Tecnologias Exponenciais 244
Transição Energética e ESG
COP30: Associação defende que Brasil tem condições únicas para liderar o setor de hidrogênio verde
A Associação Brasileira da Indústria de Hidrogênio Verde (ABIHV) divulgou seu posicionamento estratégico para a COP 30. Nele a entidade defende a inclusão do H2V nas políticas de financiamento climático e o estímulo à demanda via programas de compras públicas sustentáveis. Além disso, a carta cita a regulamentação do Sistema Brasileiro de Certificação do Hidrogênio (SBCH₂) em conformidade com padrões internacionais e o investimento em infraestrutura e capacitação técnica para o setor. Representando 39 empresas, a ABIHV ressalta o Brasil, como protagonista com condições únicas para liderar essa agenda mundial. Seja pela ótica da matriz elétrica majoritariamente renovável ou pela ótica da capacidade industrial e tecnológica. De acordo com a CEO da ABIHV, Fernanda Delgado, o momento é de união e ação concreta. Ela observa o evento como uma oportunidade histórica de apresentação do potencial brasileiro no segmento. Por fim, a associação afirma que terá uma participação ativa em diversos painéis oficiais da conferência e pretende contribuir com debates estratégicos sobre a transição energética, inovação e financiamento. (Agência CanalEnergia - 10.11.2025)
COP30: Bioeconomia entra na agenda oficial da cúpula climática com lançamento do Bioeconomy Challenge
O governo brasileiro lançou, no primeiro dia da COP30, o Bioeconomy Challenge, uma iniciativa em parceria com organismos multilaterais como FAO, NatureFinance, WRI Brasil e BID para impulsionar a bioeconomia como estratégia de conciliar preservação ambiental e produção até 2028. Inspirado na Iniciativa de Bioeconomia do G20, o mecanismo prevê a criação de instrumentos financeiros e modelos de repartição justa de benefícios, conectando saberes ancestrais de povos indígenas e comunidades tradicionais ao conhecimento científico. A proposta é expandir mercados baseados em produtos renováveis extraídos da floresta sem destruição, incluindo populações nativas nas cadeias de suprimentos, embora especialistas alertem para limitações de escala e reforcem que a bioeconomia é complementar, não solução única. Com o lançamento, a bioeconomia passa pela primeira vez a integrar oficialmente a Agenda de Ação da COP como caminho estratégico para acelerar o cumprimento das NDCs, com foco em métricas transparentes e comparáveis de sustentabilidade. (Valor Econômico - 10.11.2025)
COP30: Brasil lança fundo global para preservação de florestas
Durante a abertura da COP30, o Brasil anunciou a criação do Tropical Forests Forever Facility (TFFF), fundo global voltado a remunerar países pela preservação de suas florestas. A iniciativa, apoiada por 53 países e com promessas iniciais de US$ 5,5 bilhões, propõe transformar a conservação ambiental em uma política econômica permanente, com pagamentos anuais por desempenho ambiental calculados por monitoramento via satélite. O valor de referência é de US$ 4 por hectare/ano, com reduções em casos de desmatamento ou queimadas. Os recursos do TFFF serão provenientes dos rendimentos de um fundo patrimonial administrado pelo Banco Mundial, destinando ao menos 20% diretamente a comunidades locais e povos indígenas. O mecanismo busca recompensar países que preservam seus biomas e corrigir desequilíbrios históricos entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento. No entanto, a ausência de grandes economias, como Reino Unido e França, gerou dúvidas sobre a força política e a sustentabilidade financeira da iniciativa, cuja eficácia depende da adesão global e da rentabilidade dos investimentos de longo prazo. (Cenário Energia - 11.11.2025)
COP30: Brasil lança coalizão global para harmonizar mercados de carbono
No âmbito da COP30, o Brasil lançou a Coalizão Aberta de Mercados Regulados de Carbono, iniciativa que já recebeu apoio de países como China, Reino Unido, Canadá, Alemanha, França e demais membros da União Europeia. A proposta busca estabelecer padrões mínimos e promover a interoperabilidade entre diferentes sistemas de precificação de carbono, reduzindo divergências de regras, fortalecendo a integridade dos créditos e evitando a dupla contagem. Considerada pelo governo brasileiro uma vitória diplomática e um avanço no multilateralismo, a coalizão terá sua primeira reunião no dia 15, quando os países definirão objetivos e governança; o Brasil deve sugerir assumir a coordenação. A iniciativa é voluntária e independente da COP, mas o país espera que futuramente possa influenciar negociações globais. Enquanto isso, a UE destaca resultados positivos de seu mercado de carbono, e o Brasil trabalha para regulamentar seu próprio sistema, que envolverá empresas com emissões acima de 10 mil toneladas de CO₂ anuais. (Valor Econômico - 13.11.2025)
COP30: Plano prevê mobilizar US$ 150 milhões para reduzir o uso de metano até 2030
Brasil, China e Reino Unido, com apoio da presidência da COP30, anunciaram um pacote para atacar metano, HFCs e outros não-CO₂, chamada “Acelerador de Ação dos Países sobre Superpoluentes”, coordenada pela CCAC; o programa criará Unidades Nacionais de Superpoluentes, inspiradas nas Unidades de Ozônio do Protocolo de Montreal, para institucionalizar políticas permanentes e acelerar mitigação imediata; a primeira fase pretende mobilizar US$ 150 milhões e já conta com aporte inicial de US$ 25 milhões a um grupo de sete países (inclui Brasil, México, Nigéria e África do Sul), com benefícios esperados à saúde pública, produtividade agrícola e resiliência econômica; paralelamente, o Reino Unido lidera uma declaração para o setor de combustíveis fósseis com seis ações, incluindo mensuração/verificação, fim da queima e ventilação rotineiras até 2030 e criação de um painel governamental para desenvolver um mercado de metano próximo de zero, com relato de progresso em 2026; a presidência da COP reforçou que reduzir metano é crucial para manter o aquecimento dentro de 1,5°C. (Megawhat – 10.11.2025)
COP30: União Europeia defende avanços climáticos sem romper arquitetura do Acordo de Paris
