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IFE
23/09/2025

Transição Energética 88

Assinatura:
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Subeditores: Leonardo Gonçalves
Pesquisadores: Gustavo Esteves e Paulo Giovane
Assistente de pesquisa: Sérgio Silva

IFE
23/09/2025

IFE nº 88

Assinatura:
Equipe de Pesquisa UFRJ
Editor: Prof. Nivalde J. de Castro (nivalde@ufrj.br)
Subeditores: Leonardo Gonçalves
Pesquisadores: Gustavo Esteves e Paulo Giovane
Assistente de pesquisa: Sérgio Silva

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Transição Energética 88

Dinâmica Internacional

Alemanha: Atualização de diretrizes para transição energética

O governo da Alemanha apresentou dez medidas estratégicas para manter sua política de transição energética (Energiewende) no caminho da neutralidade climática até 2045. O relatório de monitoramento, apresentado, Ministério da Economia e Ação Climática, alerta que será necessário acelerar a expansão das redes elétricas, integrar opções de flexibilidade e avançar no desenvolvimento do hidrogênio. As ações propostas incluem planejamento realista da demanda, expansão coordenada de redes e fontes renováveis, criação de um mercado de capacidade tecnológica neutro, digitalização do sistema elétrico, revisão de subsídios, e incentivo à pesquisa e à inovação. Segundo o documento, a meta de 80% de renováveis até 2030 é tecnicamente viável, mas depende das condições climáticas e de grandes investimentos: €440 bilhões em transmissão e €235 bilhões em distribuição até 2045. Além disso, o hidrogênio é visto como pilar da descarbonização, mas a meta de 10 GW de produção interna até 2030 é considerada inatingível, exigindo importações. O relatório, por fim, alerta para riscos à segurança do suprimento e cobra ação política urgente para destravar licenças, simplificar regulações e garantir investimentos em infraestrutura crítica. (Review Energy – 16.09.2025)

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CFI: Mobilização do capital local é crucial para avanço da transição energética na África

A África vive um momento crítico em sua trajetória energética. Apesar de abrigar um enorme potencial para energias renováveis — 60% dos melhores recursos solares do mundo —, apenas 3% de sua eletricidade veio da energia solar em 2023, e menos de 2% dos investimentos globais em renováveis entre 2000 e 2020 foram destinados ao continente, segundo a Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA). O principal entrave está na execução: 80% dos projetos energéticos não avançam além dos estudos de viabilidade, devido a altos custos iniciais, burocracia, falta de expertise integrada e incertezas regulatórias, de acordo com o Capital Finance International. Paradoxalmente, fundos de pensão e seguros africanos administram US$ 777 bilhões, mas pouco desse capital é direcionado à infraestrutura energética, muitas vezes por restrições regulatórias e aversão a risco. A mobilização desse capital local é vista como essencial para destravar projetos e atrair investimentos internacionais complementares. A liderança africana, com visão de longo prazo e parcerias estratégicas, pode transformar o potencial renovável do continente em crescimento econômico e segurança energética. Sem essa virada, a África corre o risco de se distanciar ainda mais da economia global digital e descarbonizada. (Capital Finance International – 11.09.2025)

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China: Inovação da CATL reforça liderança em segurança e transição energética global

A CATL alcançou um marco ao obter para sua nova bateria Naxtra de íons de sódio a certificação chinesa GB 38031-2025, primeira do mundo para essa tecnologia e obrigatória a partir de julho de 2026, que estabelece o padrão “No Fire, No Explosion”, garantindo que não haja risco de incêndios ou explosões em falhas térmicas. Testada pelo China Automotive Technology and Research Centre, a Naxtra comprovou resistência a impactos e eficiência no gerenciamento térmico em condições extremas de carga e descarga. Com densidade energética de 175 Wh/kg, autonomia de até 500 km, operação em temperaturas de até -40°C e durabilidade superior a 10 mil ciclos, será inicialmente usada em veículos da marca Choco-Swap, voltada a sistemas robotizados de troca rápida de baterias. A inovação reforça o protagonismo da CATL na transição energética global, com foco em segurança e desempenho, e se soma ao interesse da empresa em expandir investimentos no Brasil, discutido recentemente com o governo federal, em linha com a estratégia nacional de impulsionar veículos elétricos e soluções de armazenamento. (Inside EVs – 17.09.2025)

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China: Transição acelerada em renováveis impacta uso global de fósseis

A China está remodelando o cenário energético mundial ao expandir rapidamente sua capacidade renovável, segundo relatório da Ember. Em 2024, o país investiu US$625 bilhões em energia limpa, 31% do total global. A geração eólica e solar cresceu 25% em 2024 e 27% no 1º semestre de 2025, reduzindo em 2% a participação de fósseis. O setor de energia limpa já responde por US$1,9 trilhão da economia chinesa, 10% do PIB, com crescimento três vezes superior ao da economia geral. A capacidade de armazenamento triplicou entre 2021 e 2024, enquanto os investimentos em rede bateram recorde de US$85 bilhões. A Constituição de 2018 incluiu o conceito de “civilização ecológica”, alinhando metas econômicas e ambientais. Empresas chinesas lideram globalmente em inovação, responsáveis por 75% das patentes em energia limpa. Além de reduzir dependência de combustíveis importados, os investimentos caem custos de turbinas, painéis e baterias, beneficiando também países emergentes que já superam economias da OCDE em eletrificação. (Energy Monitor – 09.09.2025)

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Índia: Política nacional de energia geotérmica impulsiona diversificação renovável

O Ministério da União de Energia Nova e Renovável da Índia (MNRE) lançou a Política Nacional de Energia Geotérmica, estabelecendo diretrizes para explorar e desenvolver um recurso energético ainda pouco aproveitado no país. A iniciativa busca diversificar a matriz de energia renovável indiana, reforçar a oferta de carga de base e contribuir para a meta nacional de neutralidade de carbono até 2070. O plano abrange usos diretos como aquicultura, refrigeração, processamento de alimentos, aquecimento, geração elétrica e até geoturismo, aproveitando o potencial identificado pelo Geological Survey of India, que mapeou 381 fontes termais com temperaturas de 35 °C a 89 °C, podendo chegar a 200 °C no Himalaia. Essas fontes se distribuem em 13 províncias geotérmicas, com locais promissores como Puga e Chumathang (Ladakh), Manikaran (Himachal Pradesh) e Bakreshwar (Bengala Ocidental). A política prevê ainda um repositório nacional de dados geotérmicos, integração de tecnologias como bombas de calor ao Código Nacional de Construção, incentivo à pesquisa em sistemas híbridos e reaproveitamento de poços de petróleo. O MNRE será responsável pela coordenação com parceiros internacionais e pela criação de projetos-piloto, dos quais cinco já foram aprovados, visando testar tecnologias e avaliar recursos para futura expansão. (Energy Monitor – 19.09.2025)

