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O momento de excesso na oferta de energia que se apresenta para o ano que vem pode ser o cenário ideal para a revisão do modelo de comercialização que vem sendo pedida por agentes do setor. Na opinião do coordenador do GESEL – Grupo de Estudos do Setor Elétrico do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Federal do Rio de Janeiro, Nivalde de Castro, há espaço para que a discussão seja feita. “Esta folga vai permitir que em 2017 se faça um esforço grande no sentido de rever algumas bases e fundamentos do modelo que foi estruturado em 2014, notadamente a questão da formação de preço no mercado de curto prazo”, explica. Na avaliação do grupo, a queda na demanda traz problemas para distribuidoras e a falta de chuva traz o GSF, o que inviabiliza investimentos. O coordenador do Gesel elogia a mudança feita no comando e na cúpula do Ministério de Minas e Energia, ocorrida por conta do impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Para Castro, a figura de Fernando Coelho Filho – um jovem deputado federal do PSB, que nunca tinha dirigido a pasta – deu uma nova dinâmica à política energética brasileira e para sua governança. Ele cita também a postura adotada pelo secretário-executivo, Paulo Pedrosa, que nas decisões tem escutado o setor em busca de soluções consensuais. “O ministério está tomando decisões muito bem fundamentadas. Medidas foram respaldadas por análises técnicas da Aneel, EPE, ONS, CCEE e BNDES”, observa. A volta da atratividade e da disputa nos leilões de transmissão também foi lembrada pelo coordenador do Gesel com fato positivo do ano. As mudanças realizadas nos editais trouxeram, segundo ele, a retomada da confiança dos empreendedores. “Foi iniciado um processo de destravamento dos investimentos na transmissão”, ressalta. A movimentação de players estrangeiros na distribuição, como a chinesa State Grid, que comprou a CPFL, e da italiana Enel, que venceu o leilão da Celg (GO) com um ágio alto, não ficaram de fora. “Essas decisões vieram em momentos de crise econômica, o que mostra a força do marco regulatório do setor”, avisa. (Agência CanalEnergia – 30.12.2016)
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