Data Center 08
Tendências de Mercado
Brasil: expansão de data centers e energia limpa impulsiona nova era digital sustentável
O Brasil vive um momento de transição decisiva, em que infraestrutura digital e energética convergem para impulsionar o crescimento sustentável. Segundo Rui Faria, CCO da Angola Cables, o país combina uma matriz elétrica 88,2% renovável, uma das mais limpas do mundo, com políticas de descarbonização e incentivos à digitalização, tornando-se polo estratégico para investimentos em tecnologia verde. A criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), primeiro mercado regulado de carbono, e o programa Regime Especial de Tributação para Serviços de Data Center (REDATA), que concede incentivos fiscais a data centers movidos a energia renovável, fortalecem essa agenda. O setor de telecomunicações desponta como protagonista dessa integração entre energia limpa e conectividade, aproveitando benefícios fiscais, contratos de energia estável e oportunidades no mercado de créditos de carbono. (Telesintese– 03.11.2025)
Brasil: País sobe no ranking global de competitividade digital, mas ainda enfrenta desafios em talento e inovação
O Brasil subiu quatro posições e alcançou o 53º lugar no ranking de competitividade digital 2025 do International Institute for Management Development (IMD), somando 51,63 pontos. O avanço decorreu de melhorias nas categorias Tecnologia (58º), Conhecimento (56º) e Prontidão para o Futuro (50º). Apesar do progresso, o país ainda apresenta fragilidades estruturais em talento, transferência de conhecimento e capital de risco. O levantamento, feito em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), destaca a Suíça como líder global, seguida por EUA, Singapura, Hong Kong e Dinamarca. Segundo Hugo Tadeu, diretor da FDC, os países mais competitivos investem fortemente em educação básica, integração entre universidades e empresas e infraestrutura tecnológica, como redes para data centers e inteligência artificial. O Plano Brasileiro para a inteligência artificial, com R$ 23 bilhões previstos até 2028, reforça a prontidão nacional, mas o especialista alerta que a instabilidade regulatória ainda limita a atração de capital. (Valor Econômico – 03.11.2025)
Brasil: Telefônica concluiu incorporação da IPNet e consolidou operação de nuvem corporativa
A Telefônica Brasil concluiu em 1º de novembro de 2025 a incorporação da IPNet Serviços em Nuvem pela sua controlada Telefônica Cloud e Tecnologia do Brasil (TCloud), encerrando o processo de aquisição anunciado em julho de 2024 e aprovado pelo Cade sem restrições. Com a integração, a IPNet deixou de existir como pessoa jurídica, sendo sucedida integralmente pela TCloud em seus ativos, passivos e contratos. A operação, avaliada em até R$ 230 milhões, teve como meta simplificar a estrutura societária, reduzir custos e gerar sinergias operacionais no segmento de serviços digitais. Fundada no Brasil e parceira estratégica do Google Cloud, a IPNet empregava cerca de 260 colaboradores e registrou receita líquida de R$ 218 milhões em 2023. (Telesintese– 03.11.2025)
EUA: Ampliação do debate sobre bolha de IA após OpenAI firmar megaparceria com AWS
A OpenAI firmou um acordo de sete anos com a Amazon Web Services (AWS) para ampliar sua capacidade de computação em nuvem, essencial ao desenvolvimento de modelos de inteligência artificial geral (AGI). A parceria garante acesso imediato à infraestrutura da AWS e uso de chips Nvidia, reforçando a expansão do ChatGPT e de novos modelos de IA. O anúncio impulsionou as ações da Amazon e da Nvidia em Nova York. A startup liderada por Sam Altman já assumiu compromissos de US$ 1,4 trilhão com fornecedores de nuvem e chips, o que demandará 30 GW de eletricidade, cerca de 2% da capacidade energética total dos Estados Unidos (EUA) em 2023. Apesar do entusiasmo, investidores demonstram cautela diante da disparidade entre os altos investimentos e a previsão de lucro apenas após 2029, alimentando discussões sobre uma possível bolha da IA. (G1– 03.11.2025)
Brasil: Redata impulsiona expansão bilionária e sustentável do mercado de data centers
