Tecnologias Exponenciais 247
Transição Energética e ESG
MME: Participação brasileira de fontes renováveis é quatro vezes superior à média global
A edição 2025 da Resenha Energética Brasileira, publicada pelo Ministério de Minas e Energia, consolida os dados de 2024 e confirma o contínuo fortalecimento da matriz energética do país, com 50% de participação de fontes renováveis. Esse resultado, muito acima das médias global e da OCDE, foi impulsionado principalmente pela expansão da energia solar, seguida pela eólica e pelos óleos vegetais. O documento também registra o maior nível histórico da Oferta Interna de Energia, que alcançou 322 milhões de toneladas equivalentes de petróleo, refletindo crescimento moderado das fontes renováveis e estabilidade das não renováveis. Além disso, a Resenha aponta avanços na eficiência energética, com o Índice ODEX indicando melhoria acumulada de 11,8% desde 2005, impulsionada por políticas como o Procel. O relatório reforça o papel do Brasil como referência internacional em transição energética e diversificação da matriz, ao mesmo tempo em que oferece transparência ao disponibilizar um painel interativo com dados atualizados para sociedade, pesquisadores e empresas. Para acessar a Resenha, clique aqui. (MME - 02.12.2025)
Energy Week: Evento reúne especialistas para debater futuro da transição energética
A Energy Week, evento organizado pelo Centro de Estudos de Energia e Petróleo (Cepetro) da Unicamp, teve início nesta quarta-feira (03) com o objetivo de debater as tendências, desafios e soluções tecnológicas no setor de energia. Durante três dias, o evento abordará temas como exploração e produção de óleo e gás, biocombustíveis, novas matrizes energéticas, além de inteligência artificial e a digitalização do setor. O reitor Paulo Cesar Montagner, na abertura, destacou a importância do evento para o debate sobre a transição energética, que envolve inovação tecnológica, decisões regulatórias, reconfiguração das cadeias produtivas e compromissos ambientais de longo prazo. Marcelo Castro, coordenador do Cepetro, explicou que a Energy Week surgiu com a proposta de reunir os projetos da Unicamp e promover o encontro entre universidades, indústrias, empresas e agências de fomento. Ele ressaltou que a Unicamp se destaca pela alta taxa de projetos financiados por empresas, especialmente na área de energia, onde 25% das pesquisas são dedicadas ao setor. Castro também mencionou que desde 2000, a universidade já contabilizou mais de 400 projetos na área, com 85 em andamento, e que o evento é uma oportunidade para discutir o futuro do setor energético. (Unicamp - 03.12.2025)
EPE: Brasil deve exportar 2,7 milhões de barris de petróleo por dia até 2035
As projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicam que o Brasil deverá se tornar exportador líquido de petróleo até 2035, com expectativa de exportar 2,7 milhões de barris por dia. O período também deve ser marcado por um aumento de 10% na capacidade nacional de refino, impulsionado por projetos como a conclusão do segundo trem da RNEST, o Complexo de Energias Boaventura e ampliações em unidades de destilação e hidrotratamento. Nesse cenário, as importações de diesel podem atingir níveis recordes, enquanto a dependência externa de nafta e QAV tende a cair significativamente, especialmente no caso do querosene de aviação. O estudo aponta que o avanço da infraestrutura de refino, aliado à expansão de biorrefinarias e ao crescimento dos combustíveis renováveis, contribuirá para reduzir a vulnerabilidade externa do país. Segundo o MME, essa trajetória reforça a busca por autossuficiência, geração de empregos e maior segurança energética, ao mesmo tempo em que cria condições para investimentos responsáveis e alinhados a uma estratégia de longo prazo voltada à transição energética. (Canal Solar - 28.11.2025)
SLB: Brasil tem janela estratégica para liderar CCS e BECCS
