até 2029, com R$ 47 bilhões previstos para 2025, segundo dados da Aneel. Grande parte dos recursos será destinada à expansão, que corresponde a R$ 144,7 bilhões, além de modernização e melhorias na infraestrutura. Empresas como Enel, CPFL, Cemig e Neoenergia lideram esses investimentos, focando em automação, digitalização, instalação de medidores inteligentes e religadores telecomandados para aumentar a eficiência e confiabilidade do sistema. Projetos regionais incluem a construção e ampliação de subestações, linhas de alta e média tensão e a implantação de tecnologias avançadas para monitoramento em tempo real e combate ao furto de energia. A modernização visa também preparar o sistema para a transição energética, com foco em atender melhor o consumidor, que ganha protagonismo no setor. (Valor Econômico - 31.07.2025)
Sistema elétrico brasileiro enfrenta risco crescente de perda de potência
Edvaldo Santana, ex-diretor da Aneel, alerta que o sistema elétrico brasileiro está cada vez menos confiável, com risco crescente de falta de potência nos próximos anos. Segundo ele, a manutenção prolongada de subsídios à geração distribuída e o excesso de incentivos criam distorções, fazendo consumidores de baixa renda arcarem com contas mais altas para beneficiar os mais ricos. Santana compara a situação a uma “bolha” semelhante à crise dos subprimes de 2008, em que muitos projetos de energia renovável são sustentados por subsídios insustentáveis, gerando cortes na geração (curtailment) e desequilíbrios financeiros. O especialista defende que a transição energética já não depende de subsídios e que o governo deve priorizar a reserva de capacidade para evitar apagões, além de melhorar a regulamentação para armazenamento em baterias, que poderia reduzir o curtailment. (Valor Econômico - 31.07.2025)
Mudança em modelo de preços da energia eleva tarifas e gera críticas no setor
Mesmo com bons níveis de reservatórios, os consumidores brasileiros enfrentam aumento na conta de luz devido à adoção de um novo modelo de precificação da energia, mais conservador e com maior aversão ao risco. A mudança elevou os preços no mercado livre e ativou a bandeira vermelha no mercado regulado, com cobrança extra de R$ 7,87 por 100 kWh consumidos em agosto. Especialistas criticam a pressa na implementação do novo modelo, que usa cenários hidrológicos considerados excessivamente otimistas, descolados da realidade climática. O sistema elétrico brasileiro enfrenta limitações no armazenamento hídrico e imprevisibilidade climática, o que torna o modelo atual inadequado para garantir segurança e estabilidade. A alteração dos parâmetros de risco pode gerar um impacto de até R$ 9,1 bilhões para os consumidores. A possível revisão dos critérios será discutida pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), enquanto cresce a pressão por um modelo de precificação mais aderente às mudanças climáticas e ao cenário energético nacional. (Valor Econômico - 29.07.2025)
Governo reduz bloqueio orçamentário da Aneel, que passa de R$ 38,6 mi para R$ 7,9 mi
A Aneel informa que, por meio do Decreto nº 12.566, de 30/07/2025, o Governo Federal promoveu o descontingenciamento parcial do Orçamento da Aneel para 2025, com o bloqueio reduzido de R$ 38,6 milhões para R$ 7,9 milhões. Essa medida representa um avanço importante para a retomada das atividades essenciais da Agência, ainda que com um cronograma restritivo, concentrando a maior parte das liberações para dezembro. A Diretoria Colegiada da Agência está avaliando a priorização das atividades que serão retomadas, com atenção voltada à prestação dos serviços à sociedade, como a ouvidoria, a fiscalização e o atendimento presencial na sede da autarquia. A expectativa é que novos encaminhamentos sejam definidos e anunciados nos próximos dias. A Aneel agradece mais uma vez o apoio da sociedade, do Poder Legislativo, do setor produtivo, do setor elétrico e, em especial, de todos os servidores, lideranças e colaboradores nesse momento desafiador. A Agência reafirma seu compromisso com a continuidade e a qualidade dos serviços prestados à sociedade. (Aneel – 31.07.2025)
Curso GESEL sobre Usinas Hidrelétricas Reversíveis Módulos 2 e 3
Estão abertas as inscrições para os Módulos 2 e 3 do Curso sobre Usinas Hidrelétricas Reversíveis (UHRs), voltado a profissionais do setor elétrico, pesquisadores e estudantes de pós-graduação interessados em aprofundar seus conhecimentos técnicos sobre essa tecnologia de armazenamento de energia. As aulas serão ministradas online, sempre às terças e quintas-feiras, das 19h às 21h. O Módulo 2, com início em 12 de agosto e término em 4 de setembro, totaliza 16 horas e aborda os principais componentes e arranjos das UHRs, benefícios, ciclos de armazenamento, turbinas e bombas (incluindo pré-dimensionamento e cavitação), turbinas-bomba de velocidade variável e estruturas como tomada d’água, chaminé de equilíbrio, vertedores e barragem. Serão também apresentados estudos eletroenergéticos e exemplos internacionais, como os projetos Turlough Hill e Goldisthal, além de experiências de países como EUA, Portugal, Suíça, entre outros. O Módulo 3, de 16 de setembro a 9 de outubro, também com 16 horas, é focado em critérios de seleção e implantação de UHRs, estimativas de custo e três estudos de caso aprofundados: UHR Irapé, UHR Coxilha Grande e UHR Ibiapaba, abrangendo desde estudos preliminares até o dimensionamento final e parâmetros hidroenergéticos. As aulas serão conduzidas por três professores com ampla experiência no setor: Prof. Dr. Afonso Henriques Moreira Santos, Prof. Dr. Sérgio Valdir Bajay e Prof. Dr. Paulo Sergio Franco Barbosa. Inscreva-se aqui: https://forms.gle/JFDSz52bWHtsYZ6R9 (GESEL-IE-UFRJ – 15.07.2025)
Webinar GESEL “Análise das Contribuições da CP 07/25 – Abertura do Mercado de Eletricidade”
O Grupo de Estudos do Setor Elétrico (GESEL-UFRJ) convida para o webinar “Análise das Contribuições da CP 07/25 – Abertura do Mercado de Eletricidade”. O objetivo é apresentar a análise realizada sobre convergências e divergências entre os diversos segmentos do setor elétrico e fomentar discussões acerca de propostas regulatórias futuras. A análise contou com o apoio de ferramentas de inteligência artificial, que contribuíram para o aprofundamento e sistematização das contribuições recebidas. Os debatedores confirmados são: Isabela Sales Vieira (MME), Daniel Justi Bego (ANEEL), Renato Batista (ANEEL), Marcelo Leite Freire (TCU), Gustavo Martinelli (CCEE) e Luiz Falcone (EDP). A coordenação do evento será do Professor Nivalde de Castro (coordenador-geral do GESEL). Data: 14.08.2025; Horário: 10h às 12h; Transmissão online. Temas a serem abordados: Simplificação do procedimento de migração, Open Energy, Vedação de condutas anticoncorrenciais. Inscreva-se já: https://forms.gle/enreCtZKDuPwPEgm7 (GESEL-IE-UFRJ – 30.07.2025)
Open Brazil Power 2025: Call for Applications
The Open Brazil Power Program 2025, led by Enel Foundation and SEforALL, will select up to 30 young Brazilian professionals (at least 50% women) for a free advanced training in sustainable energy. The program includes an online module on Brazil’s power sector (with GESEL/UFRJ) and an international module delivered by top Italian universities (Politecnico di Torino, Politecnico di Milano, SDA Bocconi). Applicants must be 24–35 years old, hold a postgraduate degree, be fluent in English, and committed to a career in energy. Applications are open from July 17 to August 31st, 2025. For more information, click here. (GESEL-IE-UFRJ – 18.07.2025)
Curso EAD de Pós-Graduação Lato Sensu 2025 – Especialização: “Regulação do Setor Elétrico”