A União Europeia afirma que as divergências da COP30 sobre comércio, financiamento climático, transparência e ambição não configuram uma divisão Norte-Sul, destacando que muitos países em desenvolvimento também demandam maior compromisso global para reduzir emissões. Enquanto pequenas nações insulares pressionam por uma discussão sobre a lacuna entre metas atuais e o necessário para limitar o aquecimento a 1,5°C, a UE apoia mais ambição, mas reforça que será preciso ampliar as fontes de financiamento além dos países ricos. O bloco relativiza demandas do grupo LMDC, que inclui China e Índia, sobre barreiras comerciais e obrigações de financiamento, argumentando que o volume de recursos previstos pelo Acordo de Paris é insuficiente e deve contar com contribuições também do setor privado e de economias emergentes, especialmente após cortes dos EUA. Para destravar a negociação, os europeus defendem que a presidência brasileira utilize uma “cover decision” para incorporar temas sensíveis, incluindo transparência e a forma de lidar com a lacuna de ambição, sem alterar a arquitetura do acordo. A UE afirma ver a COP30 como crucial para orientar o caminho global de mitigação e enxerga cooperação tecnológica, como hidrogênio verde e captura de carbono, como oportunidade; também minimiza preocupações sobre eventual interferência de última hora dos EUA. (Valor Econômico - 13.11.2025)
IEA: Demanda por petróleo e gás pode crescer até 2050
A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) projetou um aumento na demanda global por petróleo e gás até 2050, contrariando as metas climáticas e os compromissos firmados no Acordo de Paris. Segundo o relatório Perspectiva Energética Mundial, a procura por petróleo deve atingir 113 milhões de barris por dia em meados do século, representando crescimento de 13% em relação a 2024. A demanda global por energia, por sua vez, deve aumentar 90 exajoules até 2035, o que equivale a uma elevação de 15% sobre os níveis atuais. A IEA alerta que o mundo não conseguirá limitar o aquecimento global a 1,5º C acima dos níveis pré-industriais, mesmo com os compromissos assumidos por mais de 190 países. Em todos os cenários analisados, a meta é ultrapassada, ainda que em alguns casos se considere o pico da demanda de petróleo por volta de 2030, impulsionado pela adoção gradual de veículos elétricos. O relatório evidencia a distância entre as intenções climáticas globais e a realidade do consumo energético, destacando a urgência de políticas mais eficazes de descarbonização. (Automotive Business - 12.11.2025)
PwC: Brasil pode gerar 370 milhões de créditos de carbono até 2030
Pesquisa da PwC indica que o Brasil pode gerar até 370 milhões de toneladas de créditos de carbono até 2030, volume cerca de nove vezes maior que a demanda doméstica estimada, mas que dependerá de preparo, estratégia e coordenação entre setores público e privado para se concretizar. O estudo destaca que o país vive um contexto favorável, com a realização da COP30, a reputação de líder em transição energética e a sanção da Lei nº 15.042/2024, que cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) e deve levar cerca de 5 mil empresas, sobretudo industriais, a medir, reportar e compensar suas emissões. Com uma matriz elétrica majoritariamente renovável e baixa intensidade de carbono, 0,10 tCO₂e/MWh em 2023, muito abaixo de países como China, Índia e África do Sul, o Brasil ganha vantagem competitiva frente a mecanismos como o CBAM europeu e pode ofertar créditos de alta integridade ambiental. A PwC também estima que mais de 30 rotas industriais de baixo carbono, como aço verde e hidrogênio, podem adicionar até R$ 1 trilhão ao PIB e gerar 3 milhões de empregos até 2030, enquanto os créditos seguem hoje no mercado voluntário entre US$ 10 e US$ 15 por tonelada, valor bem inferior ao custo social do carbono, estimado em US$ 280. (Valor Econômico - 11.11.2025)
COP30: Brasil terá fundo para transição energética financiado por combustíveis fósseis
No 1º dia da COP30, o ministro Alexandre Silveira disse que o Fundo Nacional de Transição Energética será proposto ao CNPE em dezembro e pode servir de referência de governança global, mostrando como destinar receitas de fontes não renováveis (petróleo e minerais críticos) para acelerar a transição; o ministro afirmou que ainda não há modelagem para a parcela da receita do petróleo a ser alocada e que o Brasil pode “liderar pelo exemplo” dada a trajetória de políticas públicas no setor; após controvérsia nos dias anteriores sobre a “existência” do fundo, Silveira reforçou que defende duas alocações: uma vertente para transição energética e outra para inclusão social; a mensagem política mira países que não cumpriram plenamente Acordos de Paris/Copenhague, pedindo mecanismos de governança para metas de descarbonização; a leitura setorial é que um fundo recorrente pode reduzir risco-país de projetos limpos, mas exigirá regras claras de priorização, monitoramento e transparência. (Megawhat – 10.11.2025)
IRENA: América do Sul precisa de US$ 500 bilhões por ano até 2050 para descarbonização
A América do Sul precisa aumentar os investimentos para atingir suas metas de transição energética. A Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena) aponta que o montante destinado a projetos e gastos com bens para aplicações de uso final precisa alcançar média de US$ 500 bilhões por ano até 2050. Atualmente, a região atraiu apenas US$ 58 bilhões em 2024, o que representa apenas 2,5% do total global de US$ 2,4 trilhões. Os dados constam de um relatório regional à Irena. Nesse documento, a entidade destaca vasta oportunidade para o crescimento econômico, inovação e segurança energética em toda a região. Nesse sentido, acelerar a transição traria benefícios econômicos e sociais líquidos que superariam substancialmente os custos iniciais, elevando o crescimento do PIB em 1,1% por ano até 2050. Por fim, o documento recomenda investimentos em subsetores como armazenamento e traz sete ações regionais com foco em energia com oportunidades de crescimento. (Agência CanalEnergia - 11.11.2025)
Geração Distribuída