A SLB vê no Brasil um dos maiores potenciais globais para captura e armazenamento de carbono (CCS), especialmente associada à bioenergia (BECCS), mas alerta para uma janela curta para capturar valor enquanto os créditos de carbono internacionais estão valorizados. Segundo Janaina Ruas, diretora de novas energias da empresa, o país precisa agir antes que a oportunidade se feche, já que outros mercados pagam mais caro pelos créditos que projetos brasileiros podem gerar. A SLB é parceira da FS Bioenergia no primeiro grande projeto nacional de BECCS em testes, que busca produzir etanol carbono negativo no Mato Grosso. Ruas afirma que o Brasil tem condições privilegiadas, mas depende de regulação adequada, atualmente em consulta pelo MME, e de decisões industriais baseadas em viabilidade econômica. Para ela, a COP30 revelou uma postura mais pragmática da transição energética. Além de CCS, Ruas destaca que o país deve se preparar para soluções de armazenamento de energia diante da rápida expansão renovável. (Agência Eixos – 02.12.2025)
WEF: Economia verde deve passar dos US$ 7 trilhões anuais nesta década
O Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) divulgou uma Pesquisa na qual mostra que empresas de diversos setores estão se beneficiando do crescimento da economia verde. O Boston Consulting participou da elaboração do relatório intitulado “Um Mercado Multibilionário: Um Guia para CEOs sobre o Crescimento na Economia Verde”. A publicação revela que a economia verde já atingiu US$ 5 trilhões por ano e está a caminho de ultrapassar US$ 7 trilhões nesta década. A COP 30 lançou plataforma para impulsionar a economia verde em micro e pequenas empresas. A pesquisa indica que o investimento em tecnologias verdes continua a atingir níveis recordes, apesar da incerteza econômica e das mudanças ambientais. Segundo o relatório, a economia verde é um dos setores de crescimento mais rápido do mundo. O setor de tecnologia é o único que está à frente. Além disso, o relatório destaca as vantagens desfrutadas por muitas empresas que adotam soluções limpas. (Agência CanalEnergia - 02.12.2025)
Geração Distribuída
Anace: Defesa da revisão da GD e fim de subsídios para equilibrar setor elétrico
A Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace) defende adequações sobre a GD (Geração Distribuída) como forma de buscar um reequilíbrio operacional e financeiro do setor elétrico. De acordo com o diretor-presidente da entidade, Carlos Faria, análises estatísticas indicam que os benefícios tradicionalmente atribuídos à modalidade, como a redução de perdas elétricas e de investimentos em transmissão, foram circunstanciais e não se sustentaram com a massificação do segmento. Entretanto, ele ressalta que alguns efeitos negativos se intensificaram. A associação entende que os subsídios concedidos pressionam tarifas e índices de preços, afetando a competitividade. Com isso, o executivo aponta para o resultado do setor, que se vê em desequilíbrio, colocando uma alta rentabilidade subsetorial apoiada em pouca empregabilidade doméstica e alta transferência de renda dos consumidores por meio das tarifas. Por fim, ele defende a inclusão do GD no segmento no rateio de compensações financeiras decorrentes do curtailment, de forma a aliviar os custos. (Agência CanalEnergia - 01.12.2025)
ANEEL: Cálculo de custos e benefícios da GD ficará para 2027
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) deve aprovar sua Agenda Regulatória 2026–2027, priorizando para 2026 o aprimoramento das regras de gestão dos excedentes de geração na distribuição — apontadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) como essenciais para mitigar o curtailment — e avanços para aplicar o artigo 28 da Lei nº 14.300/2022, que classifica projetos de minigeração distribuída (GD) como infraestrutura prioritária, permitindo acesso a investimentos via Fundo de Investimento em Participações em Infraestrutura (FIP-IE) e Fundo de Investimento em Participação na Produção Econômica Intensiva em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (FIP-PD&I). Já a regulamentação do artigo 17, que define a metodologia de valoração dos custos e benefícios da micro e minigeração distribuída, ficará para 2027, apesar do atraso de mais de dois anos, sendo considerada fundamental para o modelo do Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE) pós-2029. (Canal Solar - 01.12.2025)
ANEEL: Abertura de tomada de subsídios sobre valoração de custos e benefícios da GD
