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IFE
19/05/2025

Hidrogênio 196

Assinatura:
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Subeditores: Kalyne Brito e Sayonara Andrade Elizário
Pesquisadores: Ana Eduarda Rodrigues e Gabriel Eleotério
Assistente de pesquisa: Sérgio Silva

IFE
19/05/2025

IFE nº 196

Assinatura:
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Subeditores: Kalyne Brito e Sayonara Andrade Elizário
Pesquisadores: Ana Eduarda Rodrigues e Gabriel Eleotério
Assistente de pesquisa: Sérgio Silva

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Hidrogênio 196

Políticas Públicas e Financiamentos

Indústria de óleo e gás pressiona Trump por incentivos a hidrogênio de baixo carbono

Pode parecer um paradoxo, mas a indústria de óleo e gás nos Estados Unidos vem pressionando a administração Trump para manter os incentivos fiscais ao hidrogênio de baixo carbono. A razão seria pelo enorme potencial norte-americano para o hidrogênio azul, produzido a partir de gás natural com captura de carbono. Enquanto o presidente americano vai para um caminho de desmonte, a indústria petrolífera adota uma posição estratégica de reposicionamento, colocando o combustível fóssil como peça fundamental para a transição energética. Com isso, a peça central é o crédito fiscal 45V, criado na Lei de redução da Inflação, que oferece até US$ 3 por quilo de H2 produzido. A possível revogação do crédito ocasionou uma carta conjunta de 26 associações e 88 empresas ao congresso. O grupo destaca que o 45V pode gerar milhares de empregos e bilhões em investimentos privados. Ademais, a pressão não vem só do setor privado, mas também da própria base de Trump no Congresso. Recentemente, um grupo de 21 republicanos da Câmara se manifestou contrário à revogação dos incentivos. Outro argumento bastante evidenciado é o do analista de política energética, David Blackmon, que segundo este, o gás natural é um recurso abundante para os EUA, o que torna a base ideal para impulsionar o hidrogênio azul. (Eixos – 22.04.2025)

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Fertilizantes verdes acendem debate entre fazenda e setor privado sobre créditos fiscais

O incentivo à produção de fertilizantes com hidrogênio de baixo carbono abriu um conflito entre o Ministério da Fazenda e agentes do mercado, sobre a concessão de créditos fiscais e a desoneração prevista nos programas criados em 2024 para empresas que produzem hidrogênio. Em síntese, acontece um possível descolamento de ideias entre entidades e o Ministério da Fazenda no teor dos subsídios, incluindo o setor de fertilizantes verdes. O ministério nega essa afirmação e disserta sobre como os subsídios iriam priorizar projetos que promovessem a descarbonização da indústria nacional em setores prioritários, como de fertilizantes. Além disso, coloca o hidrogênio doméstico como um pilar para fugir da dependência e se posicionar como player competitivo, assim colocando um foco na descarbonização do agronegócio. Por fim, o governo trabalha na minuta de decreto para regulamentar a concessão de R$ 18,3 bilhões no Programa Nacional de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC) e os benefícios do Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (Rehidro), enquanto um estabelece objetivos a aplicação de incentivos para descarbonização com o uso de hidrogênio em setores industriais o outro desonera investimentos com a suspensão de impostos federais.(Eixos – 16.04.2025)


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A Lhfye recebe financiamento de dívida para um portfólio de produção de hidrogênio verde de 30 MW

A Lhyfe garantiu 53 milhões de euros (60 milhões de dólares) em financiamento de dívida para desenvolver um portfólio de locais de produção de hidrogênio verde na França e na Alemanha. O portfólio de ativos financiados inclui dois locais operacionais em Buléon, na França, e Schwäbisch Gmünd, na Alemanha, além de dois em construção em Le Cheylas (Isère) e Somme, representando uma capacidade combinada de eletrólise de 30 MW. Com isso, parte dos novos fundos serão destinados a reembolso e o restante financiará os desenvolvimentos restantes. Em relação a estruturação, o financiamento é uma combinação de títulos e empréstimos snio com vencimento em 2034 do Edmond de Rothschild Asset Management, Triodos Bank e Sienna Investment Managers. Por fim, de acordo com a companhia francesa, a Lhyfe tem 22MW de capacidade de eletrólise instalada. (H2 View - 30.04.2025)