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Índia: Redução do imposto sobre equipamentos busca impulsionar fontes renováveis

O governo da Índia reduzirá, a partir de 22 de setembro de 2025, o imposto sobre bens e serviços (GST) aplicado a equipamentos de fontes renováveis de 12% para 5%, visando acelerar a transição para energia limpa e apoiar metas ambientais. A medida deve reduzir custos de capital em projetos solares em 2 a 2,5 milhões de rúpias por megawatt, o que pode significar mais de 1 bilhão de rúpias em um parque de 500 MW, aumentando a competitividade tarifária. Espera-se também queda nas tarifas de energia e economia anual de 20 a 30 bilhões de rúpias para distribuidoras. Famílias poderão poupar até 10.500 rúpias em sistemas solares de 3 kW, enquanto agricultores terão redução de 17.500 rúpias por bomba solar, somando até 17,5 bilhões de rúpias em ganhos coletivos. A mudança fortalece projetos descentralizados em áreas rurais e pode destravar até 1,5 trilhão de rúpias em investimentos, criando entre 500 mil e 700 mil empregos. Além disso, estima-se redução de até 70 milhões de toneladas anuais de emissões de carbono até 2030, reforçando os compromissos indianos no Acordo de Paris e a meta de 300 GW de energia renovável.(Energy Monitor – 18.09.2025)

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Japão: Meta de conteúdo local na eólica offshore sobe para 70% até 2040

O governo do Japão pretende elevar de 60% para 70%, até 2040, a meta de conteúdo local na indústria de energia eólica offshore, visando fortalecer sua cadeia de suprimentos e reduzir a dependência de importações, já que o país não fabrica componentes-chave como turbinas, dominadas por GE Vernova, Vestas e Siemens Gamesa. Hoje, empresas japonesas atuam sobretudo em instalação e operação dos parques, mas a estratégia é ampliar sua participação na produção de peças e materiais estratégicos, aproveitando oportunidades após os EUA suspenderem arrendamentos para projetos eólicos. O plano energético japonês prevê 10 GW de capacidade offshore até 2030 e entre 30 e 45 GW em 2040, reduzindo custos de geração para cerca de 14 ienes/kWh e tornando a fonte mais competitiva. A meta é que renováveis representem 40% a 50% da matriz em 2040, com a eólica respondendo por até 8%, incluindo turbinas flutuantes adaptadas às águas profundas do país. O avanço exige infraestrutura robusta para enfrentar distâncias e condições ambientais adversas. (Além da Energia– 17.09.2025)

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Reino Unido: Schneider Electric investe em eficiência, microrredes e baterias para transição energética

A Schneider Electric anunciou parceria com o Royal Botanic Gardens (RBG Kew) para apoiar sua meta de se tornar positivo para o clima até 2030, atuando como parceira oficial de sustentabilidade energética. A empresa ajudará a desenvolver e implementar o plano de transição, que inclui substituição de combustíveis fósseis, redução de emissões e otimização do uso de energia em Kew Gardens, em Londres, e em Wakehurst, em Sussex. Um engenheiro dedicado ficará em tempo integral no local para avaliar e priorizar projetos de eficiência, propor melhorias em sistemas BMS e HVAC e explorar soluções como armazenamento em baterias, microrredes e gestão inteligente da eletricidade. O desafio envolve equilibrar conservação de patrimônio histórico e coleções botânicas insubstituíveis com metas de descarbonização. Para a Schneider, a parceria reforça sua experiência global em automação e resiliência energética, essenciais para proteger uma das maiores coleções de plantas e fungos do mundo, ao mesmo tempo em que promove inovação, sustentabilidade e conexão entre ciência, biodiversidade e combate às mudanças climáticas. (Smart Energy – 16.09.2025)

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Wood Mackenzie: Projeção de até US$ 117 trilhões em energia visando net-zero em 2050

O investimento global em energia no âmbito do NetZero 2050 deve movimentar US$ 78 trilhões a US$ 117 trilhões. As projeções nos cenários atuais e os de zero emissão aparecem em um novo livro da Wood Mackenzie. Nele, a consultoria revela ainda sua estratégia abrangente de Inteligência Artificial (IA) para apoiar as empresas nos crescentes desafios de evolução dos sistemas elétricos. Em síntese, a publicação “Connected”, escrita pelo CEO Jason Liu e pelo presidente e analista-chefe Simon Flowers, detalha o Synoptic. Uma tecnologia que promete reduzir os ciclos de planejamento estratégico de meses para dias. Isso permite que executivos não técnicos se envolvam diretamente com a modelagem energética complexa e alavanquem os recursos de IAs para potencializar o enfrentamento das mudanças climáticas. Outro ponto relevante mencionado é a instalação de sensores para uma visibilidade dinâmica dos mercados de energia. O livro cita como caso de sucesso, as recentes ondas de calor em MaryLand, nos EUA, que foram palco para o uso de data centers para evitar picos de preços. Por fim, o livro descreve ainda como a IA e os data centers estão criando padrões de consumo a partir da demanda. (Agência CanalEnergia - 17.09.2025)

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Nacional

COP30: Preparativos para cúpula internacional reforçam papel estratégico na agenda climática

O Brasil se prepara para a COP30, em Belém (PA), em novembro de 2025, com a oportunidade de assumir protagonismo na agenda climática global. O país reúne fatores estratégicos como riqueza natural, matriz energética majoritariamente renovável (89%) e capacidade institucional, política e técnica para transformar compromissos em ações. Nesse contexto, ganha destaque o Programa País do Brasil, vinculado ao Green Climate Fund, que estabelece prioridades nacionais para mobilizar recursos em áreas como agronegócio, comunidades tradicionais e infraestrutura sustentável. As projeções indicam que, até 2030, mais de 60% da matriz energética virá de fontes limpas, especialmente solar e eólica. Contudo, especialistas alertam que discursos devem ser acompanhados por decisões estratégicas, inovação tecnológica, modernização da infraestrutura e governança alinhada. Para o êxito da COP30, será crucial o engajamento social em torno das metas do Acordo de Paris, evitando dispersões em agendas paralelas. Se souber aproveitar esse momento, o Brasil poderá consolidar-se como líder global na construção de um futuro sustentável. (Agência CanalEnergia – 18.09.2025)

