Hidrogênio 200
Uso Final
Toyota revela novo conceito de carro de corrida a hidrogênio líquido antes de Le Mans
A Toyota revelou um novo conceito de carro de corrida a hidrogênio líquido com um motor de combustão interna antes do 40º aniversário da corrida 24 Horas de Le Mans, na França. O GRL LH2 Racing Concept foi projetado usando a tecnologia do carro de corrida híbrido GR010 da Toyota Gazoo Racing. Esse projeto vem dando sinais desde 2021. Mas em 2023 eles atualizaram o motor para usar H2L. No entanto, durante o teste privado no Fuji International Speedway ocorreu um incêndio devido a um vazamento de um tubo de hidrogênio gasoso, assim ocasionando a destruição do carro antes da corrida principal. Além disso, a equipe disse na época que o evento não foi causado diretamente pelo hidrogênio. (H2View – 11.06.2025)
UlemCo lança unidade móvel de reabastecimento de hidrogênio para canteiros de obras
A empresa de transportes UlemCo, sediada no Reino Unido, lançou na semana passada um veículo móvel de reabastecimento de hidrogênio, projetado para uso em ambientes de construção e fora de estrada. Alimentado por um motor bicombustível de hidrogênio, o reabastecedor HyTANKa é uma unidade autônoma que pode fornecer hidrogênio de alta pressão, até 350 bar, diretamente às máquinas no local. Segundo a empresa, ela pode operar independentemente da infraestrutura fixa. Ademais, o reabastecedor também é legalizado nas estradas de acordo com as normas ADR. Por fim, o projeto foi testado durante o projeto Element 1 e espera-se que ele dê suporte a projetos distribuídos em fase inicial. (H2View – 09.06.2025)
Produção
Brasil: Piauí inicia obras de usina de hidrogênio verde
O Piauí iniciou a construção da usina de hidrogênio verde, em Parnaíba, com investimento inicial de R$ 27 bilhões pela Solatio Energia Livre. A planta, que ocupará 154 hectares, produzirá 400 mil toneladas de H₂V e 2,2 milhões de toneladas de amônia verde por ano, com previsão de operação plena até 2031. O projeto deve gerar mais de 2 mil empregos diretos e impulsionar setores como fertilizantes e siderurgia. A escolha do estado se deve à abundância de energia limpa e água subterrânea, além do apoio governamental. A usina consumirá 3 GW de energia, elevando a arrecadação estadual. As obras seguem rígido controle ambiental. O estado ainda sedia a Brazil Energy Conference, consolidando seu protagonismo na transição energética global. (Governo do Piauí - 09.06.2025)
Galp anuncia novo investimento em planta flexível capaz de produzir hidrogênio e metano
O grupo português Galp aproveitou as comemorações pelo Dia Mundial do Meio Ambiente para anunciar um novo investimento voltado ao desenvolvimento de uma planta flexível capaz de produzir hidrogênio e metano a partir de efluentes agroindustriais. A primeira etapa do projeto já foi concluída, com a adequação dos laboratórios envolvidos, dando início aos testes em escala piloto. Com isso, parte da infraestrutura necessária foi viabilizada com recursos oriundos da cláusula de investimento da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Por fim, a iniciativa está sendo desenvolvida em parceria com instituições brasileiras, com foco na produção de dois combustíveis alternativos, sendo o H2V e o biometano. (Petronotícias - 05.06.2025)
Políticas Públicas e Financiamentos
Nova York abre chamada de financiamento para projetos células a combustível de hidrogênio
A agência de P&D de energia de Nova York abriu uma chamada de financiamento de US$ 3,7 milhões para o desenvolvimento de células a combustível de hidrogênio e projetos de demonstração que poderiam apoiar a resiliência da rede do estado. O programa concederá inicialmente até US$ 250.000 para esforços de definição de escopo, incluindo avaliações, conclusões e custos iniciais. A segunda fase se concentrará em avaliações mais detalhadas, incluindo projeto de engenharia, segurança e licenciamento. Por fim, a Agência expõem que o financiamento da segunda fase dependerá do tamanho do projeto e do número total de projetos em andamento. (H2View – 10.06.2025)
Centrica e Equinor firmam parceria para fornecimento de gás natural com cláusula de transição para hidrogênio.