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Produção

Primeira usina de hidrogênio verde no Centro-Oeste inicia operação em Mato Grosso do Sul

A Rede Brasileira de Certificação, a UFMS e a empresa GWE inauguraram uma usina de hidrogênio verde em Campo Grande (MS), a primeira do tipo no Centro-Oeste. O projeto piloto já está em operação e prevê investimentos de R$ 2 bilhões até 2030, com foco na produção de fertilizantes verdes. A usina utiliza energia solar para separar a molécula da água e produzir até uma tonelada de hidrogênio por mês, posicionando a UFMS como referência nacional em transição energética e inovação. (Novacana - 28.04.2025)


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Japão iniciará busca de depósitos de hidrogênio natural para gerar energia barata

A Organização Japonesa Jogmec iniciará, em 2025, a busca por depósitos subterrâneos de hidrogênio natural, uma alternativa limpa e barata que não emite CO₂. O Japão pretende mapear áreas com potencial, aproveitando dados geológicos e de perfurações anteriores. Rochas como peridotito e serpentinito, comuns no país, podem indicar locais promissores. A extração de hidrogênio natural já ocorre no exterior, como no Mali, e custa cerca de US$ 1 por quilo. Apesar do potencial, o desafio está em localizar depósitos concentrados e desenvolver tecnologias de extração sustentáveis. (Valor Econômico - 30.04.2025)


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Projeto de hidrogênio verde da Solatio é barrado pela Aneel por risco de sobrecarga

A Aneel negou o pedido de conexão do projeto de hidrogênio verde da Solatio, de 3 GW, na ZPE de Parnaíba (PI), alegando risco de sobrecarga e colapso de tensão na rede, conforme parecer do ONS. A empresa contesta a decisão, apontando novos estudos e reforços no sistema não considerados. A Solatio defende que o projeto é viável, com início previsto para 2028 e custo estimado abaixo de US$ 3/kg, focado na exportação. A Aneel afirmou que a negativa é temporária e que a empresa pode reapresentar o pedido com ajustes ou aguardar melhorias estruturais na rede elétrica. (Megawhat Energy - 29.04.2025)


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Hidrogênio Natural Entra no Radar das Maiores Empresas de Energia e Mineração

Empresas como Rio Tinto, Fortescue, Gazprom, BP e o fundo Breakthrough Energy Ventures, de Bill Gates, estão investindo no hidrogênio natural — gás encontrado naturalmente no subsolo, sem carbono e que emite apenas água ao ser queimado. O recurso, antes negligenciado, ganhou atenção após descobertas no Mali e vem sendo explorado em países como EUA, Canadá e França. Apesar do crescente interesse e investimentos em perfuração e testes, especialistas alertam que o hidrogênio natural ainda está em estágio embrionário, com desafios técnicos, ambientais e de distribuição. Críticos também questionam sua viabilidade econômica e temem que o foco nesse recurso desvie a atenção do hidrogênio verde. (CNBC - 28.04.2025)


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OMV inaugura a maior planta de produção de hidrogênio verde da Áustria

A OMV anunciou o início das operações da maior planta de produção de hidrogênio verde da Áustria, localizada na refinaria de Schwechat, próxima a Viena. A instalação de 10 MW, baseada em eletrólise por membrana eletrolítica polimérica (PEM) e alimentada por fontes renováveis (eólica, solar e hidrelétrica), recebeu um investimento de 25 milhões de euros e poderá produzir até 1.500 toneladas de hidrogênio verde por ano. O hidrogênio será utilizado para fabricar combustíveis e produtos químicos sustentáveis, como o SAF (combustível sustentável de aviação) e o HVO (diesel renovável), contribuindo para uma economia de até 15.000 toneladas de CO₂ anuais. A planta é certificada pela Diretiva RED II da União Europeia para a produção de combustíveis renováveis de origem não biológica (RFNBOs) e faz parte da iniciativa WIVA P&G, com apoio do Fundo para o Clima e Energia da Áustria. A OMV afirma que a experiência adquirida com o projeto servirá como base para futuras iniciativas de descarbonização em suas operações. (OMV - 30.04.2025)


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Sungrow Hydrogen lança sistema de eletrolisador híbrido para produção de hidrogênio verde