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) abriu a Tomada de Subsídios nº 23/2025 para avaliar estudos internacionais e reunir propostas regulatórias sobre a valoração dos custos e benefícios da geração distribuída (GD), etapa necessária para aplicar o Artigo 17 da Lei nº 14.300/2022, que define regras tarifárias para unidades consumidoras com geração própria. A consulta receberá contribuições entre 4 de dezembro de 2025 e 4 de março de 2026, por meio de formulário no site da agência. Pela Lei nº 14.300/2022, a valoração deve considerar todos os benefícios que as centrais de micro e minigeração distribuída (MMGD) proporcionam ao sistema, enquanto as diretrizes caberiam ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e a metodologia de cálculo à ANEEL — ambos com prazos vencidos há mais de dois anos. Após o fim do período de transição previsto na legislação, as unidades participantes do Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE) passarão a ser faturadas conforme a modalidade tarifária definida para sua classe de consumo. (Canal Solar - 04.12.2025)
ANEEL: Auditoria da MMGD após indícios de ampliações irregulares
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) pode aprovar uma auditoria emergencial nos sistemas de micro e minigeração distribuída (MMGD) diante de indícios de ampliações clandestinas e riscos operacionais crescentes, dando às distribuidoras um prazo de 90 dias para a conclusão do processo. A medida está descrita em nota técnica da Superintendência de Regulação dos Serviços de Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica (STD), no âmbito do plano emergencial de cortes de geração articulado com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A STD também recomenda abrir consulta pública por 45 dias para aprimorar regras sobre o tratamento de excedentes de energia e ampliar a flexibilidade operativa das redes de distribuição. O processo — o quarto relacionado ao plano de redução de excedentes — deve ser distribuído a um diretor da ANEEL, com destaque para Gentil Nogueira, relator de processos ligados aos cortes e à reclassificação de usinas tipo 3, e Fernando Mosna, responsável pela regulação da operação coordenada entre transmissão e distribuição envolvendo o operador de sistemas de distribuição (DSO, na sigla em inglês). (Megawhat - 01.12.2025)
Coniben 2025: Brasil pode viver guerra entre GD e GC se não integrar recursos
Em painel muito aplaudido no Coniben 2025, o ex-ministro de Energia e Ambiente de Portugal, João Galamba, alertou que o Brasil pode enfrentar uma “guerra civil” entre geração distribuída (GD) e geração centralizada (GC) se insistir em operar o sistema de forma excessivamente centralizada. Ele argumenta que a expansão da GD, do armazenamento em baterias e da digitalização transforma o setor em um sistema bidirecional, que exige integração completa entre microgeração, grandes usinas e redes, sob forte coordenação regulatória. Na Europa, diz, a resposta foi reorganizar o setor com foco em redes e na digitalização, sem abandonar novos investimentos em geração, mas dando mais peso à infraestrutura de transmissão e distribuição. Galamba elogia o Brasil por ter instituições unificadas e robustas (ONS e Aneel), mas critica o ritmo lento de adaptação e a ideia de contratar baterias para operação totalmente centralizada, o que “nega as virtudes das baterias”, que deveriam ser flexíveis e descentralizadas. Ele defende mercados eficientes e um mercado diário para reduzir conflitos e lidar com curtailment, integrando todos os recursos sob o mesmo “guarda-chuva” operacional. A fala dialoga com dados apresentados por Gustavo Ataíde (MME), que projeta forte crescimento da carga impulsionado por hidrogênio verde, industrialização, veículos elétricos e data centers, com rampas de até 50 GW até o fim da década, o que exige flexibilidade, armazenamento e redes robustas, além de leilões de capacidade e de baterias bem desenhados para fortalecer os pontos mais frágeis do sistema. (Megawhat – 01.12.2025)
Veículos Elétricos
Aliança pela Mobilidade Sustentável: Coalizão é responsável por 1/3 dos eletrificados no Brasil
A Aliança pela Mobilidade Sustentável, criada pela 99 em 2022, consolidou-se como um dos principais impulsionadores da eletromobilidade no Brasil, contribuindo para a inserção de 212 mil veículos eletrificados – o equivalente a 37% da frota nacional estimada pela ABVE. A iniciativa reúne empresas de mobilidade, montadoras, locadoras, instituições financeiras e atores do mercado de carbono, desempenhando papel relevante também na infraestrutura de recarga: cerca de um terço dos pontos públicos instalados no país, aproximadamente 5 mil unidades, foi viabilizado por suas ações. Esse avanço decorre de investimentos superiores a R$ 410 milhões em projetos voltados à eletrificação, com destaque para o uso intensivo por motoristas de aplicativo, considerados estratégicos para acelerar a transição pela alta quilometragem percorrida e ganhos operacionais. A 99, que opera atualmente 34 mil eletrificados em 173 municípios, registra mais de 267 milhões de quilômetros rodados e estima a redução de 31,2 mil toneladas de CO₂, equivalente ao plantio de cerca de 245 mil árvores. (Inside EVs - 05.12.2025)