A Centrica, empresa de energia do Reino Unido, assinou um acordo de £20 bilhões (US$26,9 bilhões) e 10 anos para importar gás natural da Equinor, com a opção de mudar os volumes para hidrogênio. A estatal norueguesa de petróleo e gás fornecerá cinco bilhões de metros cúbicos de gás por ano até 2035, assim elevando o papel do gás dentro do mercado do Reino Unido. No entanto, a Centrica pode substituir as vendas desse elemento por hidrogênio, o principal plano da companhia é desenvolver usinas elétricas movidas a gás que possam mudar para hidrogênio limpo, entretanto ainda não foi informado a escolha para importar o H2. No entanto, vale ressaltar que, atualmente a importadora possui quatro projetos de hidrogênio azul em desenvolvimento, mas também a ressalvas de que esta abandonou no ano passado os planos de produzir H2A na Noruega e exportá-lo para a Alemanha.
(H2View – 10.06.2025)
EUA: Instituto Americano do Petróleo solicita manutenção de subsídios ao hidrogênio limpo
Mais de 250 empresas e entidades do setor de energia e indústria — incluindo o Instituto Americano do Petróleo (API), enviaram no dia 5/6 uma carta ao Congresso dos Estados Unidos pedindo a manutenção dos incentivos fiscais ao hidrogênio de baixo carbono. Endereçada a John Thune, líder da maioria do Senado, e ao presidente do Comitê de Finanças, Mile Crapo, a carta pede que os subsídios ao chamado hidrogênio limpo continuem valendo pelo menos até 31 de dezembro de 2029. Esse movimento vem por conta do setor temer que a revogação antecipada do incentivo, afugenta investimentos bilionários em infraestrutura e enfraqueça a liderança americana na corrida por essa fronteira tecnológica. Com isso, o Instituto reforça apoio a manutenção do 45V. Além do mais, o documento ressalta que o incentivo representa um ótimo custo-benefício para o governo. Por fim, players dissertam sobre como a antecipação do fim do 45V foi é uma ameaça para o futuro da indústria de hidrogênio no país. (Eixos - 06.06.2025)
Brasil: MME assina acordo com a França para ampliar uso de hidrogênio de baixa emissão de carbono
O Ministério de Minas e Energia (MME) e o Ministério da Economia, Finanças e Soberania Industrial e Digital da França firmaram, no dia 06/06, uma Declaração de Intenções voltada à cooperação bilateral no setor de hidrogênio de baixa emissão de carbono. A iniciativa reforça os laços históricos entre os dois países e se insere no contexto da transição energética justa e do fortalecimento das cadeias produtivas sustentáveis. Durante o encontro, o ministro do MME, Alexandre Silveira, destacou a importância da cooperação internacional como motor para o desenvolvimento de soluções conjuntas. Com isso, o documento estabelece bases para o intercâmbio de informações regulatórias e tecnológicas. Por fim, com o novo marco legal do hidrogênio aprovado no Brasil, o Governo reforça o compromisso com um ambiente seguro e transparente, assim elevando a atratividade de investimentos. (MME - 06.06.2025)
HDF firma parceria com PLN e PT SMI para desenvolver 23 projetos de hidrogênio na Indonésia
A HDF Energy firmou um acordo com a PLN e a PT SMI para viabilizar o financiamento de 23 projetos de hidrogênio na Indonésia, totalizando € 2,3 bilhões e integrados ao plano nacional de energia do país. A Tecnalia, por sua vez, lançou um eletrolisador de 50 kW para testes de componentes, com produção de até 1 kg/h, já em uso por empresas globais. A Thyssenkrupp Nucera realizará um estudo FEED para um projeto europeu de hidrogênio com 600 MW, com possível contrato EPF em 2026. Paralelamente, a Thyssenkrupp Uhde e a Uniper construirão uma planta piloto de craqueamento de amônia na Alemanha, com vistas a um terminal de importação em Wilhelmshaven. Por fim, a Amea Power e a Kyuden International firmaram parceria para desenvolver projetos de hidrogênio verde em larga escala, unindo experiência em energia limpa e expertise tecnológica. (PV Magazine - 04.06.2025)
