Hidrogênio 195
Políticas Públicas e Financiamentos
O Segundo Leilão do Banco Europeu de Hidrogênio atraiu 61 propostas com 8 destaques em tópico marítimo.
O segundo leilão do Banco Europeu de Hidrogênio para a produção de hidrogênio renovável atraiu 61 propostas de projetos em 11 países do Espaço Econômico Europeu (EEE), oito das quais foram apresentadas no tópico marítimo específico por produtores de hidrogênio com compradores no setor marítimo. O somatório é de um capital de 4,8 Bilhões de euros com a capacidade total de eletrolisadores de cerca de 6,3GWe. A CINEA está agora avaliando as propostas apresentadas com base nos critérios antes informados. A instituição planeja informar os resultados até o final de maio de 2025. (Eureporter – 14.04.2025)
Comissão Europeia aprovou auxílio de 400 milhões para auxiliar produção de hidrogênio Espanhol
A Comissão Europeia aprovou um auxílio estatal espanhol de 400 milhões de euros, com o objetivo de apoiar a produção de hidrogênio renovável por meio do Banco Europeu de Hidrogênio. O projeto apoiara a construção de 345MW de capacidade de eletrolisadores e uma produção de até 221.000 toneladas de HD2 renovável. O auxílio será concedido por meio de um processo de licitação competitiva, e terá seu funcionamento em forma de subsídios por um período de até 10 anos. Os beneficiários devem cumprir os critérios da UE para combustíveis renováveis de origem não biológica, incluindo demonstração de uso ou financiamento de renováveis adicionais. (Renews.biz – 13.04.2025)
França reduz meta de hidrogênio para 2030, mas mantém plano de subsídio de € 4 bilhões
A França reduziu sua meta de produção de hidrogênio de 6,5 GW para 4,5 GW até 2030 devido a atrasos no mercado e na tecnologia, mas voltou a se comprometer a oferecer 4 bilhões de euros (US$ 4,5 bilhões) em subsídios para os produtores. Esses atrasos derivam das mudanças estruturais, incluindo concorrência internacional e o avanço acelerado de outros métodos de descarbonização. No curto prazo até 2030 a meta relaxou e foi definida uma meta de 8GW para 2035, considerado um hiato de médio prazo. Por fim, os planos para o pacote focam no apoio à produção e nos avanços tecnológicos e regulatórios do micro setor com subsídios de 4 bilhões de euros. (H2View - 16.04.2025)
Produção
Empresas do Reino Unido planejam projeto de £ 6,5 bilhões para aumentar a produção de hidrogênio
Um consórcio liderado por Jo Bamford, com apoio de grandes empresas como British Gas, Johnson Matthey, Arup e Heidelberg, lançou o Projeto HySpeed, um ambicioso plano de £ 6,5 bilhões para aumentar a produção de hidrogênio verde no Reino Unido. O projeto visa instalar 1 GW de capacidade de produção até 2030, criando 24.300 empregos e atraindo grandes investimentos privados. Com o apoio de um novo mecanismo de subsídios do governo, o consórcio espera reduzir significativamente os custos de produção, tornando o hidrogênio mais acessível. No entanto, o hidrogênio enfrenta ceticismo devido ao seu custo de produção elevado e preocupações sobre segurança. O projeto tem como objetivo também aumentar a independência energética do Reino Unido, além de contribuir para os esforços de descarbonização.(Fuells Works - 14.04.2025)
Luxcara e GreenH nomeiam Cyient para engenharia na planta de hidrogênio verde norueguesa
A Cyient, empresa indiana, foi escolhida para fornecer serviços de engenharia para o projeto de hidrogênio verde de 20 MW em Bodø, Noruega, liderado pela Luxcara e GreenH. Com financiamento governamental de NOK 129 milhões (US$ 12 milhões), o projeto tem capacidade para produzir até 3.100 toneladas de hidrogênio verde anualmente, abastecendo balsas e o setor de transporte pesado. A Cyient será responsável pela engenharia do proprietário e detalhada da planta, com operações programadas para começar em 2026. A Luxcara será a principal gestora de ativos, enquanto a GreenH auxiliará no design e operação. Uma segunda fase do projeto pode adicionar mais 10 MW à usina, elevando a capacidade anual para 4.800 toneladas.(H2 View - 14.04.2025)
Armazenamento e Transporte
Teremos transporte de hidrogênio liquefeito em navios?