O curso destina-se a profissionais do setor elétrico e membros dos Conselhos de Consumidores das distribuidoras de energia, representando uma excelente oportunidade para aprofundar conhecimentos sobre as transformações em curso no mercado energético, especialmente aquelas decorrentes da transição energética. Coordenado pelo Professor Nivalde de Castro, coordenador-geral do GESEL, o programa é oferecido na modalidade 100% online, com aulas ministradas duas vezes por semana no período noturno. A estrutura acadêmica é organizada em disciplinas dinâmicas, cada uma com duração de um mês, seguidas de três meses dedicados à elaboração da dissertação final com orientação individual personalizada. Ao final do curso, os participantes recebem certificado de Pós-Graduação oficialmente reconhecido pelo Instituto de Economia da UFRJ. Faça sua inscrição aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 04.06.2025)
Curso GESEL “Financiamento no Setor de Energia Elétrica”; nova turma em setembro
Estão abertas as inscrições para o curso GESEL/UFRJ “Financiamento no Setor de Energia Elétrica”. O início do curso está previsto para o dia 9 de setembro. Serão 12 horas de carga horária com aulas às terças e quintas-feiras, das 19h às 21h. O curso capacita participantes com conhecimentos técnicos sobre financiamento do setor elétrico brasileiro, abordando desde conceitos de corporate e project finance até análise de risco (rating) e debêntures incentivadas. São exploradas fontes de funding como mercado de capitais, BNDES e instituições multilaterais. Estudos de caso aplicados a projetos de transmissão, eólica e hidrelétrica ilustram indicadores financeiros e análise econômico-financeira. O curso também analisa os impactos da transição energética e das inovações tecnológicas, com foco nas condições de financiamento por capital próprio e de terceiros. Inscreva-se já: https://forms.gle/GhZd4Vr23BFHpL9M9 (GESEL-IE-UFRJ – 30.07.2025)
Regulação
Bônus de R$ 936,8 mi de Itaipu reduzirá contas de luz em agosto
A Aneel confirmou que 97% dos consumidores residenciais e rurais do SIN receberão crédito na fatura de agosto referente ao bônus de Itaipu, totalizando R$ 936,8 milhões. O valor, calculado com base no consumo abaixo de 350 kWh/mês em 2024, representará em média R$ 11,59 por unidade consumidora. O benefício resulta do superávit na Conta de Itaipu em 2024 (R$ 883,1 milhões) e dos rendimentos financeiros (R$ 53,7 milhões), incluindo valores devolvidos das medidas emergenciais da pandemia. Este é o maior repasse desde 2019, com tarifa bônus de R$ 0,00817809/kWh. A aplicação ocorrerá nas faturas emitidas entre 1º e 31/08. (Aneel – 30.07.2025)
Aneel prorroga prazo para contribuições sobre Programa de Eficiência Energética
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estendeu até 14 de agosto o período para envio de sugestões ao Programa de Eficiência Energética (PEE) por meio da Tomada de Subsídios 009/2025. A iniciativa visa aprimorar projetos que promovam o uso racional de energia, com benefícios para consumidores (redução de custos) e para o setor elétrico (sustentabilidade operacional). Empresas do setor energético e de conservação de energia (ESCOS) podem participar do processo, que seleciona propostas baseadas em impacto e eficácia. As contribuições devem ser enviadas pelo formulário disponível no site da Aneel. (Aneel – 25.07.2025)
Aneel dá 6 meses para ONS concluir sistema de solicitação de operação de usinas
A Agência Nacional de Energia Elétrica publicou resolução que altera o prazo para o Operador Nacional do Sistema Elétrico desenvolver e colocar em produção um sistema computacional para solicitação de operação em teste e comercial de unidades geradoras. Conforme a norma publicada no DOU desta sexta-feira (25/07), o ONS terá seis meses, contados a partir da aprovação dos Procedimentos de Rede, para finalizar o sistema. A decisão foi tomada após análise das contribuições recebidas na Consulta Pública nº 26/2025, que discutiu o tema com os agentes do setor elétrico. O sistema em desenvolvimento visa modernizar e agilizar os processos de solicitação de operação das unidades geradoras no Sistema Interligado Nacional. (Agência CanalEnergia – 25.07.2025)
Conta Bandeiras irá repassar R$ 431 mi a distribuidoras
A Superintendência de Gestão Tarifária da Agência Nacional de Energia Elétrica fixou os valores da Conta Centralizadora dos Recursos de Bandeiras Tarifárias (Conta Bandeiras), para fins da Liquidação das operações do mercado de curto prazo junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, referente à contabilização de junho de 2025. De acordo com Despacho Nº 2.267, publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 31 de julho, os valores a serem repassados à Conta Bandeiras, pelas concessionárias e permissionárias dedistribuição de energia elétrica devedoras, até 1º de agosto, tem o total de R$ 334.499.985,47. Já os valores a serem repassados às concessionárias de distribuição de energia elétrica credoras, pela Conta Bandeiras, até 05 de agosto, tem o total de R$ 431.423.645,18.(Agência CanalEnergia - 31.07.2025)
Aneel oficializa repasse de créditos tributários via desconto nas tarifas de energia elétrica
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou oficialmente a metodologia para a devolução aos consumidores de energia dos créditos tributários gerados para as distribuidoras após a exclusão do ICMS da base de cálculo para o PIS/Pasep e Cofins. Esses créditos estão sendo repassados aos consumidores por meio de descontos nas tarifas de energia, funcionando como um mecanismo de redução nos cálculos anuais. A Aneel formalizou essa prática que já vinha sendo adotada de forma provisória, visando corrigir a distorção de as distribuidoras receberem os créditos, mas não os repassarem aos consumidores, exceto aqueles que buscaram judicialmente seu direito. A agência afirmou ter dedicado cinco anos a estudos para corrigir essa situação. Esse ajuste busca garantir uma maior transparência e equidade na distribuição dos benefícios tributários aos consumidores de energia elétrica. (Broadcast Energia - 29.07.2025)
Aneel atualiza CDE e Proinfa de transmissão
A Superintendência de Gestão Tarifária da Aneel definiu os valores das quotas referentes aos encargos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e Proinfa. Os valores da CDE de maio de 2025, relativos às concessionárias de transmissão que atendam consumidor livre e/ou autoprodutor com unidade de consumo conectada às instalações da Rede Básica do SIN, ficou em R$ 99.973.601,83 e Ob prazo para recolhimento será até o dia 10 de agosto. Outra decisão do regulador foi fixar os valores das quotas de custeio referentes ao Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica – Proinfa, para o mês de setembro de 2025, relativos às concessionárias do serviço público de transmissão de energia elétrica que atendam consumidor livre e/ou autoprodutor com unidade de consumo conectada às instalações da Rede Básica do SIN e as quotas definidas no Anexo do Despacho deverão ser recolhidas à Eletrobras até 10 de agosto, para crédito da Conta Proinfa, no valor total de R$ 35.112.164,84. (Agência CanalEnergia - 28.07.2025)
Aneel busca concluir até agosto consulta sobre cortes de geração renovável
A diretora da Aneel, Agnes Costa, afirmou que a agência trabalha para encerrar até o fim de agosto a consulta pública sobre os cortes compulsórios de geração (curtailment), que afetam principalmente as fontes renováveis. O debate envolve questões sensíveis como a compensação aos geradores quando o ONS determina paradas por restrições na rede, e quem deve arcar com esses custos - se os consumidores ou os agentes do setor. Costa destacou a complexidade em definir responsabilidades, especialmente nos cortes por excesso de oferta, questionando se os consumidores deveriam pagar por energia não utilizada. A agência estuda soluções para redistribuição de custos que equilibrem os interesses dos geradores, que reclamam de prejuízos, e dos consumidores, que buscam tarifas menores. A decisão final deverá considerar tanto aspectos técnicos do sistema elétrico quanto os impactos econômicos para os diferentes agentes do setor. (Broadcast Energia – 29.07.2025)