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Crescimento das fontes renováveis amplia cortes forçados por falta de transmissão e armazenamento

O setor elétrico brasileiro enfrenta o desafio crescente do curtailment, ou corte forçado de geração, fenômeno que ocorre quando há excesso de oferta em relação à demanda e o ONS precisa reduzir a produção para manter o equilíbrio do sistema. Antes restrito às hidrelétricas, o problema ganhou dimensão com a rápida expansão de fontes não despacháveis, como solar e eólica, e da geração distribuída, que intensifica a sobreoferta em horários de baixa carga. A falta de infraestrutura de transmissão suficiente e a ausência de políticas consolidadas para armazenamento agravam o cenário. Em agosto de 2025, o curtailment atingiu 26,4% da energia possível de ser gerada, o maior índice já registrado, com destaque para 37,9% de cortes na fonte solar e 23,4% na eólica. A questão, que vai além do técnico, tornou-se jurídica e econômica: discute-se quem deve arcar com os custos da energia não produzida. Governo, Aneel e CMSE estudam mecanismos de ressarcimento e novas diretrizes regulatórias. Mais do que operação, o tema expõe o dilema entre segurança energética, sustentabilidade e competitividade, exigindo coordenação entre agentes, reguladores e consumidores. (Agência Eixos – 16.09.2025)

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Copel: Investimento de R$ 20 milhões em sistemas solares com baterias no PR

A Copel assinou contrato para implantar sistemas solares com baterias em comunidades do litoral do Paraná, investimento de R$ 20 milhões que beneficiará 215 moradias sem custo aos clientes. Cada residência receberá módulos fotovoltaicos individuais de 1.250 W, tensão de 127 V e baterias com autonomia de 48 horas, dimensionadas para garantir consumo mínimo de 80 kWh/mês, podendo chegar a 128 kWh no verão, considerando a alta nebulosidade da região. As estruturas serão de fibra de vidro ou alumínio para resistir à corrosão litorânea e instaladas próximas às casas, com área de segurança de três metros para circulação e manutenção. O projeto contempla 21 unidades na Ponta Oeste da Ilha do Mel, 17 na aldeia indígena Pindoty (Ilha da Cotinga) e 177 em nove comunidades tradicionais do Parque Nacional do Superagui. As obras, previstas para conclusão até março de 2026, foram precedidas por consultas públicas desde 2024, com participação de órgãos ambientais, culturais e governamentais, visando conciliar inclusão energética, preservação ambiental e proteção cultural. (Agência CanalEnergia – 15.09.2025)

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EDP: Micro usina solar social gera R$ 110 mil em economia para famílias em SP

Entre março de 2024 e agosto de 2025, 154 famílias da Favela dos Sonhos, em Ferraz de Vasconcelos (SP), economizaram, no total, mais de R$ 110 mil na conta de energia. Elas estão sendo beneficiadas pela energia renovável gerada por uma usina solar da EDP. Em síntese, a micro usina solar social, localizada em Roseira (SP), tem capacidade instalada de 75 kW e a energia gerada é distribuída aos moradores da comunidade em forma de crédito na conta de luz. Desde sua inauguração, a usina já gerou mais de 480.000 kWn e possui a meta de beneficiar a Favela dos Sonhos com a energia social até 2026. Após esse tempo, a usina irá beneficiar outras comunidades em situação de vulnerabilidade social que participam do Programa Comunidade IN. (Agência CanalEnergia - 16.09.2025)

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EPE: Consumo de eletricidade no Brasil deve crescer 3,3% ao ano até 2035

O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) lançaram o Caderno de Demanda de Eletricidade do Plano Decenal de Expansão de Energia 2035 (PDE 2035), estudo que detalha as perspectivas para a evolução do consumo de eletricidade no país nos próximos dez anos. No cenário de referência, o consumo total de eletricidade deve alcançar 939 TWh em 2035, o que representa crescimento médio de 3,3% ao ano. Em cenários alternativos, o consumo pode variar entre 872 TWh, no cenário inferior (2,7% ao ano), e 1.118 TWh, no cenário superior (5% ao ano). Entre os setores, destacam-se o comércio e serviços, com expansão média anual de 4,7%, alcançando 179 TWh em 2035; o setor residencial, com crescimento de 3,0% ao ano, somando 254 TWh em 2035 e 91 milhões de unidades consumidoras; e a indústria, com avanço médio de 2,8% ao ano, chegando a 272 TWh, impulsionada sobretudo pelos segmentos de metalurgia (2,2% a.a.), química (2,7% a.a.) e cimento (2,3% a.a.). As demais classes como rural, administração pública, saneamento e iluminação pública, devem crescer 4,2% ao ano, totalizando 136 TWh em 2035. (EPE – 18.09.2025)

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EPE: Equilíbrio entre riscos climáticos e adaptação desafia energias renováveis

Um estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) alerta que os geradores solares e eólicos precisam equilibrar riscos climáticos e investimentos em adaptação para garantir continuidade da produção sem afetar a modicidade tarifária. Apesar de representar 20% da capacidade instalada em 2024 (48 GW), a fonte solar respondeu por apenas 9,3% da geração (70 mil GWh), com baixo fator de capacidade (24%) devido à variabilidade intradiária. Já a eólica foi responsável por 14% da geração (107 mil GWh), concentrada em 90% no Nordeste. Eventos extremos, como ventos severos, secas, chuvas intensas, granizo e alagamentos, podem reduzir eficiência e aumentar custos de manutenção, como já visto em quedas de torres no RS em 2014 e impactos em turbinas no Nordeste em 2020. Projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e do Plano Clima indicam aumento de ventos e irradiação em regiões do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, gerando oportunidades, mas também riscos como incêndios e descargas atmosféricas. Para mitigar vulnerabilidades, a EPE recomenda medidas regulatórias que incentivem adaptação, certificação técnica para geração distribuída, fortalecimento de infraestruturas, integração com armazenamento e smartgrids, além de mais pesquisa e inovação. As análises integram a segunda etapa do Roadmap para Resiliência do Setor Elétrico, ligado ao Plano de Recuperação dos Reservatórios de Regularização. (Agência CanalEnergia – 15.09.2025)