Brasil: Ônibus elétricos disparam 149% e puxam importações de pesados
As importações brasileiras de veículos pesados apresentaram trajetórias divergentes em 2025: enquanto o valor total do setor recuou 8%, chegando a US$ 193,7 milhões, as compras de ônibus elétricos cresceram 149%, impulsionando a eletrificação no transporte de passageiros. Esse comportamento desigual acompanha tendência semelhante observada no mercado de veículos leves eletrificados, no qual diferentes segmentos têm avançado ou recuado conforme condições específicas de competitividade e demanda. No transporte pesado, o contraste é mais evidente entre ônibus e veículos de carga. As importações de caminhões elétricos caíram 38%, atingindo US$ 34,5 milhões, e os ônibus a diesel, ainda majoritários, tiveram leve queda de 3%. Em sentido oposto, os ônibus elétricos ganharam força, refletindo maior pressão por renovação de frotas urbanas e soluções sustentáveis. Esse descompasso, segundo especialistas, indica que a adoção da eletromobilidade avança mais rapidamente onde há incentivos e demandas estruturais mais claras, especialmente nos centros urbanos. (Inside EVs - 04.12.2025)
Bright Consulting: Participação de VEs no mercado de veículos leves chega a 11%
Os veículos eletrificados somaram 24.893 unidades em novembro de 2025, alta de 46,6% ante novembro de 2024, mas queda de 7% frente a outubro, segundo a Bright Consulting. O mercado total de veículos leves registrou 226,4 mil emplacamentos, recuos de 8,8% no mês e 6% em 12 meses. A participação dos eletrificados ficou perto de 11%, acima dos 10,8% de outubro e dos 7% de um ano antes. No acumulado de 2025, são 238,2 mil unidades (+54,8%), equivalentes a 10,5% do mercado. Os modelos híbridos plug-in (PHEVs) lideram, com 8.159 e 32,8% do total. Em seguida, vêm os elétricos a bateria (BEVs), com 7.785 unidades e 31,3% de participação); os híbridos leves (MHEVs), com 4.838 unidades e fatia de 19,4%; e os elétricos híbridos (HEVs) somam 4.111 unidades ou 16% do total. Quanto às marcas, o BYD Dolphin Mini domina entre os BEVs, respondendo por 37% das vendas, e o BYD Song Plus entre os PHEVs, com 30,7%. Já o Fiat Fastback lidera os MHEVs (36,3%) e o Toyota Corolla Cross os HEVs (28,9%). As marcas chinesas chegaram a 10,8% de participação, ligeiramente acima de outubro. (Agência CanalEnergia - 03.12.2025)
BYD: Lançamento de programa para elevar qualidade das baterias
A BYD implementou o programa global “Zero Defects” para elevar a padronização e a eficiência de suas baterias em meio à rápida expansão de sua produção, que alcançou 113,42 GWh nos três primeiros trimestres de 2025. A iniciativa, iniciada no terceiro trimestre, envolve reorganização de equipes, ajustes nos processos fabris e adoção de padrões mais rigorosos de controle de qualidade, com o objetivo de minimizar falhas em todo o ciclo de vida das baterias e aproximar a gestão operacional da empresa de referências globais como a Toyota. O movimento ocorre em um contexto de fortalecimento da BYD como uma das principais fabricantes globais de veículos elétricos e como a segunda maior produtora de baterias, impulsionada pela adoção da química LFP e pela Blade Battery, reconhecida pela durabilidade, segurança e menor custo. Com o aumento da demanda, a empresa intensificou o fornecimento para outras montadoras: entre janeiro e setembro de 2025, 23,65 GWh — ou 20,85% de sua produção de baterias de tração — foram destinados a clientes externos, reforçando a importância estratégica do novo programa de qualidade. (Inside EVs - 05.12.2025)
Logcomex: Importações de VEs caem 56%, mas vendas batem recordes