Aurora Energy Research: Baterias poderão reduzir o curtailment solar em 46% até 2040
O relatório da Aurora Energy Research aponta que a expansão dos sistemas de armazenamento em baterias (BESS) pode transformar o mercado elétrico brasileiro ao reduzir significativamente o curtailment solar, elevar os preços de captura da energia e diminuir a volatilidade dos preços até 2040. Caso 40% da capacidade contratada nos próximos leilões de reserva de capacidade seja composta por baterias, os custos de capacidade poderiam cair 14% e as emissões de CO₂ seriam reduzidas em 37%, contribuindo para um sistema mais eficiente, estável e ambientalmente favorável. O estudo destaca que o Brasil vive um momento decisivo diante do aumento da geração renovável e do congestionamento da rede, tornando o BESS uma solução viável para ampliar a flexibilidade e mitigar cortes de geração. No entanto, obstáculos como a falta de diretrizes para localização dos projetos e a elevada carga tributária sobre o armazenamento — até 30% maior que a de outros componentes — ainda comprometem a atratividade dos investimentos e a eficácia dessa tecnologia nos próximos leilões. (Canal Solar - 13.11.2025)
Copel: MP 1.304 não aborda lacunas da geração distribuída
A Copel avaliou que a Medida Provisória nº 1.304 trouxe avanços importantes para a modernização do setor elétrico, especialmente com a retirada das térmicas inflexíveis, considerada uma mudança positiva para evitar distorções de custos. Contudo, a empresa aponta que a ausência de medidas relacionadas à geração distribuída permanece como um dos principais desafios estruturais, já que o modelo atual mantém subsídios considerados excessivos e pode gerar problemas futuros para o sistema elétrico. O presidente Daniel Slaviero destacou que a revisão das regras da GD é inevitável e que o tema precisa ser tratado para corrigir distorções. Ele também elogiou as iniciativas da Aneel voltadas ao debate sobre ajustes tarifários e ao aperfeiçoamento de mecanismos como a bandeira branca, avaliando que essas medidas contribuem para reduzir incentivos inadequados e aprimorar o equilíbrio tarifário no setor.(Megawhat - 13.11.2025)
EUA: Dispatch Energy adquire a Green Lantern Solar visando a expansão no mercado de GD
A Dispatch Energy adquiriu a desenvolvedora Green Lantern Solar, de Vermont, para ampliar sua atuação em geração distribuída e energia solar comunitária em nove estados da região leste dos EUA, com foco em projetos em áreas contaminadas, aterros e outros terrenos subutilizados. A Green Lantern leva para a nova empresa um portfólio robusto, incluindo cerca de 350 MW em projetos de geração distribuída e solar comunitária e outros 50 MW em grande escala, além de experiência em transformar locais desafiadores em ativos de energia limpa que geram créditos de medição líquida e redução na conta de luz para municípios, escolas, hospitais e comunidades. A Dispatch pretende aproveitar essa expertise para navegar melhor as complexidades de remediação ambiental e licenciamento de uso do solo, acelerando o desenvolvimento de projetos e se posicionando em um mercado de solar comunitária em expansão, impulsionado pela Lei de Redução da Inflação (IRA) e por políticas estaduais de apoio. (PV Magazine - 13.11.2025)
IEA: GD pode gerar repercussões graves no SEB
A IEA alerta que a expansão acelerada da geração distribuída solar no Brasil, impulsionada por incentivos e pela transição gradual do modelo de compensação, pode gerar desequilíbrios econômicos e riscos à estabilidade do sistema elétrico caso não seja controlada. Embora reconheça a relevância da GD para a transição energética, a agência considera o modelo atual excessivamente generoso e o cronograma de ajustes, previsto apenas para 2029, demasiadamente lento, estimulando um crescimento que pode levar a cerca de 70 GW de capacidade instalada até 2030. O relatório, elaborado a pedido do governo brasileiro e apresentado durante a COP30, também destaca a liderança do país na transição energética, impulsionada por políticas de longo prazo que favorecem investimentos. A IEA recomenda a revisão das regras de compensação para evitar assimetrias na alocação de custos e prevenir impactos negativos no sistema elétrico. Ao mesmo tempo, o governo enfatiza avanços em biocombustíveis, renováveis e infraestrutura de transmissão, alinhados à meta de uma transição energética justa e sustentável. (Megawhat - 13.11.2025)
TTS Energia: Geração solar pode aumentar até 20% com O&M adequada
A manutenção e limpeza adequadas de usinas solares podem elevar a geração de energia entre 5% e 20%, segundo a TTS Energia. A empresa destaca que o monitoramento contínuo, as manutenções preventivas e corretivas e a zeladoria das áreas e painéis são essenciais para garantir eficiência, segurança e retorno financeiro aos proprietários. A negligência nesses cuidados, por outro lado, pode causar quedas na produção, redução da vida útil dos equipamentos e até acidentes graves, como incêndios e desprendimento de módulos. Apesar do alto potencial solar brasileiro, muitos empreendedores ainda adotam a prática de “instalar e esquecer”, o que compromete a rentabilidade dos sistemas. A TTS Energia reforça que a operação e manutenção (O&M) deve ser vista como investimento estratégico, já que representa a fase mais longa do ciclo de vida das usinas, cerca de 30 anos, e tem papel decisivo na performance e segurança das instalações. Um contrato especializado pode, segundo a empresa, otimizar o payback e restaurar a rentabilidade de sistemas com desempenho comprometido. (Canal Solar - 13.11.2025)
Armazenamento de Energia
Brasil: MP 1.304 reconhece armazenamento de energia como infraestrutura do SEB