Em comunicado recente, a Sungrow Hydrogen anunciou o início da produção de hidrogênio verde em Hubei, China, por meio de um sistema híbrido que integra eletrolisadores alcalinos e de membrana eletrolítica polimérica (PEM) em operação conjunta. O projeto combina um eletrolisador PEM de 200 Nm³/h e um eletrolisador alcalino de 1.000 Nm³/h, com foco no fornecimento de hidrogênio para o setor de transporte, incluindo o abastecimento de ônibus movidos a hidrogênio. A empresa também pretende explorar minas abandonadas para armazenamento subterrâneo de hidrogênio e aplicar sistemas controlados por inteligência artificial para otimizar o uso de energia renovável e a segurança operacional. A iniciativa reforça o papel da Sungrow no avanço do hidrogênio na China, somando-se a outros projetos como a unidade em Shanxi Yulin (1.200 Nm³/h) e o fornecimento recente de 96 MW em eletrolisadores alcalinos para um projeto de e-metanol na Mongólia Interior. (H2 View - 05.05.2025)


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Armazenamento e Transporte

Alemanha, Países Baixos e Omã fecham acordo para corredor de importação de hidrogênio liquefeito

Em 16 de abril, Alemanha, Países Baixos e Omã assinaram um acordo de desenvolvimento conjunto para criar o primeiro corredor global de importação de hidrogênio liquefeito, ligando o porto de Duqm (Omã) ao porto de Amsterdã (Países Baixos) e a centros logísticos na Alemanha, como o porto de Duisburgo. A operação está prevista para iniciar até 2029. O projeto, anunciado durante a visita do Sultão de Omã aos Países Baixos, conta com 11 parceiros estratégicos, incluindo Hydrom, OQ, Tata Steel Nederland e Hamburger Hafen und Logistik AG. A iniciativa visa acelerar a transição energética e fortalecer o fornecimento de hidrogênio verde para a Europa. (Eixos - 17.04.2025)


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Uso Final

GoVerde Energia investirá US$ 949 milhões em instalação brasileira de amônia e metanol à base de hidrogênio

A GoVerde Energia assinou uma carta de intenções com o governo do estado da Bahia para desenvolver uma instalação de produção de metanol e amônia à base de hidrogênio no Brasil. Sob um acordo inicial com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) do estado da Bahia, a empresa planeja investir R$ 5,4 bilhões no projeto industrial e mais R$ 3,6 bilhões em uma usina solar. Além disso, o projeto é dividido em três fases. Para a parte industrial, a companhia estimou uma produção de 300 toneladas de metanol verde e amônia, e 155 toneladas de oxigênio de subproduto por dia. (H2view – 28.04.2025)


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Porto de Roterdã testa abastecimento de navio com amônia

O Porto de Roterdã, na Holanda, anunciou no dia 14/04 que realizou com sucesso um piloto de abastecimento de amônia entre embarcações, no dia 12 de abril. A operação foi conduzida pelas empresas Trammo, OCI e James Fisher Fendercare, e ocorreu no terminal da Maasvlakte 2. Durante o teste, foram transferidos 800 metros cúbicos de amônia líquida entre os dois navios atracados. A operação durou cerca de duas horas e meia, e validou o marco regulatório de segurança. Segundo o Porto, a expectativa é que os primeiros navios projetados para utilizar amônia como combustível comecem a operar em 2026 ou 2027 e essa iniciativa é parte dos preparativos para estabelecer uma infraestrutura de abastecimento. (Eixos – 15.04.2025)


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Atvos fecha parceria com startup japonesa para projeto de amônia verde em Goiás

A produtora de biocombustíveis Atvos anunciou no dia 10/04 a assinatura de uma carta de intenções com a startup japonesa Tsubame BHB para desenvolver uma fábrica de amônia aquosa verde em Mineiros (GO), onde está localizada a Unidade Morro Vermelho (UMV), responsável pela produção de etanol. Com investimento de cerca de R$70 milhões, a nova planta terá capacidade instalada de 20 mil toneladas por ano do produto, que substitui os fertilizantes nitrogenados de base fóssil. Ademais, a base tecnológica do projeto utiliza hidrogênio verde e nitrogênio capturado do ar. Sua aplicabilidade pode ser observada na agricultura sustentável e nas indústrias químicas e farmacêuticas. Por fim, pelo cronograma da companhia, os trabalhos devem começar no próximo ano, após o detalhamento de engenharia e licenciamento ambiental. (Eixos – 10.04.2025)