Armazenamento e Transporte
Evonik conecta centros de demanda com gasoduto de H₂ verde
A Evonik concluiu a construção e conversão de um gasoduto de mais de 50 km para transportar hidrogênio verde entre Legden, o Parque Químico de Marl e a refinaria de Gelsenkirchen, na Alemanha. A iniciativa faz parte do projeto GET H2, que visa criar uma rede nacional de hidrogênio para descarbonizar a indústria. O Parque Químico de Marl, com infraestrutura robusta e tradição no uso de hidrogênio, será um dos principais beneficiados, com novos projetos como produção de metanol verde e fotossíntese artificial. A Evonik também desenvolve tecnologias próprias, como a membrana DURAION®, para baratear a eletrólise. A empresa reforça sua posição estratégica na transição energética e no desenvolvimento de uma economia de hidrogênio neutro em carbono. (FCW - 03.06.2025)
Consórcio visa construir infraestrutura de hidrogênio líquido para aeroportos holandeses
Um consórcio formado por Air Products, Airbus, RTHA, KLM e Transavia firmou um acordo para desenvolver um centro de hidrogênio voltado à aviação na Holanda, com foco nos aeroportos de Rotterdam Haia e Schiphol. O objetivo é criar infraestrutura para uso de hidrogênio líquido, priorizando segurança e integração aos aeroportos existentes. A Air Products contribuirá com expertise técnica global, enquanto a iniciativa busca descarbonizar o setor aéreo, alinhando-se a metas climáticas. O projeto se soma a outras iniciativas europeias como o Cryostar, voltado à certificação de tanques de hidrogênio, e testes práticos já realizados no Reino Unido. (H2 View - 06.06.2025)
Tecnologia e Inovação
Purem entrega os primeiros componentes para a tecnologia de produção de hidrogênio SOEC da Topsoe
A Purem by Eberspaecher iniciou a produção de vasos de pressão e componentes para a tecnologia de eletrólito de óxido sólido (SOEC) da Topsoe, voltada à produção eficiente de hidrogênio verde. Os primeiros equipamentos foram apresentados na unidade da Purem em Neunkirchen, Alemanha, e integrarão a nova fábrica da Topsoe em Herning, Dinamarca, com capacidade anual prevista de 500 MW em SOECs. A parceria reforça a estratégia de ambas as empresas de avançar no setor de hidrogênio verde e fortalecer a cadeia de suprimentos industrial para soluções Power-to-X. (H2 View - 06.06.2025)
A otimização simultânea do projeto e do controle da planta reduzem custo do hidrogênio
Em 2025, o investimento global em energia deve atingir US$ 3,3 trilhões, com tecnologias limpas recebendo mais que o dobro dos combustíveis fósseis. A China lidera esse movimento, com destaque para a energia solar fotovoltaica e baterias. No Reino Unido, alertas apontam risco de não atingir metas de descarbonização elétrica sem acelerar infraestrutura. A União Europeia lançará um pacote para destravar redes e armazenamento, enquanto enfrenta desafios na implementação dos Planos Nacionais de Energia e Clima. A crescente demanda por data centers exige coordenação energética para evitar sobrecarga da rede. Austrália e EUA também enfrentam decisões críticas, com destaque para a pressão contra o fim do programa Energy Star. Por fim, surgem novos projetos e tecnologias de hidrogênio verde, com destaque para produção otimizada e iniciativas de descarbonização na indústria e aviação. (PV Magazine - 11.06.2025)
Artigos e Estudos
Hidrogênio e biometano: os gases do futuro