O mercado brasileiro de veículos eletrificados vive um cenário de contrastes: enquanto o valor das importações de carros 100% elétricos caiu 56% entre janeiro e setembro de 2025, influenciado pelo aumento das tarifas que reduziu a competitividade dos modelos importados, os emplacamentos internos seguem em trajetória de alta. Nesse período, as importações de BEVs recuaram de US$ 1,4 bilhão para US$ 653,6 milhões, enquanto os híbridos plug-in assumiram a liderança do setor, movimentando US$ 1,8 bilhão e representando 56% do valor importado. A China permanece como principal origem dos eletrificados, e o Espírito Santo concentra a maior parte das operações logísticas. No mercado doméstico, contudo, a tendência é de expansão acelerada. Entre janeiro e outubro de 2025, foram emplacados 168.798 veículos eletrificados leves, com predominância dos modelos plug-in, que representaram 81,6% das vendas. Apenas em outubro, o volume atingiu 21.369 unidades, alta de 33% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Os híbridos plug-in lideraram o desempenho mensal, seguidos pelos BEVs, enquanto os híbridos convencionais tiveram participação mais modesta no total comercializado. (Inside EVs - 27.11.2025)
Gestão e Resposta da Demanda
Aneel avança em proposta de tarifa variável para consumidores de baixa tensão
A Aneel pretende abrir consulta pública em dezembro para ampliar a adoção de tarifas com preços variáveis ao longo do dia para consumidores de baixa tensão, buscando refletir melhor os custos do sistema e incentivar o uso eficiente da energia diante da expansão das renováveis. A proposta prevê adesão automática a partir de 2026 para cerca de 2,5 milhões de unidades com consumo acima de 1 MWh, embora o relator possa ajustar o escopo. Tarifas mais baixas valeriam em horários de maior geração solar e mais altas no pico. Experiências da tarifa branca mostram efeitos diferentes conforme hábitos e regiões. A mudança exige modernização do sistema, incluindo substituição por medidores inteligentes, cujo fornecimento e certificação ainda são desafios. A agência vê a medida como resposta estrutural à pressão tarifária e como forma de deslocar consumo para horários de menor custo, reduzindo investimentos futuros e integrando melhor as fontes renováveis. (Valor Econômico - 03.12.2025)
Eficiência Energética
CPFL: Ações de eficiência energética em SP
A CPFL Paulista distribuiu 3.024 lâmpadas de LED em São Carlos, em investimento de R$ 90.720, beneficiando famílias de baixa renda dentro do programa “Baixa Renda Paulista”, iniciativa viabilizada pelo Programa de Eficiência Energética da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Desde 2024, o programa já entregou 56 mil lâmpadas na área de concessão e deve alcançar 80 mil até 2026, reduzindo consumo e aumentando a eficiência energética nas residências. Além da substituição de lâmpadas fluorescentes ou incandescentes por LED, o projeto inclui a regularização de clientes clandestinos: 1.980 casas em municípios como Americana, Bauru, Campinas e Ribeirão Preto já receberam padrão de entrada adequado, ampliando a segurança e permitindo o acesso à Tarifa Social de Energia Elétrica. Segundo o gestor Luís Gustavo Simplício, a ação diminui a demanda no horário de ponta e fortalece a sustentabilidade, reforçando o compromisso da CPFL Paulista com a melhoria da qualidade de vida de seus consumidores. (Jornal PP - 03.12.2025)
Enel: Ações de eficiência energética em SP
A Enel SP informou que investirá R$ 3,9 milhões na modernização da iluminação pública de Vargem Grande Paulista. Na investida, serão substituídas cerca de 3.500 luminárias antigas por modelos LED mais eficientes. A iniciativa deve reduzir em 1.661 MWh o consumo anual de energia do município, gerando economia e maior eficiência operacional. Além dos ganhos financeiros, o projeto traz benefícios ambientais: a redução no consumo evitará a emissão de aproximadamente 88 toneladas de CO₂ por ano, o que equivale ao plantio de mais de 3.500 árvores ou ao consumo médio anual de 814 residências. (Agência CanalEnergia - 28.11.2025)
Energisa: Ações de eficiência energética em RO
A Energisa Rondônia entregou novos projetos do Programa de Eficiência Energética em São Francisco do Guaporé e Costa Marques, modernizando os hospitais que atendem essas regiões. As iniciativas, reguladas pela ANEEL, incluíram melhorias em iluminação, climatização, refrigeração e geração solar, ampliando a eficiência operacional, o conforto e a sustentabilidade dos serviços de saúde. No Hospital Regional de São Francisco do Guaporé, o investimento de cerca de R$ 685 mil permitiu a instalação de 77 placas solares, a substituição de 40 aparelhos de ar-condicionado, a atualização de equipamentos de refrigeração e a troca de luminárias por modelos LED. Em Costa Marques, o Hospital Municipal recebeu mais de R$ 240 mil em melhorias, com a instalação de aproximadamente 80 placas solares, 16 novos aparelhos de ar-condicionado e modernização completa da iluminação. Os projetos devem reduzir significativamente o consumo de energia elétrica — quase 65% em São Francisco do Guaporé e em torno de 77% em Costa Marques — além de evitar emissões anuais de CO₂, reforçando os ganhos ambientais e permitindo que recursos sejam direcionados a outras áreas essenciais do atendimento público de saúde. (Tudo Rondônia - 04.12.2025)
