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IFE
24/01/2025

IFE Hidrogênio 184

Assinatura:
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Subeditores: Fabiano Lacombe, Kalyne Brito e Sayonara Andrade Elizário
Pesquisadores: Bruno Elizeu e Ana Eduarda Rodrigues
Assistente de pesquisa: Sérgio Silva

IFE
24/01/2025

IFE nº 184

Assinatura:
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Subeditores: Fabiano Lacombe, Kalyne Brito e Sayonara Andrade Elizário
Pesquisadores: Bruno Elizeu e Ana Eduarda Rodrigues
Assistente de pesquisa: Sérgio Silva

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IFE Hidrogênio 184

Políticas Públicas e Financiamentos

Brasil: 2024 foi um marco para o avanço do hidrogênio verde

O ano de 2024 marcou avanços históricos para o hidrogênio de baixa emissão de carbono no Brasil, consolidando marcos regulatórios e promovendo um ambiente favorável ao investimento e crescimento do setor, reconhecido como estratégico para a descarbonização e transição energética. Entre as conquistas, destaca-se a aprovação das leis 14.948/24 e 14.990/24, que estabeleceram o marco legal do hidrogênio e criaram o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão (PHBC), oferecendo R$18,3 bilhões em créditos fiscais. A inclusão do setor no decreto 11.964/2024, que facilita investimentos prioritários em infraestrutura, e o regime fiscal favorecido para o hidrogênio, garantido pela reforma tributária, reforçam a competitividade frente aos combustíveis fósseis. A lei 14.993/24 introduziu o marco dos combustíveis sintéticos, enquanto a lei 15.042/24 instituiu o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões, permitindo que projetos de hidrogênio gerem créditos de carbono. No âmbito do Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), estruturaram-se iniciativas como o Sistema Brasileiro de Laboratórios em Hidrogênio e o Comitê de Especialistas em Economia do Hidrogênio, além de Unidades Embrapii focadas no tema, com metas ambiciosas para 2025, incluindo a disseminação de plantas-piloto em todas as regiões do país. No setor automotivo, o programa Mover (Lei 14.902/24) e o Nova Indústria Brasil priorizam descarbonização, eletrolisadores e células a combustível. (Eixos – 20.01.2025) 
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Aneel vai pautar com celeridade processo sobre 13 projetos de hidrogênio

O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, anunciou que o processo de autorização de 13 projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) relacionados ao hidrogênio de baixa emissão de carbono deverá ser retomado em plenário com celeridade, após parecer favorável da área técnica. Os projetos, que somam investimentos estimados em R$ 1,49 bilhão, visam beneficiar setores como siderurgia, fertilizantes, mobilidade, alimentos e petroquímica. Apesar disso, a liberação dos recursos foi adiada na Reunião Pública Ordinária de 10 de dezembro, após um pedido de vistas de Feitosa, motivado por votos contrários dos diretores Fernando Mosna e Ricardo Tili, que questionaram possível desvio de finalidade e impacto financeiro para consumidores de energia. Além disso, Feitosa destacou em entrevista a expectativa de manutenção da bandeira tarifária verde em 2024, condicionada ao encerramento do período úmido, e abordou a situação da Amazonas Energia. A concessionária passará a ser gerida pela Âmbar Energia, conforme decisão judicial, com um plano de flexibilização financiado pela Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), estimado em R$ 14 bilhões ao longo de 15 anos, além de um aporte de R$ 6,5 bilhões para reduzir o endividamento da distribuidora. Esses desdobramentos refletem o papel da Aneel na busca por equilíbrio entre inovação, segurança energética e controle de custos no setor. (Eixos – 21.01.2025) 
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EUA lançam mapa com potenciais regiões para exploração hidrogênio natural no país

