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Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor de Energia Elétrica, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), não tem dúvidas de que, cedo ou tarde, a construção da usina hidrelétrica de São Luiz do Tapajós será retomada para suprir a demanda energética que vai voltar a crescer, quando o Brasil sair da recessão. “Não tem a menor dúvida de que a decisão é temporária, porque o potencial hidrelétrico está lá. No futuro, quando a economia voltar a crescer e você observar que as outras fontes vão ficar mais caras, não haverá alternativa”, explica. “O custo das eólicas tende a subir, porque já estamos aproveitando as regiões onde a energia eólica é mais eficiente. Com a solar, vai acontecer a mesma coisa.” Castro defende que o país invista cada vez mais em diversificação energética com fontes renováveis, mas avalia que nem a energia eólica nem a solar apresentam a mesma eficiência das hidrelétricas, além de não oferecerem a mesma previsibilidade. “Qualquer usina hidrelétrica, para qualquer país do mundo, é muito importante. Ela gera uma energia que, em relação às outras fontes, é a mais barata, a mais sustentável e a mais renovável de todas, afinal ela vai funcionar mais de 50 anos. O problema dela é o impacto ambiental e econômico”, constata o economista. “Por isso, é necessário considerar os custos de compensação para as populações atingidas na construção da usina.” O especialista observa que São Luiz de Tapajós atenderia cerca de 15% da demanda nacional de energia elétrica. Por enquanto, em função da crise econômica, da ampliação da oferta de outras usinas que foram concluídas e da entrada em funcionamento de Belo Monte e do parque eólico do nordeste, o país não deve ter problemas de abastecimento, na avaliação de Castro. (Rádio França Internacional – 11.08.2016)
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