O mercado de data centers no Brasil cresce rapidamente, sustentado pela digitalização de serviços, inteligência artificial e computação em nuvem. Com capacidade atual de 800 MW, o setor pode triplicar até 2030, alcançando 2,4 GW, segundo a Brasscom, impulsionado pelo Regime Especial de Tributação para Serviços de Data Center (Redata). O país possui 194 data centers comerciais, que somam US$ 7,4 bilhões em infraestrutura e US$ 1,8 bilhão anuais em contratos de colocation. A política do Redata reduz tributos sobre equipamentos e incentiva investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), sustentabilidade e produção nacional, atraindo novos projetos e operadores internacionais como Scala, Equinix, Ascenty e Tecto. A expectativa é de US$ 43 bilhões em receitas brutas e US$ 24 bilhões em investimentos na próxima década. Apesar do aumento previsto no consumo de energia (de 1,7% para 3,6% da geração nacional até 2029), o país tem matriz limpa e potencial para se tornar um hub latino-americano de data centers sustentáveis. (Valor Econômico – 31.10.2025)
Brasil: EPE debate papel dos data centers e da energia eólica na transição energética rumo à COP 30
No último dia de participação da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) no Brazil Wind Power 2025, maior evento sobre energia eólica da América Latina, realizado em São Paulo, as discussões abordaram temas estratégicos como data centers, inteligência artificial, energia eólica offshore, sustentabilidade e a agenda da COP 30. No painel sobre geração de demanda, o diretor Thiago Ivanoski destacou o protagonismo do Brasil na transição energética e os desafios regulatórios para integrar grandes cargas, como as dos data centers, considerados infraestrutura-chave para a economia digital. Já a analista Veronica Gomes mediou debate sobre o papel das eólicas offshore no alcance das metas climáticas e na geração de emprego e renda. Encerrando a programação, o consultor Daniel Tavares tratou dos desafios da transmissão de energia para atender o crescimento de cargas intensivas, incluindo data centers e hidrogênio verde. O evento reforçou o compromisso da EPE com o planejamento sustentável e a descarbonização da economia brasileira. (EPE– 30.10.2025)
EUA: falha global no Azure expõe riscos da dependência mundial da computação em nuvem
A Microsoft solucionou uma grande interrupção que afetou serviços de sua plataforma de nuvem Azure, deixando temporariamente fora do ar sistemas como Office 365, Minecraft e diversos sites corporativos e governamentais em todo o mundo, incluindo o Aeroporto de Heathrow, o banco NatWest, a Starbucks e órgãos públicos da Nova Zelândia. O problema foi causado por uma mudança de configuração que gerou falhas de DNS, segundo a empresa. Embora o acesso tenha sido restaurado após algumas horas, o episódio acendeu alertas sobre a fragilidade da internet global diante da concentração de serviços em poucos provedores de nuvem, como Microsoft, Amazon e Google. Especialistas destacam que pequenos erros técnicos podem provocar efeitos em cadeia, afetando pagamentos, operações governamentais e plataformas digitais. (Digwatch– 30.10.2025)
EUA: análise revela que alta nas contas de energia vai além do impacto dos data centers
De acordo com o último Índice de Preços ao Consumidor, a conta média de eletricidade nos Estados Unidos (EUA) subiu mais de 5% entre setembro de 2024 e setembro de 2025, um aumento superior à inflação do período. Embora o crescimento dos data centers seja frequentemente apontado como o principal culpado, um estudo do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley e do grupo Brattle mostra que a situação é mais complexa. O pesquisador Ryan Hledik explica que, em alguns casos, a chegada de grandes consumidores pode até reduzir tarifas ao diluir custos fixos. No entanto, quando há necessidade de novos investimentos em infraestrutura, os custos tendem a subir. Outros fatores decisivos são a substituição de redes envelhecidas, o impacto de eventos climáticos extremos e as despesas com mitigação de riscos, como incêndios florestais na Califórnia. (PBS– 29.10.2025)
Brasil: FGV e Light debatem regulação e papel dos data centers no futuro do setor de energia
