IFE
17/02/2025

IFE nº 187

Assinatura:
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Subeditores: Fabiano Lacombe, Kalyne Brito e Sayonara Andrade Elizário
Pesquisadores: Ana Eduarda Rodrigues
Assistente de pesquisa: Sérgio Silva

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IFE Hidrogênio 187

Políticas Públicas e Financiamentos

Europa caminha para regras mais flexíveis para o hidrogênio

Em artigo publicado pela União Europeia, destaca-se o debate sobre a regulamentação do hidrogênio e sua certificação, com ênfase no hidrogênio verde, obtido por eletrólise com energias renováveis. A legislação europeia prioriza incentivos para essa rota, enquanto a produção de hidrogênio de baixo carbono, a partir de gás natural com captura de carbono, não é contemplada. Associações do setor pressionam por flexibilização das regras para incluir o hidrogênio de baixo carbono nos programas de incentivo. A Alemanha, antes restritiva, agora defende uma abordagem mais pragmática, considerando o hidrogênio azul como solução transitória, refletindo mudanças em sua política energética. (Eixos - 09.02.2025) 
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Comissão debate criação do Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixo Carbono

Em artigo publicado na Câmara dos Deputados, a comissão especial sobre transição energética e produção de hidrogênio verde discute a criação do Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixo Carbono (PHBC), com foco na regulamentação e implementação de marcos legais para a transição energética. A proposta foi apensada ao PL 5.751/23, aprovado no Senado em 2023. O deputado Leônidas Cristino (PDT/CE) destaca o hidrogênio verde como uma das principais opções para descarbonizar a indústria e o setor de energia, apontando o avanço do Brasil na regulação do mercado de hidrogênio verde como um passo importante para a economia de baixo carbono. (Eixos - 07.02.2025) 
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Empresa de exploração de hidrogênio natural recebe financiamento de € 3,4 milhões

A Mantle8 anunciou a captação de € 3,4 milhões (US$ 3,5 milhões) em financiamento inicial para identificar reservatórios ideais de hidrogênio natural, com a meta de produção de hidrogênio a US$ 0,80/kg. A startup, apoiada pela Kiko Ventures e Breakthrough Energy Ventures Europe (BEV-E), visa explorar depósitos naturais de hidrogênio em regiões com rochas do manto ricas em ferro. A tecnologia da empresa é destacada por sua precisão e escalabilidade, permitindo reduzir pela metade o tempo e os custos de desenvolvimento de projetos. A Mantle8 planeja identificar 10 milhões de toneladas de hidrogênio até 2030, contribuindo para as metas da UE. (H2 View - 07.02.2025) 
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Produção

FuelCell Energy testará sinergia nuclear-hidrogênio com eletrolisador de óxido sólido (SOEC)

A FuelCell Energy iniciou testes de seu sistema de células eletrolíticas de óxido sólido (SOEC) no Laboratório Nacional de Idaho (INL) do Departamento de Energia dos EUA. O objetivo é demonstrar uma eficiência de 100% e utilizar o calor nuclear para reduzir os custos de produção de hidrogênio em até 30%. Espera-se que o eletrolisador produza 150 kg de hidrogênio por dia a partir de 250 kW de eletricidade gerada por energia nuclear. Este projeto ocorre em um momento em que o Departamento do Tesouro dos EUA flexibilizou as regras do crédito fiscal 45V, facilitando a produção de hidrogênio utilizando energia nuclear. (H2 View - 07.02.2025) 
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Iberdrola e BP iniciam construção de usina de hidrogênio verde de 25 MW na Espanha