Discussão sobre adiamento do leilão alerta mercado e players do setor
Discussão na Aneel sobre o adiamento do leilão dos débitos do GSF (risco hidrológico) para uma reavaliação da taxa de retorno (wacc) pegou de surpresa o mercado. E deixou representantes de geradores na expectativa do posicionamento oficial do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Câmara de Comercialização de Energia (CCEE), responsável pelo certame. Em síntese, a agência suspendeu no dia 29.07 a votação de um processo que tratava de outros pontos do leilão, após pedido de vistas do diretor Fernando Mosna. Ele recomendou ao MME a suspensão do certame até que a questão do (wacc) seja avaliada, entretanto, outros diretores divergiram desse posicionamento, e até o atual momento, o leilão está marcado para 1 de agosto. Por fim, players como a Abrage e a Abragel defendem a realização do certame, segundo a argumentação de ser necessário e de extrema importância a realização do leilão. (Agência CanalEnergia - 29.07.2025)
Aneel aciona bandeira vermelha patamar 2 para agosto
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a bandeira tarifária vermelha patamar 2 para agosto, com acréscimo de R$ 7,87 a cada 100 kW/h consumidos. A decisão se deve às afluências para as hidrelétricas abaixo da média, reduzindo a geração e aumentando os custos com fontes mais caras, como termelétricas. Em julho, o aumento de 3,01% na energia residencial teve impacto positivo no IPCA-15. A empresa Armor Energia previu essa mudança, com possibilidade de retorno ao patamar 1 em setembro. A bandeira tarifária visa cobrir os custos adicionais, influenciados pela piora nas expectativas de chuva e o Preço de Liquidação de Diferenças. Este é o primeiro acionamento no patamar 2 desde 2024, refletindo a necessidade de medidas diante do cenário energético desafiador. (Broadcast Energia - 31.07.2025)
Empresas
Petrobras: Venda de energia elétrica sobe 84,7% no 2º tri 2025
A Petrobras reportou um aumento de 84,7% nas vendas de energia elétrica no segundo trimestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, atingindo 772 MW médios. Segundo o boletim operacional da companhia, o resultado foi impulsionado pelo maior despacho de usinas termelétricas a gás devido ao cenário hidrológico desfavorável. Em comparação ao trimestre anterior, o crescimento foi de 27,4%. A comercialização de gás natural também cresceu cerca de 3 milhões de m³/dia, impelida pela demanda dos setores não termelétricos e refinarias. Do lado da oferta, houve acréscimo de 5 MM m³/dia, refletindo a entrada em operação do Programa Rota 3 e da unidade de tratamento de Itaboraí (RJ). Já a produção média de óleo e gás foi de 2,91 milhões de barris equivalentes por dia, com crescimento de 5%. Ainda, as emissões operacionais no semestre totalizaram 23 milhões de toneladas de CO2 equivalente (+7%), devido ao comissionamento de novas unidades. Além disso, a Petrobras informou que bateu dois recordes no período: produção total operada (4,19 MMboed) e produção própria no pré-sal (2,39 MMboed). (Agência CanalEnergia - 30.07.2025)
Petrobras/Schlosser: Apesar das flutuações globais, preços não terão reajuste precipitado
O diretor de Logística e Comercialização da Petrobras, Claudio Schlosser, afirmou que a companhia não fará reajustes precipitados nos preços dos combustíveis no mercado interno, mesmo diante de flutuações no mercado global. Segundo ele, a estratégia comercial da empresa permite absorver variações sem repassá-las imediatamente aos consumidores. O executivo destacou que a atuação global da Petrobras, que exportou petróleo à China e derivados aos EUA e Singapura no início de 2025, como fator que fortalece sua resiliência frente a tarifas e tensões geopolíticas, como as impostas por Donald Trump. Ele reforçou que a empresa está habituada à volatilidade dos preços e atua com uma visão estratégica de longo prazo, adaptando seu modelo de negócio para enfrentar os desafios do mercado internacional. (Broadcast Energia - 29.07.2025)
Petrobras: Não há estudos para voltar ao setor de distribuição com greenfield
A Petrobras respondeu à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em relação a especulações sobre seu retorno ao mercado de distribuição de combustíveis. A empresa afirmou que está constantemente avaliando oportunidades de negócios sinérgicos em diversos segmentos de energia, mas esclareceu que não há estudos em andamento para voltar ao setor de distribuição por meio de um projeto greenfield. A petroleira declarou ainda que qualquer decisão futura passará por análises rigorosas de governança e procedimentos internos, seguindo as práticas aplicáveis para aprovação de projetos, e será comunicada ao mercado de forma tempestiva. (Broadcast Energia - 24.07.2025)
Leilões
MME confirma Leilão de reserva de capacidade para 2026
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou que o leilão de reserva de capacidade (LRCAP) irá acontecer somente em 2026. “Nos próximos dias faremos a consulta para o leilão de capacidade em 2026, com a energia térmica a gás sendo um dos produtos”, destacou Silveira, durante evento de inauguração da térmica Gás Natural Açu II, no dia 28 de julho. Com isso, ele ressaltou ainda que a nova unidade de 1,7 GW e investimentos de R$ 7,5 bilhões trarão mais musculatura ao setor elétrico nacional, contribuindo para a segurança energética. Por fim, conforme a GNA, a usina utiliza tecnologia de ponta em suas quatro turbinas, que permitem gerar aproximadamente 572 MW sem consumo adicional de gás. (Agência CanalEnergia - 28.07.2025)
Incertezas regulatórias freiam interesse no leilão de transmissão de outubro
Apesar da importância estratégica, empresas do setor elétrico demonstram cautela quanto ao leilão de transmissão de energia marcado para 31 de outubro pela Aneel. O edital preliminar prevê R$ 7,6 bilhões em investimentos, divididos em 11 lotes, com 1.178 km de linhas e subestações em 13 estados, visando melhorar o escoamento de energia renovável. No entanto, há apreensão quanto à inclusão de concessões da MEZ Energia, que enfrenta questionamentos por descumprimento de prazos e pode judicializar o processo. A decisão final sobre esses lotes ainda depende do Tribunal de Contas da União. Empresas como Eletrobras, CPFL, Engie e Isa Energia avaliam sua participação com cautela, à espera da versão definitiva do edital. O cenário macroeconômico e os riscos regulatórios adicionam incertezas, o que pode afetar a competitividade do leilão, mesmo com a previsão de deságio próximo à média histórica de 42%. (Valor Econômico - 31.07.2025)
Leilão do risco hidrológico é mantido pela CCEE apesar de críticas regulatórias
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) manteve o leilão destinado a resolver o passivo bilionário relacionado ao risco hidrológico (GSF), mesmo diante de críticas da Aneel e questionamentos jurídicos. O certame visa liberar R$ 1,1 bilhão travado no Mercado de Curto Prazo (MCP), permitindo que geradores abram mão de ações judiciais em troca da venda de créditos a outros agentes, que receberão como contrapartida a extensão de concessões de até sete anos. A controvérsia gira em torno da taxa de retorno (WACC) definida pela Portaria nº 112/2025, considerada ilegal por um diretor da Aneel, por ultrapassar os limites normativos estabelecidos. O Ministério de Minas e Energia defende a legalidade da portaria, enquanto especialistas alertam para riscos jurídicos que podem afetar a validade do leilão e a segurança regulatória. (Valor Econômico - 01.08.2025)