IEA: Agência promove Semana de Treinamento em Eficiência Energética
A Agência Internacional de Energia (AIE), em parceria com o Ministério da Indústria e Comércio do Vietnã e com apoio do Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB), promoveu em Hanói a Semana de Treinamento em Políticas de Eficiência Energética do Sudeste Asiático, reunindo cerca de 150 especialistas e formuladores de políticas de 12 países entre 1º e 4 de dezembro. O encontro reforçou o papel da eficiência energética como “primeiro combustível” para atender à crescente demanda energética da região, fortalecer a segurança energética e impulsionar o crescimento econômico sustentável, segundo Brian Motherway, chefe do Escritório de Eficiência Energética e Transições Inclusivas da AIE. Representantes da AIE e do governo vietnamita destacaram os benefícios já alcançados por medidas de eficiência no Sudeste Asiático e a importância de ampliá-las para reduzir custos, emissões e pressões sobre o sistema energético. Esta 22ª edição — a primeira realizada no Vietnã — integra o Programa de Eficiência Energética em Economias Emergentes. (Solar Quarter - 04.12.2025)
MME: Debate sobre eficiência energética na indústria e no transporte
O Ministério de Minas e Energia realizou um workshop para apresentar os resultados preliminares do Estudo de Análise de Impacto Regulatório voltado à reformulação do Programa Conpet, conduzido pela consultoria iX Estudos e Projetos com apoio do PotencializEE e da Parceria Energética Brasil-Alemanha. O encontro destacou a importância de discutir a eficiência energética de forma transversal, considerando ferramentas aplicáveis tanto ao setor térmico quanto ao de combustíveis, e reforçou o papel da política energética no uso racional de derivados de petróleo, combustíveis fósseis e biocombustíveis. Segundo o MME, a reformulação do Conpet deve ser orientada por uma compreensão clara dos problemas a serem enfrentados, dos objetivos da política e das alternativas existentes, além da avaliação dos respectivos impactos. O estudo também propõe mecanismos de monitoramento e avaliação contínua após a implementação, buscando assegurar que o programa retorne de maneira mais estruturada, consistente e alinhada às demandas do setor. (MME - 04.12.2025)
Microrredes e VPP
CEFC: Investimento de US$ 35 milhões para desenvolver serviços de VPPs
A Clean Energy Finance Corporation (CEFC) anunciou um investimento de até US$ 35 milhões na Plico, marca do Starling Energy Group, para ampliar seus serviços de baterias residenciais e Usinas Virtuais de Energia (VPPs), oferecendo modelos acessíveis de energia solar combinada com armazenamento e coordenação digital da demanda. O aporte, realizado por meio do Fundo de Melhorias de Energia Doméstica da CEFC — que já destinou mais de US$ 380 milhões — deve permitir que famílias economizem mais de US$ 1.100 por ano em energia, com adicionais de US$ 130 a US$ 240 anuais ao longo de uma década graças ao apoio financeiro do fundo. O modelo da Plico funciona por assinatura semanal de um pacote integrado de painéis solares, baterias e participação na VPP, com créditos gerados sempre que a plataforma é acionada para equilibrar oferta e demanda na rede; famílias com baterias próprias também podem aderir. (Capital Brief - 01.12.2025)
EUA: Estado de inicia programa de VPPs
O estado de Illinois iniciou a implementação de um programa de usina virtual de energia (VPP, Virtual Power Plant) que permitirá a integração de sistemas solares e baterias residenciais para reforçar a rede elétrica, reduzir a dependência de usinas fósseis e oferecer incentivos financeiros aos moradores. A iniciativa, alinhada à meta estadual de eliminar combustíveis fósseis até 2045, prevê que famílias que adquirirem baterias e permitirem seu uso pela rede durante horários de pico — especialmente no verão — possam receber um reembolso de US$ 300, conforme proposta do projeto de lei HB 4120. Legisladores também esperam que as concessionárias ComEd e Ameren apresentem seus próprios programas de VPP até 2027. O governo estadual oferece ainda um desconto único de US$ 300 por quilowatt (kW) para sistemas solares e US$ 300 por quilowatt-hora (kWh) para baterias, integrado à tarifa Smart Solar Billing. (El Diario - 02.12.2025)