A Medida Provisória nº 1.304/2025, aprovada pelo Congresso, reconhece oficialmente os sistemas de armazenamento de energia (BESS) como parte da infraestrutura elétrica brasileira, consolidando o armazenamento como pilar estratégico da transição energética ao trazer mais eficiência, sustentabilidade e estabilidade ao sistema. Antes concentrada em projetos industriais de grande porte, a tecnologia de baterias vem ganhando espaço em edifícios corporativos, hospitais e empreendimentos de alto padrão, substituindo geradores a diesel, reduzindo ruídos, emissões e custos em horários de pico. Com a MP, o BESS passa a ter enquadramento regulatório formal, abrindo caminho para remuneração por serviços ao sistema, integração com geração distribuída, mercado livre de energia e novos modelos de negócio, enquanto a queda no custo das baterias e a combinação com fontes renováveis, como solar e eólica, ampliam o potencial de edifícios inteligentes e de baixo carbono. Segundo Gustavo Sozzi, CEO da Lux Energia, o armazenamento deixa de ser apenas uma solução tecnológica e assume papel institucional na gestão e no armazenamento sustentável de energia, em linha com soluções como o modelo energy as a service e o hub nexus oferecidos pela empresa. (Valor Econômico - 11.11.2025)
Holanda: Número de baterias residenciais aumenta à medida que a instalação de painéis solares decresce
O mercado de energia solar nos Países Baixos passa por uma mudança significativa, com forte expansão na instalação de baterias residenciais e queda acentuada na adição de novos painéis solares, segundo dados da Dutch New Energy Research. A principal causa é o fim do sistema de compensação (net metering) previsto para 2027, que tem levado os consumidores a priorizar o armazenamento de energia para aumentar o autoconsumo e reduzir custos. As previsões indicam que, em 2025, serão instalados apenas 164 mil novos sistemas solares, uma queda de 72% em relação a 2023, enquanto a instalação de baterias domésticas deve crescer 140% no mesmo período. O mercado de armazenamento de energia deve continuar em rápida expansão, com capacidade adicional estimada em 1,55 GWh em 2025, sendo 860 MWh no setor residencial, 330 MWh no comercial e industrial, e 360 MWh em sistemas de grande escala. O crescimento projetado é de 130% em relação a 2024, com destaque para o segmento residencial, que deve avançar 260%. Até o fim de 2025, a capacidade total instalada pode chegar a 2,9 GWh, reforçando a tendência de maior independência energética e flexibilidade da rede elétrica, com as baterias assumindo papel central na otimização do uso da energia solar gerada. (Innovation Origins - 12.11.2025)
Veículos Elétricos
ABVE: Vendas de VEs crescem 33% em outubro
O mercado de veículos eletrificados leves segue em forte expansão no Brasil, impulsionado sobretudo pelos modelos plug-in (BEV e PHEV). Entre janeiro e outubro de 2025, foram 168.798 unidades vendidas, sendo 81,6% com recarga externa (138.088), um aumento de 10,6 pontos percentuais em relação a 2024, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). O segmento já representa 8% das vendas totais de veículos leves no país. O avanço é atribuído à ampliação da infraestrutura de recarga, que saltou de 350 pontos em 2020 para 16.880 em 2025, além da maior oferta de modelos nacionais e importados, com tecnologias mais acessíveis e eficientes. Em outubro, foram 21.369 eletrificados vendidos, alta de 33% sobre o mesmo mês de 2024, mantendo 8,6% de participação de mercado. Os plug-in responderam por 81,7% das vendas (17.444 unidades), sendo 9.458 híbridos plug-in (PHEV) e 7.986 elétricos puros (BEV). Os PHEV cresceram 58,7% em um ano, enquanto os BEV subiram 30,7%. Já os híbridos (HEV e HEV Flex) somaram 3.925 unidades (18,3%), variação anual de 0,6 ponto percentual, e os micro-híbridos (MHEV) atingiram 6.381 unidades, avanço de 10,4% sobre setembro. Ademais, o segmento de ônibus elétricos também apresentou forte expansão, com 87 unidades emplacadas em outubro, aumento de 107% sobre o mês anterior e de 67,3% frente a 2024. No acumulado do ano, já são 636 ônibus elétricos vendidos, crescimento de 145,6%, com destaque para Aracaju (AL), responsável por 16% das unidades do mês, ampliando a presença do Nordeste na rota da mobilidade elétrica. (Agência CanalEnergia - 10.11.2025)
China: VEs superam metade das vendas de veículos novos
As vendas de veículos de nova energia na China ultrapassaram pela primeira vez metade do mercado de automóveis novos, alcançando 52% do total comercializado em outubro. Segundo dados da associação setorial, as vendas de NEVs cresceram 20% em relação ao ano anterior, atingindo 1,72 milhão de unidades, enquanto o mercado automotivo como um todo avançou 8,8%, chegando a 3,32 milhões de veículos vendidos. A produção também registrou aumento expressivo: 3,36 milhões de automóveis foram fabricados no mês, dos quais 53% eram modelos elétricos ou híbridos. Paralelamente, as exportações do setor automotivo chinês tiveram expansão de 23%, somando cerca de 666 mil veículos, mantendo-se acima de 600 mil unidades pelo terceiro mês consecutivo. As exportações de veículos de nova energia praticamente dobraram, alcançando 256 mil unidades. Entre os fabricantes, a Chery se destacou como líder nas vendas ao exterior, com 126 mil veículos exportados e 19% de participação, enquanto a BYD registrou o crescimento mais acelerado, com alta de 180% e 84 mil veículos enviados ao mercado internacional. (Brasil 247 - 14.11.2025)
COP30: Adesão de novas entidades à Coalizão para a Descarbonização dos Transportes
A Coalizão para a Descarbonização dos Transportes ampliou sua adesão durante a COP30, passando a contar com 121 signatários entre empresas, órgãos públicos e entidades do setor. Criada em 2024, a iniciativa reúne 90 ações estratégicas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa do transporte, que responde por 11% das emissões nacionais, e estabelece a meta de diminuí-las em até 70% até 2050, o que representa a evitação de 287 milhões de toneladas de CO2. Liderada pela CNT, pelo Observatório Nacional de Mobilidade Sustentável, pelo CEBDS e pela Motiva, a coalizão atua em seis frentes — como mobilidade urbana, transporte rodoviário e aéreo — e propõe medidas que incluem a revisão da matriz energética e o incentivo aos biocombustíveis. O movimento reforça o compromisso do setor com a transição para um modelo de mobilidade de baixo carbono, alinhado às metas globais de sustentabilidade e neutralidade climática. (Automotive Business - 12.11.2025)
LCA Consultores: Mobilidade elétrica exigirá R$ 25 bilhões no Brasil até 2040
