Tecnologias Exponenciais 240
Transição Energética e ESG
COP 30: Brasil, Japão e Itália firmam pacto para quadruplicar combustíveis verdes até 2035
Brasil, Japão e Itália lançaram, durante o encontro Pré-COP30, um documento com o compromisso de quadruplicar a produção de combustíveis sustentáveis até 2035. A iniciativa, que teve o apoio da Índia, sugere a adoção de fontes energéticas como hidrogênio, biocombustíveis e combustíveis sintéticos em atividades de difícil descarbonização. Os alvos são os setores de transporte aéreo, marítimo e rodoviário, além de indústrias como cimento e aço. A Agência Internacional de Energia (AIE) calcula que os investimentos acumulados entre 2024 e 2035 podem chegar a US$1,5 trilhão, considerando todas as alternativas de combustíveis. Esses dados têm base no relatório Delivering Sustainable Fuels – Pathways to 2035, lançado pela AIE. O estudo evidencia também que a produção pode quadruplicar até 2035, um crescimento impulsionado pelo avanço de acordos internacionais e pelas discussões em torno dos compromissos de Belém e da COP. Por fim, observa-se um maior interesse dos países em se posicionarem como líderes na transição energética global. (Agência CanalEnergia - 15.10.2025)
Allianz Commercial: América Latina se consolida como pilar global do H2V
O relatório “Hidrogênio: oportunidades, usos e riscos na transição energética”, divulgado pela Allianz Commercial, aponta o hidrogênio verde como um dos pilares da descarbonização global, com a América Latina em posição estratégica nesse processo. Produzido a partir da eletrólise da água com energia renovável, o combustível é visto como solução viável para reduzir emissões em setores intensivos, como a indústria pesada e o transporte. A expectativa é que a demanda mundial aumente cinco vezes até 2050, com 60% da produção limpa já em 2035, impulsionada por mais de 1.500 projetos ativos no mundo. O continente latino-americano soma cerca de US$ 107 bilhões em investimentos anunciados, destacando-se pelo potencial renovável de países como Brasil, Chile e outros com forte base hidrelétrica, o que reduz custos e amplia a competitividade. Segundo a Allianz, essa combinação pode transformar a região em hub global de hidrogênio verde, com a COP30, em Belém (PA), como marco de visibilidade internacional. Contudo, o avanço do setor exige atenção a riscos técnicos e de segurança, como incêndios e explosões, o que torna essencial a adoção de protocolos rigorosos e gestão de riscos profissionalizada para garantir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. (Cenário Energia - 14.10.2025)
IRENA: Avanço das renováveis é insuficiente para metas globais até 2030
O mundo ainda está distante de cumprir as metas globais de energia renovável e eficiência energética, apesar do avanço registrado em 2024. A constatação está em um novo relatório divulgado nesta terça-feira (8) pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), pela Presidência Brasileira da COP30 e pela Aliança Global de Renováveis (GRA), durante um evento de alto nível pré-COP30 em Brasília. No ano passado, a capacidade global de energias renováveis cresceu 582 gigawatts (GW), o maior aumento já registrado. Mesmo assim, segundo a IRENA, o ritmo é insuficiente para alcançar a meta firmada na COP28, em Dubai, de triplicar a capacidade instalada para 11,2 terawatts (TW) até 2030. Segundo o relatório, atingir esse objetivo exigirá a adição de 1.122 GW por ano a partir de 2025, o que representa uma taxa média de crescimento anual de 16,6% até o fim da década. O novo relatório, chamado “Cumprindo o Consenso dos Emirados Árabes Unidos: Acompanhamento do progresso para triplicar a capacidade de energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030“, também aponta que o desempenho global em eficiência energética continua abaixo do necessário. A intensidade energética mundial aumentou apenas 1% em 2024, muito aquém dos 4% anuais previstos para manter o limite de aquecimento global em 1,5°C. (Petronotícias - 15.10.2025)
COP 30: Mutirão da transição energética debate desafios e oportunidades do setor energético brasileiro