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WEG: Inauguração do maior aerogerador onshore das Américas

Petrobras, WEG e Statkraft anunciaram a entrada em operação do maior aerogerador onshore das Américas, localizado no Parque Eólico de Seabra, no Complexo de Brotas de Macaúbas (BA). Construído pela WEG, o equipamento tem potência de 7 MW, capaz de gerar cerca de 2.500 MWh por mês, o que corresponde ao consumo anual de aproximadamente 15 mil residências brasileiras. O projeto, parte do processo de repowering do parque eólico de 100,52 MW de capacidade instalada, recebeu investimento de R$ 130 milhões provenientes da Petrobras, do BNDES e do governo federal, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente. A contribuição da Petrobras ocorreu por meio da cláusula de PD&I da ANP, com o objetivo de acumular conhecimentos para futuros projetos de geração renovável. Segundo a diretora de Transição Energética da estatal, Angélica Laureano, trata-se de um marco estratégico, pois fortalece competências teóricas e práticas na área. Entre os benefícios do novo aerogerador estão a redução de custos de energia, maior eficiência na ocupação do solo e diminuição das despesas com instalação e manutenção. (Agência Eixos – 18.09.2025)

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Eficiência Energética e Eletrificação de Usos Finais

Alemanha: BYD supera Leapmotor e Stellantis na disputa por vendas de VEs

A disputa entre fabricantes de veículos elétricos ganhou destaque na Alemanha, onde Stellantis e BYD travaram um duelo de números. Antonio Filosa, CEO da Stellantis e ex-Jeep, afirmou que a joint venture Leapmotor teria superado a chinesa, mas a BYD rebateu com dados oficiais mostrando 8.610 veículos registrados nos primeiros oito meses de 2025, mais que o dobro dos 3.536 da Leapmotor. Do total, a BYD somou 5.809 elétricos puros e 2.844 híbridos plug-in, enquanto a rival contabilizou 3.083 elétricos e 448 híbridos. A marca chinesa ainda superou tradicionais da Stellantis, como a Alfa Romeo, e quase igualou a Jeep, que vendeu 8.884 unidades, das quais apenas 919 eram eletrificadas. A Stellantis argumentou que Filosa se referia apenas a agosto, quando o Leapmotor T03 liderou entre EVs chineses, mas no agregado a vantagem segue da BYD, que acelera sua expansão europeia com o Dolphin Surf. Já a Leapmotor aposta no B05. Para o Brasil, a disputa indica tendências: a BYD já consolidada e a Stellantis buscando fortalecer presença com novas parcerias e modelos. (Inside EVs – 15.09.2025)

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ABVE: Oferta de recarga rápida de VEs avança em 2025

O Brasil conta atualmente com 16.880 pontos públicos e semipúblicos de carregamento de veículos elétricos, conforme levantamento da Tupi Mobilidade em parceria com a ABVE, concluído em agosto. O número representa crescimento de 14% em relação à última atualização, de fevereiro, com destaque para os carregadores rápidos, que tiveram expansão de 59% no período. Considerando a frota nacional de 302.225 veículos elétricos plug-in (BEV e PHEV), a proporção é de 18 veículos por eletroposto. Do total de pontos de recarga, 77% ainda correspondem a carregadores lentos e 23% a carregadores rápidos, mas a expansão mais acelerada destes últimos reflete a redução de custos e a maior demanda por viagens de longa distância. Essa mudança no perfil da infraestrutura mostra que o segmento, antes considerado um gargalo, passou a ser o principal vetor de crescimento do mercado de recarga elétrica no país. (Portal Solar - 17.09.2025)

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Brasil: Nacionalização progressiva e incentivos consolidam hub de mobilidade elétrica no CE

A General Motors iniciará até o fim de 2025 a produção do Chevrolet Spark EUV no Brasil, em regime SKD, na antiga fábrica da Troller em Horizonte (CE), reativada como Polo Automotivo do Ceará (PACE). O projeto integra investimentos de R$ 7 bilhões da GM para nacionalizar modelos elétricos e modernizar unidades, marcando o retorno do estado ao mapa automotivo após 2021. O PACE, gerido pela Comexport, será a primeira planta multimarcas do país, com capacidade para 80 mil veículos/ano e até 9 mil empregos, aberta a diferentes montadoras e startups. Inicialmente, o Spark EUV virá parcialmente montado da China, mas terá nacionalização progressiva a partir de 2026; a Captiva EV também será produzida futuramente. A escolha do Ceará se deve a incentivos do Mover, do Provin, ao Porto do Pecém e à reforma tributária que manteve benefícios até 2032. A operação deve impulsionar uma cadeia regional de fornecedores e P&D em mobilidade elétrica. Com produção inicial de 400 unidades/mês, o Spark EUV passa de elétrico de entrada da GM a símbolo da eletrificação, reforçando a competitividade frente a rivais chineses e consolidando o Ceará como hub de exportação regional. (Inside EVs – 15.09.2025)

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Brasil: WEG investe R$ 12 milhões em centro de mobilidade elétrica em SP

A WEG anunciou a construção do WEG eMobility Center (WMC) em São Bernardo do Campo (SP), com início de operações em setembro de 2025 e conclusão prevista para o segundo semestre de 2026. O investimento de R$ 12 milhões tem como foco a assistência técnica em mobilidade elétrica e a promoção da economia circular. Com 1.250 m², o centro oferecerá serviços que vão de sistemas de tração e packs de baterias a estações de recarga e manutenção especializada, priorizando agilidade, proximidade e excelência técnica. Um dos principais diferenciais será a estrutura voltada ao reaproveitamento e reciclagem ambientalmente correta de componentes, especialmente baterias, assegurando continuidade operacional com rapidez e segurança. Além disso, contará com áreas para diagnósticos, reparos, estoque estratégico, logística, gestão administrativa e treinamentos, consolidando-se como referência em soluções integradas para o setor de veículos elétricos no Brasil e reforçando o posicionamento da empresa em inovação e sustentabilidade. (Agência CanalEnergia – 15.09.2025)