A Iberdrola e BP iniciaram a construção de uma usina de hidrogênio verde de 25 MW em Castellón, na Espanha, com operação prevista para 2026. O projeto visa substituir o hidrogênio cinza utilizado pela refinaria da BP na região e evitar a emissão de 23.000 toneladas de CO2 por ano. Com um investimento de mais de EUR 70 milhões, o projeto é apoiado pelo Plano Espanhol de Recuperação da União Europeia. O hidrogênio verde produzido poderá ser usado também em indústrias difíceis de descarbonizar, como cerâmica e transporte pesado. (Rigzone - 11.02.2025) 
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Governo do RN avança com projeto de R$ 13 bilhões para energia limpa e hidrogênio verde

O Governo do Rio Grande do Norte avançou nas discussões para a implantação do Projeto Alto dos Ventos, um complexo industrial voltado à produção de hidrogênio verde e seus derivados, com investimentos de R$ 13 bilhões. O projeto será liderado pelo grupo Acciona-Nordex e envolverá a construção de parques eólicos e solares nos municípios de Macau, Pendências e Guamaré. A governadora Fátima Bezerra destacou a importância da descarbonização e do compromisso com a sustentabilidade. O empreendimento tem potencial para consolidar o RN como líder na produção de energia limpa e gerar impactos positivos na economia e na formação de uma cadeia produtiva no setor de hidrogênio verde. (Agora RN - 10.02.2025) 
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Armazenamento e Transporte

Chamada de interesse para o corredor de hidrogênio H2Med apresenta resultados positivos, dizem os TSOs

O projeto H2Med, o primeiro grande corredor de hidrogênio europeu, avançou com “resultados sólidos” após o lançamento do Chamado de Interesse, que visou identificar as necessidades ao longo do corredor e das redes de hidrogênio na Península Ibérica. O projeto envolve operadores de sistemas de transmissão de Portugal, Espanha, França e Alemanha e visa interligar as redes de hidrogênio desses países, com um gasoduto submarino conectando Espanha e França. A Chamado recebeu quase 170 respostas de empresas, com mais de 500 projetos, confirmando o interesse na infraestrutura proposta. A Península Ibérica tem potencial para exportar hidrogênio a partir de 2030, com foco na descarbonização e reindustrialização, alinhado com as metas da UE. O projeto também impulsionará a produção e consumo de hidrogênio na França e Alemanha, com grandes expectativas para o crescimento do mercado de e-combustíveis e a descarbonização da indústria química. (Offshore energy - 11.02.2025) 
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Uso Final

Barco brasileiro movido a hidrogênio será apresentado na COP30 em novembro

Barco brasileiro movido a hidrogênio será apresentado na COP30 em novembro O Brasil apresentará o barco Explorer H1 movido a hidrogênio na COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que será realizada em Belém (PA) em novembro de 2025. O projeto está sendo desenvolvido pela JAQ Apoio Marítimo em parceria com o Parque Tecnológico Itaipu, visando criar um navio sustentável e sem emissões de poluentes. O Explorer H1, com 36 metros de comprimento, utiliza tecnologia de eletrolisadores a bordo para produzir hidrogênio verde, alimentado por fontes renováveis, como energia eólica e solar. O projeto, que está sendo desenvolvido no estaleiro Inace em Fortaleza (CE), envolve um investimento estimado em R$ 150 milhões, mas ainda não há previsão de disponibilidade no mercado ou estimativa de preço. (Folha de São Paulo - 10.02.2025) 
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A Nexblue tenta emplacar térmica a hidrogênio verde em leilão de reserva de capacidade

A Nexblue, empresa brasileira fundada em 2022, está buscando viabilizar um projeto inédito mundialmente: uma usina térmica a hidrogênio verde produzido por eletrólise da água, abastecida primordialmente por energia solar e eventualmente complementada pela rede local. A ideia é que o hidrogênio seja utilizado para produção de e-metanol, um tipo de metanol verde usado na descarbonização do transporte marítimo. A empresa está tentando habilitar o projeto junto à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para o leilão de reserva de capacidade marcado para 2025, apesar de a portaria sobre o certame especificar que a contratação de térmicas contemplará especificamente aquelas abastecidas a gás natural e biocombustíveis. O prazo para cadastramento dos projetos para o certame se encerra em 14 de fevereiro. Caso a ideia não prospere, a empresa pretende continuar tentando nos próximos certames para contratação de potência como forma de viabilizar o arranjo. A Nexblue estuda cinco projetos no Nordeste: um no Ceará, dois no Piauí e dois no Maranhão. A ideia é que cada termelétrica tenha 22 megawatts (MW) e eletrolisadores de 160 MW. (Broadcast Energia – 06.02.2025) 
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Tecnologia e Inovação