O Mutirão da Transição Energética para a COP30, promovido pelo Ministério de Minas e Energia (MME) em parceria com a ABEEólica, debateu estratégias para expansão, resiliência e modernização das redes elétricas. O primeiro painel abordou a digitalização dos sistemas, o uso de tecnologias de armazenamento e a capacidade de resposta a eventos climáticos extremos, além do planejamento de grandes cargas de consumo, como hidrogênio verde e data centers, enfatizando a coordenação regulatória e de investimentos. Participaram representantes do MME, ONS, Hitachi, Global Renewables Alliance, FMASE e State Grid. O segundo painel tratou da ampliação do acesso à energia elétrica e ao cozimento limpo, destacando financiamento, mitigação de riscos, tecnologias adequadas e marcos regulatórios regionais, com referência a políticas públicas como o programa Luz Para Todos. Já o terceiro painel focou no planejamento energético como ferramenta para mobilização de investimentos, fornecendo dados confiáveis e estratégicos para formulação de políticas públicas e tomada de decisão. Participaram do último painel representantes do MME, EPE, BNDES, IRENA e Neoenergia. (MME - 13.10.2025)
COP 30: Fósseis concentram 82% dos subsídios no Brasil
Durante os debates da Pré-COP 30, em Brasília, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, defendeu que os subsídios públicos destinados às fontes renováveis superem aqueles voltados aos combustíveis fósseis, destacando o desequilíbrio atual entre os dois setores. Segundo ela, enquanto os incentivos globais aos fósseis variam entre US$ 1,5 trilhão e US$ 7 trilhões, os aportes em energias limpas somam cerca de US$ 170 bilhões nos países do G20, chegando a US$ 500 bilhões quando incluídos investimentos privados. No Brasil, dados do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) mostram que 82% dos subsídios energéticos ainda são direcionados aos combustíveis fósseis. Em 2023, dos R$ 99,8 bilhões em incentivos ao setor, R$ 81,7 bilhões beneficiaram petróleo e gás, contra R$ 18 bilhões para fontes renováveis. O assessor político do Inesc, Cássio Cardoso Carvalho, ressaltou que a revisão dessa política de incentivos é essencial para viabilizar a transição energética, hoje dificultada pela desproporção nos investimentos públicos. (Canal Solar - 16.10.2025)
Geração Distribuída
ANEEL: Defesa de rateio dos custos da MMGD entre todos os consumidores
O debate sobre a micro e minigeração distribuída (MMGD) ganhou destaque no Senado Federal durante audiência sobre a Medida Provisória 1304/2025, que atualiza o marco regulatório do setor elétrico. O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, defendeu que os custos da MMGD sejam rateados entre todos os consumidores que contribuem para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), e não apenas pelos usuários do mercado cativo, como ocorre atualmente. A proposta busca ampliar a equidade no custeio de subsídios e encargos, mantendo o incentivo à geração distribuída sem onerar desproporcionalmente parte dos consumidores. A CDE é o fundo que financia políticas públicas do setor elétrico, incluindo subsídios a fontes renováveis e programas de universalização da energia, enquanto a MMGD — formada principalmente por sistemas solares fotovoltaicos residenciais, comerciais e industriais — é um dos pilares da transição energética brasileira. No entanto, o modelo atual é criticado por gerar distorções tarifárias, já que parte dos custos de infraestrutura e encargos é transferida para quem não possui geração própria. A mudança proposta pela Aneel busca corrigir essa assimetria e garantir maior sustentabilidade tarifária ao sistema. (Cenário Energia - 14.10.2025)
ANEEL: Agência reforça obrigação das distribuidoras em cortar GD por ordem do ONS
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), por meio de ofício assinado em 14/10 pelo diretor-geral Sandoval Feitosa, reforçou que as distribuidoras têm o dever legal e técnico de executar cortes de carga e de geração conectada à rede — incluindo micro e minigeração distribuída (MMGD) e usinas tipo III — sempre que determinado pelo ONS, como medida para preservar a estabilidade do SIN diante do avanço acelerado da GD no país. A agência sustenta que a orientação se apoia em resoluções, contratos de concessão e procedimentos de rede, e que a coordenação ágil entre Operador Nacional do Sistema Elétrico e distribuidoras é crucial em situações críticas (picos de demanda, contingências e eventos climáticos). (Cenário Energia - 15.10.2025)
APB Renováveis: Associação reforça defesa da geração distribuída
