O senador Cid Gomes (PSB/CE) propôs uma emenda ao Projeto de Lei do Hidrogênio, que prevê a isenção de encargos relacionados à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para produtores de hidrogênio verde. Isso gerou preocupação no governo e entre analistas sobre o impacto dessa isenção na conta de luz dos demais consumidores. Embora o texto base tenha sido aprovado no Senado, ainda falta votar os destaques, incluindo a emenda de Cid. O Ministério de Minas e Energia (MME) alerta que os custos adicionais seriam transferidos aos consumidores através da CDE, cuja despesa deve ultrapassar R$ 40 bilhões em 2024. O MME e alguns especialistas defendem que a isenção aumentaria os custos para os demais consumidores, enquanto outros, como Paula Padilha, argumentam que os incentivos são essenciais para tornar a produção de hidrogênio verde competitiva. Mesmo sem a emenda, a lei já oferece benefícios para produtores de hidrogênio verde, como descontos em encargos e créditos fiscais. (epbr – 24.06.2024) 

O hidrogênio verde emerge como um potencial combustível para a descarbonização global, com o Brasil destacado pela BloombergNEF como capaz de produzi-lo a menos de US$ 1 por quilo até 2030. No entanto, o país enfrenta desafios significativos. Internamente, debates legislativos sobre regulamentação e subsídios para hidrogênio de baixo carbono, oriundo de fontes renováveis como eólica, solar e hidrelétrica, são cruciais para proporcionar segurança jurídica e incentivar investimentos. Externamente, enquanto a capacidade global esperada de produção de hidrogênio verde enfrenta revisões para baixo, o Brasil precisa lidar com questões de infraestrutura de transmissão e financiamento, além do alto custo tecnológico comparado ao hidrogênio cinza. A certificação global e os desafios logísticos também são obstáculos significativos no caminho para a adoção ampla dessa tecnologia. (Valor Econômico - 26.06.2024) 

A Hydrogen UK lançou seu manifesto às vésperas das eleições gerais no Reino Unido, destacando recomendações cruciais para o novo governo impulsionar o setor de hidrogênio. Entre as propostas estão criar uma função ministerial dedicada ao hidrogênio para garantir políticas coesas, a aceleração de decisões de investimento em projetos pioneiros de hidrogênio nos primeiros 100 dias e a definição de um padrão único de hidrogênio de baixo carbono. Além disso, o manifesto exige financiamento imediato para projetos no processo de sequenciamento de clusters e um compromisso claro com futuras alocações de financiamento. Com estimativas de criação de empregos significativos e um potencial econômico substancial, a Hydrogen UK enfatiza a necessidade de ação decisiva para assegurar que o Reino Unido capitalize plenamente a oportunidade do hidrogênio e mantenha sua competitividade global. (Hydrogen Central – 21.06.2024) 

A Hydrogen UK está pedindo ao novo governo que garanta que os principais projetos de hidrogênio verde alcancem a decisão final de investimento (FID) nos primeiros 100 dias de mandato, ressaltando que £2 bilhões (US$2,5 bilhões) em apoio à receita já foram destinados a 11 projetos totalizando 125 MW de capacidade na Rodada 1 de Alocação de Hidrogênio (HAR1). A associação alerta que atrasos e obstáculos regulatórios estão colocando esses projetos em risco. A Hydrogen UK também pede uma revisão das políticas que impactam os projetos de hidrogênio eletrolítico e sugere a introdução de uma função ministerial específica para o hidrogênio ou um "Escritório para o Hidrogênio" para garantir consistência e clareza no financiamento e apoio ao setor. (H2 View – 20.06.2024) 

Os créditos fiscais de investimento em hidrogênio limpo propostos no orçamento do Canadá foram transformados em lei com a aprovação do Budget Implementation Act, 2024. O Crédito Tributário de Investimento em Hidrogênio Limpo (ITC), de CAD$ 5,6 bilhões, oferece entre 15% e 40% dos investimentos para projetos de hidrogênio qualificados, utilizando uma estrutura de níveis baseada na intensidade de carbono. Projetos que produzem menos de 0,75 kg de CO2 por kg de H2 garantem 40% de crédito, enquanto aqueles com 0,75-2 kg de CO2 por kg de H2 recebem 25%, e projetos com 2-<4 kg de CO2 por kg de H2 obtêm 15%. Além disso, um crédito fiscal de 15% é estendido para equipamentos que convertem hidrogênio limpo em amônia para transporte. (H2 View – 21.06.2024) 