A transição energética pode levar ao surgimento de uma nova cadeia logística com o transporte marítimo de hidrogênio liquefeito (LH₂), um desafio atual em comparação ao gás natural liquefeito (GNL). A Kawasaki Heavy Industries (KHI) lidera os testes com o Suiso Frontier, um navio de transporte de LH₂, e planeja construir um novo modelo com capacidade de 160 mil m³. A expectativa é que, até 2030, uma cadeia de suprimentos de LH₂ em grande escala esteja estabelecida. No entanto, o transporte de LH₂ apresenta desafios, como custos elevados e grandes perdas energéticas devido à necessidade de resfriamento a -253°C. Comparado ao GNL, o LH₂ requer mais espaço e infraestrutura, mas estudos sugerem que pode ser mais barato que o transporte de hidrogênio na forma de amônia. O Brasil, com seu potencial renovável, pode emergir como um exportador competitivo de hidrogênio liquefeito, dependendo da evolução tecnológica e da demanda global.(Eixos - 13.04.2025)
Ceará busca soluções imediatas para expansão de hidrogênio renovável e data centers
O governo do Ceará discute com o ONS e o Ministério de Minas e Energia medidas urgentes para viabilizar projetos avançados de hidrogênio verde e data centers, que somam R$ 102 bilhões em investimentos. Entre os desafios está a falta de capacidade de conexão elétrica, com necessidade de 5 GW até 2028 e 10 GW até 2032. O governador Elmano de Freitas considera construir uma linha de transmissão para suprir a demanda e destaca potencial de criação de 100 mil empregos. A modernização do Porto de Pecém e uma nova ferrovia para fertilizantes verdes também estão em planejamento. O estado lidera no Brasil em memorandos de entendimento sobre hidrogênio renovável, mas enfrenta obstáculos na infraestrutura energética. investimentos em capacitação e inovação também fazem parte dos planos. (Agência CanalEnergia - 10.04.2025).
Uso Final
EnBW inaugura usina de energia pronta para hidrogênio em Stuttgart, Alemanha
A EnBW inaugurou uma usina de turbina a gás preparada para hidrogênio em Stuttgart-Münster, como parte de seu compromisso com a descarbonização e a estabilidade da rede elétrica. A unidade modernizada, que inclui cogeração de calor e energia (CHP), possui uma capacidade de 114 MW de eletricidade e 370 MW de calor, atendendo tanto à carga de base quanto à carga de pico. O projeto faz parte de um esforço maior para converter usinas a carvão em unidades de gás preparadas para hidrogênio, com investimentos de € 1,6 bilhão (US$ 1,8 bilhão). A EnBW também anunciou a instalação de um sistema de armazenamento de bateria de 100 MW para ajudar na estabilização da rede. O objetivo é atingir emissões líquidas zero até 2035 e fornecer soluções flexíveis para acomodar o crescimento das energias renováveis.(Power Technology - 14.04.2025)
Drone de hidrogênio chinês bate recorde de 30 horas de voo sem escala.
