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Se não representar por si só o fim da era das grandes hidrelétricas no Brasil, a privatização da Eletrobras exigirá, pelo menos, a busca por um novo modelo para viabilizar a construção desse tipo de usina, que há décadas depende de dinheiro público e de estatais para sair do papel. O governo federal anunciou no mês passado a intenção de iniciar processo para desestatizar a Eletrobras, holding que controla as maiores geradoras de energia do país, como Chesf, Furnas e Eletronorte, além de deter metade de Itaipu, atualmente a maior hidrelétrica do mundo em produção. Historicamente, foram as estatais do grupo Eletrobras e, em menor grau, algumas estatais estaduais, as principais responsáveis pela construção do parque de super hidrelétricas que há décadas são o principal esteio do setor elétrico nacional. Apesar de reconhecer que a hegemonia das hidrelétricas no sistema elétrico terminou, o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel-UFRJ), Nivalde de Castro, acredita que, se superar as dificuldades ambientais, o governo tem capacidade para estruturar modelos que viabilizem a construção de usinas, quando a economia voltar a crescer. Pelo menos nos próximos anos, porém, obras de grandes hidrelétricas estão fora do radar. O chamado Plano Decenal de Expansão de Energia, da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), lista 15 usinas que podem entrar em operação até 2026, as maiores delas com pouco mais de 700 MW. (Reuters – 05.09.2017)
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