A Associação Paraibana de Energias Renováveis (APB Renováveis) está em Brasília integrando o movimento nacional da Coalizão Solar, que reúne entidades estaduais do setor fotovoltaico para pressionar o Congresso contra a Medida Provisória nº 1.304/2025. A MP propõe o Encargo de Complemento de Recursos (ECR) e novas taxas sobre a geração distribuída (GD), o que, segundo o grupo, poderia reduzir em até 80% a economia dos sistemas solares e comprometer investimentos de pequenos produtores e consumidores. O presidente da APB, Rafael Targino, e o vice-presidente executivo, Abraão Leal, têm defendido em reuniões com parlamentares a preservação da segurança jurídica assegurada pela Lei nº 14.300/2022, que regula a GD no país. A entidade enfatiza que mudanças nas regras trariam retrocessos à transição energética e prejuízos a quem apostou na autonomia energética. (Portal do Litoral PB - 15.10.2025)
Senado Federal: GD deve pagar encargo por desequilibrar sistema
O relator da MP 1.304, senador Eduardo Braga (MDB-AM), defendeu que a micro e minigeração distribuída (MMGD) arque com um encargo para não “desequilibrar o sistema”, argumentando que a GD não pode operar apoiada em uma rede “velha” e sem investimentos em medição inteligente e modernização. Ele vinculou a expansão de renováveis à necessidade de armazenamento e de hidrelétricas com reservatórios, afirmando que energia só será “a mais barata” se for firme — isto é, se o custo do carregamento do armazenamento estiver embutido no MWh. Braga também criticou a contratação de geração sem ponto de conexão, classificando-a como “crime contra a sociedade”. O senador lamentou a ausência do ONS na audiência e disse que a comissão ainda fará duas audiências sobre curtailment e armazenamento. Segundo ele, seu relatório buscará consenso antes do prazo final da MP, no início de novembro. O fio condutor é equacionar a expansão renovável com segurança operativa, preços e sustentação econômica da rede. O debate recoloca a alocação de custos (rede, flexibilidade, serviços ancilares) no centro da discussão sobre GD. (Megawhat – 14.10.2025)
Artigo GESEL: “Curtailments da geração renovável no Brasil”
Em artigo publicado pelo Broadcast Energia, Nivalde de Castro (Professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador-geral do GESEL/UFRJ) e Roberto Brandão (diretor científico do GESEL/UFRJ) analisam o avanço dos curtailments da geração renovável no Brasil. Impulsionada por políticas de incentivo e pela expansão acelerada da eólica e solar — que já representam 28,8% da matriz elétrica —, a transição energética brasileira enfrenta crescentes restrições operacionais e cortes de geração por confiabilidade e excesso de oferta. Em 2025, os curtailments médios atingiram 36,4% da energia solar e 24,1% da eólica, sem previsão de compensação regulatória aos geradores. Os autores destacam a necessidade urgente de ajustes regulatórios para equilibrar os impactos entre geração centralizada e distribuída e de investimentos em armazenamento de energia, condição essencial para garantir flexibilidade, confiabilidade e sustentabilidade na expansão do Setor Elétrico Brasileiro. Acesse o texto na íntegra aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 14.10.2025)
Veículos Elétricos
ABVE: Emplacamento de VEs leves cresce 51% em 12 meses
O emplacamento de veículos elétricos leves cresceu 51% entre janeiro e setembro de 2025, com 1.642 unidades vendidas, frente a 1.086 no mesmo período de 2024, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Em relação a 2023, o salto foi de 271,5%. O mês de setembro marcou recorde histórico, com 21.515 unidades comercializadas, alta de 6,4% sobre agosto e 62% na comparação anual. O avanço é impulsionado pela adesão de empresas de logística, distribuição e serviços, buscando redução de custos e metas ESG, além de iniciativas como a plataforma e-Fast Brasil, que estimula a descarbonização da mobilidade urbana. Ainda, os veículos eletrificados representaram 9,3% do total de automóveis vendidos em setembro. No acumulado do ano, foram 147.602 unidades, crescimento de 20,4% sobre 2024, com 76% dos modelos sendo plug-in (BEV e PHEV). Impactaram o resultado a chegada de novas montadoras e a ampliação de portfólios por fabricantes tradicionais, como a GM. Quanto à distribuição geográfica, o Sudeste segue líder nas vendas, com 46,8% de participação, seguido por Sul (18,7%), Nordeste (16,8%) e Centro-Oeste (14,2%). Já os municípios líderes em vendas são São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. (Agência CanalEnergia - 09.10.2025)
