Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Nivalde de Castro (professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador-geral do GESEL) e Fernanda Delgado (diretora-executiva da Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde [ABIHV]) tratam da transição energética global, destacando a importância de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e aumentar a segurança energética, com foco no papel do hidrogênio verde (H2V). Os autores explicam que a inovação tecnológica é crucial para o sucesso da transição, gerando novos investimentos e negócios, além de acelerar a descarbonização. No Brasil, o setor elétrico, com sua matriz energética renovável, possui vantagens competitivas para impulsionar a produção de H2V, uma alternativa energética de baixo carbono. O artigo ainda menciona como o Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PROPDI) da Aneel tem contribuído para o avanço de projetos inovadores, reforçando o potencial do Brasil no desenvolvimento dessa nova cadeia produtiva.  

A Lei 14.948/2024 estabelece o Marco Legal do Hidrogênio no Brasil, criando uma estrutura hierárquica para classificar o hidrogênio conforme suas emissões e fontes energéticas. Define o hidrogênio de baixa emissão de carbono, o hidrogênio renovável (produzido a partir de fontes renováveis como biomassa e eletrólise com energia limpa), e o hidrogênio verde (produzido exclusivamente por eletrólise com fontes renováveis). A regulamentação, que inclui a certificação e rastreabilidade do hidrogênio, visa garantir transparência e competitividade no mercado, permitindo que o Brasil se torne um exportador de hidrogênio sustentável. Contudo, a implementação eficaz depende do equilíbrio entre regulação, incentivos econômicos e viabilidade técnica, com a necessidade de ajustes para evitar custos elevados e promover investimentos no setor. (Conjurcom - 19.02.2025) 

O artigo critica as projeções de custos para sistemas de eletrólise de hidrogênio feitas por organizações como a IEA, IRENA, BNEF, o Hydrogen Council e o CSIRO, apontando que essas previsões não têm se confirmado na prática. Ao longo dos anos, as projeções de custo para hidrogênio verde têm se mostrado otimistas demais e, à medida que os dados reais de projetos são analisados, esses custos têm se mostrado muito mais elevados. Apesar das estimativas de queda de custos com o tempo, as projeções atuais ainda subestimam os custos reais de investimento em sistemas de eletrólise. A análise inclui críticas específicas às projeções do CSIRO, BNEF e Aurecon, sugerindo que não consideram adequadamente custos adicionais como compressão, transmissão, armazenamento e infraestrutura. Com base em dados reais de projetos, os custos atuais dos sistemas de eletrólise são significativamente mais altos do que o esperado, e as taxas de aprendizagem e reduções de custos previstas para os próximos anos não devem ser tão drásticas quanto as estimativas mais otimistas. O impacto disso é que o custo do hidrogênio verde continuará alto até 2030 e 2040. (Cleantech China - 24.02.2025) 

O hidrogênio é uma alternativa promissora aos combustíveis fósseis, especialmente devido à sua alta densidade de energia e baixo impacto ambiental. No entanto, a segurança é uma preocupação devido à sua inflamabilidade. O armazenamento seguro, econômico e compacto é essencial para a viabilidade do hidrogênio como fonte de energia. Tecnologias como armazenamento de hidrogênio gasoso, líquido e sólido estão sendo exploradas. Embora já existam métodos comerciais, mais pesquisas são necessárias para melhorar a sustentabilidade e eficiência desses sistemas. (Renewable and Sustainable Energy Reviews - março, 2025) 

A revisão identifica as indústrias de refino e produtos químicos como as de maior potencial para descarbonização com hidrogênio limpo, podendo reduzir emissões em até 24% até 2050. Outras indústrias, como siderurgia e fabricação de cimento, também podem se beneficiar, com reduções de até 32%. A principal barreira é o custo de produção de hidrogênio limpo, que precisa ser reduzido para competir com o gás natural. A demanda estimada de hidrogênio limpo nos EUA para 2050 varia de 3,8 a 14,9 Mt/ano. (Renewable and Sustainable Energy Reviewst - maio, 2025) 

Este estudo investiga como a flexibilidade do reator de amônia impacta o requisito de capacidade de armazenamento para integrar energia renovável (RE) na produção de amônia. A pesquisa mostrou que a flexibilidade de redução, permitindo operar a plantas a 60% da capacidade nominal, reduz significativamente a necessidade de armazenamento de hidrogênio, com uma redução de 84% em um dos locais estudados. Essa abordagem também resultou em uma diminuição de 22% no custo nivelado de amônia, destacando a importância dessa flexibilidade na viabilidade econômica do processo. (International Journal of Hydrogen Energy - março, 2025) 

Em 2024, o Brasil avançou com a Lei 14.948, sancionando a Política Nacional do Hidrogênio de Baixo Carbono e a Lei 14.990, que regula o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC). A iniciativa visa impulsionar o uso do hidrogênio em setores industriais e no transporte pesado, oferecendo incentivos fiscais. O PHBC utiliza leilões para definir quem será beneficiado, com estimativas de R$ 18,3 bilhões em incentivos até 2032, o que contribuirá para a transição energética e o desenvolvimento econômico do país. (Web Advocacy - 03.02.2025)