A FGV Conhecimento, em parceria com a Light, realizou em 31 de outubro de 2025 o seminário “Perspectivas para o Setor de Energia: Regulação, Resiliência, Inovação e Data Centers”, no Rio de Janeiro. O evento gratuito reuniu autoridades e especialistas para discutir como a transformação tecnológica, especialmente a expansão dos data centers, impacta a infraestrutura e a regulação do setor elétrico brasileiro. A programação abordou temas como adaptação regulatória, inovação, sustentabilidade e segurança jurídica, essenciais para atrair novos investimentos. Entre os participantes estão Alexandre Nogueira (Light), Benjamin Zymler (TCU), Alexandre Silveira (Ministério de Minas e Energia) e Eduardo Paes (prefeito do Rio). O seminário buscou promover o diálogo entre o setor público e privado e impulsionar soluções resilientes e sustentáveis para o futuro energético do país. (FGV– 23.10.2025)
Expansão e Investimentos
EUA: Vantage Data Centers investe US$ 2 bilhões em novo campus sustentável na Virgínia
A Vantage Data Centers anunciou um investimento de US$ 2 bilhões na construção de um novo campus de 192 MW em Fredericksburg, Virgínia, denominado VA4. Este será o quarto campus da empresa no estado, elevando sua capacidade total na região para 782 MW e o investimento acumulado para cerca de US$ 8 bilhões. O complexo, localizado em uma área de 82 acres, abrigará três data centers que somarão 929 mil pés quadrados, com previsão de gerar 1.100 empregos temporários e 50 permanentes. O projeto segue o conceito “sustentável por design”, buscando certificação LEED Silver e empregando um sistema de resfriamento líquido fechado para reduzir o consumo de água. A inauguração do primeiro edifício está prevista para final de 2027, e a iniciativa reforça o compromisso da Vantage com eficiência energética e impacto positivo nas comunidades locais. (Investing– 06.11.2025)
Chile: Ascenty inaugura terceiro data center e anuncia novo investimento de US$ 140 milhões
A Ascenty colocou em operação seu terceiro data center no Chile, localizado na região metropolitana de Santiago, consolidando sua presença no mercado local. A nova instalação tem capacidade de até 31 MW e ocupa 24.000 m², integrando-se aos centros de Quilicura e San Bernardo em um campus de alta conectividade e disponibilidade. Com o novo empreendimento, os investimentos da empresa no país ultrapassam R$ 6,1 bilhões. A operadora também confirmou a construção de um quarto data center em Pudahuel, avaliado em US$ 140 milhões (R$ 753 milhões), com inauguração prevista para 2026. O objetivo é atender à crescente demanda de setores como finanças, saúde, telecomunicações e cloud computing, oferecendo infraestrutura sustentável, certificada em eficiência energética e preparada para interconexão global. A expansão reforça o compromisso da Ascenty com o desenvolvimento tecnológico e a transformação digital do Chile. (DataCenterDynamics– 06.11.2025)
Brasil: Mato Grosso investe R$ 51,7 milhões em novo Data Center para modernizar gestão pública
O Governo de Mato Grosso firmou contrato com a empresa Sodalita Informática e Telecomunicação Ltda para a construção e operação de um novo data center estadual, com investimento de R$ 51,7 milhões, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) por meio do Programa Profisco II. O projeto, conduzido pela Sefaz, Seplag e MTI, visa ampliar a capacidade de processamento e armazenamento de dados, fortalecendo a segurança das informações fiscais e administrativas e impulsionando a transformação digital do governo. A estrutura contará com Sala Cofre e certificação Tier III, que assegura alta disponibilidade e operação contínua. O contrato será executado em duas fases: a primeira abrange o projeto e implantação; a segunda, manutenção e suporte. Segundo o governo, o Data Center garantirá mais estabilidade, agilidade e confiabilidade aos sistemas que atendem servidores e cidadãos mato-grossenses. (Folha Max– 05.11.2025)
Brasil: CZPE aprova cinco data centers no Porto do Pecém
O Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportações (CZPE) aprovou a instalação de cinco data centers no Porto do Pecém (CE), pertencentes à Bytedance (TikTok) e à Exportdata, totalizando R$ 571 bilhões em investimentos. Desse montante, R$ 81 bilhões serão destinados à infraestrutura e à geração de energia renovável. O projeto da Bytedance, com início de operação previsto para 2027, prevê R$ 108 bilhões até 2035 e mais R$ 135 bilhões em modernizações até 2046, gerando cerca de 4.350 empregos diretos e indiretos. Já a Exportdata construirá quatro unidades entre 2027 e 2032, com R$ 349 bilhões investidos e 95 mil vagas previstas. Juntos, os empreendimentos devem exportar R$ 80 bilhões por ano em serviços digitais. (Diário do Nordeste– 04.11.2025)
Brasil: Scala Data Centers avança com Campus Tamboré
A Scala Data Centers firmou um Memorando de Entendimento com a Prefeitura de Barueri (SP) para aprovar o plano diretor do Campus Tamboré, que será o maior e mais avançado complexo de data centers da América Latina, com 600 MW de capacidade energética ao término do projeto, colocando-o entre os 10 maiores do mundo. O empreendimento, que já ultrapassa R$ 10 bilhões em investimentos, contará com 17 data centers e três subestações próprias, assegurando alta eficiência operacional. Totalmente alimentado por energia 100% renovável, garantida por PPAs de longo prazo com novos parques eólicos e solares, o campus adota tecnologias de resfriamento líquido que resultam em PUE de 1,35, bem abaixo da média global. Localizado às margens do Rodoanel, o projeto já possui sete unidades em operação e 120 MW ativos, consolidando a Scala como protagonista na infraestrutura digital e no suporte à inteligência artificial no Brasil e na região. (Agência CanalEnergia – 31.10.2025)
Brasil: Echoenergia aposta em data centers modulares para reduzir sobrecarga e perdas na rede elétrica
A Echoenergia anunciou uma estratégia inovadora para instalar data centers modulares próximos a seus parques de geração, com o objetivo de consumir energia no ponto de produção e reduzir restrições no sistema elétrico, especialmente o curtailment, quando há limitação na entrega da energia gerada. Segundo o gerente de operações estruturais, André Almeida, essas unidades compactas, semelhantes a contêineres, funcionariam como um “pulmão local de demanda”, ajudando a desafogar a rede e tornando o uso da energia mais eficiente. A proposta alia o crescimento da computação em nuvem e da inteligência artificial à expansão das fontes renováveis. A empresa conta com um portfólio de cerca de 800 megawatts prontos para construção, que podem abastecer tanto os novos data centers quanto consumidores do mercado livre. (Agência CanalEnergia – 31.10.2025)
EUA: AWS cresce 20% e dobra capacidade energética com expansão global de data centers e chips Trainium
A Amazon Web Services (AWS) registrou no 3º trimestre de 2025 seu maior crescimento desde 2022, com alta de 20,2% na receita, atingindo US$ 33 bilhões e consolidando-se como líder no mercado global de nuvem. O CEO Andy Jassy destacou que a empresa adicionou 3,8 GW de capacidade elétrica nos últimos 12 meses, o dobro do nível de 2022, e prevê mais 1 GW até o fim do ano, impulsionada pela construção de novos data centers e regiões em países como Nova Zelândia e nos EUA, com a segunda “Secret Region”. O backlog da AWS chegou a US$ 200 bilhões, e a companhia prevê dobrar novamente a capacidade até 2027. A área de chips personalizados, com Trainium, Inferentia e Graviton, cresce rapidamente: o Trainium2 se tornou um negócio multibilionário, com aumento de 150% no trimestre, e o Trainium3 será lançado em 2026. O supercluster Project Rainier, com 500 mil chips Trainium2 dedicados à Anthropic, entrou em operação e deve ultrapassar 1 milhão de unidades até o fim do ano. (DataCenterDynamics– 31.10.2025)
EUA: AWS lança segunda “Secret Region” para ampliar serviços de nuvem voltados à defesa e inteligência
A Amazon Web Services (AWS) inaugurou a AWS Secret-West, sua segunda região de nuvem com classificação de segurança “Secreta” nos Estados Unidos, voltada a operações críticas do Departamento de Defesa (DoD) e da Comunidade de Inteligência americana. A nova região utiliza data centers e redes certificadas segundo as diretrizes da Intelligence Community Directive (ICD) e atende aos níveis de segurança ICD 503 e DoD SRG Impact Level 6. A AWS não revelou a localização nem o número de zonas de disponibilidade, mas regiões comerciais equivalentes estão na Califórnia e em Oregon. O primeiro ambiente secreto da empresa foi criado em 2014, em parceria com a CIA, em um contrato de US$ 600 milhões, e expandido em 2017 para outras agências. A AWS também mantém duas regiões de nível “Top Secret” e atua em projetos similares no Reino Unido e na Austrália. (DataCenterDynamics– 24.10.2025)