MME: Há amparo técnico e jurídico em portaria sobre leilão de passivos do GSF
O Ministério de Minas e Energia (MME) informou em nota que a portaria normativa que estabelece diretrizes para realização do leilão dos passivos relacionados ao risco hidrológico (GSF) está de acordo com a Medida Provisória (MP) 1.300, que prevê a realização do certame. "Toda instrução está amparada por instrução técnica e jurídica", disse a pasta, em nota. Ontem, o diretor Fernando Mosna argumentou na reunião pública da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que há divergência entre os parâmetros do Custo Médio Ponderado de Capital (WACC, na sigla em inglês), uma métrica que representa a taxa de retorno mínima exigida pelos investidores e pediu vista de processo que trata do direito aos descontos das tarifas de transmissão e distribuição (TUST/TUSD) das usinas que participarem do leilão como compradoras e obtiverem extensão de suas outorgas. Não há previsão para retorno do tema à pauta do colegiado. Mosna disse ainda, ontem, ser recomendável a suspensão provisória do leilão dos passivos do risco hidrológico, previsto para 1º de agosto, próxima sexta-feira. Com o certame, o objetivo é sanar o passivo de R$ 1,1 bilhão que as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e as Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) possuem em aberto no Mercado de Curto Prazo (MCP) de energia. (Broadcast Energia - 30.07.2025)
Leilão de baterias pode impulsionar mercado de R$ 70 bi no Brasil
O Ministério de Minas e Energia deve publicar ainda em 2025 a portaria do primeiro leilão de contratação de potência via armazenamento de energia em baterias, medida vista como estratégica para enfrentar a intermitência das fontes renováveis, como solar e eólica. Segundo a Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (Absae), o setor pode atrair até R$ 70 bilhões em investimentos até 2034. A demanda inclui desde grandes projetos até aplicações industriais, agrícolas e residenciais. Empresas como Micropower e Vale já investem na tecnologia, que tem mostrado redução significativa de custos energéticos, especialmente nos horários de pico. A queda no preço das baterias e a necessidade de confiabilidade no sistema têm acelerado o interesse, mas especialistas alertam para a urgência de uma regulamentação específica, que traga segurança jurídica e viabilize projetos de grande porte. (Valor Econômico - 31.07.2025)
Oferta e Demanda de Energia Elétrica
Itaipu investe em energias renováveis para dobrar capacidade
A hidrelétrica Itaipu Binacional, responsável por 9% da energia consumida no Brasil, está diversificando suas fontes de geração e pretende mais que dobrar sua capacidade atual de 14 mil MW. Um projeto-piloto de energia solar flutuante no reservatório deve ser concluído ainda em 2025, com potencial futuro de cobrir até 10% da área e gerar energia equivalente à capacidade atual da usina. Além disso, Itaipu investe no desenvolvimento de hidrogênio verde e biogás por meio de instalações como o Parquetec e o CIBiogás. Entre as inovações estão um barco movido a hidrogênio e um projeto de biodigestão com dejetos de suínos. O avanço para produção comercial de energias alternativas depende, porém, de acordos binacionais entre Brasil e Paraguai, já que o tratado original limita Itaipu à geração hidrelétrica. A meta é garantir energia limpa, ampliar a produção e manter tarifas acessíveis durante a transição energética. (Valor Econômico - 26.07.2025)
Excesso de energia renovável desafia redes e exige soluções integradas
O crescimento acelerado da geração de energia renovável tem causado desequilíbrios entre oferta e demanda em vários países, incluindo o Brasil. A falta de infraestrutura adequada de transmissão tem levado à prática de cortes na geração (curtailments), especialmente em fontes como solar e eólica, para evitar sobrecargas. Exemplo disso é a Califórnia, que em 2024 descartou 3,4 milhões de MWh, principalmente de energia solar. Especialistas apontam que esse desequilíbrio é inevitável, mas gerenciável com soluções de curto, médio e longo prazo. No curto prazo, ajustes em editais e concessões podem ajudar; no médio prazo, a criação de demanda local, com instalação de data centers ou indústrias eletrointensivas, é sugerida; e no longo prazo, o modelo chinês de polos industriais verdes é visto como referência. O Brasil, segundo analistas, deveria focar no uso estratégico da energia excedente para fomentar a industrialização sustentável e gerar desenvolvimento econômico. (Valor Econômico - 31.07.2025)
Expansão da transmissão elétrica enfrenta obstáculos com renováveis e data centers
Apesar da abrangente rede de transmissão elétrica brasileira, que cobre 99,9% do país, o setor enfrenta desafios crescentes para absorver com segurança a geração intermitente de fontes renováveis e atender à demanda intensa de data centers e usinas de hidrogênio verde. O Operador Nacional do Sistema alerta para riscos de sobrecarga e perdas financeiras decorrentes do “curtailment” – cortes na geração solar e eólica por falta de capacidade na rede. A expansão de 16% prevista até 2029 pode não ser suficiente diante da alta demanda noturna, da necessidade de conexões robustas para grandes consumidores e do risco de reversão no fluxo de energia entre regiões. Enquanto alternativas como superbaterias e redes mais flexíveis não se concretizam, o sistema convive com perdas e contradições, como o acionamento de termelétricas mesmo com excedente de energia limpa em outras regiões. (Valor Econômico - 31.07.2025)
Energia elétrica, petróleo e combustíveis escapam da taxação de 50% de Trump
Vários itens importantes da pauta brasileira de exportações do setor de óleo e gás ficaram de fora do tarifaço de 50% de Donald Trump, que foi oficializado em um decreto presidencial nesta quarta-feira (30). A medida isentou itens como petróleo bruto, combustíveis leves para motores, gás natural (tanto liquefeito quanto em estado gasoso) e até mesmo energia elétrica foram poupadas das temidas sanções. O Petronotícias publica a seguir um resumo dos principais itens relacionados à energia e combustíveis que ficarão livres da taxação americana. Diversos produtos refinados e derivados do petróleo ficaram isentos: combustíveis leves para motores, misturas para combustíveis, naftas, outras misturas leves de hidrocarbonetos, óleos combustíveis destilados e residuais (tanto com densidade abaixo quanto acima de 25 API), combustível de aviação tipo querosene, querosene para motor e suas misturas, óleos lubrificantes e graxas, misturas diversas de hidrocarbonetos e outros óleos de petróleo. (Petronotícias - 30.07.2025)
Inovação e Tecnologia
Mapeamento da CELA aponta para expansão de renováveis por conta do H2V
O Mapa das Iniciativas do Hidrogênio Verde no Brasil identificou 111 empreendimentos em curso no País, com um total de investimentos anunciados da ordem de R$ 454 bilhões. O levantamento foi lançado pela consultoria CELA (Clean Energy Latin America), especializada em assessoria financeira e consultoria estratégica para empresas e investidores no segmento de transição energética no Brasil e no mundo. Segundo o mapeamento, os projetos de hidrogênio verde, amônia, e-metanol e aço verde estão espalhados por 16 estados brasileiros e vão demandar uma capacidade instalada de 90 gigawatts (GW) de novas usinas renováveis. Por fim, de acordo com os estudos da Cela, a produção de amônia verde no Brasil, feita a partir do H2 com fontes renováveis, possui muita competitividade em relação aos métodos tradicionais dentro do território nacional. (Petronotícias – 25.07.2025)