EUA: Projeto piloto de microrredes implementa modelo de integração de VEs
O projeto piloto da microrrede do Aeroporto Redwood Coast (RCAM), no norte da Califórnia, demonstrou que veículos elétricos (VEs) integrados por meio de carregadores bidirecionais podem atuar como amortecedores para o excesso de geração solar e ampliar a autonomia da rede durante operações isoladas, especialmente em áreas sujeitas a incêndios florestais. Desenvolvido pela Pacific Gas and Electric (PG&E), pelo Centro de Pesquisa de Energia Schatz da Universidade Politécnica Estadual da Califórnia (Cal Poly Humboldt), pela Nissan e pela Fermata Energy, o projeto utiliza veículos Nissan Leaf conectados a carregadores Fermata FE-20 que respondem automaticamente a variações de frequência, absorvendo ou injetando energia sem necessidade de comunicação externa. A RCAM combina 2,2 MW de geração solar instalada à frente do medidor, cerca de 300 kW atrás do medidor e um sistema de armazenamento de 2,3 MW/8,9 MWh, cuja autonomia pode se esgotar em interrupções prolongadas. (RD World Online - 03.12.2025)
Finlândia: Empresa de tecnologia está transformando VEs em uma VPP
A empresa finlandesa de tecnologia Synergi lançou a primeira Usina Virtual de Energia (VPPs) baseada em veículos elétricos (VEs) da Finlândia, transformando carregadores domésticos em ativos de rede capazes de equilibrar o sistema elétrico em tempo real. Por meio de um aplicativo gratuito utilizado por mais de 10 mil residências, o serviço coordena o carregamento inteligente de milhares de VEs, pausando ou reiniciando automaticamente conforme o nível de congestionamento da rede, enquanto recompensa os motoristas pelo tempo conectado e pela energia consumida. Segundo o cofundador Harri Lisakka, a usina virtual participa dos mercados auxiliares operados pela Fingrid, operadora de transmissão da Finlândia, ajudando a manter o equilíbrio da rede e aumentar o uso prático de energias renováveis. A tecnologia funciona através de parcerias com fabricantes de veículos, operadores de sistemas de transmissão (TSOs), concessionárias e a plataforma europeia Entsoe, permitindo que apenas um terço da frota nacional de VEs forneça até 280 MW de capacidade. (Enlit - 04.12.2025)
Porto Rico: Construção de uma das maiores VPPs do mundo
Porto Rico está se destacando globalmente ao implementar uma das maiores usinas virtuais de baterias do mundo por meio do programa CBES+ (Compartilhamento de Energia de Baterias do Cliente), que conecta 81 mil residências capazes de fornecer energia armazenada à rede elétrica e evitar apagões noturnos. Com mais de 185 mil baterias residenciais já instaladas — típicas de 13 kWh e 5 kW de descarga — e apoio técnico e político, o sistema pode ser expandido para outras 80 mil casas, fortalecendo a resiliência energética da ilha. O avanço ocorre em paralelo à rápida adoção da energia solar fotovoltaica distribuída, que já ultrapassa 1,3 gigawatt (GW) e cresce em ritmo superior a 3 mil novos sistemas por mês, a maioria com baterias, podendo atingir 3 GW de armazenamento até 2029. Apesar de debates judiciais sobre a política de medição líquida — considerada fundamental pela Associação de Energia Solar e Armazenamento de Porto Rico (SESA) — o modelo de usina virtual tem ganhado robustez e se consolidado como referência regional. (Strategic Energy - 01.12.2025)
Tecnologias e Soluções Digitais
Energisa: Lançamento de plataforma para projetos de flexibilidade da rede em 2026
O grupo Energisa informou que lançará em janeiro de 2026 o edital do Energisa FlexLab, uma plataforma de inovação aberta voltada a projetos de flexibilidade da rede elétrica. A chamada pública será direcionada a indústrias, startups, universidades e outros agentes interessados em desenvolver soluções capazes de responder rapidamente às variações de oferta e demanda de energia. Segundo a companhia, o objetivo é impulsionar modelos como virtual power plants (VPPs), que agregam pequenos recursos energéticos distribuídos para equilibrar o sistema, além de aplicações com inteligência artificial para resposta à demanda, gestão inteligente de cargas e armazenamento. A cada rodada, a Energisa espera selecionar de cinco a dez projetos, sem restringir o formato da entrega: podem ser produtos, serviços, novos modelos tarifários ou mesmo modelos de negócio inovadores. O investimento dependerá do portfólio aprovado, mas a empresa indica que poderá usar recursos de P&D regulados para viabilizar parte das iniciativas. A ideia é testar as soluções em ambiente real do grupo, criando um pipeline de tecnologias e modelos que possam ser escalados depois como novos serviços de flexibilidade. (Megawhat – 02.12.2025)