O Serviço Geológico dos EUA (USGS) divulgou o primeiro mapa identificando áreas promissoras para exploração de hidrogênio natural, ou geológico, nos 48 estados continentais dos EUA. A análise revela que vastas regiões, incluindo partes do meio-oeste (Kansas, Iowa, Minnesota e Michigan), oeste (Arizona, Colorado, Novo México e Utah) e as costas da Califórnia e leste americano, possuem condições ideais para acumulações do gás, como fonte, reservatório e contenção, geralmente em formações de xisto. Utilizando uma metodologia inédita com índices de prospectividade de 0 a 1, áreas mais favoráveis aparecem em azul escuro no mapa, que será expandido para outras regiões como o Alasca e, potencialmente, outros países. Segundo a diretora associada do USGS, Sarah Ryker, o mapeamento indica que o hidrogênio natural pode ser uma fonte de energia limpa capaz de abastecer o mundo por séculos, mesmo que apenas uma fração dos depósitos identificados seja explorada. Estimativas globais indicam a presença de mais de 5 trilhões de toneladas de hidrogênio no solo, superando em energia todas as reservas comprovadas de gás natural. A exploração desse recurso, que já conta com 40 empresas envolvidas globalmente, cresceu significativamente desde 2020 e inclui esforços em países como Austrália, Espanha, Brasil e EUA. No Brasil, a Petrobras investiu R$ 20 milhões em pesquisas sobre o hidrogênio geológico e integra um consórcio internacional com empresas como bp e Chevron, financiando estudos na Escola de Minas do Colorado e no USGS para explorar seu potencial. (Eixos – 20.01.2025) 
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EUA: Decisão de Trump de suspender repasses do IRA pode afetar projetos de hidrogênio

No primeiro dia de seu mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou decretos que reverteram várias políticas de seu antecessor, Joe Biden, incluindo a suspensão imediata dos repasses de fundos previstos pelo Inflation Reduction Act (IRA) e pelo Infrastructure Investment and Jobs Act (IIJA). A medida, que visa revisar processos relacionados a subsídios e empréstimos, pode afetar os sete centros regionais de hidrogênio limpo, que sob a administração Biden, receberam compromissos de financiamento de US$ 7 bilhões. Contudo, os créditos fiscais de até US$ 3/kg de hidrogênio limpo, previstos no IRA, não estão sujeitos à decisão do Executivo, e qualquer revogação dependeria do Congresso. Apesar das intenções de Trump de eliminar o que ele considera a “grande farsa verde”, analistas acreditam que um desmantelamento completo dos incentivos para hidrogênio não seria viável, especialmente devido ao apoio republicano a políticas do IRA, como o crédito fiscal 45V, que é essencial para a viabilidade dos H2 Hubs. Além disso, Trump retirou os EUA do Acordo de Paris, suspendeu novas licenças para energia eólica e anunciou mudanças que podem prejudicar o progresso na redução de emissões dos veículos elétricos. (Eixos – 22.01.2025) 
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O centro de pesquisa de hidrogênio UK-HyRES financia 10 novos projetos

O centro de pesquisa UK-HyRES, sediado na Universidade de Bath, concedeu £ 3 milhões para financiar 10 novos projetos que visam acelerar a transição para emissões líquidas zero no Reino Unido, desenvolvendo tecnologias relacionadas ao hidrogênio e combustíveis líquidos de baixo carbono. Esses projetos, selecionados entre 160 propostas iniciais, exploram temas como produção, armazenamento e transporte de hidrogênio, além de novas abordagens para eletrólise e combustão de amônia. Entre os destaques, está a criação de eletrolisadores para produzir hidrogênio diretamente da água do mar, estudos para reutilizar infraestruturas do Mar do Norte para produção de H2, desenvolvimento de sensores de baixo custo e otimização de processos para combustão de amônia e fabricação de aço verde. Além disso, a pesquisa buscará soluções para aumentar a eficiência e a durabilidade de eletrolisadores e investigar a segurança no transporte de hidrogênio e amônia. O UK-HyRES, financiado com £ 11 milhões pelo governo britânico em 2023, pretende expandir a base de conhecimento técnico do país e impulsionar sua capacidade de atingir a neutralidade de carbono até 2050, fortalecendo a posição do Reino Unido no cenário global de energia limpa. (Hydrogen Central – 21.01.2025) 
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Hidrogênio é a chave para o crescimento dos clusters industriais