BYD: Inauguração de fábrica e início da produção de VEs no Brasil
Após atrasos no cronograma, a montadora chinesa BYD inaugurou oficialmente sua primeira fábrica de automóveis no Brasil, localizada em Camaçari (BA). O complexo, erguido em 18 meses no terreno da antiga fábrica da Ford, representa o maior investimento da empresa fora da China, com aporte de R$ 5,5 bilhões e potencial para gerar até 20 mil empregos diretos e indiretos. A planta inicia a produção em regime SKD, com capacidade de 150 mil veículos por ano, podendo chegar a 300 mil em fase futura. Um dos destaques é o lançamento do primeiro híbrido plug-in flex do mundo, desenvolvido por engenheiros brasileiros e chineses, que combina eletrificação com uso de etanol ou gasolina em qualquer proporção. A produção local, que já inclui os modelos Dolphin Mini, Song Pro e King, marca um passo importante na reindustrialização verde do país e fortalece a presença da marca no mercado nacional, onde já lidera entre os eletrificados. No entanto, a inauguração ocorre sob denúncias de condições de trabalho análogas à escravidão envolvendo terceirizados da construção civil, atualmente sob investigação. (Inside EVs – 09.10.2025)
DNV: Metade dos carros será elétrico até 2030, mas emissões zero só virão após 2090
O relatório Energy Transition Outlook 2025, divulgado pela DNV(Det Norske Veritas), projeta que a demanda global de petróleo para veículos atingirá seu pico na próxima década, à medida que metade dos carros vendidos em 2030 serão elétricos. A eletrificação, liderada por países da OCDE e China, deve impulsionar ganhos de eficiência no setor, mesmo com o aumento da frota global para 3,8 bilhões de veículos até 2060. No entanto, em regiões como América Latina e Sudeste Asiático, os biocombustíveis ainda terão papel relevante, enquanto o hidrogênio aparece com uso marginal. Apesar dos avanços no setor de transportes e energia, a DNV alerta que as emissões globais de CO₂ cairão apenas 43% até 2050, alcançando neutralidade líquida apenas após 2090 — bem além do necessário para limitar o aquecimento a 1,5 °C. A previsão é de que o orçamento de carbono para essa meta se esgote já em 2029. A empresa destaca que ainda é possível manter o aquecimento abaixo de 2 °C, mas isso exigirá ações imediatas e coordenadas de governos e empresas em todo o mundo. (Agência Eixos – 08.10.2025)
Duracell: Lançamento de rede de recarga ultrarrápida para VEs
A Duracell anunciou o lançamento de sua rede de recarga ultrarrápida para veículos elétricos no Reino Unido, com investimento previsto de 200 milhões de libras. A iniciativa será gerida pela Elektra Charge, com desenvolvimento e financiamento dos pontos realizados pelo promotor The EV Network, e terá primeiras unidades inauguradas ainda em 2025, oferecendo potências de até 1.000 kW. A rede Duracell E-Charge contará com atendimento 24 horas e múltiplas formas de pagamento, incluindo aplicativos, Plug & Charge e pagamentos por aproximação, priorizando locais estratégicos de grande fluxo, como rodovias, hotéis e centros comerciais. O objetivo é disponibilizar infraestrutura confiável e acessível, facilitando a expansão da mobilidade elétrica no país. (Inside EVs - 14.10.2025)
ICCT: Adoção lenta do carro elétrico por montadoras tradicionais ameaça meta climática do Brasil
O estudo publicado pelo Conselho Internacional de Transporte Limpo destaca a demora na adoção de carros elétricos no Brasil como um risco para as metas climáticas do país. Comparando o progresso das montadoras brasileiras com outros mercados, como China e Europa, o estudo aponta que no Brasil há uma priorização dos híbridos flex e dos carros a combustão em detrimento dos veículos puramente elétricos. A falta de políticas públicas e incentivos governamentais é apontada como um dos principais motivos para a lentidão na transição para os carros elétricos. O programa Mover, lançado pelo governo para apoiar a transição energética das montadoras, é considerado menos ambicioso do que em outros países, o que pode comprometer as metas de redução de emissões. O estudo sugere que a tributação sobre veículos poluentes poderia financiar subsídios para os veículos elétricos, incentivando sua adoção. As vendas de carros elétricos no Brasil são dominadas por marcas chinesas, enquanto as montadoras tradicionais investem menos nessa tecnologia. A falta de metas específicas para a eliminação gradual dos carros a combustão interna e a ausência de ações regulatórias podem resultar em um mercado de tecnologias defasadas. A Anfavea, associação das montadoras, destaca o uso de biocombustíveis como uma solução eficiente de descarbonização a curto prazo, mas ressalta a importância de políticas mais ambiciosas para acelerar a transição para os veículos elétricos e atingir as metas do Acordo de Paris. ( BroadcastEnergia - 13.10.2025)
