ESCONDER ÍNDICE
IFE
03/07/2024

IFE Hidrogênio 171

Assinatura:
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Subeditores: Fabiano Lacombe, Kalyne Brito e Sayonara Andrade Elizário
Pesquisadores: Bruno Elizeu e Ana Eduarda Rodrigues
Assistente de pesquisa: Sérgio Silva

IFE
03/07/2024

IFE nº 171

Assinatura:
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Subeditores: Fabiano Lacombe, Kalyne Brito e Sayonara Andrade Elizário
Pesquisadores: Bruno Elizeu e Ana Eduarda Rodrigues
Assistente de pesquisa: Sérgio Silva

Ver índice

IFE Hidrogênio 171

Políticas Públicas e Financiamentos

Com subsídio ou sem? Brasil discute entrada na corrida do hidrogênio

O novo relatório do senador Otto Alencar sobre o PL 2308/2023 (PL do Hidrogênio) propõe a concessão de até R$ 13,3 bilhões em crédito fiscal para compradores e produtores de hidrogênio de baixa emissão de carbono e seus derivados entre 2027 e 2030. Além disso, estima uma produção de um milhão de toneladas desse combustível no Brasil em dois anos. A discussão, porém, levanta questões sobre a necessidade de subsidiar a produção para competir internacionalmente, especialmente com países do Norte da África e os Emirados Árabes, que já investem maciçamente no setor. Enquanto alguns defendem a priorização do mercado doméstico, outros argumentam a favor de buscar mercados internacionais que ofereçam incentivos financeiros à energia limpa, destacando a importância de políticas estratégicas para garantir a competitividade das indústrias emergentes no mercado global. (epbr – 16.05.2024) 
Link Externo

Europa aprova medidas para substituir gás natural por biometano e hidrogênio

O Conselho da União Europeia aprovou um regulamento que estabelece regras para o mercado interno de gases, visando a transição do gás natural para alternativas renováveis ou de baixo carbono. Biogás, biometano, metano sintético e hidrogênio verde são incluídos como opções renováveis, enquanto os gases de baixo carbono devem emitir pelo menos 70% menos gases de efeito estufa em comparação ao gás fóssil. As novas regras, parte do pacote Fit for 55, devem ser implementadas em até seis meses, com os estados-membros tendo dois anos para adaptar suas legislações nacionais. Medidas incluem o fim dos contratos de longo prazo para gás fóssil até 2049 e estímulo ao uso de alternativas, como o hidrogênio, com descontos tarifários e planos para infraestrutura específica, como uma nova entidade operadora de rede de hidrogênio, a ENNOH. (epbr – 21.05.2024) 
Link Externo

Norte da África e Emirados Árabes concorrem com Brasil na exportação de hidrogênio verde, aponta PwC

A proximidade geográfica com a Europa e os consideráveis investimentos de fundos soberanos destacam países do Norte da África e os Emirados Árabes como competidores significativos do Brasil na exportação de hidrogênio verde, conforme aponta Adriano Correia, líder do setor de energia da PwC Brasil. O Brasil enfrenta desafios logísticos e concorrenciais em relação a esses países, que já têm infraestrutura de transporte de hidrogênio e apoio financeiro substancial. Correia ressalta a necessidade de subsídios e agilidade regulatória para o Brasil poder competir no mercado internacional, defendendo também a exploração do potencial doméstico de derivados de hidrogênio. (epbr – 16.05.2024) 
Link Externo

Europa: Associações de hidrogênio assinam carta de cooperação

A Assembleia da Associação Europeia do Hidrogênio em Roterdã resultou na assinatura de uma Carta de Cooperação entre 23 associações nacionais para promover o hidrogênio limpo na Europa. Sob a liderança da Hydrogen Europe e NLHydrogen, os participantes comprometeram-se a colaborar na implantação da tecnologia do hidrogênio, redução de riscos de investimento e capacitação. Os princípios-chave incluem apoio político abrangente, desenvolvimento de mercados prósperos de hidrogênio limpo e integração efetiva da legislação da UE nos quadros nacionais, visando reduzir as emissões de carbono. Este evento reflete o compromisso conjunto das associações de hidrogênio em facilitar a transição para uma economia mais limpa e sustentável. (H2 View – 15.05.2024) 
Link Externo