Políticas Públicas e Regulatórias
Brasil: Rio de Janeiro firma parceria para criação de megacentro de data centers sustentáveis
A Elea Data Centers assinou um Memorando de Entendimento com a Prefeitura do Rio de Janeiro, a CCPar, a Axia Energia, a Light e a Tapestry — divisão da X, laboratório de inovação do Google — para transformar a cidade em um polo global de data centers sustentáveis. O projeto, denominado Rio AI City, pretende impulsionar a inovação em Inteligência Artificial (IA) e o desenvolvimento econômico regional, com foco em energia limpa e eficiência tecnológica. A iniciativa terá capacidade inicial de 1,5 GW de energia renovável a partir de 2026, podendo alcançar 3,2 GW até 2032. Segundo o fundador da Elea, Alessandro Lombardi, o empreendimento simboliza o futuro do Brasil como líder mundial em infraestrutura digital verde, unindo expertise em IA, transmissão eficiente e energia sustentável. (Convergência Digital – 06.11.2025)
Brasil: Câmara define rumos das MPs das ZPEs e do Redata em meio a debate sobre energia e incentivos fiscais
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos/PB), anunciou que reunirá líderes partidários para definir o modelo de tramitação das Medidas Provisórias (MPs) 1307 (ZPEs) e 1318 (Redata), ambas voltadas a data centers e políticas de energia. As duas MPs ainda aguardam a instalação de comissão mista, e a MP 1307 perde validade em 17 de novembro, durante o recesso informal do Congresso por conta da COP30. Motta destacou que o Legislativo deve “aperfeiçoar” as propostas enviadas pelo governo, defendendo a contratação de usinas térmicas para garantir energia firme e confiabilidade ao sistema elétrico, aliadas às fontes renováveis. A MP 1318 prevê incentivos fiscais para infraestrutura digital sustentável e isenção de exportação de serviços, enquanto a MP 1307 amplia benefícios das Zonas de Processamento de Exportação, exigindo uso de energia renovável. (Agência Eixos – 05.11.2025)
Brasil: Senado defende gás natural e energia nuclear como fontes elegíveis para data centers e ZPEs
Em evento em Brasília, o senador Laércio Oliveira (PP/SE) defendeu a inclusão de fontes termelétricas a gás natural e nucleares entre as opções de energia consideradas elegíveis para data centers e Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs). Autor de emendas às Medida Provisórias (MPs) 1307 e 1318, que tratam respectivamente das ZPEs e do programa Redata, o parlamentar argumenta que o gás é essencial para garantir segurança e competitividade na transição energética, atuando como “ponte” para sustentar a expansão das renováveis. Ele também propõe mecanismos de justiça federativa para que estados geradores, especialmente no Nordeste, retenham parte da riqueza produzida. O relator da MP 1304, Eduardo Braga (MDB/AM), reforçou a necessidade de energia firme e armazenamento, destacando o papel das hidrelétricas e baterias para evitar cortes de geração (curtailment) e conter o avanço dos custos do setor. (Agência Eixos – 05.11.2025)
Brasil: setor de data centers busca isenção de ICMS nos estados e pressiona Confaz por “Redata estadual”
O setor de data centers articula-se junto ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para criar um regime especial de ICMS semelhante ao programa federal Redata, que desonera impostos sobre infraestrutura digital sustentável. A proposta visa antecipar para 2026 os efeitos da Reforma Tributária, garantindo isenção ou redução do imposto estadual sobre a compra de equipamentos e tecnologias. Segundo Affonso Nina, presidente da Brasscom, o diálogo com secretarias estaduais busca acelerar a medida e evitar que o Brasil perca competitividade global. Já Luciano Fialho, da Scala Data Centers, defende tratamento diferenciado para investidores que adquirem chips e servidores destinados à operação, e não à revenda. Enquanto alguns estados, como São Paulo, estudam regramentos próprios, a MP 1318/2025, que institui o Redata federal, ainda aguarda a instalação de comissão mista no Congresso. (Agência Eixos – 05.11.2025)