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ArcelorMittal: Produção de Aço com Hidrogênio Verde e CCUS Não Será Viável Antes de 2030

A ArcelorMittal afirmou que é improvável que a integração de tecnologias verdes de fabricação de aço de ferro reduzido direto (DRI) à base de hidrogênio e de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) seja economicamente viável antes de 2030. No Relatório de Sustentabilidade 2024 da siderúrgica, o CEO da Arcelor Mittal, Aditya Mitaal, admitiu que a transformação em larga escala não ocorrerá em breve devido aos altos custos operacionais e de capital e que o progresso dependerá da eficácia e velocidade do planejamento dos governos. Por fim, a empresa relatou que suas plantas de Hidrogênio DRI na França e na Espanha estão previstas para entrar em operação este ano, enquanto as na Alemanha e na Bélgica são para 2026, contando que elas foram originalmente baseadas na expectativa de políticas de apoio e outras variáveis do mercado. (H2view – 17.04.2025)


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Tecnologia e Inovação

Governo de Minas financia pesquisa de produção de hidrogênio verde utilizando nióbio

Minas Gerais avança na produção de hidrogênio verde com o uso de catalisadores à base de nióbio, por meio da Rede de Hidrogênio de Minas Gerais, formada por sete instituições de ensino e três parceiros internacionais. A iniciativa, apoiada pela Fapemig, já recebeu cerca de R$ 1,3 milhão e desenvolve tecnologias como o uso de bagaço de cana para geração de hidrogênio e processos de fotocatálise. O estado, que possui as maiores reservas exploráveis de nióbio do mundo, destaca-se por agregar valor ao mineral e impulsionar a transição energética. Desde 2019, já atraiu mais de R$ 100 bilhões em investimentos verdes. (Agência Minas - 24.04.2025)


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Catalisador nanoestruturado produz hidrogênio verde e glicerato com eficiência energética aprimorada

Em artigo publicado pela Nature Nanotechnology, pesquisadores liderados por Chen Liang (NIMTE/Academia Chinesa de Ciências) desenvolveram um catalisador nanoestruturado de alta entropia (PtCuCoNiMn) que permite a produção simultânea de hidrogênio verde e glicerato com maior eficiência energética. A estratégia substitui a reação tradicional de evolução de oxigênio (OER) por uma eletro-oxidação do glicerol, que é energeticamente mais favorável. O catalisador alcançou seletividade de 75,2% para glicerato em 200 mA/cm² e operou de forma estável por mais de 210 horas, representando um avanço promissor rumo à descarbonização industrial. (Hydrogen Central - 30.04.2025)


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Eventos

Hydrogen Expo América do Sul 2025

A Hydrogen Expo América do Sul será uma excelente oportunidade para as empresas se posicionarem no setor de hidrogênio, apresentando inovações em tecnologias, equipamentos e soluções. Com a presença de mais de 3.500 visitantes qualificados, 800 congressistas e influenciadores, e 100 marcas expositoras, o evento promete ser uma plataforma de destaque para o mercado. Além disso, contará com 40 horas de conteúdo relevante distribuídas em 4 salas simultâneas. Marque na agenda: 11 e 12 de junho de 2025, EXPO MAG no Rio de Janeiro!


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Artigos e Estudos

Brasil tem condição singular para produzir hidrogênio verde, mostra estudo do CNPEM

Um estudo do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) detalha como o Brasil pode se tornar um dos principais produtores mundiais de hidrogênio verde com vantagens ambientais únicas. O trabalho foi publicado pela revista científica Applied Energy. O H2V é obtido por meio da eletrólise da agua, processo que usa eletricidade para separar o hidrogênio do oxigênio, no caso, quando resulta de energias renováveis, é chamado de hidrogênio verde. O estudo mostra que o país tem condições privilegiadas para garantir a integridade ambiental da produção. Além disso, os estudo mostra que as longas distancias de transmissão de energia no brasil não comprometem as credenciais de baixo carbono. Por fim, a próxima etapa da pesquisa será focada na estimação dos benefícios de produção considerando esses diferenciais trazidos pela rede elétrica nacional. (Nova Cana - 28.05.2025)


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