Austrália: Empresa pede ao governo flexibilidade no crédito fiscal do hidrogênio

Mark Hutchinson, CEO da Fortescue Energy, destacou a importância de uma implementação criteriosa dos créditos fiscais à produção de hidrogênio pelo governo australiano, defendendo regras mais flexíveis de adicionalidade e correlação geográfica e temporal. Em resposta ao pacote de apoio revelado no orçamento federal, que destinou 6,7 mil milhões de dólares australianos para créditos fiscais à produção e 1,3 mil milhões de dólares australianos para o programa Hydrogen Headstart, Hutchinson elogiou a medida por potencialmente impulsionar a indústria do hidrogênio no país. (H2 View – 15.05.2024) 
Link Externo

Japão aprova lei prometendo subsídio de 15 anos para hidrogênio de baixo carbono

O Japão aprovou hoje a Lei de Promoção da Sociedade do Hidrogênio, oferecendo um subsídio de 15 anos para o hidrogênio de baixo carbono produzido e importado, sem definição de preços. A medida visa impulsionar a produção e importação de hidrogênio no país, visando aumentar o fornecimento para cerca de 12 milhões de toneladas em 2040. A legislação também apoiará o desenvolvimento de infraestruturas de hidrogênio e a captura e armazenamento de carbono, como parte dos esforços para descarbonizar a economia japonesa. O governo planeja substituir as importações de GNL e carvão por hidrogênio e combustíveis derivados, prevendo que mais de 16% da capacidade de geração de eletricidade do país poderia ser suprida por hidrogênio e amoníaco importados até 2050. (H2 View – 17.05.2024) 
Link Externo

Empresas americanas prontas para investir em energia verde no Brasil, afirma embaixadora

A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, afirmou que as empresas americanas estão prontas para investir e cooperar com o Brasil em parcerias voltadas para a transição energética e energia verde. Ela destacou a proposta do presidente Lula de aprofundar a cooperação bilateral via investimentos em biocombustíveis, hidrogênio e minerais críticos. Bagley mencionou que várias propostas sobre hidrogênio verde e infraestrutura serão apresentadas na Cúpula de Líderes do G20 em novembro. Além disso, expressou solidariedade à população do Rio Grande do Sul, afirmando que os EUA estão mobilizando recursos para as regiões atingidas, em parceria com o Exército e o Itamaraty. (Valor Econômico-16.05.2024) 
Link Externo

Produção

Eletrolisador de óxido sólido com energia nuclear pode produzir hidrogênio a baixo custo

A eletrólise de óxido sólido (SOEC) alimentada por pequenos reatores modulares (SMR) pode produzir hidrogênio limpo a um custo inferior a € 3,5/kg (US$ 3,8/kg), conforme estudo da Topsoe, Rolls-Royce SMR, ULC-Energy e KYOS. A SOEC é mais eficiente que os eletrolisadores convencionais, e a combinação SMR-SOEC pode produzir mais hidrogênio anualmente. SMRs, menores que reatores nucleares tradicionais, geram até 300 MW de energia. O estudo destaca que o vapor dos SMRs pode aumentar a eficiência das plantas SOEC. A energia nuclear é vista como uma opção para eletrólise limpa. Até 2050, o custo do hidrogênio SMR-SOEC pode cair para menos de € 2/kg (US$ 2,17/kg). A flexibilidade operacional dos SMRs será valiosa com a expansão das energias renováveis. O estudo segue a parceria entre ULC, Topsoe e Rolls-Royce para explorar essa produção de hidrogênio. (H2 News - 17.05.2024) 
Link Externo

Hysata amplia produção de sistema de hidrogênio com alta eficiência

A empresa australiana Hysata promete o hidrogênio mais barato do mundo com um eletrolisador com 95% de eficiência, que usa 41,5 kWh para produzir 1 kg de hidrogênio, reduzindo custos operacionais e de instalação. Desenvolvida por cientistas da Universidade de Wollongong, a tecnologia elimina bolhas de gás no fluido eletrolítico. Hysata arrecadou US$ 111 milhões para expandir a produção em Wollongong, NSW, visando a escala de gigawatts. Embora o mercado enfrente baixa demanda e implementação lenta de subsídios nos EUA e UE, a eficiência da Hysata pode torná-la competitiva. A tecnologia auxiliará na produção eficiente de hidrogênio verde, apesar dos desafios de compressão, resfriamento e transporte. (Hydrogen Central - 20.05.2024) 
Link Externo