O estudo da LCA Consultores, encomendado pelo Instituto MBCBrasil, estima que o avanço da mobilidade elétrica no Brasil demandará R$ 25 bilhões em investimentos até 2040, apenas para a expansão da infraestrutura de recarga. O país já conta com 16,8 mil pontos de recarga. Com uma matriz elétrica 88% renovável e ampla cadeia de biocombustíveis, o relatório defende a necessidade de políticas públicas coordenadas para escalar soluções de forma estruturada e eficiente. A projeção indica que a frota de veículos eletrificados crescerá 44 vezes nos próximos 15 anos, totalizando 17,4 milhões de unidades. A demanda elétrica dos veículos leves deve saltar de 693 GWh em 2025 para 28,7 mil GWh em 2040, avanço de 28,2% ao ano. Entre caminhões e ônibus, o crescimento previsto é de 27,1% anuais. O estudo também destaca o papel dos híbridos flex (bioelétricos), apontados como rota tecnológica eficiente e alinhada às vantagens competitivas nacionais. Entre os principais desafios são apontados: a infraestrutura ainda incipiente, alto custo das baterias (40–50% do veículo), ausência de cadeia de valor nacional, gargalos de conexão elétrica, dependência de minerais estratégicos não beneficiados e a necessidade de desenvolver um mercado de baterias swap. O estudo ainda reforça o papel dos biocombustíveis, cuja demanda deverá crescer impulsionada pelos setores de aviação, transporte marítimo, transporte pesado. (Agência CanalEnergia - 10.11.2025)
ABVE: Rede de recarga para VEs cobre menos de 20% do NE
A infraestrutura de recarga para veículos elétricos no Nordeste permanece concentrada e desigual, com menos de 20% dos municípios da região equipados com pontos de recarga, segundo dados da ABVE. Dos 1.794 municípios, apenas cerca de 350 possuem eletropostos, majoritariamente localizados em capitais e grandes centros urbanos. Entre os estados, Bahia, Ceará e Pernambuco lideram o número de instalações e concentram mais da metade da rede regional, com destaque para a Bahia, que soma 640 unidades, sendo 487 de recarga lenta e 153 rápida. Os demais estados — Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Maranhão, Piauí e Sergipe — apresentam estruturas mais limitadas, mesmo em capitais como Maceió, Aracaju e São Luís. No total, o Nordeste conta com 2.999 eletropostos, dos quais 2.112 são de recarga lenta e apenas 887 de recarga rápida, o que evidencia a baixa disponibilidade de carregadores de alta potência e representa um obstáculo para a expansão da eletromobilidade, especialmente em viagens intermunicipais e de longa distância. (Movimento Econômico - 07.11.2025)
Gestão e Resposta da Demanda
Aneel propõe tarifas variáveis conforme o horário de consumo a partir de 2026
A área técnica da Aneel propôs que, a partir de 2026, parte dos consumidores passe a pagar tarifas de energia que variam conforme o horário de uso, incentivando o consumo mais eficiente e refletindo a dinâmica de oferta e demanda do sistema elétrico. O novo modelo prevê preços menores durante o dia, quando há maior geração solar e eólica, e tarifas mais altas no horário de pico, entre 18h e 21h, quando a demanda aumenta e é necessário acionar termelétricas. Inicialmente, a medida deve abranger 2,5 milhões de unidades consumidoras com consumo superior a 1 MWh/mês, como indústrias e grandes residências, com possibilidade de ampliação no segundo ano. A proposta ainda será submetida à diretoria e a consulta pública, e dependerá da expansão dos medidores inteligentes para viabilizar o sistema. O modelo se baseia na experiência da Tarifa Branca, disponível desde 2018, que mostrou reduções médias de até 15% na conta de luz dos consumidores que aderiram voluntariamente. (Valor Econômico - 07.11.2025)
Light: Lançamento de sandbox tarifário para áreas vulneráveis
A Light iniciou um projeto de tarifas diferenciadas em comunidades do Rio de Janeiro, com o objetivo de adequar o custo da energia elétrica à realidade socioeconômica dos consumidores, além de reduzir inadimplência e irregularidades. O modelo, inspirado em experiências da Índia e da Colômbia, adota uma tarifa mensal fixa de R$ 90 e mecanismos de incentivo à adimplência, como cashback para quem mantém o consumo dentro do limite previsto. A iniciativa, desenvolvida em formato de sandbox regulatório aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), começou nas comunidades do Chapéu Mangueira e Babilônia, beneficiando mais de 900 famílias, e será expandida para Duque de Caxias nas próximas semanas. O programa também permite que o cashback seja usado em atendimento psicológico ou em comércios locais parceiros, promovendo integração social e econômica. A empresa avalia que o modelo pode ser ajustado conforme a adesão e o comportamento de consumo local. Além disso, a proposta busca também responder ao baixo alcance da tarifa social federal no Rio, onde o consumo médio é de 320 kWh/mês, impulsionado pelo uso intensivo de ar-condicionado. A concessionária defende que o combate às perdas e à inadimplência requer ações conjuntas entre regulação, inovação e segurança pública, destacando que “não existe solução única, mas um conjunto de medidas integradas”. (Agência CanalEnergia - 12.11.2025)
Eficiência Energética
Brasil: Lançamento de Programa de Eficiência Energética no RN
O Governo do Rio Grande do Norte (RN) lançou o Programa de Eficiência Energética do RN, iniciativa coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDEC) e pela Secretaria de Planejamento (SEPLAN) que busca modernizar a gestão pública e reduzir em até 40% os gastos com energia elétrica nas unidades administrativas estaduais, além de ampliar o uso de fontes renováveis. Com consumo médio anual de 99 GWh e despesas de cerca de R$ 65 milhões, o Estado pretende otimizar o uso de energia por meio de monitoramento, modernização tecnológica e redução de desperdícios. O programa já integra agentes financiadores como o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), e prevê a gestão centralizada de 54 usinas fotovoltaicas instaladas em escolas, hospitais e prédios públicos, que passarão a ser acompanhadas em tempo real por um Centro de Gestão Energética na própria SEDEC. (Ponta Negra News - 13.11.2025)