A importância do hidrogênio no desenvolvimento de clusters industriais foi destacada em um fórum em Davos e pela expansão da iniciativa Transitioning Industrial Cluster do Fórum Econômico Mundial (FEM), que agora engloba 33 clusters em 16 países, após a inclusão de 13 novos membros, como o Vale Verde do Hidrogênio de Kerala (Índia), o Cluster Industrial de Cartagena (Colômbia) e o Porto de Roterdã (Holanda), entre outros. Esses clusters visam acelerar a transição para a economia de baixo carbono, ao promoverem a produção, armazenamento e uso de hidrogênio limpo, além de combustíveis de baixo carbono, com o potencial de reduzir as emissões de dióxido de carbono em até 832 milhões de toneladas. O Fórum, em colaboração com a Accenture e o EPRI, enfatiza que a conexão de clusters em diferentes regiões geográficas e indústrias será crucial para acelerar a transição energética global e criar uma economia mais resiliente e sustentável. A iniciativa também destaca a importância da inovação colaborativa, com tecnologia digital sendo usada para otimizar a infraestrutura de zero emissões. O relatório "Unleashing the Full Potential of Industrial Clusters" detalha soluções para integrar energia limpa nos clusters industriais, com exemplos como o Zero Carbon Humber e o HyNet North West. (H2 View – 22.01.2025) 
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EUA: DOE concede financiamento inicial para os dois últimos hubs de hidrogênio

Os dois últimos centros regionais de hidrogênio dos Estados Unidos, o Heartland Hydrogen Hub e o Mid-Atlantic Hydrogen Hub (MACH2), receberam seus prêmios oficiais de financiamento do Departamento de Energia dos EUA (DOE) poucos dias antes da posse do presidente Donald Trump, em 20 de janeiro. O Heartland Hydrogen Hub garantiu os primeiros US$ 20 milhões de uma alocação total de US$ 925 milhões recebidos em 2023, enquanto o MACH2 recebeu US$ 18,8 milhões do total de US$ 750 milhões. O MACH2, situado na Pensilvânia, Delaware e Nova Jersey, tem como objetivo produzir hidrogênio verde para aplicações industriais e no transporte pesado, com a implementação de vários locais de reabastecimento destinados a caminhões e ônibus elétricos movidos a célula de combustível. (H2 View – 21.01.2025) 
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Hidrogênio é a chave para a energia limpa e a segurança energética do Reino Unido

A Hydrogen UK solicitou ao governo britânico que resolva, em até 12 meses, os principais desafios relacionados à infraestrutura, mercado e políticas para apoiar o uso de hidrogênio limpo na geração de energia. Segundo o Relatório de Hidrogênio para Energia, do Grupo de Trabalho de Geração de Energia da Hydrogen UK, a conversão de hidrogênio em energia será crucial para garantir a flexibilidade e confiabilidade da rede elétrica de um sistema de energia limpa até 2030. O relatório destacou que, até 2026, o governo deve tomar decisões estratégicas para priorizar o desenvolvimento de gasodutos de transporte de hidrogênio, instalações de armazenamento e interconexões entre as cadeias de produção, armazenamento e usinas de energia, a fim de atender à crescente demanda de eletricidade no Reino Unido, que deve aumentar 25% entre 2025 e 2035. (H2 View – 21.01.2025) 
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Produção

Planos de hidrogênio verde descartados enquanto Unigel renegocia com a Petrobras

A Unigel está finalizando uma reestruturação financeira que dará aos credores 50% de participação acionária na empresa, enquanto foca na conclusão de uma nova planta de ácido sulfúrico na Bahia, prevista para setembro, após investimentos de US$ 36,8 milhões. A companhia não prosseguirá com planos de produzir hidrogênio verde e desconsiderará os resultados do setor de fertilizantes, que atualmente está em arbitragem contra a Petrobras. Com dívidas renegociadas de R$ 5,8 bilhões, a Unigel espera que seu EBITDA alcance US$ 49 milhões em 2025 e cresça até US$ 182 milhões em 2030. A empresa também está em negociações com a Petrobras para resolver impasses relacionados a fábricas de fertilizantes e buscar a continuidade da operação. (Valor Econômico - 23.01.2025)  
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EDF Brasil desenvolve planta-piloto de hidrogênio na Usina Norte Fluminense