Bélgica, Holanda e Alemanha unem forças para impulsionar a economia do hidrogênio

O Conselho Belga do Hidrogênio (BHC), o NLHydrogen (NLH) e o Conselho Nacional do Hidrogênio Alemão assinaram um Memorando de Entendimento (MOU) para impulsionar a economia do hidrogênio na região Noroeste da Europa. O MOU visa promover a inovação, sustentabilidade e desenvolvimento econômico através da colaboração entre indústria, governo, universidades e sociedade civil. Os objetivos incluem a promoção de tecnologias de hidrogênio, alinhadas com políticas europeias como a RED II/III. A cooperação visa benefícios de mercado e o estabelecimento de infraestruturas compartilhadas para importação e produção de hidrogênio. A prioridade será a cooperação transfronteiriça entre Bélgica, Países Baixos e Alemanha, visando maximizar o impacto das iniciativas de hidrogênio na região. O MOU descreve atividades-chave, incluindo intercâmbio de informações, reuniões conjuntas e colaboração em eventos. Esta colaboração marca um avanço significativo na promoção do hidrogênio verde na Europa, enviando um sinal forte aos governos sobre a importância da cooperação entre Estados-Membros vizinhos. (PEI -13.05.2024) 
Link Externo

Uso Final

Lançado primeiro lote de ônibus de energia verde com células de combustível de hidrogênio

A China Yuchai International Limited lançou 50 ônibus de energia verde equipados com células de combustível de hidrogênio Yuchai Xingshunda em Pequim. Estes ônibus, operando comercialmente, são movidos por sistemas de célula de combustível de 82kW e 125kW da Yuchai Xingshunda. Os sistemas apresentam alta eficiência energética, zero emissões e são adequados para uma variedade de aplicações, desde ônibus a veículos de carga. Este lançamento representa um avanço significativo na indústria de energia de hidrogênio chinesa, alinhado com as metas nacionais de "duplo carbono". O presidente da China Yuchai, Weng Ming Hoh, expressou otimismo sobre o crescimento acelerado da indústria de energia de hidrogênio e células de combustível na China. (Hydrogen Central – 21.05.2024) 
Link Externo

Volvo irá lançar caminhões movidos a hidrogênio

A Volvo Trucks anunciou planos de lançar caminhões com motores a hidrogênio de combustão interna, com testes previstos para 2026 e lançamento comercial até o final desta década. Esses caminhões complementarão outras alternativas livres de emissões da marca e oferecerão autonomia operacional comparável aos modelos a diesel, enquanto reduzem significativamente as emissões de CO2. A tecnologia de injeção direta de alta pressão será utilizada, proporcionando maior eficiência energética e potência do motor. A Volvo Trucks destaca a necessidade de diversas tecnologias para descarbonizar o transporte rodoviário e destaca o hidrogênio como uma solução próxima dos motores a diesel existentes. (O Carreteiro – 21.05.2024) 
Link Externo

Repsol e Agência Basca de Energia promoverão a mobilidade com hidrogênio verde

A empresa Ibil, detida em 50% pela Repsol e pela Agência Basca de Energia, EVE, focará sua atividade na mobilidade com hidrogênio renovável. Uma nova subsidiária, a EVsare, será criada para assumir a mobilidade elétrica, detida integralmente pela Repsol. A EVsare continuará a desenvolver tecnologia, serviços e capacidades de recarga de veículos elétricos, mantendo seu centro de operações e sede na região do País Basco. Com essa reorganização, a Repsol reforça seu compromisso tanto com a mobilidade elétrica quanto com o hidrogênio renovável. (El economista – 21.05.2024) 
Link Externo

Tecnologia e Inovação

Projeto de transformação de resíduos alimentares em hidrogênio planejado como parte do hub de hidrogênio ARCH2

