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Em artigo publicado pelo Brasil Energia, Jerson Kelman (engenheiro civil, com M.Sc. pela UFRJ e Ph.D. pela Colorado State University) analisa os problemas do atual modelo de geração descentralizada de energia (GD), principalmente solar. Embora tenha potencial transformador, o sistema ainda é limitado pela falta de armazenamento econômico em baterias, mantendo os consumidores “com-placa” conectados à rede convencional. O autor identifica distorções no modelo de compensação: os créditos são contabilizados em kWh e não em reais, ignorando que o valor da energia varia conforme o horário. As regras permitem descontos não apenas na parcela de energia, mas também em transmissão, distribuição e encargos setoriais. Isso cria um subsídio cruzado onde consumidores “sem-placa” acabam custeando os benefícios dos “com-placa”. O texto defende a implementação de uma tarifa binômia (custo fixo de disponibilidade + consumo) em substituição à atual tarifa monômia. O autor argumenta que existe uma “escadinha” de custos, onde consumidores “sem-placa” impõem menos custos ao sistema, seguidos dos “com-placa” local (telhados) e dos “com-placa” remota (fazendas solares). Porém, a blindagem legal dos consumidores “com-placa” dificulta a correção dessas distorções. O texto conclui que, com o crescimento exponencial da GD e seus subsídios (estimados em mais de R$11 bilhões em 2024), torna-se urgente para reguladores e legisladores reformarem o sistema para evitar um colapso setorial. (GESEL-IE-UFRJ – 07.04.2025)
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