A Comissão Europeia aprovou um esquema alemão de € 3 bilhões para apoiar a construção da Rede Central de Hidrogênio ('HCN'), sob as regras de auxílio estatal da UE. Esse programa visa facilitar a criação de infraestrutura de transmissão de hidrogênio necessária para promover o uso de hidrogênio renovável na indústria e no transporte até 2030, alinhando-se com a Estratégia de Hidrogênio da UE e o pacote 'Fit for 55'. O esquema inclui readequação de gasodutos existentes e construção de novos, financiados com garantias estatais para empréstimos mais favoráveis aos operadores de sistema de transmissão de hidrogênio, visando minimizar custos iniciais e incentivar o uso da rede. (Hydrogen Central – 22.06.2024) 

O governo de Portugal aprovou a regulamentação para incentivos ao hidrogênio e gases renováveis, destinando uma dotação pública máxima de € 15 milhões por projeto. Esta iniciativa, integrada no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), será gerida pelo Fundo Ambiental e visa promover tecnologias maduras com um nível de maturidade tecnológica superior a 8, incentivando a produção de hidrogênio renovável e outros gases através da valorização energética de resíduos orgânicos como lamas de estações de tratamento de águas residuais e efluentes agrícolas e industriais. O sistema de incentivos será atribuído por concurso público, com critérios transparentes e não discriminatórios, conforme estabelecido no decreto publicado em Diário da República. Maria da Graça Carvalho, Ministra do Ambiente e Energia, destacou que esta medida fortalecerá a produção de energias renováveis, reduzirá as emissões de gases de efeito estufa e promoverá a inovação e o desenvolvimento sustentável no mercado energético nacional. (Hydrogen Central – 21.06.2024) 

A Iberdrola anunciou a instalação de uma usina de hidrogênio verde (H2V) em Brasília, com inauguração prevista para 2025 e investimento de R$ 30 milhões pela Neoenergia. A usina será alimentada por uma planta fotovoltaica de 150 kWp e servirá como um dos primeiros pontos de abastecimento de H2V veicular no Brasil, para ônibus e veículos leves. O anúncio foi feito durante a visita do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, à planta de H2V da Iberdrola na Espanha, que é a maior da Europa e funciona desde 2022. (Epbr - 25.06.2024) 

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) planeja iniciar estudos em novembro deste ano para avaliar a necessidade de infraestrutura de transmissão para projetos de hidrogênio no Nordeste. Durante um painel no Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico, Thiago Dourado, Superintendente de Estudos da Transmissão da EPE, destacou que esses estudos serão mais desafiadores do que os realizados para energias renováveis, devido à escala e ao número de projetos previstos, que podem atingir cerca de 30 GW, em contraste com a carga pico atual de 16 GW na região nordestina. A EPE também está desenvolvendo um estudo para operação reversa do bipolo do Madeira, visando melhorar o fornecimento de energia para o Norte do país utilizando infraestrutura existente. O painel também abordou a necessidade de novas tecnologias de transmissão e desafios regulatórios diante de eventos climáticos extremos. (Agência CanalEnergia - 24.06.2024). 

A Vortex Energy Corp. anunciou o início da perfuração do terceiro poço central no Projeto de Sal Robinsons River, em Newfoundland & Labrador. A perfuração é realizada pela Forage FTE Drilling e Major Drilling International Inc, sob supervisão da RESPEC Consulting Inc., especialista em armazenamento subterrâneo. O programa, que inclui perfuração até 1.000 metros para confirmar a profundidade das estruturas de sal e obter dados geológicos e geoquímicos, precisou de um "Pedido de Aprovação de Exploração" adicional, aprovado em 31 de maio de 2024. As amostras serão testadas pela RESPEC e pela Universidade de Alberta, que recebeu US$ 1,2 milhão em financiamento para o projeto "Field Trial of Hydrogen Storage in Canadian Domal and Bedded Salts". Paul Sparkes, Diretor Executivo da Vortex, expressou otimismo com o sucesso da perfuração, visando aplicações em armazenamento de energia, incluindo hidrogênio. (Hydrogen Central – 25.06.2024) 

