11/09/2014
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GESEL: geração de energia a partir do lixo resolverá problema do setor elétrico

De acordo com o pesquisador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) Guilherme Dantas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a geração de energia a partir do lixo não vai resolver o problema no setor elétrico brasileiro. “Aproveitar o recurso de resíduos sólidos urbanos é uma coisa bem pertinente e faz parte da solução, mas não podemos deixar de manter em mente que é uma coisa marginal”, disse. Segundo o ONS, apenas 0,73% da energia distribuída atualmente pelo Sistema Interligado Nacional (SIN) é gerada a partir de compostos orgânicos, que incluem, além do lixo, bagaço de cana-de-açúcar e resíduos de celulose. Para o especialista em otimização do sistema energético José Luz Silveira, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Guaratinguetá (SP), o biogás ainda é muito pouco explorado no Brasil. Para gerar bioenergia a partir do lixo, as usinas utilizam o gás gerado na decomposição dos resíduos orgânicos – o metano. Entretanto, o potencial de geração é menor que o de outros gases. “Por mais que a gente tenha resíduo sólido urbano, não é suficiente, e, ao mesmo tempo, quando você compara com gás natural, a queima do lixo é pior, é um combustível de menor qualidade. O biogás é um insumo combustível que tem uma eficiência termodinâmica menor do que se estivesse queimando combustível fóssil”, explicou Dantas. Segundo ele, a redução da tarifa de energia a partir do biogás proveniente do lixo é ilusória. “Num momento de crise, o preço [do biogás] no mercado à vista está acima de R$ 600 o megawhatt/hora, qualquer coisa é mais barato. Não podemos nos iludir, principalmente porque vivemos em um momento de estresse. A energia eólica, por exemplo é R$ 100 o megawatt/hora”, comparou. (G1 – 07.09.2014)

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