A EDF Brasil está desenvolvendo uma planta-piloto de hidrogênio na Usina Termelétrica Norte Fluminense, com o objetivo de utilizar o hidrogênio na refrigeração dos geradores e garantir a autossuficiência dessa fonte energética no processo de produção da usina. A empresa aposta no leilão de reserva de capacidade para garantir a oferta de energia flexível ao Sistema Interligado Nacional (SIN), ao mesmo tempo que integra tecnologias inovadoras, como o hidrogênio, com fontes renováveis e termelétricas a gás natural. Esse projeto reflete o compromisso da EDF com a transição energética e a redução de emissões, alinhando-se à meta de zerar as emissões de carbono até 2050 e promovendo um futuro mais sustentável para o setor elétrico brasileiro. (MegaWhat Energy - 16.01.2025) 
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A DH2 Energy construirá planta de hidrogênio verde em Huesca em 2025

A DH2 Energy prevê iniciar, no primeiro semestre de 2025, a construção da central de hidrogênio verde Hysencia, em Plasencia del Monte, Huesca. Com investimento de 70 milhões de euros, o projeto terá capacidade de eletrólise de 35 MW, potência fotovoltaica de 49 MWp e suporte de 10 MW da rede elétrica, ocupando cerca de 100 hectares. A fase de construção gerará 150 empregos diretos e indiretos, enquanto a operação empregará 15 pessoas. A central, que produzirá 1.700 toneladas de hidrogênio renovável por ano, evitará 100 mil toneladas de emissões de CO₂ em uma década, destinando-se aos setores de mobilidade e indústria. O projeto, selecionado pelo Banco Europeu de Hidrogênio, receberá 8 milhões de euros do Fundo de Inovação da UE, consolidando Aragão como polo de hidrogênio verde na Espanha. (El Economista - 21.01.2025)
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Alemanha abre licitação para licitação de planta de produção de hidrogênio de 12 MW em Lichtenau

Em 20 de janeiro de 2025, a Wasserstoff Lichtenau GmbH & Co. KG lançou a licitação “Elektrolyseur 'Schlafender Riese'” para construir uma planta de produção de hidrogênio de 9 a 12 MW em Lichtenau, Alemanha. Com inscrições até 19 de fevereiro de 2025, o projeto visa uma instalação pronta para uso, incluindo sistemas auxiliares como tratamento de água, resfriamento, compressão, armazenamento e segurança. Os contratantes devem gerenciar a configuração completa, integrando sistemas elétricos e de controle. Financiado parcialmente pela UE, o projeto reforça a transição energética sustentável e a infraestrutura de hidrogênio na Europa. (EnergyNews.Biz - 20.01.2025) 
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Norwegian Hydrogen planeja desenvolver planta de hidrogênio de 25MW

Em comunicado recente, a Norwegian Hydrogen adquiriu o projeto de hidrogênio da Aker Horizons em Rjukan, Noruega, e planeja desenvolver uma planta de produção de 25 MW no local. O acordo inclui a transferência do contrato de compra de energia (PPA) com a Tinn Energi, garantindo acesso à energia renovável. A empresa firmou também uma Carta de Intenções com a Nel para fornecer uma planta de eletrólise alcalina pressurizada, com possibilidade de ampliação. Apesar disso, a Nel anunciou a suspensão temporária da produção de eletrolisadores alcalinos em Herøya devido à baixa demanda. Jens Berge, CEO da Norwegian Hydrogen, destacou que a aquisição reforça o compromisso da empresa com soluções de emissão zero e a transição verde. A Aker Horizons mantém a opção de retornar ao projeto como investidora futura. O governo norueguês havia concedido até NOK 135 milhões à Aker em 2023 para o desenvolvimento do projeto. (H2 View - 22.01.2025) 
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Armazenamento e Transporte

