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A State Grid comprou, por US$ 1 bilhão, sete linhas de transmissão da Plena Transmissoras – uma joint venture entre empresas espanholas e brasileiras – e arrematou o principal sistema de transmissão, em parceria com a Eletrobras, a maior empresa de energia do Brasil e, assim como a chinesa, estatal controlada pelo governo federal. No leilão, o consórcio demandou uma receita anual de cerca de US$ 140 milhões. Nas regras dos leilões de transmissão, as empresas que disputam as linhas oferecem a menor receita requerida, isto é, o menor custo para o sistema. Na avaliação do professor Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ainda há muito espaço para que novas empresas, especialmente chinesas, participem do mercado brasileiro de energia, pois apenas este ano há programação de leilão de novas linhas que somam quase US$ 7 bilhões em investimentos. A expectativa, nos bastidores do mercado, é que fornecedores chineses entrem no mercado brasileiro, forçando a queda de preços e aumentando a competição no setor. No entanto, como recorda Castro, uma das particularidades do setor elétrico brasileiro é que a política de financiamento prevista pelo modelo regulatório nacional prioriza o conteúdo nacional – nesse caso a produção local e não a importação. “Esta política industrial busca criar emprego no Brasil. Assim há um forte estímulo para que empresas chinesas criem subsidiárias no país e diminuam o coeficiente de importação”, salientou Castro. A dúvida, segundo ele, é se a China terá interesse e motivação para seguir a política industrial e financeira estabelecida pelo setor elétrico brasileiro, ressaltou. (Diálogo Chino – 10.03.2015)