Especialistas criticam a fórmula do leilão marcado para o dia 6 de novembro, que reflete a mudança da estratégia do governo com relação às concessões de usinas que venciam este ano. A ideia inicial era obter um efeito redutor na tarifa da ordem de R$ 5 bi com a devolução dessas concessões, o que não ocorrerá, com o novo leilão. A ideia inicial, implementada MP 579, era o de aproveitar a amortização das usinas para reduzir as tarifas de energia e aumentar a competitividade da indústria brasileira. O novo objetivo agora, a partir da MP 688, criada para tentar resolver o prejuízo das geradoras com o déficit de geração hídrica, é ampliar a arrecadação do governo, por meio de bonificação a ser paga pelas companhias e repassada posteriormente à tarifa. Segundo o coordenador do Gesel/UFRJ, Nivalde Castro, a mudança da regra mostra uma influência da política econômica no setor elétrico. “Sempre quando a política econômica intervém no setor elétrico é prejudicial. Foi assim nos anos 80, com o congelamento de tarifas para evitar inflação, e nos anos 90, com a privatização acelerada para diminuir o déficit fiscal”, afirmou Castro. (Valor Econômico – 23.10.2015)

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