Tanques de hidrogênio que atravessam a cidade de Saint-Laurent-du-Maroni

Desde dezembro, moradores de Saint-Laurent-du-Maroni testemunham a passagem de imponentes tanques de hidrogênio com 21 metros de comprimento, transportados em comboios escoltados pela gendarmaria. Esses tanques, pesando 35 toneladas cada, são destinados à futura Centrale Électrique de l'Ouest Guianais (CEOG), uma planta inovadora que usará energia solar para produzir hidrogênio, armazená-lo e convertê-lo em eletricidade durante a noite. Ao todo, 26 tanques serão instalados; 12 já estão no local em Prospérité, e outros 13 estão em trânsito. A operação logística é extremamente complexa, envolvendo transporte marítimo por navios da Caribbean Line Soreidom e transporte terrestre minuciosamente planejado pela empresa TSE. Os tanques despertam a curiosidade da população local, que pode observá-los em áreas públicas, como no Porto Ocidental. O projeto CEOG visa atender à crescente demanda energética da região, combinando inovação sustentável com a redução da pegada de carbono. (Hydrogen Central – 22.01.2025) 
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Uso Final

Carros a hidrogênio fazem sentido para o Brasil?

Começando pela conclusão: o papel do hidrogênio na mobilidade urbana brasileira permanece incerto, especialmente considerando as alternativas mais viáveis no curto e médio prazo, como biocombustíveis e veículos elétricos e híbridos. Apesar das vantagens dos veículos a hidrogênio, como autonomia estendida e abastecimento rápido, desafios como alto custo, infraestrutura limitada e eficiência energética inferior aos veículos elétricos dificultam sua adoção. Exemplos como o Toyota Mirai, que vendeu apenas 27 mil unidades globalmente em dez anos, ilustram essas dificuldades. Além disso, estudos apontam que carros a hidrogênio são três vezes menos eficientes que elétricos quando utilizam energia renovável. No Brasil, a abundância de energia limpa e a infraestrutura existente para biocombustíveis, como etanol e biometano, tornam esses recursos mais competitivos. A crescente popularidade de veículos híbridos, como os da BYD, reflete essa vocação. No entanto, avanços em pesquisas e iniciativas como a transformação de etanol em hidrogênio diretamente nos postos podem trazer novas possibilidades. Enquanto isso, o hidrogênio parece mais promissor para transporte pesado e setores industriais, sendo o Brasil um potencial líder na produção de hidrogênio de baixo custo no futuro. (Eixos – 19.01.2025) 
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Veículos a hidrogênio recebem investimento de £ 100 milhões

O Reino Unido investirá £ 100 milhões para criar uma rede nacional de reabastecimento para veículos movidos a hidrogênio, elétricos, HVO e bio-GNC. A iniciativa, liderada pela Quinbrook Infrastructure Partners e pela Aegis Energy, planeja construir até 30 centros de reabastecimento até o final da década, com as primeiras cinco instalações em Sheffield, Immingham, Warrington, Corby e Towcester previstas para operação até 2027. A construção do primeiro centro começará em 2025, com inauguração em 2026. Esses hubs poderão atender simultaneamente mais de 40 veículos pesados e 25 vans, além de oferecer infraestrutura completa para motoristas, incluindo áreas de descanso e serviços. Atualmente, o transporte é responsável por 29% das emissões do Reino Unido, com veículos comerciais contribuindo com 10%. Cada centro da Aegis Energy deverá reduzir as emissões em 14.300 toneladas anuais. Com vendas de veículos comerciais a combustão proibidas entre 2035 e 2040, o projeto visa superar a escassez de infraestrutura de carregamento, especialmente para frotas que enfrentam dificuldades práticas em instalações domésticas ou de depósito. A iniciativa alavanca a crescente demanda por energia limpa e reflete os planos do Reino Unido de acelerar a transição para transporte sustentável. (Hydrogen Central – 21.01.2025) 
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Tecnologia e Inovação