Continental apresenta solução para um dos maiores desafios do hidrogênio

Em artigo publicado pela Automotive Engineering, a Continental anunciou o desenvolvimento de uma linha de resfriamento para o trem de força de hidrogênio em veículos comerciais, com o objetivo de reduzir a penetração de íons no circuito de resfriamento. A linha é feita de uma mistura especial de borracha sintética EPDM, que minimiza a lixiviação de íons, um problema crítico para a eficiência e longevidade dos sistemas de acionamento de hidrogênio. Essa inovação aumenta a vida útil dos componentes e previne a degradação do material, que pode danificar a membrana de troca de prótons e reduzir a vida útil da célula de combustível. Além disso, a Continental desenvolveu uma barreira termoplástica especial que impede a liberação de hidrogênio, aumentando a segurança e o alcance dos veículos movidos a célula de combustível. A empresa aplica seu vasto conhecimento em materiais e em tecnologia de combustão para adaptar soluções para sistemas de acionamento de hidrogênio e bateria, visando atender aos desafios específicos dessa nova tecnologia. (Continental - 11.02.2025) 
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Artigos e Estudos

Planejamento colaborativo de sistemas multienergéticos integrando cadeia completa de energia de hidrogênio

Em artigo publicado na Renewable and Sustainable Energy Reviews, os autores propuseram uma abordagem otimizada para a cadeia completa de energia de hidrogênio, abordando desafios na interação entre os diferentes elos de produção, armazenamento e aplicação. O estudo introduz um método de otimização de cluster rápido para lidar com dados de alta dimensão, visando soluções rápidas para o planejamento de longo prazo. Além disso, um modelo colaborativo de planejamento de alta resolução é desenvolvido, considerando as características espaço-temporais da energia renovável e a operação horária anual. O estudo revela que a integração da cadeia de hidrogênio pode reduzir as emissões de CO2 em até 60%, com um aumento de 30% nos custos, e também melhora a eficiência do uso de energia renovável, com uma redução de 97% na necessidade de energia renovável adicional. A análise indica que células de eletrólise de alta eficiência e células de combustível com resposta dinâmica rápida são preferíveis para alcançar as metas de baixo carbono, com base nas condições do nordeste da China em 2050. (Renewable and Sustainable Energy Reviews - março, 2025) 
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Impacto da produção de hidrogênio verde nos objetivos de desenvolvimento sustentável

Em artigo publicado na Journal of Clean Energy Technologies, os autores analisam a produção de hidrogênio verde sob a ótica dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Eles destacam como essa produção contribui diretamente para diversos ODS, como inovação e infraestrutura sustentável (ODS 9), ação climática (ODS 13), e cidades sustentáveis (ODS 11), além de apoiar água limpa e saneamento (ODS 6), energia acessível e limpa (ODS 7), e práticas de produção responsáveis (ODS 12). O estudo enfatiza a importância da colaboração entre diferentes partes interessadas (ODS 17) para garantir a sustentabilidade do hidrogênio verde. A transição para soluções de energia limpas, a redução da dependência de combustíveis fósseis e a mitigação de emissões de gases de efeito estufa são destacadas como benefícios, mas os desafios relacionados a custos, infraestrutura e escalabilidade precisam ser superados para garantir a adoção global e a transição para uma economia de baixo carbono. (Journal of Clean Energy Technologies - janeiro, 2025)   
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