A construção da rede "central" de hidrogênio na Alemanha enfrentou novos atrasos, conforme relatado pelo Handelsblatt. Os operadores da rede de gás aguardam uma decisão da União Europeia sobre o auxílio estatal necessário para financiar o projeto, o que impediu o envio de uma solicitação à BNetzA para iniciar a construção do gasoduto de 9.700 quilômetros. A data limite foi estendida para 21 de julho, marcando o segundo adiamento. A rede, prevista para ser concluída até 2032, é vista como crucial para facilitar a transição energética verde na Alemanha, apoiando a descarbonização de setores como a indústria pesada e a aviação. No entanto, críticos questionam a escalabilidade e o custo elevado dos planos da rede. (Hydrogen Central – 22.06.2024) 

A estatal norueguesa Enova anunciou um investimento de NOK 1,2 bilhão (US$ 113 milhões) em nove navios movidos a hidrogênio e seis navios movidos a amônia, com empresas como Høegh Autoliners e Amon Gas liderando projetos de amônia e Maris Fiducia, Møre Sjø, Napier e Halten Bulk liderando os de hidrogênio. Esses projetos, iniciados em dezembro de 2023, buscam estabelecer cadeias de valor funcionais para amônia e hidrogênio no setor marítimo, e podem receber até 80% dos custos adicionais aprovados. Nils Kristian Nakstad, CEO da Enova, destacou a importância desses projetos pioneiros para criar um mercado inicial de transporte marítimo com emissão zero e mencionou que a indústria marítima está em um ponto crítico de transformação. O próximo prazo de inscrição para os programas 'Hidrogênio e Amônia em Vasos' é 27 de setembro de 2024. (H2 View – 20.06.2024) 

O 14º Georgia Clean Energy Roadshow anual está programado para começar em 9 de julho, promovendo os benefícios dos combustíveis alternativos em três paradas consecutivas em Austell, Cartersville e Alpharetta. Organizado por Tim Echols, vice-presidente da PSC da Geórgia, e produzido pela Event Energy Partners, o evento destaca veículos elétricos, a hidrogênio, propano e gás natural, entre outros. Os painéis de discussão serão liderados por líderes da indústria, abordando desde a eletrificação de frotas municipais até os benefícios do gás natural renovável para veículos pesados. A Georgia Power apresentará seus programas de suporte à rede de carregamento de EV, enquanto outros participantes como Blue Bird e Yamaha Motor Corporation exibirão suas soluções inovadoras. Com financiamento federal disponível para infraestrutura limpa, o evento visa educar e conectar participantes interessados em energia eficiente e resiliente. (Hydrogen Central – 21.06.2024) 

A Universidade de Adelaide submeteu uma patente inovadora em junho de 2024, descrevendo um método e aparelho para a divisão fotocatalítica de água, utilizando um amplo espectro de luz que abrange desde ultravioleta de alta energia até infravermelho de baixa energia. Este método aumenta significativamente a eficiência do processo ao comparar com técnicas tradicionais, que se limitam a faixas estreitas de comprimentos de onda. O aparelho também incorpora um conjunto concentrador de radiação para direcionar a energia eficazmente ao fotocatalisador, melhorando a taxa de produção de hidrogênio. Essa tecnologia tem aplicações promissoras na produção de combustível de hidrogênio para diversas indústrias, incluindo veículos de célula de combustível, armazenamento de energia e processos industriais. (Energy News.Biz - 24.06.2024) 

O hidrogênio verde está ganhando destaque global com investimentos focados em reduzir o custo da tecnologia de eletrolisadores, fundamentais para sua produção. Apesar do crescente interesse, o custo médio dos eletrolisadores aumentou 57% em relação a 2022, devido à inflação e atrasos em políticas de subsídios, dificultando ganhos de escala para os fabricantes. Nos EUA, empresas como a Electric Hydrogen Co. e Power to Hydrogen estão liderando inovações com fábricas de grande escala e tecnologias de membranas avançadas, visando reduzir custos e acelerar a adoção do hidrogênio verde. No Brasil, a Coppe/UFRJ inaugurou uma planta piloto de hidrogênio verde com eletrolisadores de membrana de troca aniônica, impulsionada por energia fotovoltaica para aplicações industriais e em veículos (Valor Econômico - 26.06.2024). 

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e a GIZ lançaram um curso sobre Certificação de Hidrogênio de Baixo Carbono, visando capacitar profissionais do setor energético brasileiro nas regras do mercado internacional. Ministrado por especialistas da GIZ, o treinamento aborda certificação, incentivos e regulações nos EUA e União Europeia. O curso, disponível online, visa preparar consumidores, geradores de energia, comercializadores, entidades regulatórias e acadêmicos para os desafios e oportunidades do hidrogênio de baixo carbono. (CCEE - 25.06.2024)