ENBPar e Procel: Discussão de ampliação de políticas de eficiência energética no PA
Representantes da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) e do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) visitaram o Grupo Liberal, em Belém, para discutir a ampliação das políticas de eficiência energética no Pará e formas de disseminar essas informações à população. Durante o encontro, o presidente da ENBPar, Marlos Costa, e a superintendente do Procel, Juliana Tadeu, destacaram iniciativas federais como o anúncio, feito pelo Ministério de Minas e Energia (MME) durante a COP 30, de R$ 1,4 bilhão para cerca de 43 mil novos atendimentos do Programa Luz para Todos em comunidades remotas e indígenas do estado. Também foram apresentadas ações do Procel, incluindo a chamada pública para modernização da iluminação pública com substituição de até 3 mil pontos por lâmpadas de LED. (O Liberal - 13.11.2025)
Energisa: Abertura de chamada pública para projetos de eficiência energética
O Grupo Energisa abriu inscrições para uma nova edição do Programa de Eficiência Energética (PEE), da Aneel, com prazo até 19 de dezembro. Poderão participar empresas, órgãos públicos e organizações sociais interessados em propor iniciativas para reduzir o desperdício e promover o uso racional da energia elétrica nas áreas de concessão das nove distribuidoras do grupo. Serão destinados R$ 27 milhões aos projetos selecionados, como parte da estratégia corporativa de sustentabilidade e inovação voltada ao desenvolvimento regional. Em 2024, o grupo aplicou R$ 70 milhões em 156 projetos, beneficiando 230 mil pessoas e evitando a emissão de 1.576 toneladas de CO₂. Desse total, R$ 30 milhões foram destinados a propostas selecionadas via edital público, enquanto R$ 40 milhões financiaram ações educativas e projetos sociais em comunidades de baixa renda. O programa reforça o papel da Energisa em estimular práticas energéticas responsáveis e contribuir para a eficiência e segurança do sistema elétrico nacional. (Cenário Energia - 13.11.2025)
MME e AGU: Protocolo de intenções para Rede de Aprendizagem em Eficiência Energética
O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Advocacia-Geral da União (AGU) firmaram um Protocolo de Intenções para dar continuidade às ações de eficiência energética em edifícios públicos desenvolvidas no âmbito da Rede de Aprendizagem em Eficiência Energética da AGU (RedEE AGU), criada em cooperação com a Cooperação Brasil-Alemanha (GIZ) no projeto Sistemas de Energia do Futuro. Em 1 ano e 7 meses, a rede registrou redução de 81,6 MWh/ano no consumo de energia, equivalente a cerca de R$ 69,7 mil em economia, além de impulsionar a adoção de fontes renováveis, com geração fotovoltaica estimada em 288,3 MWh/ano em projetos concluídos e mais 115 MWh/ano em iniciativas em planejamento. A metodologia das Redes de Aprendizagem permite replicar a experiência em outros setores e apoiar a implementação de índices mínimos de desempenho energético em novas edificações públicas no Brasil. (MME - 12.11.2025)
Schneider Electric: Estudo aponta que eletrificação pode economizar € 250 bilhões anuais para a Europa
Um estudo da Schneider Electric revelou que a Europa poderia economizar € 250 bilhões por ano até 2040 com a aceleração da eletrificação, cuja taxa atual é de apenas 21%, 10 pontos abaixo da China. Apesar de avanços em termos da redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) o continente ainda enfrenta o “trilema energético”, equilibrando custo, segurança e sustentabilidade, enquanto o preço médio da energia residencial (€ 0,27/kWh) é até três vezes superior ao chinês. O relatório mostra ritmos desiguais entre os países europeus, com as nações nórdicas liderando a eletrificação no transporte e edificações, e o sul europeu avançando mais em prédios. Já a Europa Ocidental e Central foca na indústria e nos prosumidores. Para manter a competitividade global, o estudo defende reduzir a diferença de preços entre eletricidade e gás, eliminar subsídios aos combustíveis fósseis e reformar a tributação para incentivar energia limpa. A publicação também recomenda acelerar o financiamento à descarbonização, facilitar investimentos e direcionar receitas do mercado de carbono a projetos sustentáveis. Outras medidas incluem tornar obrigatória a eletrificação em novos edifícios e indústrias, ampliar o uso de bombas de calor e veículos elétricos e incentivar mercados locais e inovação europeia, de modo a distribuir amplamente os ganhos econômicos e sociais da transição. (Agência CanalEnergia - 06.11.2025)
Microrredes e VPP
Austrália: Lançamento de microrrede para atendimento de serviços essenciais
A Ausgrid inaugurou a microrrede Merriwa, na região de Hunter (Nova Gales do Sul), um projeto piloto que fortalece a resiliência energética local ao garantir fornecimento de eletricidade para 27 serviços essenciais — como farmácia, posto de gasolina, clube RSL e a Associação de Mulheres Rurais — durante quedas de energia e eventos climáticos extremos. Instalado no depósito da Ausgrid, o sistema combina geração solar, baterias para armazenamento e um gerador a diesel de reserva, permitindo que a microrrede se isole da rede principal e mantenha o centro da cidade operando com segurança. Desenvolvida com forte participação da comunidade, a iniciativa representa um passo importante na estratégia Future Grid da Ausgrid, que busca redes mais responsivas e confiáveis em meio às mudanças climáticas e à evolução do sistema elétrico, reforçando a visão de inovação e resiliência para regiões rurais e remotas da Austrália. (esd news - 13.11.2025)
Bélgica: LIFEPOWR garante financiamento para desenvolver tecnologia de VPPs