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Volkswagen: Lançamento de célula de bateria unificada visando redução de custos e ampliação de escala

A Volkswagen apresentou no Salão de Munique 2025 sua célula de bateria unificada, desenvolvida pela divisão PowerCo, que será padrão nos futuros modelos elétricos do grupo. A estratégia visa reduzir custos, ampliar escala e competir com Tesla e BYD. A produção começa em 2025, em Salzgitter (Alemanha), expandindo-se para Valência (Espanha) em 2026 e Canadá em 2027, com meta de equipar até 80% dos veículos elétricos da VW até 2030, abrangendo marcas como Audi, Skoda e Porsche. O lançamento comercial ocorrerá com a linha de compactos Electric Urban Car Family, incluindo ID. Polo, ID. Cross e Cupra Raval, com preços a partir de 25 mil euros. A primeira geração oferece até 450 km de autonomia, densidade energética de 660 Wh/l e arquitetura cell-to-pack, que elimina módulos, reduz peso e libera espaço. O roadmap inclui células NMC inicialmente, seguidas por LFP a partir de 2027, além de futuras versões sódio-íon e de estado sólido, reforçando o protagonismo da tecnologia no futuro elétrico da montadora. (Inside EVs – 16.09.2025)

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Volkswagen: Lançamento de piloto de carregamento bidirecional doméstico no final de 2025

A subsidiária Elli, do Grupo Volkswagen, lançará em dezembro de 2025 na Alemanha um projeto piloto de carregamento bidirecional doméstico, em parceria com a OTOVO e a CUBOS. O programa fornecerá wallboxes DC de 11 kW integradas a sistemas solares residenciais e aos EVs da plataforma MEB (com software ID. 3.5+ e baterias de 77 kWh), permitindo que os veículos funcionem como unidades de armazenamento de energia para abastecer as casas com eletricidade autogerada. Gerenciado pelo app Elli Charging, o sistema pode reduzir custos de carregamento em até 75% e ampliar a independência da rede. O piloto conecta-se à Managed Battery Network (MBN), uma usina virtual que integra energia renovável, armazenando e comercializando eletricidade no atacado. A partir de 2026, centenas de EVs serão ligados ao VPP, com negociação de flexibilidades na EPEX, enquanto o Elli PowerCenter em Salzgitter, com 20 MW/40 MWh, dará escala ao negócio. Até o fim da década, a meta é integrar centenas de milhares de baterias em toda a Europa, unindo mobilidade e energia em um ecossistema sustentável. (Smart Energy – 15.09.2025)

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Hidrogênio e Combustíveis Sustentáveis

Austrália: Plano de investimentos de US$ 735 milhões para lançar indústria nacional de biocombustíveis

O governo da Austrália anunciou um investimento de A$1,1 bilhão (US$735 milhões) ao longo de dez anos, a começar em 2028, para impulsionar a criação de uma indústria nacional de combustíveis de baixo carbono, incluindo biodiesel e combustível sustentável para aviação (SAF, na sigla em inglês). A iniciativa visa atrair investimento privado e aproveitar a produção agrícola nacional — como canola, cana-de-açúcar e sebo — que hoje é majoritariamente exportada, enquanto o país importa a maior parte de sua gasolina. O governo destacou o potencial do país devido às práticas agrícolas avançadas e ao acesso a energia renovável barata. A medida foi bem recebida por grupos agrícolas, que há anos pedem incentivos para desenvolver o setor de biocombustíveis. O projeto promete gerar empregos, fortalecer a economia rural e reduzir emissões, sendo considerado um passo estratégico na transição para a meta de emissões líquidas zero até 2050. Projetos apoiados pelo governo deverão iniciar a produção em 2029. (Reuters – 17.09.2025)

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Austrália: Toyota projeta hidrogênio como sucessor do diesel a partir de 2035

A Toyota mantém firme sua aposta no hidrogênio como solução estratégica de longo prazo para substituir o diesel, mesmo diante do crescimento acelerado dos veículos elétricos a bateria. Segundo Sean Hanley, vice-presidente da marca na Austrália, o diesel seguirá relevante na próxima década, mas o hidrogênio deve se tornar dominante a partir de 2035, abrindo caminho para uma nova era da mobilidade sustentável. Apesar do potencial, a tecnologia ainda enfrenta grandes desafios: infraestrutura de abastecimento limitada, custos elevados e baixa oferta de hidrogênio verde, fatores que explicam a queda de mais de 55% nas vendas globais de veículos a célula de combustível no último ano. Ainda assim, a Toyota avança no desenvolvimento de sua terceira geração de células, sinalizando compromisso com a transição energética. No Brasil, o cenário é ainda mais restrito, sem infraestrutura e disponibilidade comercial desses veículos, embora a redução do uso do diesel em frotas urbanas já seja notável. Para a montadora, o hidrogênio segue subestimado, mas, com tempo e investimentos, pode se consolidar como alternativa viável, limpa e competitiva. (Inside EVs – 17.09.2025)

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Brasil: Fnac terá R$ 4 bilhões em 2025 para apoiar SAF e inovação no setor aéreo

O Ministério de Portos e Aeroportos anunciou que o Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) será usado de forma permanente como linha de crédito para companhias aéreas, permitindo financiar a compra de querosene de aviação (QAV) e combustível sustentável (SAF), além de aquisição e manutenção de aeronaves, infraestrutura logística e projetos de inovação. O fundo, abastecido por outorgas de concessões aeroportuárias, terá R$ 4 bilhões em 2025 — ainda dependentes de regras do Conselho Monetário Nacional — e previsão de R$ 6 bilhões em 2026, sujeito à LOA. Os empréstimos serão operacionalizados pelo BNDES, com limite de R$ 1,2 bilhão por grupo econômico que detenha mais de 1% do mercado doméstico e até R$ 200 milhões para os demais. Segundo o ministro Silvio Costa Filho, trata-se da primeira linha de crédito da história da aviação brasileira, que será permanente e poderá beneficiar tanto empresas já atuantes quanto novas entrantes, reforçando o setor e estimulando investimentos em combustíveis sustentáveis. (Agência Eixos – 16.09.2025)

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Brasil: Inauguração da primeira planta de biometano do RS