Migma Energy lança plataforma inteligente para otimizar investimentos em H2V
A Migma Energy, consórcio formado por empresas cearenses (Energo Soluções, BFA Investimentos, Ceneged e HL Soluções), lançou uma plataforma inteligente para orientar investimentos em hidrogênio verde (H2V) e metanol de baixo carbono. A ferramenta utiliza inteligência artificial para analisar variáveis de mercado e indicar a produção mais vantajosa - como priorizar metanol em períodos de curtailment eólico. Com memorando assinado no Piauí, a startup liderada por Adão Linhares (pioneiro em energia solar no Brasil) busca superar as incertezas do setor, enquanto aguarda políticas públicas semelhantes ao Proinfa para impulsionar o H2V. (Agência CanalEnergia – 25.07.2025)
BBCE alcança R$ 3 bi em derivativos de energia em julho
O volume de derivativos de energia em vigor na BBCE (Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia) ultrapassou R$ 3 bilhões em julho, equivalente a cerca de 20 TWh em contratos, representando mais de 43% do consumo mensal de eletricidade no Brasil. Esses contratos, usados como proteção contra a volatilidade dos preços e riscos operacionais como o “curtailment”, têm vencimentos até 2040, com maior concentração entre 2026 e 2030, principalmente nos submercados Sudeste e Nordeste. Segundo o diretor da BBCE, Eduardo Rossetti, há crescente demanda por hedge por grandes consumidores, autoprodutores e geradores hidrelétricos. A ferramenta também tem papel estratégico na autoprodução, facilitando financiamentos e alinhamento entre diferentes regiões do sistema elétrico. (Valor Econômico - 24.07.2025)
Mercado livre de energia cresce com mais competição e soluções personalizadas
O mercado livre de energia no Brasil tem registrado expansão acelerada e aumento da competição, impulsionado pela inclusão de consumidores de pequeno porte, que passaram a poder escolher seus fornecedores desde janeiro de 2024. Com mais de 120 comercializadoras habilitadas, o setor vive um momento de pulverização e diversificação, gerando desafios e oportunidades para as empresas, como a necessidade de diferenciação nos serviços, gestão de riscos e atendimento eficiente. Grandes players como Engie, Energisa, Bolt Energy e Ultragaz investem em tecnologias digitais, automação, soluções renováveis e plataformas inovadoras para atender perfis variados de clientes e fomentar a transição energética. Segundo dados da CCEE, o número de unidades consumidoras no mercado livre cresceu mais de 57% em um ano, demonstrando o potencial de crescimento e transformação do setor. (Valor Econômico - 31.07.2025)
Para economia e sustentabilidade: Mercado livre de energia ou energia solar?
A busca por economia e sustentabilidade no consumo de eletricidade tem levado muitas a empresas a considerarem duas alternativas principais: o mercado livre e geração própria com energia solar. O mercado livre permite negociar diretamente com fornecedores, garantindo preços mais competitivos, previsibilidade, flexibilidade e acesso a fontes renováveis, sem a necessidade de grandes investimentos. Desde 2024, empresas classificadas no Grupo A (alta tensão) estão elegíveis a migrar para essa modalidade. A energia solar, por sua vez, oferece independência, economia a longo prazo e sustentabilidade, sendo mais indicada para empresas do Grupo B (baixa tensão), desde que haja espaço físico e capital para investir na instalação de um sistema fotovoltaico. Segundo o CEO da Voltera, Alan Henn, a escolha depende do perfil da empresa, consumo energético, objetivos e capacidade de investimento. Em alguns casos, destaca o executivo, soluções híbridas – combinando energia solar e compra no mercado livre – têm se mostrado vantajosas. A avaliação cuidadosa dessa miríade de fatores, conclui, é essencial para garantir maior eficiência energética, economia de custos e sustentabilidade para o negócio. (Agência CanalEnergia - 30.07.2025)
Consumidores
MME: Concessão de aval para mais empresas importarem energia do Paraguai
A Eletrobras, a Kroma Energia e a BC Comercializadora de Energia foram autorizadas pelo Ministério de Minas e Energia (MME) a importar eletricidade do Paraguai para comercialização no mercado livre. A autorização foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 25 de julho, e é ancorada na Portaria Normativa GM/MME nº 87/2024, que possibilita a operação junto ao país vizinho, desde que a energia não seja proveniente de Itaipu Binacional. A autorização é válida enquanto a portaria estiver em vigor e exige que as importações não comprometam a segurança do Sistema Interligado Nacional (SIN). Outras empresas, como a CGT Eletrosul, controlada pela Eletrobras, já obtiveram o mesmo aval. (Broadcast Energia - 25.07.2025)
Biblioteca Virtual
GESEL publica TDSE 142 “Pesquisa internacional sobre o processo de recontratação de concessões de transmissão de energia elétrica – Subsídios para a regulamentação do Decreto nº 11.314/2022”
O GESEL está publicando o Texto de Discussão do Setor Elétrico (TDSE) nº 142, intitulado “Pesquisa internacional sobre o processo de recontratação de concessões de transmissão de energia elétrica – Subsídios para a regulamentação do Decreto nº 11.314/2022”. Em função da importância estratégica deste tema e com o objetivo de contribuir com subsídios para a regulamentação do Decreto nº 11.314/2022, o estudo busca elementos e conhecimentos na complexa e diferenciada experiência de outros países no que se refere ao tratamento das concessões de instalações de transmissão. O TDSE apresenta os resultados de uma pesquisa bibliográfica sobre as formas de tratamento das concessões de instalações de transmissão em diversos países do mundo, incluindo aspectos relacionados aos modos de contratação, à duração das concessões, à renovação das concessões e aos principais requisitos considerados para avaliação da qualidade do serviço prestado pelos concessionários. Acesse o estudo aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 29.07.2025)
Artigo GESEL: "Capacidade inovativa da inteligência artificial no setor elétrico"
Em artigo publicado pelo Broadcast Energia, Nivalde de Castro (professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador-geral do GESEL) e Marcelo Maestrini (pesquisador associado do GESEL/UFRJ) analisam a capacidade inovativa da Inteligência Artificial (IA) no setor elétrico brasileiro. Os autores destacam que a IA é uma tecnologia disruptiva e estratégica, comparável à “nova eletricidade” da Indústria 4.0, por sua capacidade de transformar transversalmente processos decisórios. No setor elétrico, ela é considerada um imperativo para enfrentar os desafios da transição energética, permitindo otimizar operações, integrar fontes renováveis e antecipar eventos com base em dados. Apesar do potencial, eles alertam que a adoção da IA ainda é limitada por diversos fatores. Entre os principais desafios estão a cibersegurança, a escassez de dados de qualidade, a dificuldade de integração com sistemas legados e a baixa capacidade das empresas de acumular conhecimentos técnicos e organizacionais. O setor, historicamente conservador, tende a operar de forma reativa e tem dificuldade em incorporar novas tecnologias. A reestruturação do setor com foco na eficiência de custos também contribuiu para a redução de investimentos em inovação e para o enfraquecimento da relação com o consumidor. Outro obstáculo importante está relacionado à força de trabalho, com formação inadequada de novos perfis digitais, descompasso entre a velocidade da transformação tecnológica e a qualificação profissional, além de alto turnover. Para enfrentar esses entraves, os autores defendem uma política pública de fomento à inovação, a ser articulada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), com a ANEEL promovendo chamadas de PD&I voltadas à IA. Também sugerem a criação de um ambiente regulatório experimental (sandbox) para testar soluções em condições reais. Concluem que a IA é crucial para tornar a transição energética brasileira mais eficiente, acelerada e benéfica para a sociedade. Acesse o texto na íntegra aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 29.07.2025)