A LIFEPOWR, empresa belga de tecnologia energética fundada em 2015 e sediada em Antuérpia, garantiu € 5,65 milhões em capital de crescimento, em rodada liderada por Noshaq e SPDG (com participação da ROM InWest e de investidores existentes), para acelerar o desenvolvimento de sua tecnologia de usinas virtuais de energia (virtual power plants, VPPs) e expandir sua atuação pela Europa, começando pelos Países Baixos. Com uma equipe de 33 especialistas, a empresa conecta ativos energéticos distribuídos — como painéis solares, baterias, carregadores de veículos elétricos e bombas de calor — via sua plataforma FlexiO, que orquestra consumo, geração e armazenamento para garantir flexibilidade, otimizar o valor de mercado da energia e integrar prosumidores diretamente aos mercados elétricos por meio de agregação de flexibilidade e serviços de balanceamento. (Tech Funding News - 14.11.2025)
Brasil: Inauguração de microrrede em PE
A Neoenergia inaugurou o projeto Noronha Verde, voltado à descarbonização da geração elétrica do arquipélago de Fernando de Noronha até 2027, com investimento de R$ 350 milhões. A iniciativa combina 31 mil painéis solares, totalizando 22,8 MW de capacidade instalada, e um sistema de baterias de 49 MWh, capaz de abastecer a ilha por até 14 horas sem geração solar. O projeto será implantado em duas fases, com conclusão prevista para 2026 e 2027. Atualmente, 95% da energia consumida em Noronha provém de uma termelétrica a diesel, utilizada como backup no novo modelo. A Neoenergia pretende reduzir gradualmente o uso de combustíveis fósseis, consolidando um sistema sustentável e autônomo de geração elétrica. Segundo a empresa, o projeto representa um marco na transição energética brasileira, reforçando o compromisso da companhia com a descarbonização e a adoção de fontes renováveis em regiões isoladas. (Megawhat- 10.11.2025)
EUA: Sunrun registra crescimento de 400% na participação em VPPs
A Sunrun, maior instaladora de energia solar residencial dos Estados Unidos, registrou crescimento de mais de 400% no número de clientes participantes de suas usinas virtuais de energia (VPP), alcançando mais de 106 mil inscritos e 3,7 GWh de capacidade de baterias despacháveis conectadas à rede, com meta de chegar a 10 GWh até 2028. A taxa de adesão a baterias entre novos clientes chegou a 70% no terceiro trimestre de 2025 (ante 60% um ano antes), impulsionada pela estratégia de “prioridade ao armazenamento” em resposta a mudanças na compensação de energia solar, especialmente na Califórnia, e pela expansão para outros mercados como Massachusetts. Baseada majoritariamente em contratos de assinatura/arrendamento (leasing), a Sunrun mantém a propriedade dos sistemas e monetiza os ativos por meio de créditos fiscais, VPPs e flexibilidade de rede, o que elevou o valor médio por assinante para US$ 52.446 e o valor líquido para US$ 13.205. (Utility Dive - 10.11.2025)
Finlândia: Lançamento da primeira VPP baseada em VEs
A startup finlandesa Synergi lançou a primeira usina virtual de energia (VPP) baseada em veículos elétricos da Finlândia, agregando mais de 10.000 EVs por meio de seu aplicativo e permitindo que famílias participem do balanceamento da rede elétrica ao otimizar o carregamento doméstico. Com seu novo serviço de carregamento inteligente, o app programa automaticamente o carregamento para horários de menor preço e menor congestão da rede, ajustando milhares de carregamentos em tempo real — pausando ou retomando conforme a necessidade do sistema elétrico — e oferecendo recompensas financeiras proporcionais ao tempo conectado e à energia consumida. Testado com mais de 100 motoristas, o sistema melhorou a experiência de carregamento e incentivou maior disponibilidade de flexibilidade energética. Compatível com todas as principais marcas de veículos elétricos e sem exigir hardware adicional, o serviço posiciona as famílias como agentes ativos da transição energética. (Tech EU - 12.11.2025)
Tecnologias e Soluções Digitais
Brasol: Solução de IA e satélites para detectar e prevenir incêndios em usinas de geração distribuída
O avanço da geração distribuída no Brasil ampliou os riscos associados a incêndios, especialmente em regiões sujeitas a estiagens prolongadas, onde queimadas podem comprometer a infraestrutura elétrica. Para enfrentar esse desafio, a Brasol desenvolveu um sistema preventivo baseado em inteligência artificial integrado ao Programa de Queimadas do INPE, que cruza dados de 11 satélites, monitora focos ativos e aciona protocolos automatizados de verificação e resposta em tempo real. A ferramenta funciona como uma camada adicional de proteção, avaliando a proximidade e a trajetória de incêndios em relação às usinas monitoradas e acionando alertas e inspeções visuais quando necessário. A tecnologia já cobre cerca de 130 ativos e, segundo a empresa, evitou mais de R$ 15 milhões em danos em 2025, ao antecipar riscos e reduzir o tempo de resposta operacional. O sistema combina georreferenciamento, análise de padrões e integração com câmeras e equipes locais, oferecendo comunicação padronizada e rastreabilidade completa dos eventos. Essa abordagem fortalece a segurança e a continuidade da geração distribuída, respondendo à crescente demanda do setor por ferramentas avançadas de gestão de riscos. (Cenário Energia - 13.11.2025)
Cemig e Senai: Criação de tecnologia com IA e satélite para detectar erosões próximas de torres
A Cemig, em parceria com os Institutos Senai de Inovação, desenvolveu uma tecnologia pioneira que combina modelagem matemática e inteligência artificial para mapear e prever riscos de erosão do solo próximos às torres de transmissão elétrica. A solução integra a Equação Universal de Perdas do Solo (USLE) com técnicas de visão computacional baseadas em redes neurais Mask R-CNN, alimentadas por imagens de satélite de alta resolução, permitindo identificar áreas críticas e antecipar possíveis instabilidades na infraestrutura energética. Resultado de um projeto de P&D da Aneel, o sistema gera mapas de suscetibilidade à erosão e detecta automaticamente regiões afetadas, otimizando a gestão de ativos e reduzindo custos de manutenção — já que ações preventivas podem ser até 70% mais baratas que reparos emergenciais. A iniciativa fortalece o compromisso da Cemig com a inovação e a sustentabilidade, além de ter aplicações em outros setores, como engenharia civil, agricultura e mineração, contribuindo para a segurança ambiental e a resiliência do sistema elétrico nacional diante das mudanças climáticas. (RCN Online - 10.11.2025)