Brasil: Anatel suspende decisão sobre modo de financiamento dos novos data centers da V.tal
O Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) discutiu, em 4 de novembro de 2025, a forma de financiamento da construção de cinco novos data centers previstos entre os compromissos assumidos pela V.tal no processo de adaptação do STFC da Oi. O relator Vicente Aquino e o conselheiro Alexandre Freire defenderam que a empresa possa utilizar recursos de terceiros, mantendo, porém, a responsabilidade integral pela entrega e comprovação dos investimentos. Já o conselheiro Octávio Pieranti foi contrário, sustentando que o termo de autocomposição permite capital externo apenas para cabos submarinos, e que incluir os data centers configuraria inovação indevida. O julgamento, que também analisa ajustes no Manual de Acompanhamento e Fiscalização dos compromissos, foi suspenso após pedido de vista do conselheiro Edson Holanda, adiando a decisão sobre o uso de financiamento externo para os cinco centros de dados planejados pela V.tal. (Telesintese – 04.11.2025)
Brasil: ABTA critica parecer do PL 8889/2017 e alerta para desequilíbrio no mercado audiovisual
A Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) manifestou preocupação com o novo parecer do Projeto de Lei 8889/2017, apresentado pelo deputado Dr. Luizinho (PP-RJ), que atualiza regras para o audiovisual e o streaming. A entidade afirma que o texto cria vantagens competitivas para big techs e impõe novas obrigações e tributos às operadoras de TV por assinatura e serviços regulados, gerando assimetria de mercado. Entre as críticas estão a dupla tributação para empresas do Serviço de Acesso Condicionado (SeAC), que passariam a pagar simultaneamente Condecine-Teles, Condecine Remessa e Condecine Streaming, e a diferença de alíquotas entre plataformas de vídeo (4%) e de compartilhamento de conteúdo (2%). A ABTA também considera inviável a obrigatoriedade de incluir todos os canais lineares públicos nas plataformas de streaming. A associação propõe ajustes que preservem a isenção original e defende uma regulação equilibrada, capaz de proteger a produção nacional e garantir concorrência justa no setor audiovisual. (Telesintese – 03.11.2025)
Oferta de Energia Elétrica
Brasil: Rio AI City deve transformar o Rio em polo latino-americano de inteligência artificial e data centers
A Elea Data Centers firmou um Memorando de Entendimento com a Tapestry, divisão da X (Moonshot Factory, do Google/Alphabet), para garantir 1,5 GW de capacidade energética ao projeto Rio AI City, que visa transformar o Rio de Janeiro em um dos maiores polos de infraestrutura digital e inteligência artificial da América Latina. O acordo envolve ainda a Prefeitura do Rio, a CCPar, a Axia Energia e a Light, criando uma parceria público-privada voltada à segurança energética e à sustentabilidade. A iniciativa prevê uso exclusivo de energia limpa e integra planejamento de rede elétrica e arquitetura de data centers. Segundo o fundador da Elea, Alessandro Lombardi, o projeto posiciona o Brasil como referência global em infraestrutura digital sustentável. A primeira fase, com 1,5 GW, deve ser concluída em 2026, com expansão para 3,2 GW até 2032. (Telesintese – 06.11.2025)
Brasil: setor de data centers apoia leilão de baterias
O setor de data centers vê com otimismo o leilão de baterias prometido pelo Ministério de Minas e Energia (MME) para 2025, considerado um passo essencial para integrar fontes renováveis intermitentes, como solar e eólica, à operação dessas instalações que exigem energia firme e constante. Segundo Affonso Nina, presidente da Brasscom, o uso de sistemas de armazenamento (BESS) pode reduzir o curtailment, equilibrar oferta e demanda e até diminuir custos de energia. Paralelamente, as empresas aguardam a regulamentação do programa Redata, que concede benefícios fiscais a data centers sustentáveis, mas ainda não definiu quais fontes serão consideradas “limpas e renováveis”. O setor pede segurança jurídica e clareza normativa, enquanto cresce o debate sobre incluir o gás natural entre as fontes elegíveis. Também há expectativa de que estados antecipem a isenção de ICMS prevista na reforma tributária, criando um “Redata estadual” para atrair investimentos antes de 2027. (Agência Eixos – 05.11.2025)
