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A crise elétrica, provocada pela falta de chuvas e queda no nível dos reservatórios das hidrelétricas, deve continuar pressionando a conta de luz do brasileiro em 2022, mesmo com uma melhora do cenário de chuvas. A bandeira tarifária, que está em R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos, não tem sido suficiente para bancar os custos das térmicas em operação no país. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o déficit entre a arrecadação e as despesas alcançou R$ 8,06 bilhões em agosto e pode dobrar até o fim do ano. No ritmo dos últimos três meses, o descompasso entre arrecadação e despesas pode superar R$ 16 bilhões em dezembro, o que torna difícil cumprir o desejo do presidente Jair Bolsonaro de reduzir a bandeira tarifária. A medida elevaria ainda mais o déficit e o risco de liquidez do setor. A não ser que o Tesouro Nacional, que também tem suas limitações, consiga aportar recursos para cobrir o rombo. Outra alternativa, já adotada no passado, seria conseguir um empréstimo no mercado para diluir esse repasse ao consumidor ao longo de um período, diz o pesquisador sênior do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da UFRJ, Roberto Brandão. (O Estado de São Paulo – 18.10.2021)
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