Fu2re: Solução com IA automatiza mapeamento de ativos de distribuidoras
A revisão tarifária prevista pela ANEEL para mais de 50 distribuidoras até 2028 exige que as empresas realizem um mapeamento detalhado de seus ativos, etapa fundamental para assegurar tarifas equilibradas e remuneração adequada. Entretanto, a falta de bases de dados atualizadas pode gerar atrasos, inconsistências regulatórias e custos adicionais, especialmente porque os métodos tradicionais de levantamento são lentos e dependem de grandes equipes para mapear centenas de milhares de equipamentos. Para enfrentar esse desafio, soluções tecnológicas baseadas em inteligência artificial têm ganhado espaço, como o SmartAssets, desenvolvido pela Fu2re. A plataforma automatiza o mapeamento de ativos utilizando GNSS, imagens 360° e algoritmos de visão computacional, produzindo dados georreferenciados compatíveis com as exigências regulatórias. Segundo a empresa, o sistema pode ser até 100 vezes mais rápido que os métodos convencionais, reduzindo custos, ampliando a precisão das informações e acelerando os processos necessários para a revisão tarifária, contribuindo para maior eficiência na gestão dos ativos do setor elétrico. (Adnews - 13.11.2025)
GESEL/UFRJ e Energy Exemplar realizam Seminário PLEXOS
O Grupo de Estudos do Setor Elétrico (GESEL/UFRJ), em parceria com a Energy Exemplar, realizou, no dia 11 de novembro, no Instituto de Economia da UFRJ, o Seminário “PLEXOS®: ferramenta para construção de Cenários do SEB”, voltado à apresentação e aplicação do software de simulação integrada PLEXOS no contexto do Sistema Interligado Nacional (SIN). A ferramenta, que utiliza otimização matemática (MILP) e modelagem multi-horizonte, é referência mundial em simulações de eletricidade, gás, hidrogênio e água. O evento foi aberto pelo Professor Nivalde de Castro, coordenador-geral do GESEL-UFRJ, que destacou a importância da parceria GESEL/Energy Exemplar para o avanço das pesquisas em modelagem e planejamento energético no Brasil. Três apresentações principais marcaram o seminário: A primeira foi de Carlos Romero (Energy Exemplar), que apresentou a visão geral e os casos de uso do PLEXOS, destacando sua capacidade de simular mercados integrados e planejar expansão e operação com menor custo. Romero abordou também a migração do sistema para a nuvem (PLEXOS Cloud), que oferece vantagens em armazenamento e análise de congestionamento. Na sequência, Felipe Valdebenito (Energy Exemplar) conduziu uma demonstração de diversos casos de uso internacionais do Plexos, indo do planejamento da expansão do sistema elétrico, simulações de baterias, despacho hidrotérmico e simulações integradas de gás, eletricidade e hidrogênio. A terceira e última apresentação foi de Roberto Brandão (Diretor-científico do GESEL/UFRJ), que apresentou aplicações do PLEXOS no SIN, incluindo estudos sobre usinas reversíveis, armazenamento na transmissão e avaliação da flexibilidade das hidrelétricas. Brandão também anunciou que o Dataset do SIN, desenvolvido pelo GESEL, será disponibilizado para usuários do Plexos para ampliar o uso da ferramenta no país. O seminário ressaltou o papel do PLEXOS como ferramenta estratégica para os estudos do GESEL-UFRJ, ampliando a capacidade de análise e simulação do setor elétrico brasileiro. Sua aplicação permite explorar cenários complexos de operação, expansão e armazenamento de energia, contribuindo para o aprimoramento do planejamento do SIN e para a formulação de políticas que impulsionem a transição energética e a modernização do setor elétrico nacional. Acesse as apresentações e assista ao vídeo completo do evento em nosso site, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 13.11.2025)
Segurança Cibernética
Itaipu: Evento debate alternativas para fortalecer segurança cibernética no setor elétrico
A Itaipu Binacional e o Itaipu Parquetec sediaram o 4º Encontro Técnico de Segurança Cibernética, reunindo cerca de 30 empresas do setor elétrico entre os dias 5 e 7 de novembro para discutir estratégias, trocar experiências e realizar simulações práticas sobre o tema. O evento, promovido em parceria com a Abrage e a Abrate, buscou reforçar a cibersegurança como uma questão estratégica de governança e cooperação institucional, destacando os esforços da Itaipu em capacitação e cultura organizacional voltadas à proteção digital. Com cerca de 120 participantes, o encontro enfatizou o caráter prático e colaborativo da programação, oferecendo exercícios de resposta a incidentes cibernéticos e fortalecendo a preparação do setor frente a ameaças digitais. A iniciativa foi vista como reflexo do amadurecimento do setor elétrico diante da transformação digital, ressaltando que a continuidade e a confiabilidade do fornecimento de energia dependem da integridade dos sistemas digitais e da cooperação entre as instituições que compõem o sistema elétrico brasileiro. (Brasil 247 - 06.11.2025)
Reino Unido: Novas leis visam fortalecer as defesas contra ataques cibernéticos ao setor de energia
O Reino Unido anunciou novas leis rigorosas para fortalecer a proteção cibernética de serviços públicos essenciais — como saúde, energia, abastecimento de água e transporte — por meio do Projeto de Lei de Segurança Cibernética e Resiliência. A proposta abrange setores críticos, incluindo o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS) e operadores de infraestrutura, impondo obrigações de segurança mais rígidas, como o reporte de incidentes em até 24 horas ao Centro Nacional de Segurança Cibernética (NCSC) e aos respectivos órgãos reguladores. Empresas de médio e grande porte que prestam serviços de tecnologia da informação, suporte técnico ou segurança cibernética ao setor público e privado também passarão a ser reguladas, devido ao acesso privilegiado que possuem a redes governamentais e a infraestruturas críticas. O projeto concede aos reguladores poderes para designar fornecedores essenciais e impor padrões mínimos de segurança, além de prever multas proporcionais ao faturamento para infrações graves. (Governo UK - 12.11.2025)