EUA: Projeto híbrido de 60 MW da Propwr reforça suprimento energético para data centers
A Propwr, divisão da ProPetro, firmou um contrato de longo prazo para fornecer 60 MW de energia a um operador de data center hyperscaler no Meio-Oeste dos EUA. O projeto integrará sistemas de armazenamento de energia em bateria (BESS) com geradores a gás natural de motores recíprocos, combinando estabilidade e flexibilidade para lidar com variações rápidas de carga e fortalecer a resiliência da rede. A implantação está prevista para começar no segundo trimestre de 2026 e inclui cláusulas de ampliação de capacidade e duração conforme a demanda do cliente. (Energy Storage – 29.10.2025)
Brasil: Data centers e novas demandas podem impulsionar retomada do setor eólico
A presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum, defendeu a revisão de políticas regulatórias “mal calibradas” diante da desaceleração do setor eólico brasileiro. Segundo ela, a Medida Provisória 1.304, cujo relatório seria divulgado em 28 de outubro, pode solucionar o problema do curtailment, cortes de geração que, entre 2021 e 2025, somaram 32 TWh e causaram perdas de cerca de R$ 6 bilhões. Em manifesto, a Abeeólica classificou o curtailment como uma “microcrise” provocada pelo excesso de oferta, limitações de transmissão e expansão desordenada da micro e minigeração distribuída. A entidade projeta uma retomada do setor a partir de 2027, impulsionada pelo avanço dos data centers de inteligência artificial, hidrogênio verde, energia eólica offshore e sistemas de armazenamento. Entre 2021 e 2024, os data centers firmaram R$ 7,7 bilhões em contratos, totalizando 330 MW médios. (MegaWhat Energy – 28.10.2025)
Austrália: Usina Hidrelétrica Reversível e energia solar garantem fornecimento contínuo para data centers
A International Solar Energy Society (ISES) destaca que o Usina Hidrelétrica Reversível (UHRs) combinado à geração solar fotovoltaica oferece uma solução eficiente e escalável para garantir energia 24 horas por dia, 7 dias por semana, especialmente para data centers. Representando 95% do armazenamento energético global, o UHRs alcança 86 milhões de GWh em potencial mundial, o equivalente a dois trilhões de baterias de veículos elétricos, e fornece capacidade entre 5 e 5000 GWh, com vida útil de até 150 anos e custo até dez vezes menor que o das baterias (US$ 8–40/kWh). Sua implantação requer mínima mineração e pouco uso de terra e água (2 m² e 2 L per capita/dia), armazenando até 100 GWh/km² em locais premium. A Austrália, por exemplo, está construindo 400 GWh de armazenamento UHRs, enquanto a China adiciona 16 GW anuais. (Ess News – 23.10.2025)
EUA: BESS acelera conexão e energiza data center no Noroeste do Pacífico
A Calibrant Energy fornecerá um BESS de 31 MW/62 MWh para o campus da Aligned Data Centers no Noroeste do Pacífico, em um projeto considerado “primeiro de seu tipo” nos Estados Unidos (EUA): o sistema é construído especificamente para acelerar a interconexão e colocar um data center de grande porte online anos antes das tradicionais ampliações de rede. Previsto para 2026, o BESS integra a solução Path to Power, operando como ativo responsivo à rede, descarrega nos picos, reforça a confiabilidade e assegura serviço contínuo aos clientes. O projeto prioriza cadeia de suprimentos doméstica e segurança (química segura, prevenção ativa de incêndios e monitoramento 24/7), com transformadores, chaves e módulos fabricados ou montados nos EUA. Diferente de modelos via PPAs offsite, o BESS on-site oferece flexibilidade locacional e escalabilidade; Calibrant e Aligned já avaliam implantação semelhante em outros mercados.(Energy Storage – 23.10.2025)
Inovação e Tecnologia
Brasil: Consultimer amplia operações e contrata para atender à expansão do mercado de data centers
