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A costarriquenha Christiana Figueres, a mais alta autoridade das Nações Unidas nas negociações sobre mudança do clima, acredita que a China é o país que mais está fazendo esforços no combate ao aquecimento global em comparação com EUA e União Europeia. “Entre EUA e União Europeia, quem está fazendo mais sacrifícios e está contribuindo mais é a China”, disse ela em entrevista a um pequeno grupo de jornalistas em Lima, durante a conferência climática conhecida por CoP-20. Ela diz que a China, além de ter prometido chegar ao pico de suas emissões em no máximo 2030, fará o mesmo com as emissões de carvão até 2020. “Numa economia deste tamanho, tão dependente de carvão, isto é algo extraordinário.” Ela discorda que o compromisso chinês seja vago e diz que o país prepara há dois anos uma quantificação das suas emissões. Figueres chefia a secretaria executiva da convenção sobre mudança do clima da ONU (UNFCCC) desde 2010, após a fracassada conferência de Copenhague. Ela vem de um país com tradição em proteger suas florestas, dar valor à biodiversidade e ganhar dinheiro com ecoturismo, e de uma família de tradição política. Seu pai, José Figueres Ferrer, foi três vezes presidente, restaurou a democracia, dissolveu o Exército e passou as verbas militares à educação. Seu irmão, José Maria Figueres, é autor de uma lei que fez com que a cobertura vegetal do país saltasse de 20% para 50% em pouco tempo e de um sistema de pagamento por serviços ambientais que remunera quem preserva com recursos arrecadados com a taxação de combustíveis. Figueres faz um alerta aos governos para que incorporem a mudança do clima em seu planejamento e nas obras de infraestrutura. Diz que não faz sentido investir sem colocar a vertente climática nas avaliações de risco e que os jovens, com o poder de mudar o padrão de consumo, podem aliviar a mudança do clima no futuro.
(GESEL-IE-UFRJ – 10.12.2014)
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