O Rio Grande do Sul inaugurou sua primeira planta de produção de biometano, a Biometano Sul, instalada na unidade de valorização sustentável da CRVR em Minas do Leão. Com capacidade de gerar 66 mil m³/dia, o projeto recebeu R$ 150 milhões em investimentos, financiados pelo Fundo Clima do BNDES e apoiados pelos programas estaduais Fundopem RS e Integrar RS, que oferecem incentivos fiscais como isenção de ICMS e abatimento de encargos. O combustível é produzido a partir do biogás de resíduos de 85 municípios gaúchos e já tem toda a produção adquirida pela Ultragaz para abastecer o mercado industrial local. Além desta, uma segunda unidade será construída em São Leopoldo, no Vale do Sinos, com capacidade de 34 mil m³/dia e aporte superior a R$ 100 milhões, elevando os investimentos totais a R$ 230 milhões. Renovável e versátil, o biometano pode ser usado em veículos, aquecimento, geração elétrica e processos industriais, integrando-se ao programa federal Combustível do Futuro, que inclui também diesel verde e combustível sustentável de aviação. (Agência CanalEnergia – 17.09.2025)

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Brasil: Tramontina adota biometano em fábricas do RS

A Tramontina iniciou o consumo de biometano em substituição parcial ao gás natural em duas unidades industriais no Rio Grande do Sul, tornando-se uma das primeiras indústrias do estado a adotar o combustível renovável em seus processos. O fornecimento é feito pela Ultragaz, a partir da planta Biometano Sul, inaugurada em Minas do Leão, primeira do gênero no RS, instalada no aterro da CRVR e com capacidade de 66 mil m³/dia. O transporte até as fábricas ocorre por caminhões movidos pelo próprio biometano, reforçando o compromisso com a redução da pegada de carbono e a eficiência operacional. A Tramontina estuda expandir o uso para outras de suas oito fábricas no país, enquanto a Ultragaz diversifica sua base de clientes, que já inclui Unilever e Jomed Transportes. O projeto recebeu R$ 150 milhões em investimentos, com apoio do BNDES e incentivos estaduais, e é controlado pela Arpoador Energia e Grupo Solví, que já constroem uma segunda planta em São Leopoldo, no Vale do Sinos, com capacidade prevista de 34 mil m³/dia. (Agência Eixos – 17.09.2025)

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IEA: Redução de 24,5% projeção para produção de hidrogênio até 2030

A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) revisou para baixo sua projeção de produção global de hidrogênio de baixo carbono em 2030, reduzindo a estimativa em 24,5%. O volume previsto passou de 49 milhões para 37 milhões de toneladas por ano, em função de custos elevados, incertezas regulatórias, demanda limitada e atrasos na infraestrutura. Apesar das dificuldades, a agência aponta que a produção de hidrogênio de baixa emissão ainda deve registrar expansão significativa até o fim da década, conforme destacado na edição 2025 da Global Hydrogen Review. A demanda global de hidrogênio alcançou quase 100 milhões de toneladas em 2024, aumento de 2% em relação ao ano anterior, com predominância da produção de origem fóssil, especialmente nos setores de refino e indústria. O preço competitivo do hidrogênio fóssil, favorecido pela queda no valor do gás natural e pelo encarecimento dos eletrolisadores, mantém sua dominância. Contudo, a IEA prevê que a diferença de custos em relação ao hidrogênio de baixo carbono deve diminuir até 2030, impulsionada pelo avanço tecnológico e por políticas de estímulo. (Canal Solar - 15.09.2025)

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Recursos Energéticos Distribuídos e Digitalização

Artigo de Alberto Rebollo: “A rede – O calcanhar de Aquiles da transição energética”

Em artigo publicado na Smart Energy, Alberto Méndez Rebollo (CEO da Plexigrid), destaca que, para que a Europa realize uma transição energética bem-sucedida, é essencial modernizar urgentemente as redes de distribuição elétrica — o verdadeiro "calcanhar de Aquiles" do processo. O autor pontua que o aumento da eletrificação e da energia renovável intermitente, como solar e eólica, exige uma rede flexível, digitalizada e inteligente (a chamada Grid 2.0), capaz de lidar com variações rápidas de oferta e demanda. Ele argumenta que a atual infraestrutura foi construída para um modelo centralizado e está agora sobrecarregada. Enquanto os investimentos em renováveis aumentaram, os aportes em redes elétricas ficaram estagnados, o que ameaça o avanço do Green Deal. Para mudar esse cenário, o texto propõe um “grid deal” europeu, com foco em três capacidades essenciais: visibilidade em tempo real da rede, análises analíticas em baixa tensão e gestão ativa da flexibilidade. A digitalização e o uso de dados são centrais para otimizar o uso da infraestrutura existente, evitando apagões e reduzindo a necessidade de novas obras. Por fim, o autor pondera que, sem essa transformação, eletrificação, descarbonização e acessibilidade energética não serão viáveis. (Smart Energy – 16.09.2025)

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Artigo de Sneha Vasudevan: “O custo oculto da terminologia ambígua de softwares de energia”

Em artigo publicado no Utility Dive, Sneha Vasudevan (líder de gestão de projetos na Uplight) alerta que a transição energética está sendo prejudicada por uma questão invisível, mas crítica: a falta de clareza e padronização na terminologia usada para descrever softwares de gestão energética. A autora destaca que, com o crescimento acelerado de tecnologias como painéis solares, baterias domésticas, veículos elétricos e sistemas de gerenciamento, utilities e empresas estão investindo pesadamente em softwares para coordenar esses recursos. No entanto, pondera que termos como virtual power plant (VPP), DER management system (DERMS) e fleet energy management são usados de forma inconsistente por fornecedores e reguladores, gerando confusão, retrabalho, custos extras e atrasos. Ela argumenta que essa ambiguidade afeta todas as etapas: utilidades públicas não sabem exatamente o que estão contratando, fornecedores desenvolvem soluções baseadas em suposições e os projetos se tornam caros e ineficientes. Para resolver o problema, o texto propõe quatro ações principais: (1) desenvolver uma taxonomia comum para tecnologias energéticas; (2) criar modelos padronizados de serviços por plataforma, focando em capacidades específicas em vez de nomes genéricos; (3) alinhar marcos regulatórios à realidade técnica das soluções; e (4) promover a interoperabilidade por meio de padrões abertos. A conclusão é que, sem uma linguagem comum, mesmo as tecnologias mais promissoras correm o risco de ficarem isoladas, caras e subaproveitadas. (Utility Dive – 15.09.2025)