A Consultimer, especializada em infraestrutura para data centers, anunciou uma nova fase de crescimento impulsionada pela forte expansão do setor no Brasil e na América Latina. Com o aumento da demanda por conectividade e a entrada de grandes players internacionais, a empresa abriu mais de 50 vagas em áreas técnicas, administrativas e de gestão nos escritórios do Brasil, Chile, Estados Unidos e México. Reconhecida pela excelência em projetos de fitout, deployment e manutenção de ambientes críticos, a Consultimer tem se consolidado como parceira estratégica de grandes organizações de tecnologia, oferecendo soluções integradas com alto padrão de qualidade e cumprimento de prazos. Segundo o CEO Denison Figueiredo, a expansão da equipe reforça o compromisso da companhia com a inovação, a eficiência operacional e a experiência do cliente em um mercado cada vez mais competitivo e digitalizado. (Tiinside – 05.11.2025)
Suíça: ABB e NVIDIA aceleram desenvolvimento de data centers de próxima geração em escala de gigawatts
A ABB anunciou uma parceria com a NVIDIA para desenvolver data centers de próxima geração em escala de gigawatts, voltados às intensas demandas energéticas das cargas de trabalho de inteligência artificial. O foco será criar soluções de energia escaláveis e altamente eficientes, incluindo o suporte à nova arquitetura elétrica de 800 VDC da NVIDIA, projetada para racks de servidores de até 1 MW. Essa transição exige avanços significativos em tecnologias de distribuição, combinando sistemas UPS de média tensão e eletrônica de potência em corrente contínua. Segundo o Dell’Oro Group, a demanda global por data centers deve saltar de 80 GW em 2024 para 220 GW em 2030, com 70% do crescimento impulsionado pela IA. A ABB, que dedica 40% de sua pesquisa em eletrificação ao setor, já lançou inovações como o HiPerGuard, primeiro UPS em estado sólido de média tensão, e o disjuntor SACE Infinitus, ambos projetados para aumentar eficiência e densidade energética em data centers de alta performance. (Tiinside– 05.11.2025)
Brasil: Automação e IoT redefinem a eficiência e a segurança nos data centers
O crescimento do consumo de dados e da computação em nuvem impulsiona a operação de mais de 120 data centers no Brasil, que já representam 1,6% do consumo elétrico nacional, segundo a Omdia. Nesse cenário, a eficiência energética, a automação e a integração inteligente tornam-se estratégicas. Soluções unificadas, como o Genetec Security Center, permitem centralizar segurança física, monitoramento por vídeo, controle de acesso e dados de infraestrutura, transformando informações em decisões operacionais em tempo real. A Internet das Coisas (IoT) amplia esse potencial, conectando sensores e sistemas para antecipar falhas e otimizar recursos. Plataformas integradas permitem ações automáticas, como ajustar a refrigeração diante de variações de temperatura, garantindo disponibilidade contínua. Segundo Glaucio Henrique Silva, da Genetec, essa convergência é a base dos data centers autônomos do futuro, que combinarão automação, inteligência de dados e metas ESG para unir eficiência, segurança e sustentabilidade.(Tiinside– 03.11.2025)
EUA: Nvidia adota software da Emerald AI para tornar data center Aurora referência em eficiência energética
A Nvidia anunciou que implantará o software de orquestração energética da Emerald AI em seu data center Aurora, de 96 MW, atualmente em construção em Manassas, Virgínia, com inauguração prevista para o primeiro semestre de 2026. O projeto, desenvolvido pela Digital Realty, será o primeiro do setor a receber a nova certificação de “energia flexível”, criada em parceria com a Emerald AI, o Electric Power Research Institute (EPRI) e o operador regional PJM Interconnection LLC. O sistema Emerald Conductor ajusta em tempo real o consumo de energia dos data centers conforme a demanda da rede elétrica, mantendo o desempenho de computação em Inteligência Artificial (IA) e ajudando a estabilizar o sistema. Testes realizados no Arizona mostraram redução de 25% no consumo em três horas sem perda significativa de performance. A iniciativa busca provar que a otimização via software pode ser uma alternativa à geração ou armazenamento locais, liberando capacidade da rede para futuras expansões de IA. (DataCenterDynamics – 30.10.2025)