08/11/2017
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Entrevista com Lori Bird, do National Renewable Energy Laboratory (NREL)

Lori Bird, do National Renewable Energy Laboratory (NREL), nos EUA, concedeu entrevista ao GESEL para falar sobre o a experiência americana com políticas para Geração Distribuída. Segundo ela, “em alguns estados [norte-americanos], como aqueles que atingiram limites estabelecidos para participação de sistemas no esquema net metering ou viram um crescimento substancial na fotovoltaica, começaram a olhar para outras abordagens para compensar a eletricidade não utilizada no local.” Lori Bird esteve no Brasil no último mês de outubro, a convite do GESEL. Como parte das comemorações dos 20 anos do grupo, pesquisadores de diversos países foram chamados para o Workshop Internacional “Geração Distribuída: Experiências Internacionais e Análises Comparativas”, realizado em parceria com o EKLA-KAS (Programa Regional Segurança Energética e Mudança Climática na América Latina da Fundação Konrad Adenauer). Aproveitando o ensejo, o GESEL também organizou com os visitantes uma série de eventos (palestras, workshops, aulas, reuniões), em diferentes instituições do Setor Elétrico Brasileiro. Leia abaixo a entrevista:

1) Você poderia falar sobre as revisões que estão ocorrendo na maneira de calcular a tarifa do gerador fotovoltaica? Quais são as opções e considerações que o regulador deve fazer atualmente?

Nos Estados Unidos, o mecanismo predominante para Geração Distribuída fotovoltaica foi o sistema net energy metering. Hoje, 38 estados têm políticas net metering não-voluntárias, onde os clientes obtêm crédito na distribuição pela energia que eles não são capazes de usar no local a partir de sistemas fotovoltaicos. Muitas vezes, esses estados colocam limites sobre a participação de sistemas sobre enquadrados nesse esquema rede, variando frequentemente de 1-5% da demanda de pico. Em alguns estados, como aqueles que atingiram limites estabelecidos para participação de sistemas no esquema net metering ou viram um crescimento substancial na fotovoltaica, começaram a olhar para outras abordagens para compensar a eletricidade não utilizada no local. Por exemplo, a Califórnia instituiu uma nova versão desse esquema de compensação que cobra aos clientes 2-3 centavos de dólar / kWh pela eletricidade que eles consomem da rede, exigindo que os clientes fotovoltaicos adotem o sistema de tarifas time-of-use no futuro. Outros estados, como Nova York e Minnesota, determinaram a tarifa com base nos cálculos do valor da energia fotovoltaica gerada. Além disso, vários estados estão procurando formas de adicionar elementos baseados no tempo e na localização para determinar as tarifas de geração distribuída de maneira a compensar esses geradores de maneira mais precisa.

2) O que é o Community Solar? Como esse sistema está operando nos EUA?

É uma geração solar comunitária projetada para fornecer acesso a energia solar para clientes que não conseguem instalar esses sistemas em suas casas ou estabelecimentos. Os consumidores podem comprar participações de um projeto fotovoltaico localizado nas redondezas e receber os benefícios da produção solar na sua conta de luz. Como efeito, o cliente paga por uma parte dos painéis no projeto solar e recebe o crédito pela produção desses painéis. Este tipo de abordagem é benéfica para o consumidor que não teriam acesso à energia solar, como locatários, clientes em edifícios de apartamentos e proprietários que não possuem telhados que sejam propícios à instalação do sistema fotovoltaico.