Artigo de Marli Olmos: "BYD responde à carta das montadoras: ‘Por que a BYD incomoda tanto?’"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Marli Olmos (jornalista do Valor Econômico) trata da resposta contundente da BYD à carta enviada ao presidente Lula por quatro grandes montadoras — Volkswagen, Toyota, Stellantis e General Motors — contrárias à redução temporária do imposto de importação sobre carros semidesmontados, como pleiteia a montadora chinesa. A BYD acusa as concorrentes de tentarem barrar a inovação para proteger um modelo ultrapassado, argumentando que sua proposta visa acelerar a transição para veículos mais acessíveis, limpos e modernos, com produção nacional em fase de implantação na Bahia. A empresa critica o que chama de “chantagem emocional” das rivais e defende que sua atuação representa uma mudança estratégica benéfica para o consumidor brasileiro e para o futuro da mobilidade no país. (GESEL-IE-UFRJ – 30.07.2025) Link Externo
Artigo de Marina Grossi e Miguel Seta: "Por uma mobilidade mais sustentável rumo à COP30"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Marina Grossi (presidente do CEBDS [Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável]) e Miguel Setas (CEO da Motiva) tratam da importância estratégica da descarbonização do setor de transportes no Brasil, que responde por 11% das emissões brutas nacionais, e do potencial do país para liderar uma transformação sustentável. A partir do trabalho da Coalizão para a Descarbonização dos Transportes — iniciativa que reúne mais de 50 entidades e liderada por organizações como CEBDS, Motiva, CNT e Insper — os autores apresentam um plano de ação com 90 medidas concretas para reduzir em até 60% as emissões do setor até 2050, atrair R$ 600 bilhões em investimentos verdes e impulsionar a competitividade nacional. Destacam também a necessidade de avanços regulatórios, incentivos financeiros, inovação, articulação multissetorial e qualificação profissional. O artigo defende que a COP30 é uma oportunidade histórica para o Brasil apresentar ao mundo uma agenda climática robusta, viável e baseada em cooperação, com a mobilidade como vetor de transformação ambiental e econômica. (GESEL-IE-UFRJ – 30.07.2025) Link Externo
Artigo GESEL: "Experiência europeia na abertura do mercado elétrico"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Nivalde de Castro (professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador-geral do GESEL) e Vitor Santos (professor catedrático do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa) tratam da experiência europeia na liberalização do setor elétrico, com foco na separação entre distribuição e comercialização de energia, destacando a criação das comercializadoras de mercado e do Supridor de Última Instância (SUI). O modelo europeu busca garantir neutralidade e concorrência por meio de regras de separação funcional e jurídica entre atividades dentro de grupos verticalmente integrados, além de mecanismos que protejam o consumidor em caso de falência de comercializadoras. Apesar dos avanços, o processo de migração ao mercado livre foi gradual, exigindo estratégias como campanhas educativas e ajustes tarifários. A trajetória europeia, marcada por desafios e inovações regulatórias, oferece lições valiosas para o Brasil, especialmente no contexto atual de reformulação institucional do setor elétrico por meio da Consulta Pública nº 07/2025 da Aneel e da Medida Provisória nº 1.300/2025 do MME, visando acelerar a abertura do mercado com maior empoderamento do consumidor e estímulo à inovação. Acesse o texto na íntegra aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 29.07.2025)
Artigo de Claudio Frischtak: "A destruição do setor elétrico"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Claudio Frischtak (especialista em infraestrutura e sócio da Inter.B) trata do processo de deterioração institucional e econômica do setor de infraestrutura elétrica no Brasil, que, apesar de receber os maiores volumes de investimento do país, enfrenta crescentes distorções, baixa confiabilidade e má alocação de recursos. Ele denuncia a captura do planejamento energético por interesses políticos e lobbies no Congresso, a proliferação de subsídios injustificados e a priorização de fontes intermitentes (como solar e eólica) em detrimento de fontes firmes e despacháveis, como a hídrica. O resultado, segundo Frischtak, é um sistema cada vez mais vulnerável a apagões, com altos custos para consumidores e o Tesouro, configurando um modelo insustentável que ameaça a segurança energética nacional. Ele conclui que é urgente resgatar o planejamento técnico e o interesse público para restaurar a competitividade e a racionalidade do setor elétrico.(GESEL-IE-UFRJ – 28.07.2025)
Artigo de Howard Davies: "Trump matou as finanças verdes?"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Howard Davies (ex-vice-presidente do Banco da Inglaterra) trata da trajetória e dos desafios das iniciativas financeiras globais para combater as mudanças climáticas, especialmente a Aliança Financeira de Glasgow para Emissões Líquidas Zero (GFANZ) e suas entidades filiadas, criadas em 2021 sob a liderança de Mark Carney. Apesar das promessas iniciais de transformarem o sistema financeiro em uma infraestrutura crítica para a transição verde, o artigo destaca a crescente retirada e enfraquecimento dos compromissos por parte de grandes bancos e seguradoras, especialmente nos EUA, que também influenciam órgãos reguladores internacionais a reduzir esforços climáticos. Davies evidencia o contraste entre a urgência científica diante dos impactos do aquecimento global e a resistência política americana, sugerindo que, apesar das dificuldades, a pressão para a adaptação e resposta climática deve prevalecer, desde que reguladores globais mantenham firmeza. (GESEL-IE-UFRJ – 28.07.2025)
Artigo de Bruno Bioni, Laura Schertel Mendes e Virgilio Almeida: "Brasil não deve copiar Europa ou Texas para regular IA"
Em artigo publicado pela Folha de São Paulo, Bruno Bioni (diretor-fundador do Data Privacy Brasil), Laura Schertel Mendes(Professora do IDP) e Virgilio Almeida (professor associado ao Centro Berkman Klein, da Universidade Harvard) tratam do avanço da regulação da inteligência artificial (IA) no Brasil, destacando o contraste entre as abordagens internacionais e a construção de um modelo brasileiro próprio, representado pelo PL 2.338/23, aprovado pelo Senado em 2024. O texto enfatiza que a regulação não é inimiga da inovação, mas sim uma ferramenta para promover desenvolvimento tecnológico responsável, com base em direitos e riscos proporcionais ao uso da IA. Diferentemente do modelo europeu mais prescritivo, o Brasil opta por uma governança setorial articulada pelo Sistema Brasileiro de Governança de IA (SIA), buscando soberania tecnológica e proteção social, evitando o risco de subalternização digital. O artigo conclui que o país tem a oportunidade histórica de consolidar uma legislação que combine inovação, inclusão e segurança jurídica, servindo como referência global para a regulação da IA. (GESEL-IE-UFRJ – 28.07.2025)
Artigo de Bianca Bez: "Intervenção legislativa no setor elétrico: eficiência ou distorção?"