McKinsey: Gêmeos digitais ganham escala e impulsionam eficiência industrial no Brasil
O uso de gêmeos digitais, réplicas virtuais atualizadas quase em tempo real, avança globalmente e deve movimentar US$ 73,5 bilhões em 2027, segundo a McKinsey, com 70% das grandes empresas já investindo na tecnologia. Esses modelos reduzem custos de desenvolvimento de produtos em até 50% e diminuem falhas em 25%. No Brasil, a Gerdau aplica gêmeos digitais desde 2020 em Ouro Branco (MG), otimizando sequenciamento e laminação, enquanto a Petrobras usa a solução para elevar produção offshore e monitorar corrosão de dutos com dados em tempo real. A Vale desenvolve gêmeos digitais para beneficiamento de minério e capacitação operacional, inclusive em projetos de barragens. A VLI integra gêmeo digital, IA e robótica em seu Armazém Inteligente, reduzindo tempos de descarga e inspeção. Já a Axia Energia expande iniciativas como EletroBIM, ATMOS e LIGA, reforçando coleta e integração massiva de dados para previsões e gestão de ativos. (Valor Econômico - 28.11.2025)
Segurança Cibernética
Lactec: Instituto aponta os riscos cibernéticos do setor elétrico e a necessidade de modernização
A crescente digitalização e interconexão de dispositivos, especialmente no setor elétrico, tem ampliado a vulnerabilidade das redes a ataques cibernéticos. A CCEE relatou, apenas no primeiro semestre de 2025, a neutralização de mais de 539 milhões de tentativas de ataques digitais. A digitalização de ativos críticos, como sensores e unidades remotas, aumentou a exposição das redes a ameaças. De acordo com pesquisadores do Lactec, a principal dificuldade das distribuidoras está na vulnerabilidade de equipamentos legados, que foram projetados sem a devida consideração à cibersegurança, além da integração de novos dispositivos, que amplia a "superfície de ataque" dos sistemas. A obsolescência dos protocolos antigos e a necessidade de atualizações em sistemas de alta complexidade e custo são desafios adicionais. Tais atualizações exigem rigoroso planejamento para evitar interrupções no fornecimento de energia, o que pode afetar diretamente a economia e a população. A transição para tecnologias mais seguras e eficientes envolve não apenas custos elevados, mas também a realização de testes e homologações rigorosas. A inovação tecnológica, portanto, precisa ser equilibrada com a preservação da infraestrutura existente, o que demanda um processo gradual e de grande investimento para garantir a segurança e a continuidade dos serviços essenciais. (Canal Solar - 01.12.2025)
União Europeia: NIS2 está redefinindo a cibersegurança para sistemas industriais e de energia
A Diretiva de Redes e Sistemas de Informação da União Europeia (NIS2) está transformando a cibersegurança no setor de energia ao exigir que operadores elétricos, geradores, transmissores e distribuidores adotem proteção contínua e integrada para toda a infraestrutura digital — desde salas de controle e redes elétricas até sistemas de automação industrial e fornecedores tecnológicos. O texto amplia responsabilidades, impondo monitoramento permanente, arquitetura de confiança zero, controles de acesso robustos, criptografia, gestão de riscos em toda a cadeia de suprimentos e planos de continuidade de negócios capazes de garantir estabilidade da rede, gerenciamento de carga e operação segura de ativos críticos. A convergência entre tecnologia da informação (TI) e tecnologia operacional (TO) aumentou a exposição do setor, tornando essenciais plataformas desenvolvidas com foco em cibersegurança — como o software zenon da COPA-DATA, certificado pela norma IEC 62443-4-1 e preparado para requisitos como redundância, detecção de anomalias, integração com Centros de Operações de Segurança (SOC) e rastreabilidade para auditorias. (Manufacturing Today Índia - 04.12.2025)