Volkswagen: Produção de bateria sólida com 1000 km de autonomia
A Volkswagen, em parceria com a chinesa Gotion High-Tech, iniciou a produção piloto da bateria de estado sólido Jinshi e o desenvolvimento de uma linha de produção de 2 GWh, visando industrializar a tecnologia na China. A Jinshi, fruto de oito anos de desenvolvimento, utiliza eletrólito sólido à base de sulfeto e incorpora eletrodos de silício tridimensionais, cátodos monocristalinos ultrafinos e eletrólitos micronizados, alcançando densidade energética de 350 Wh/kg, cerca de 40% superior às baterias LFP atualmente mais comuns. Protótipos de veículos equipados com a célula já percorreram mais de 10.000 km em testes reais, com autonomia estimada de até 1.000 km por carga e desempenho estável em temperaturas entre -20°C e 85°C. A linha piloto de 0,2 GWh atingiu 100% de localização de equipamentos e 90% de taxa de rendimento, com melhorias na condutividade iônica do eletrólito e na consistência de produção das células. A bateria Jinshi também passou por rigorosos testes de segurança e apresenta ciclo de vida superior a 3.000 recargas, projetando durabilidade de até um milhão de quilômetros. A produção em pequena escala de veículos com a tecnologia está prevista para 2027, enquanto a expansão para larga escala deve ocorrer até 2030, com estimativa de investimento de 205 a 273 milhões de dólares por GWh. (Inside EVs - 15.10.2025)
BYD: Construção de centro de P&D no RJ
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, revelou em suas redes sociais a instalação de um centro de pesquisa e desenvolvimento da montadora chinesa de carros elétricos BYD na cidade. O novo centro terá como principais áreas de estudo a direção autônoma e combustíveis flexíveis. O presidente internacional da BYD, Wang Chuanfu, afirmou que a decisão de estabelecer o centro no Rio foi motivada pelo convencimento do prefeito e o local escolhido será um terreno no Aeroporto Internacional Tom Jobim. O investimento para esse projeto é totalmente privado. Recentemente, a BYD inaugurou sua primeira fábrica de carros elétricos em Camaçari, Bahia, com um investimento de R$ 5,5 bilhões. Essa iniciativa demonstra o compromisso da empresa em expandir suas operações no Brasil e investir em tecnologias sustentáveis. A chegada do centro de pesquisa e desenvolvimento no Rio de Janeiro não só trará avanços significativos para a indústria de carros elétricos no país, mas também fortalecerá a posição do Brasil como um importante mercado para veículos elétricos. Essa parceria entre a BYD e o governo do Rio de Janeiro representa uma oportunidade única para impulsionar a inovação e a sustentabilidade no setor automotivo. A escolha estratégica do local, próximo a um importante centro de transporte como o Aeroporto Internacional Tom Jobim, ressalta o potencial de crescimento e desenvolvimento da indústria de veículos elétricos na região. Com a instalação desse centro, espera-se que novas tecnologias e soluções inovadoras sejam desenvolvidas, contribuindo para a transição para uma mobilidade mais limpa e eficiente no Brasil. (BroadcastEnergia - 15.10.2025)
EPE: Consumo de energia de VEs cresce 20 vezes no Brasil
O crescimento da frota de veículos elétricos no Brasil tem impactado de forma significativa o consumo de eletricidade no transporte rodoviário. Segundo o Balanço Energético Nacional (BEN) 2025, publicado pela EPE em parceria com o MME, o consumo passou de 14 GWh em 2020 para 309 GWh em 2024, impulsionado pelo aumento do número de veículos plug-in licenciados, que saltou de cerca de 1,9 mil para mais de 215 mil unidades no mesmo período. Os automóveis respondem por mais de 90% dessa frota, seguidos por comerciais leves, ônibus e caminhões. Esta edição do BEN é a primeira a contabilizar oficialmente o consumo de eletricidade do transporte rodoviário na matriz energética nacional, evidenciando o peso crescente da mobilidade elétrica. O relatório atribui o aumento à maior disponibilidade de modelos eletrificados, redução de preços e ampliação da autonomia dos veículos. Em 2024, o consumo total de energia do transporte cresceu 2,7%, com a renovabilidade do setor atingindo 25,7%, apoiada pelo uso ampliado de biodiesel (+19,3%) e etanol hidratado (+30,1%). (Inside EVs - 15.10.2025)