Em artigo publicado pela Agência CanalEnergia, Bianca Bez (advogada especialista em energia) analisa os impactos da recente derrubada de vetos à Lei das Eólicas pelo Congresso, que impõe contratações regionalizadas (300 MW eólicos no Sul) e prorroga contratos de PCHs/biomassa por 20 anos. A autora reconhece benefícios pontuais, como a redução de gargalos na transmissão e desenvolvimento regional, mas alerta para distorções de mercado: (1) contratação de fontes mais caras (PCHs) onera consumidores; (2) prorrogações com preços defasados engessam a inovação; e (3) a inclusão do hidrogênio de etanol no Nordeste carece de estudos de viabilidade. Bez defende que intervenções casuísticas, embora resolvam problemas imediatos, criam insegurança jurídica e comprometem a eficiência do setor no longo prazo. (GESEL-IE-UFRJ – 28.07.2025)
Artigo de Edvaldo Santana: "Quase uma incitação ao crime ambiental"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Edvaldo Santana (ex-diretor da Aneel) trata do contraste entre incentivos imediatos e benefícios futuros no combate às mudanças climáticas, refletindo sobre o comportamento humano diante de escolhas econômicas e ambientais. Ele parte de um exemplo cotidiano – a longa fila em um posto que oferece desconto no pagamento por PIX – para discutir como, mesmo diante de propostas mais vantajosas a longo prazo, como um bônus para quem deixar o carro em casa, as pessoas tendem a optar por recompensas imediatas, devido a fatores como o desconto hiperbólico e a aversão à perda. Santana usa essa reflexão para criticar o Projeto de Lei 2.159, recentemente aprovado na Câmara, que flexibiliza o licenciamento ambiental e, segundo ele, estimula práticas que agravam a crise climática, em flagrante contradição com os compromissos ambientais do país e em desrespeito às vítimas das tragédias já causadas por eventos extremos. (GESEL-IE-UFRJ – 29.07.2025) Link Externo
Artigo de Ana Inoue: "A educação profissional e a crise climática"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Ana Inoue (superintendente do Itaú Educação e Trabalho) trata da importância de alinhar a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) às demandas impostas pelas mudanças climáticas e pela transição ecológica, destacando a necessidade de formar profissionais qualificados, especialmente entre as juventudes, para atuar em cadeias produtivas sustentáveis e adaptadas às realidades territoriais do Brasil. Ele argumenta que a agenda climática não é apenas ambiental, mas também econômica e social, exigindo planejamento amplo, integração entre diferentes níveis de ensino e um olhar atento às desigualdades regionais. Com exemplos como os cursos técnicos articulados no Piauí nas áreas de tecnologia e apicultura, o autor demonstra que é possível criar ecossistemas de formação alinhados às vocações locais, reforçando que justiça climática e justiça social caminham juntas — e que a EPT tem papel decisivo na preparação da sociedade para os desafios e oportunidades da emergência climática. (GESEL-IE-UFRJ – 29.07.2025) Link Externo
Artigo de Edvaldo Santana: "Quase uma incitação ao crime ambiental"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Edvaldo Santana (ex-diretor da Aneel) trata do contraste entre incentivos imediatos e benefícios futuros no combate às mudanças climáticas, refletindo sobre o comportamento humano diante de escolhas econômicas e ambientais. Ele parte de um exemplo cotidiano – a longa fila em um posto que oferece desconto no pagamento por PIX – para discutir como, mesmo diante de propostas mais vantajosas a longo prazo, como um bônus para quem deixar o carro em casa, as pessoas tendem a optar por recompensas imediatas, devido a fatores como o desconto hiperbólico e a aversão à perda. Santana usa essa reflexão para criticar o Projeto de Lei 2.159, recentemente aprovado na Câmara, que flexibiliza o licenciamento ambiental e, segundo ele, estimula práticas que agravam a crise climática, em flagrante contradição com os compromissos ambientais do país e em desrespeito às vítimas das tragédias já causadas por eventos extremos. (GESEL-IE-UFRJ – 29.07.2025) Link Externo
Artigo de Ana Inoue: "A educação profissional e a crise climática"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Ana Inoue (superintendente do Itaú Educação e Trabalho) trata da importância de alinhar a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) às demandas impostas pelas mudanças climáticas e pela transição ecológica, destacando a necessidade de formar profissionais qualificados, especialmente entre as juventudes, para atuar em cadeias produtivas sustentáveis e adaptadas às realidades territoriais do Brasil. Ele argumenta que a agenda climática não é apenas ambiental, mas também econômica e social, exigindo planejamento amplo, integração entre diferentes níveis de ensino e um olhar atento às desigualdades regionais. Com exemplos como os cursos técnicos articulados no Piauí nas áreas de tecnologia e apicultura, o autor demonstra que é possível criar ecossistemas de formação alinhados às vocações locais, reforçando que justiça climática e justiça social caminham juntas — e que a EPT tem papel decisivo na preparação da sociedade para os desafios e oportunidades da emergência climática. (GESEL-IE-UFRJ – 29.07.2025) Link Externo
Artigo de Ana Chagas: "COP30 em Belém: Entre a crítica logística e o contexto geopolítico"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Ana Chagas (sócia do Simões Pires na área de Ambiental, Mudanças Climáticas e ESG) trata das críticas dirigidas à infraestrutura de Belém, cidade-sede da COP30, e questiona se o escrutínio enfrentado é proporcional ao dedicado a edições anteriores do evento, como no Egito ou Azerbaijão, que também apresentaram problemas logísticos, mas sem que sua legitimidade como anfitriões fosse colocada em xeque. Chagas argumenta que, diferentemente das sedes anteriores, onde havia restrições à participação da sociedade civil, o Brasil oferece um ambiente democrático pleno, o que amplia o espaço para críticas. Além disso, destaca que a atenção desproporcional às questões operacionais pode refletir a frustração com a estagnação das negociações climáticas globais, como evidenciado pelo impasse na conferência preparatória em Bonn sobre o financiamento climático. Para ela, o verdadeiro desafio da COP30 será equilibrar soluções logísticas com avanços concretos na agenda ambiental, sem perder de vista a urgência dos compromissos climáticos. (GESEL-IE-UFRJ – 30.07.2025) Link Externo