Para amônia limpa, engenheiros do MIT propõem ir para o subsolo

Engenheiros do MIT propuseram um método revolucionário para produzir amônia limpa utilizando o subsolo como reator químico, o que pode reduzir emissões de gases de efeito estufa. A técnica aproveita o calor, a pressão e minerais naturais da Terra para substituir o tradicional processo Haber-Bosch, que consome muita energia e depende de combustíveis fósseis. O método consiste em injetar água misturada com nitrogênio e catalisadores em rochas ricas em ferro no subsolo, onde reações químicas geram hidrogênio limpo, que, ao se combinar com o nitrogênio, forma amônia. Essa é extraída por um segundo poço, enquanto o ambiente natural fornece as condições necessárias. Essa abordagem elimina emissões de carbono diretas e tem potencial de reduzir até 1% das emissões globais de CO₂. Além de ser mais sustentável, o transporte da amônia é mais econômico e viável, considerando a infraestrutura já existente. A tecnologia, financiada pelo MIT Climate Grand Challenges e outros, foi demonstrada em laboratório e agora avançará para testes subterrâneos em um a dois anos, com planos de escalonamento comercial. A equipe espera que essa solução transforme a indústria química e inspire novos usos do subsolo como reator para processos limpos. (Hydrogen Central – 23.01.2025) 
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Método para redução da fragilização por hidrogênio em sistemas de oxidação de água supercrítica

A fragilização por hidrogênio é um desafio crítico em processos industriais, como a oxidação de água supercrítica, utilizada para decompor compostos orgânicos persistentes, incluindo PFAS. Esse fenômeno ocorre quando o hidrogênio penetra nos metais, tornando-os frágeis e suscetíveis a falhas. Durante testes conduzidos pela Revive Environmental Technology, LLC, falhas na tubulação do sistema foram atribuídas à fragilização por hidrogênio. Para solucionar esse problema, os inventores desenvolveram um método que modifica as condições operacionais do processo, ajustando parâmetros como temperatura, pressão e ambiente químico. Essa abordagem visa minimizar a infiltração de hidrogênio, aumentando a durabilidade e a confiabilidade dos componentes metálicos. (EnergyNews.Biz - 16.01.2025) 
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China Huadian revela novo equipamento de produção de hidrogênio em larga escala, marcando avanços na eletrólise de energia renovável

Em comunicado de 3 de janeiro de 2025, o China Huadian Group apresentou dois sistemas avançados de produção de hidrogênio: um eletrolisador PEM de 500 Nm³/h e um eletrolisador alcalino de 3300 Nm³/h, além de uma plataforma de demonstração de eletrolisador PEM de 2,5 MW. O eletrolisador PEM, desenvolvido em parceria com o Instituto de Física Química de Dalian, utiliza 30% menos metais preciosos, alcança densidade de corrente de 3 A/cm² e produção de 500 Nm³/h. O modelo alcalino “Huazhen” oferece densidade de corrente 100% superior a modelos tradicionais, redução de 50% no peso do tanque e eficiência energética aprimorada. Já a plataforma PEM de 2,5 MW, a maior da China, suporta testes em escala megawatt, consolidando avanços no setor de hidrogênio e contribuindo para as metas climáticas do país. (FCW - 23.01.2025) 
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Eventos

II Congresso Nacional do Hidrogênio Verde

O II Congresso Nacional do Hidrogênio Verde será realizado em Huelva, de 4 a 6 de fevereiro de 2025, reunindo mais de 1.000 participantes e 400 empresas, com foco na cooperação internacional entre Europa e América Latina. O evento contará com 80 painelistas, incluindo CEOs de empresas líderes e especialistas em transição energética e sustentabilidade. Com um programa voltado para mercados, desafios e avanços tecnológicos no setor do hidrogênio verde, o congresso promoverá a troca de conhecimentos e alianças estratégicas por meio de encontros B2B e uma área de networking ampliada com 1.000 m² e 40 estandes. Patrocinado por empresas como Siemens Energy, Iberdrola e Air Liquide, e apoiado por instituições públicas e privadas, o evento busca consolidar a indústria do hidrogênio verde como pilar de uma economia sustentável. (El Economista - 22.01.2025) 
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Artigos e Estudos

