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Pesquisa feita pela Abesco, associação que reúne empresas que prestam serviço de eficiência energética, indica que cerca de 10% da eletricidade que poderia ter sido consumida no país foi desperdiçada entre 2008 e 2013. Segundo o presidente da entidade, Rodrigo Aguiar, esse é um patamar de perda mais elevado do que o observado nos países europeus. Enquanto a indústria brasileira desperdiçou cerca de 6% da energia que poderia consumir neste período, a indústria da Alemanha perdeu 3,5% entre 2010 e 2015. O uso de equipamentos industriais mais antigos no Brasil é uma das explicações, diz Aguiar. Para Nivalde de Castro, do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da UFRJ, contudo, a comparação com a Europa não faz jus à diferença entre geração energética feita aqui no país e no continente. “Na Europa, a maior parte dos países é importador de energia e o governo incentiva a redução do consumo para diminuir a dependência externa do país. Além disso, no Brasil, o consumo per capita ainda é bem inferior ao da Europa”, afirma Castro. O brasileiro consome cerca de um terço de energia elétrica que gasta um alemão. A renda mais baixa no Brasil justifica a diferença. Entretanto, o especialista não desconsidera a necessidade de dar mais eficiência aos gastos elétricos. Mecanismos como redes inteligentes ainda são caros para o consumidor brasileiro, afirma Castro. Mas o estímulo à troca de equipamentos domésticos por novos mais econômicos é uma estratégia que pode dar certo. Segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), o Brasil deve ter, em média, 2,3 TVs por casa em 2050 –hoje são 1,6. Também deve aumentar a presença de máquinas de lavar e ar-condicionado. A previsão da EPE é que esses equipamentos evoluam. Aparelhos de entretenimento, como videogames, tablets, laptops e TVs, devem ganhar 1% de eficiência energética por ano até a metade do século. “As pessoas saíram das lâmpadas incandescentes para as compactas e agora já estão indo para as led, mais econômicas”, diz Castro. (Folha de São Paulo – 06.12.2014)
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