Artigo de Joaquim Levy: "Inteligência Artificial e o desafio da energia"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Joaquim Levy (diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercado do Banco Safra) trata do crescimento exponencial da demanda por energia impulsionado pelo avanço da Inteligência Artificial, destacando os esforços dos EUA para suprir essa necessidade por meio de estímulos regulatórios, uso de áreas inusitadas e parcerias internacionais. Levy enfatiza que essa corrida energética tem reacendido o interesse global na fusão nuclear como fonte limpa e poderosa, com destaque para os métodos por confinamento inercial e magnético, ambos ainda desafiadores, mas com avanços promissores liderados por países como EUA, China e Japão. A IA tem desempenhado papel decisivo nesse progresso ao prever instabilidades nos reatores em tempo real. Apesar de o Brasil possuir uma base científica importante com tokamaks operacionais, sua saída do projeto ITER e a falta de investimento estratégico ameaçam sua posição nesse setor vital. Levy conclui que, para manter relevância e soberania energética, o país deve priorizar a fusão nuclear com apoio da indústria, das universidades e de centros de inteligência artificial. (GESEL-IE-UFRJ – 30.07.2025) Link Externo
Artigo de José Roberto Nogueira: "As falhas na Fiscalização e o Descaso com as Agências Reguladoras"
Em artigo publicado pela Agência CanalEnergia, José Roberto Nogueira (engenheiro e sócio da J Nogueira Engenharia) denuncia o cenário de fragilidade das agências reguladoras brasileiras, responsáveis por 80% da economia formal. O autor faz parte de uma série de falhas recentes (como o acidente da Voepass, fraudes no INSS e no Seguro Defeso) para evidenciar a crise na fiscalização, agravada por cortes orçamentários e contingenciamentos do Executivo. Nogueira cita o TCU, que alertou no Senado sobre a queda na capacidade fiscalizatória das agências — algumas arrecadam seis vezes mais do que recebem para operar. Apoia o PLC do senador Laércio Oliveira, que busca impedir contingenciamentos, mas defende uma solução radical: orçamentos enviados diretamente ao Senado, com autonomia financeira e cobrança por metas. O artigo conclui que só com agências fortalecidas o Brasil evitará tragédias e garantirá serviços públicos de qualidade. (GESEL-IE-UFRJ – 30.07.2025) Link Externo
Artigo de Thelma Krug, Paulo Artaxo, Moacyr Araújo, Jean Ometto, Bráulio Borges, Roberto Kishinami, Eduardo Assad e Paulo Saldiva: "COP30 e o Congresso brasileiro"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Thelma Krug( líder do conselho científico da COP30), Paulo Artaxo (coordenador do Centro de Estudos Amazônicos da USP), Moacyr Araújo (vice-reitor da UFPE), Jean Ometto (pesquisador sênior no INPE), Bráulio Borges (economista da LCA), Roberto Kishinami (especialista sênior no iCS), Eduardo Assad (pesquisador da FGV Agro) e Paulo Saldiva (professor da Faculdade de Medicina da USP) tratam da aprovação pelo Congresso brasileiro do PL 2159, que enfraquece o licenciamento ambiental no país, gerando retrocessos significativos para a proteção ambiental, a crise climática, a biodiversidade e os direitos de populações tradicionais. Eles destacam que a medida, que privilegia a autodeclaração em vez de resolver os entraves burocráticos, pode agravar as emissões de gases de efeito estufa, especialmente por conta do desmatamento, além de comprometer a credibilidade do Brasil no cenário internacional, a economia ligada ao mercado de créditos de carbono e acordos comerciais, como o Mercosul-União Europeia. Assad e Saldiva ressaltam a urgência de um compromisso científico e integrado para enfrentar a crise climática e esperam que o Executivo vete a proposta, evitando que a política ambiental brasileira chegue fragilizada à COP30 em Belém. (GESEL-IE-UFRJ – 31.07.2025) Link Externo
Artigo de Leonardo Pereira e Caio de Oliveira: "Mercado de capitais, chave na descarbonização"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Leonardo Pereira (sócio da Neuler Capital) e Caio de Oliveira (analista sênior na OCDE) tratam do crescimento global dos investimentos em energia limpa, que atingiram US$ 2 trilhões em 2024, mas ainda estão aquém do necessário para cumprir as metas do Acordo de Paris, especialmente nos mercados emergentes e países em desenvolvimento (excluindo China), que precisam quintuplicar seus aportes até 2035. Analisando cenários do relatório da OCDE, os autores destacam que o financiamento público poderia elevar significativamente a dívida pública, enquanto o protagonismo do setor privado exigiria avanços nos mercados de capitais, regulatórios e institucionais. Ressaltam que o sucesso da transição depende da qualidade institucional, regulação eficiente e, sobretudo, da confiança dos investidores — fator crítico e desafiador nos países em desenvolvimento. Para isso, defendem o fortalecimento de instituições independentes e reguladores técnicos, criando mercados de capitais mais líquidos e transparentes, capazes de financiar de forma sustentável a transformação energética global. (GESEL-IE-UFRJ – 01.08.2025) Link Externo
Artigo de Pietro Erber: "O futuro da geração intermitente"
Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Pietro Erber (membro do INEE) trata dos desafios da inserção das fontes solar e eólica na matriz elétrica brasileira, destacando sua crescente competitividade econômica, mas também os custos e complexidades decorrentes de sua intermitência e baixa inércia, que comprometem a estabilidade do sistema elétrico. O autor aponta a necessidade de complementação por usinas térmicas e hidrelétricas, o agravamento do desperdício de energia gerada (“curtailment”) e a ausência de remuneração adequada para serviços ancilares. Defende que a expansão equilibrada da oferta, aliada à criação urgente de capacidades de armazenamento — tanto de curto quanto de longo prazo, como baterias e hidrelétricas reversíveis —, é essencial para garantir a segurança, confiabilidade e eficiência econômica da operação do Sistema Interligado Nacional (SIN). (GESEL-IE-UFRJ – 01.08.2025) Link Externo
Editorial Valor Econômico: "Governo Trump deve revogar conclusão científica que regulamenta emissões de gases de efeito estufa"
Em editorial publicado nesta terça-feira (29/07) o Valor Econômico trata da proposta do governo Donald Trump de revogar a “constatação de perigo” de 2009, que reconhecia os gases de efeito estufa como ameaças à saúde humana e servia de base legal para diversas regulamentações ambientais nos Estados Unidos. Anunciada por Lee Zeldin, chefe da Agência de Proteção Ambiental (EPA), a medida visa eliminar restrições às emissões, especialmente as de veículos, sob o argumento de proteger a economia e reduzir custos regulatórios. A proposta, vista como a maior ação desregulatória da história do país, também busca desfazer padrões que incentivam carros elétricos, o que provocou forte reação de ambientalistas, que alertam para o retrocesso nos esforços de combate às mudanças climáticas em meio ao agravamento de seus impactos. (GESEL-IE-UFRJ – 30.07.2025) Link Externo