Um projeto de conversão de desperdício de alimentos em hidrogênio e carbono está sendo planejado no porto de West Virginia, EUA, como parte do Hub Regional de Hidrogênio Limpo dos Apalaches (ARCH2). Empire Diversified Energy, Heartland Water Technology e Empire Green Generation se uniram para desenvolver uma instalação que usará um digestor anaeróbico para produzir biogás e material residual. O biogás passará por pirólise de metano usando o gaseificador iônico HelioStorm da Heartland para gerar hidrogênio limpo e carbono sustentável. O resíduo será processado para produzir gás de síntese, utilizado para alimentar o sistema de conversão. As operações devem começar no terceiro trimestre de 2025. O projeto, parte do hub ARCH2, recebeu US$ 925 milhões do Departamento de Energia dos EUA. O COO da Empire, Bernard Brown, e o CEO da Heartland, Chris Beaufait, destacam os benefícios ambientais e econômicos do projeto e seu papel na economia circular sustentável. (H2 News - 21.05.2024) 
Link Externo

Eventos

Hydrogen Conferences 2024 apresenta soluções práticas e viáveis para o setor

A segunda edição da Hydrogen Expo South America aconteceu nos dias 5 e 6 de junho de 2024, no Centro de Exposições Expo Mag, no Rio de Janeiro (RJ). O evento reuniu empresas, autoridades e entidades do setor para discutir e estruturar soluções para o mercado de H2V no Brasil. Com um aumento de 50% no número de participantes em relação ao ano anterior, o evento contará com especialistas renomados, painéis sobre diversos temas, como o mercado internacional de hidrogênio, aviação sustentável, rotas de hidrogênio e indústria. O evento também contou com a Carbon Capture Expo South America, abordando tecnologias para captura, transporte, armazenamento e utilização de carbono. (Portal Radar - 24.05.2024) 
Link Externo

Artigos e Estudos

Hydrogen for the ‘low hanging fruits’ of South America: Decarbonising hard-to-abate sectors in Brazil, Argentina, Colombia, and Chile

O hidrogênio de baixo carbono tem sido visto como uma ferramenta importante para atingir objetivos climáticos e descarbonizar economias nacionais que atualmente dependem principalmente de combustíveis fósseis. Apesar das expectativas iniciais, parece improvável que o hidrogênio limpo seja usado por todas as indústrias que exigem descarbonização. No entanto, muitos pesquisadores, formuladores de políticas e profissionais de energia antecipam que alguns setores de difícil descarbonização estarão entre os primeiros a adotar essa substância, abrindo caminho para outros. Entre os setores destacam-se: produtores de petróleo e gás/petroquímicos, fertilizantes nitrogenados, aço e eletricidade, e transporte terrestre pesado e de longa distância. Embora considerável atenção tenha sido dada ao papel do hidrogênio limpo nos esforços de descarbonização na Europa, Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos, o papel potencial dessa substância na América do Sul. Portanto, este artigo se concentra no Brasil, Argentina, Colômbia e Chile — as quatro maiores economias do continente com planos ambiciosos para desenvolver setores nacionais de hidrogênio — e analisa as oportunidades e os desafios impostos pelo hidrogênio limpo de origem nacional para a descarbonização de seus "frutos fáceis". Em seguida, ele compara e contrasta as principais descobertas e, finalmente, conclui aplicando os pontos principais a indústrias semelhantes em todo o mundo (OIES - 20.05.2024) 
Link Externo

Artigo de Jorge Arbache: "O hidrogênio verde como ponto de partida"

Em artigo publicado pelo Valor Econômico, Jorge Arbache (vice-presidente de setor privado do CAF) trata das oportunidades e desafios da América Latina e Caribe (ALC) na produção e exportação de hidrogênio verde (H2V). A região, com grande potencial e disponibilidade de energias renováveis, tem condições especialmente atrativas para a produção de H2V. No entanto, Arbache questiona se a exportação de H2V é o caminho mais promissor ou se seria mais vantajoso produzir bens intensivos em hidrogênio próximo das fontes de água e de energia verde para logo exportar H2V “embarcado” em produtos industriais. Ele também destaca a necessidade de considerar aspectos associados ao uso finalístico do H2V e os desafios que a região pode enfrentar, como o alto custo do capital, limitações fiscais e de infraestrutura. A conclusão é que o H2V tem enorme potencial de promoção do desenvolvimento econômico e social e pode contribuir para a descarbonização global, mas as políticas na região devem ser cuidadosamente desenvolvidas para potencializar benefícios do H2V e evitar gerar expectativas que poderão não se cumprir. (GESEL-IE-UFRJ – 16.05.2024). 
Link Externo