Aceitação pública da produção de hidrogênio verde na Alemanha

Em estudo publicado sobre a aceitação de plantas de hidrogênio verde na Alemanha, os autores investigaram os fatores que influenciam a aceitação pública dessa tecnologia, essencial para o cumprimento das metas de neutralidade de carbono até 2045. A pesquisa online, realizada com 1203 entrevistados de regiões com plantas existentes ou planejadas, revelou que oito fatores principais impactam positivamente a aceitação: confiança na segurança da planta, confiança nos gerentes de projeto, acesso à informação, percepção de risco/benefício, experiência com hidrogênio verde, e gênero. Por outro lado, a participação em consultas públicas e a autoidentidade ambiental influenciaram negativamente a aceitação. Os resultados fornecem insights valiosos para a formulação de políticas públicas e estratégias de comunicação, visando facilitar a implementação de projetos de hidrogênio verde com alta aceitação social, promovendo a transição energética na Alemanha e em outros países. (Science Direct - janeiro, 2025) 
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O impacto do hidrogênio na descarbonização e na resiliência em sistemas energéticos integrados

Em artigo publicado sobre o papel do hidrogênio na descarbonização de sistemas de energia, os autores apresentam um modelo de otimização para o planejamento e operação integrados de sistemas de hidrogênio e eletricidade. O estudo, focado nos sistemas de transmissão de eletricidade e gás da Grã-Bretanha para 2050, analisa como o hidrogênio e o linepack podem melhorar a flexibilidade e a resiliência contra eventos climáticos extremos. A pesquisa revela que a alocação ideal de fontes de hidrogênio verde e azul, bem como o uso de armazenamento distribuído e flexibilidade intradiária proporcionada pelo linepack, são essenciais para um transporte eficiente de hidrogênio dentro da infraestrutura existente. As descobertas também destacam que o aumento das energias renováveis exige maior flexibilidade da rede de hidrogênio, com uma necessidade de até 83% a mais de flexibilidade do linepack. Além disso, a sinergia entre os sistemas de gás e eletricidade é crucial para garantir flexibilidade, segurança e resiliência, especialmente em cenários com altos preços de gás e mistura de produção de hidrogênio. (Science Direct - janeiro, 2025) 
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Quase um em cada cinco projetos europeus de hidrogênio serão descartados em 2024

Quase 20% dos projetos europeus de hidrogênio estão sendo descartados ou paralisados em 2024, segundo levantamento da Westwood Insight. Isso equivale a 23 projetos em 11 países, com capacidade combinada de 29 GW, refletindo desafios econômicos, dificuldades para financiamento e baixa demanda, apesar do generoso apoio financeiro da União Europeia (UE). Embora a UE promova fortemente o hidrogênio como pilar de sua transição energética, o hidrogênio verde permanece pouco competitivo frente a combustíveis fósseis, sendo três a quatro vezes mais caro, e sua produção, que depende de grandes volumes de eletricidade, é onerosa na Europa. Atualmente, 99,7% do hidrogênio consumido na UE é de origem fóssil, usado principalmente na indústria química, e o setor representou apenas 2% do consumo energético em 2022. Grandes iniciativas como o Banco Europeu do Hidrogênio, que alocou € 3 bilhões, e programas como Hy2Move e Hy2Infra, ainda não foram suficientes para atingir as metas de 20 milhões de toneladas de hidrogênio renovável até 2030, o que pode comprometer a neutralidade de carbono até 2050. Empresas como a norueguesa NEL, uma das líderes em eletrolisadores, enfrentam queda na demanda e dificuldades financeiras, enquanto projetos emblemáticos como o da Shell e Equinor na Noruega foram suspensos por falta de mercado. (Hydrogen Central – 23.02.2025) 
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