Um drone chinês movido a hidrogênio desenvolvido de forma independente completou recentemente um voo de 30 horas sem escalas, um novo recorde para esse tipo de aeronave produzida no país, de acordo com a Aviation Industry Corporation of China (AVIC). O drone foi desenvolvido em conjunto pela AVIC Chengdu Aircraft Industrial (Group) Co Ltd e pela Universidade de Tsinghua. Durante o voo o drone foi capaz de realizar o monitoramento dinâmico remoto do solo. ( Fuel Cell Works – 11.04.2025)
Empresa indiana obtém contrato de engenharia para projeto marítimo de hidrogênio na Noruega
Espera-se que a Cyient aproveite sua experiência em engenharia de energia verde e renovável, incluindo hidrogênio verde, para otimizar a entrega do projeto e aumentar a eficiência durante o ciclo de vida da iniciativa. O projeto Bodø, que faz parte de uma joint venture entre a empresa norueguesa de infraestrutura GreenH e a gestora de ativos Luxcara, sediada na Alemanha, deve se concentrar no fornecimento de hidrogênio verde para o setor marítimo e as indústrias de transporte pesado. O produto produzido será entregue à conexão de balsa Vestfjorden, no início planejado para 2026.(OffshoreEnergy - 15.04.2025)
Atvos anuncia acordo com startup Japonesa para desenvolver amônia aquosa verde
A produtora de biocombustíveis Atvos anunciou nesta quinta (10/4) a assinatura de uma carta de intenções com a startup japonesa Tsubame BHB para desenvolver uma fábrica de amônia aquosa verde em Mineiros (GO), onde está localizada a Unidade Morro Vermelho (UMV), responsável pela produção de etanol. Com investimento de cerca de R$ 70 milhões, a nova planta terá capacidade instalada de 20 mil toneladas por ano do produto, que será utilizado para substituir os fertilizantes nitrogenados de base fóssil aplicados nas áreas agrícolas. A base tecnológica utiliza hidrogênio verde e nitrogênio, sem utilizar fontes fosseis em seu processo. Ademais, o produto pode ser utilizado nas indústrias química e farmacêutica. Pelo cronograma da companhia, os trabalhos devem iniciar no próximo ano. ( Eixos – 10.04.2025)
Tecnologia e Inovação
A luz solar e a água do mar levam ao hidrogênio verde de baixo custo e à água limpa
Em estudo liderado pela Cornell, um método inovador e de baixo custo para produzir hidrogênio "verde" foi desenvolvido. Utilizando energia solar e eletrólise da água do mar, a tecnologia híbrida de destilação solar-eletrólise (HSD-WE) consegue produzir 200 ml de hidrogênio por hora com eficiência energética de 12,6%. O processo também gera água potável, oferecendo uma solução para a escassez de água. A expectativa é que, em 15 anos, o custo do hidrogênio verde seja reduzido para US$ 1 por quilo. A tecnologia utiliza a energia solar de forma mais eficiente, aproveitando o calor residual das células fotovoltaicas para evaporar a água do mar, que depois é dessalinizada e usada para eletrólise. A pesquisa é apoiada pela National Science Foundation e tem o potencial de ser incorporada a parques solares para melhorar a eficiência dos painéis.(Comell - 09.04.2025)
Eventos
Synergies of renewable hydrogen and biobased value chains deployment: environmental performance and promising value chains
O webinar, parte do projeto intertarefa de bioenergia da IEA sobre sinergias entre hidrogênio verde e cadeias de valor de origem biológica, discutirá o potencial da produção e uso integrado de hidrogênio renovável em processos biológicos. Ele explorará duas vertentes principais: (1) a produção de hidrogênio a partir de biomassa e (2) o uso de hidrogênio renovável em cadeias de valor biológicas, como na produção de combustíveis sintéticos renováveis e no biorrefino. O objetivo é identificar cadeias de valor promissoras que possam gerar sinergias entre os setores de hidrogênio e bioenergia, contribuindo para a descarbonização. O webinar acontece no dia 06 de maio às 10h.
