De acordo com Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a atitude da Cesp [descumprindo determinação do ONS de elevar a vazão da usina hidrelétrica do rio Jaguari] pode provocar um desbalanceamento no modelo da produção hidrelétrica da Light, já que a empresa precisa produzir a mesma quantidade de energia com um volume menor de água. “É como se a Cesp estivesse ‘roubando’ energia da Light”, diz Castro. Apesar de ser um caso ímpar na história do sistema elétrico brasileiro, o professor ressalta que não há risco de falta de energia em regiões do estado do Rio abastecidas pela bacia. “O ONS vai deslocar energia de outras usinas para atender essa diminuição da oferta às usinas do sistema da Light. Do ponto de vista elétrico, não serão causados problemas tão grandes, porque se trata de uma usina pequena”, esclarece o especialista. Para Nivalde, a crise de abastecimento de água no estado de São Paulo é a principal explicação para a decisão da Cesp. “Ao reduzir a vazão para o Rio de Janeiro, a empresa favorece o sistema de São Paulo”, conclui. Procurada, a Cesp não quis se pronunciar. (O Dia – 08.08.2014)

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