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EUA: Estudo aponta que IA pode apoiar decisões sobre retrofit energético

Um estudo da Michigan State University (MSU) avaliou o desempenho de modelos de linguagem generativa (LLMs) na tomada de decisões sobre retrofit energético em edifícios. Os resultados mostram que, embora os LLMs consigam propor medidas eficazes de retrofit, eles têm dificuldade em identificar as opções com maior retorno financeiro e mais rápida implementação. Foram analisadas duas abordagens: uma técnica — com foco na maior redução de CO₂ — e outra sociotécnica — centrada no menor período de retorno. Os modelos apresentaram até 54,5% de acerto na melhor opção e 92,8% entre as cinco principais, com base em dados de 400 residências dos Estados Unidos. No entanto, a precisão foi superior em contextos técnicos, indicando que os LLMs lidam melhor com objetivos claros e quantitativos do que com fatores sociotécnicos, que envolvem economia, comportamento e contexto. Apesar do potencial, os pesquisadores concluem que os modelos ainda precisam melhorar em precisão, consistência e interpretação contextual para serem usados de forma confiável em decisões práticas de retrofit. (Utility Dive – 17.09.2025)

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Itália: ENGIE e Kraken irão gerenciar 37,5 MW em baterias com plataforma de IA

A ENGIE firmou parceria com a Kraken para gerenciar ativos de armazenamento de energia na Itália, começando por baterias em Sicília e Terni com capacidade de 37,5 MW. A plataforma de flexibilidade com IA da Kraken permitirá controle e despacho automatizado em tempo real, marcando sua entrada no mercado italiano de geração em larga escala. O objetivo é otimizar o uso de renováveis, reduzir congestionamentos na rede, evitar apagões e ampliar o acesso da ENGIE a serviços auxiliares, como resposta de frequência, reserva e capacidade, além de fornecer monitoramento e insights em tempo real. O armazenamento em baterias é visto como crucial para a transição energética italiana: segundo a Terna, serão necessários 71,5 GWh de nova capacidade até 2030 para apoiar os 131 GW de solar e eólica previstos, especialmente no sul do país. A parceria reforça a importância das baterias como pilar de um sistema elétrico mais estável, barato e confiável, com a Kraken trazendo experiência em mais de 4 GW de projetos na Europa e a ENGIE ampliando sua liderança global em energias renováveis. (Smart Energy – 12.09.2025)

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Reino Unido: Projeto usará GPUs da NVIDIA para reduzir picos de demanda sem afetar operações críticas

A National Grid e a Emerald AI anunciaram uma parceria estratégica para demonstrar como data centers de inteligência artificial podem se integrar à rede elétrica ajustando dinamicamente seu consumo de energia. A iniciativa, prevista para o fim de 2025 no Reino Unido, utilizará GPUs NVIDIA e o sistema Emerald Conductor, que atua como mediador inteligente entre rede e data centers, permitindo reduzir cargas em momentos de pico sem comprometer tarefas críticas. O objetivo é provar que esses centros podem ser ativos flexíveis para a estabilidade da rede, aproveitando melhor a capacidade já existente e evitando sobrecargas. A demonstração também pretende estabelecer padrões técnicos de flexibilidade, ampliar a colaboração do setor via NextGrid Alliance e atrair investimentos em computação avançada. Segundo os executivos, a infraestrutura de IA pode acelerar a inovação e aumentar a confiabilidade do sistema, usando a redundância da rede fora dos períodos críticos para conectar novos data centers, apoiando a transição energética e o crescimento da economia digital britânica. (Smart Energy – 15.09.2025)

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União Europeia: Investida em armazenamento para impulsionar transição energética

A União Europeia tem intensificado seus esforços para impulsionar a transição energética, com foco crescente em soluções de armazenamento. Em 2023, 24% da energia consumida na UE foi proveniente de fontes renováveis, com meta vinculativa de 42,5% até 2030. A crescente eletrificação da economia exige mais armazenamento para compensar a variabilidade das fontes como solar e eólica. Tecnologias como baterias — cujo custo caiu 93% desde 2010 — e hidrelétricas reversíveis são fundamentais. A UE já possui 46 GW de capacidade instalada em armazenamento hidrelétrico por bombeamento, quase 25% da capacidade global. Ainda, a demanda por baterias cresceu exponencialmente, superando 1 TWh em 2024, impulsionada por veículos elétricos (86% da demanda global) e sistemas estacionários (12%). Com mais de 620 mil VEs comercializados no primeiro trimestre de 2025, a UE acelera investimentos, incluindo €852 milhões para projetos inovadores de células de bateria. Não obstante, enfrenta forte concorrência global — em 2023, produziu 8% das baterias de íons de lítio, enquanto a China liderou com 83%. Além das baterias, a UE investe em tecnologias emergentes, como armazenamento de ar líquido, e criou o “European Energy Storage Inventory”, ferramenta que rastreia em tempo real projetos de armazenamento em toda a Europa. (Comissão Europeia – 16.09.2025)

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Wartsila: Microrredes são essenciais para sustentar o crescimento dos data centers na Europa

Um estudo da Wartsila, em parceria com a AVK, aponta que o avanço das microrredes será fundamental para sustentar o crescimento acelerado dos data centers na Europa, cuja demanda de energia deve aumentar 250% até 2030, chegando a 35 GW. Os atrasos de até uma década para novas conexões à rede tornam as microrredes — que integram renováveis, armazenamento e usinas locais, operando de forma independente ou conectada — uma solução prática para garantir suprimento. O estudo calcula um custo nivelado de energia (LCOE) de até € 108/MWh em projetos que combinem data centers de 80 MW, renováveis e armazenamento. Com previsão de que até 40% dos data centers de IA enfrentem restrições energéticas até 2027, as microrredes surgem como alternativa para aliviar gargalos, apoiar a transição energética e manter competitividade. (Montel News - 16.09.2025)

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Wood Mackenzie: Capacidade de VPPs atinge 37,5 GW na América do Norte em 2024