Artigos e Estudos
Do cinza ao “verde”: Modelagem dos usos não energéticos do hidrogênio para a transição energética da UE
Em artigo publicado na Papers SSRN, os pesquisadores Juan Manuel Campos, Iñigo Capellán Pérez, Gonzalo Parrado e Fernando Antonio Frechoso tratam das análises de modelagem existentes e suas limitações, ademais avançam na apresentação de um modelo de energia dinâmica usando a Dinâmica de Sistemas para estudar os impactos sistêmicos e ambientais da transição de métodos. Eles concluem que, “pressupondo a continuidade das tendências de demanda de H2 e a implantação de H2 eletrolítico em larga escala até 2030, a descarbonização da rede na UE deve acelerar para garantir que o H2 verde para matéria-prima industrial emita menos CO2 do que os métodos de combustível fóssil, dobrando o ritmo atual”. (SSRN - 2025)
Brasil aposta em veículos flex e hidrogênio em cenários para transição
O governo brasileiro está enxergando nos veículos flex uma vantagem para o país na corrida global pela transição energética e nos biocombustíveis de segunda geração uma rota de menor custo para o setor de transporte, indica o Plano Decenal de Energia 2034 (PDE 2034). Divulgado pela EPE, o estudo traz três cenários para a descarbonização brasileira, a partir da visão do Plano Nacional de Transição Energética (PLANTE). Para o estudo, esses veículos saem na vanguarda em dois cenários, o de transição Brasil, que seria referente ao custo-eficiente em relação aos compromissos da NDC do país, e a transição Global, que considera o país aos esforços globais para limitação das temperaturas. Apenas no último cenário, o de transição alternativa que a eletrificação ganha maior vantagem, mas ainda com espaço largo para a participação dos biocombustíveis. Por fim, o relatório também observa como o hidrogênio em seu contexto de transição global é considerado uma tecnologia chave e mostra projeções que colocam o Brasil como potencial players (Eixos - 11.04.2025)
BloombergNEF: Energy Transition Investment Trends 2025
O relatório Energy Transition Investment Trends 2025 da BloombergNEF destaca que, embora o investimento global na transição energética tenha atingido um recorde de US$ 2,1 trilhões em 2024, o setor de hidrogênio (H₂) enfrentou uma retração significativa. Especificamente, os investimentos em hidrogênio caíram 42% em relação ao ano anterior, totalizando apenas US$ 8,4 bilhões. Esse declínio reflete os desafios persistentes na ampliação de tecnologias limpas emergentes, como o hidrogênio, que, juntamente com setores como captura de carbono, calor eletrificado e indústria limpa, representaram apenas 7,4% do total de investimentos e sofreram uma queda combinada de 23% em 2024. Esses números evidenciam as dificuldades enfrentadas por tecnologias emergentes para competir com setores mais consolidados, como transporte eletrificado, energia renovável e redes elétricas, que juntos absorveram 90% dos investimentos totais. (BloombergNEF - janeiro de 2025)
PwC: A Comparative Analysis of Carbon Capture and Hydrogen Technologies in Hard-to-Abate Sectors
O relatório analisa como as tecnologias de hidrogênio (H₂) e captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) podem ser aplicadas complementarmente para descarbonizar setores industriais de difícil abatimento, como aço, alumínio, cimento, petroquímica, transporte pesado e aviação. O estudo destaca que, enquanto a eletrificação enfrenta limitações nesses setores, a combinação de H₂ e CCUS oferece soluções viáveis para reduzir significativamente as emissões. Por exemplo, a produção de hidrogênio azul via reforma a vapor de metano (SMR) associada à captura de carbono pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa em mais de 80%. O relatório também apresenta estudos de caso, como o projeto H₂H Saltend no Reino Unido e o projeto NEOM na Arábia Saudita, que ilustram a implementação prática dessas tecnologias. Apesar dos desafios relacionados a custos e escalabilidade, o documento enfatiza que investimentos direcionados, desenvolvimento de infraestrutura e políticas de incentivo são essenciais para acelerar a adoção dessas soluções e alcançar uma economia global de baixo carbono (PwC - 18.03.2025).