O Brasil, com sua vasta produção agropecuária e agroindustrial e importante matriz elétrica renovável, tem nas mãos um potencial significativo para liderar a transição energética global, com os gases do futuro. A integração desses gases “verdes” pode representar uma oportunidade única para descarbonizar setores intensivos em emissões, como a indústria e o transporte pesado, além de impulsionar a reindustrialização sustentável no país. Com isso, a eletrificação estará no epicentro dessa dinâmica junto com a infraestrutura de gás verde. Os dois pilares são o hidrogênio e o biometano, além deles auxiliarem na descarbonização do gás natural, sua produção descentralizada não depende de grandes redes de escoamento para chegar ao consumo final. Ademais, além dessas vantagens, outro potencial relevante a ser destacado é a sua pegada de independência, fenômeno já observado pela UE, que vem intensificando movimentos em tendência ao mercado. Com isso, também é relevante destacar outros dois temas importantes nesse debate. O fator biogás, que pode ser utilizado para a produção de hidrogênio e possui um papel dentro do Brasil com uma produção marcada de 4,6 Bilhões de metros cúbicos por ano. Por fim, a segunda temática gira ao redor dos fatores competitivos entres o H2V e o Biometano, principalmente no hiato temporal, colocando uma perspectiva de player dentro do mercado referente à sua produção no curto prazo e longo. (Eixos - 08.06.2025)
Artigo de Pedro Luz: “Hidrogênio verde: do hype à desconfiança”
Em artigo publicado pela Mehawhat Pedro Luz (Advisory Analyst na Aurora Energy Research, engenheiro civil pela USP, e especialista em eficiência energética, mercados de energia e sustentabilidade) trata de como o Brasil se localiza hoje com uma região com elevado potencial para o desenvolvimento de H2V, entretanto ainda acumula diversos gargalos de curto prazo ligados a demanda e oferta desses bens tecnológicos. Segundo o autor, “O potencial de o Brasil se tornar um grande produtor e exportador de hidrogênio verde (H2V) vem sendo discutido há anos, mas ganhou atenção especial com a oficialização do arcabouço regulatório em 2024… No entanto, com o passar dos meses, uma realidade mais complexa começou a se impor em muitos projetos enfrentando desafios como dificuldade de acesso a infraestrutura de rede, entraves logísticos e, sobretudo, uma demanda nacional e internacional ainda não consolidada”. Por fim, ele conclui que “Assim como a euforia exagerada pode causar miopia a riscos, não se trata, também, de abandonar o hype do hidrogênio e relegar seu potencial para o país. Trata-se de promover estratégias equilibradas e economicamente sustentáveis, que consolida, mais uma vez, o protagonismo do Brasil na transição energética mundial.” (MegaWhat – 06.06.2025)
Desvendando o mito da viabilidade financeira dos projetos de hidrogênio verde
O termo “bancarização” tornou-se um tópico de destaque na comunidade do hidrogênio. No entanto, ele é frequentemente usado como uma palavra da moda e está sujeito a interpretações errôneas. Com base em insights do setor de energia solar fotovoltaica, este artigo analisa a literatura sobre viabilidade financeira e examina suas implicações para os projetos de hidrogênio. Além disso, este documento conclui que a viabilidade bancária no setor de energia solar fotovoltaica funciona como um sistema de gerenciamento auto-organizado e orientado pelo setor. Por fim, o documento propõe o estabelecimento de um Diálogo entre as Partes Interessadas com o objetivo de desenvolver um Selo de Bancabilidade, uma estrutura padronizada projetada para alinhar os projetos de hidrogênio com os requisitos das instituições financeiras e garantir maior acesso ao financiamento. (SSRN – 20.05.2025)