O mercado de usinas de energia virtual (VPP) na América do Norte registrou forte expansão em 2024, atingindo 37,5 GW de capacidade flexível atrás do medidor, segundo a Wood Mackenzie. Embora implantações, compradores e programas monetizados tenham crescido mais de 33%, a capacidade avançou apenas 13,7%, reflexo de barreiras regulatórias, limites em programas de serviços públicos e reformas de credenciamento. A participação de clientes residenciais subiu para 10,2%, ainda prejudicada por restrições de acesso a dados, enquanto 61% das implantações já integram baterias e veículos elétricos, superando tecnologias tradicionais como termostatos inteligentes. Califórnia, Texas, Nova York e Massachusetts concentram 37% das implantações, enquanto PJM e ERCOT lideram em captação de capacidade associada a data centers, que despontam como motores de demanda. O mercado também evidencia maior amplitude, com os 25 principais compradores adquirindo mais de 100 MW cada e metade ampliando operações em 30% ou mais. No entanto, persistem resistências regulatórias: agregadores criticam modelos baseados em tarifas de concessionárias e apontam que a Ordem 2222 da FERC falhou em ampliar efetivamente o acesso de DERs ao mercado. (Woodmac – 17.09.2025)

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Impactos Socioeconômicos

Artigo de Carlos Bingemer e Bruna Correia: "Desafios do curtailment no setor elétrico brasileiro: transformações, impactos e estratégias"

Em artigo publicado pela Agência Eixos, Carlos Frederico Lucchetti Bingemer (sócio da área de Energia do BMA Advogados) e Bruna de Barros Correia (sócia da área de Energia do BMA Advogados) tratam dos desafios enfrentados pelo setor elétrico brasileiro diante da rápida expansão das fontes renováveis, especialmente a solar, eólica e a geração distribuída. Um dos principais problemas abordados é o curtailment, que ocorre quando há excesso de oferta de energia em relação à demanda, exigindo a redução da produção por parte do Operador Nacional do Sistema (ONS). Essa situação, que já afetava hidrelétricas, tornou-se mais crítica com a presença crescente de fontes não despacháveis e da geração distribuída, agravando o controle operacional do sistema. Apesar de soluções como a ampliação da transmissão e a adoção de tecnologias de armazenamento estarem em discussão, elas enfrentam obstáculos regulatórios e prazos longos. O curtailment passou de um problema técnico para uma questão também jurídica e econômica, levantando debates sobre quem deve arcar com os custos da energia não gerada. O tema mobiliza governo e mercado, com medidas em discussão no Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), na Aneel e no âmbito legislativo. Dados recentes mostram cortes recordes de geração, especialmente nas fontes solar e eólica, sinalizando que o fenômeno tende a se intensificar, refletindo os dilemas entre segurança energética, sustentabilidade e competitividade. (GESEL-IE-UFRJ – 16.09.2025)

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DNV: Nova fase da transição energética do setor marítimo envolve aumento de frota e avanços regulatórios

A transição energética no setor marítimo está avançando para uma nova fase, marcada por investimentos estratégicos, aumento da prontidão da frota e avanços regulatórios, segundo o relatório “Maritime Forecast to 2050”, da DNV. A expectativa é que, até 2030, a frota de navios com capacidade para ser abastecida com combustíveis alternativos possa consumir até 50 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (Mtoe) em combustíveis de baixo carbono — o dobro do necessário para atender à meta da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês) para o mesmo horizonte. No entanto, o consumo atual é de apenas 1 Mtoe, o que evidencia um descompasso entre a prontidão da frota e a oferta de combustíveis. Para preencher essa lacuna, o relatório propõe aproveitar infraestruturas existentes com combustíveis como biodiesel e bio-GNL, investir em medidas de eficiência energética em novos navios, adotar captura de carbono a bordo (OCC) e impulsionar o uso de propulsão assistida por vento, com potencial de redução de até 20% no consumo de combustível. A DNV ressalta que, apesar do progresso técnico, as soluções ainda atuam de forma isolada e precisam ser integradas às estratégias das frotas, respaldadas por infraestrutura e reconhecidas nos marcos regulatórios. (Offshore Energy – 11.09.2025)

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México: Orçamento de 2026 restringe recursos para a cadeia do lítio e pode desaceler transição energética

O orçamento federal proposto pelo México para 2026 desacelera significativamente a exploração de lítio no país, ameaçando o avanço da transição energética, segundo Rigoberto García, pesquisador do Colef. O orçamento do Serviço Geológico Mexicano (SGM) será de cerca de 1,24 bilhão de pesos, similar ao de 2025, mas com queda de 80% nos investimentos físicos – essenciais para atividades exploratórias. Já a estatal LitioMx receberá apenas 14 milhões de pesos, suficientes apenas para operações básicas. Desde 2023, a exclusividade da exploração do mineral foi concedida à SGM, impedindo a participação privada sem garantir os recursos necessários. A nacionalização do lítio em 2022 gerou litígios internacionais e bloqueou o avanço de projetos promissores, como o da chinesa Ganfeng. Para García, parcerias público-privadas e uma revisão do marco regulatório seriam alternativas viáveis. Representantes do setor esperam mudanças com a publicação iminente do regulamento da nova Lei de Mineração, mas alertam que, sem ação, o México pode perder sua chance de protagonismo na cadeia global de baterias elétricas. (BNamericas – 10.09.2025)

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Eventos

GRS25: Evento paralelo à ONU reforça papel da COP30 e da transição energética

A segunda edição da Cúpula Global de Renováveis (GRS25) acontecerá em 22 e 23 de setembro em Nova Iorque, paralelamente à Assembleia Geral da ONU e à Semana do Clima, reunindo líderes como Ursula von der Leyen (UE), William Ruto (Quênia), Philip Davis (Bahamas) e André Corrêa do Lago (presidente indigitado da COP30). O encontro, organizado pela Global Renewables Alliance em parceria com governos e a IRENA, terá como foco a aceleração da transição energética e a mobilização de investimentos, políticas e parcerias para triplicar a capacidade renovável e dobrar a eficiência energética até 2030. Von der Leyen destacou o compromisso europeu em transformar metas globais em realidade, enquanto Ruto reforçou a meta africana de 300 GW e o aporte doméstico de US$ 100 bilhões. Davis alertou para os impactos existenciais das mudanças climáticas nas Bahamas, e Corrêa do Lago reiterou a relevância da COP30 no Brasil. A Cúpula também destacará o papel econômico das renováveis, já mais baratas que fósseis em 90% dos casos, com debates sobre segurança energética, industrialização verde e financiamento. (IRENA – 17.09.2025)

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