GWM: Ampliação de operação na Europa
A Great Wall Motor (GWM) avança em sua estratégia global de expansão com foco na Europa, após consolidar presença industrial no Brasil. A montadora chinesa pretende lançar nove novos modelos até 2027, iniciando sua ofensiva europeia em 2026, com destaque para os SUVs HAVAL, que chegam pela primeira vez ao continente, e para os modelos elétricos da marca ORA e de luxo da linha WEY, como o Wey 07. O objetivo é posicionar-se como referência em SUVs, híbridos e elétricos, fortalecendo sua presença em mercados estratégicos. A empresa adotará uma abordagem multitecnológica, oferecendo veículos a combustão, híbridos, híbridos plug-in e 100% elétricos, alinhados ao conceito “All scenarios, all powertrains”, voltado à versatilidade e adaptação a diferentes perfis de uso. No Brasil, a GWM segue expandindo a produção local, com destaque para a picape Poer, lançada em setembro, e novos modelos híbridos e de luxo — H9, Tank 300 e Wey 07 — reforçando a integração entre suas operações nacionais e internacionais. (Inside EVs - 16.10.2025)
Rho Motion: Mais de 2 milhões de VEs vendidos no mundo em setembro
O mercado global de veículos eletrificados (BEVs e PHEVs) registrou recorde histórico em setembro de 2025, com 2,1 milhões de unidades vendidas, impulsionado pela forte demanda na China, Europa e América do Norte. A Europa teve crescimento expressivo de 36% em relação a 2024, com destaque para o Reino Unido, beneficiado por subsídios, e para países como Alemanha, Itália e Espanha, que ampliaram programas de incentivo. Nos Estados Unidos, o segundo mês consecutivo de recorde foi favorecido por créditos fiscais federais, embora se espere desaceleração nas vendas no último trimestre do ano. A China manteve liderança global, com 1,3 milhão de unidades comercializadas em setembro e quase 9 milhões de EVs no acumulado anual, consolidando seu protagonismo no setor. Paralelamente, o Resto do Mundo apresentou expansão robusta, com 1,2 milhão de veículos vendidos entre janeiro e setembro, alta de 48% sobre o ano anterior, refletindo o avanço da mobilidade elétrica em mercados emergentes da Ásia, América Latina, Oriente Médio e África, e indicando a crescente adoção de soluções sustentáveis em escala global. (Inside EVs - 16.10.2025)
Gestão e Resposta da Demanda
Aneel: Abertura de consulta pública visando tarifas com sinal de preço horário
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prepara uma consulta pública para discutir a modernização das tarifas de energia elétrica, com o objetivo de estimular o consumo durante o período da tarde, quando há maior disponibilidade de geração no sistema. Segundo o diretor-geral Sandoval Feitosa, a medida pretende criar sinais de preço que incentivem o uso da energia fora do horário de ponta, contribuindo para otimizar a infraestrutura de geração, transmissão e distribuição. A proposta foi apresentada durante audiência pública sobre a Medida Provisória nº 1.304/2025, que trata da sustentabilidade da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e dos efeitos da expansão do mercado livre de energia. De acordo com a Agência, a flexibilização tarifária pode ajudar a reduzir o curtailment no período vespertino e evitar o acionamento de termelétricas no início da noite, promovendo um uso mais eficiente e equilibrado dos recursos energéticos. (Canal Solar - 15.10.2025)
Light: Projeto-piloto de sandbox tarifário terá início em novembro
A Light dará início em breve ao projeto Light Controle, uma iniciativa complementar ao ProRio, inspirada em práticas internacionais e voltada à adoção de tarifas mais justas e conscientes. O projeto propõe uma tarifa diferenciada, adaptada ao orçamento familiar, que estimula o uso racional da energia por meio de cashback e benefícios vinculados à adimplência e ao consumo eficiente. Além de produtos e serviços associados — como possíveis ofertas de telemedicina —, o programa conta com recursos tecnológicos e ações de comunicação para aproximar a concessionária das comunidades. Previsto para iniciar em novembro de 2025, com duração de 12 meses, o projeto será executado no âmbito do sandbox tarifário da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), servindo como piloto para possíveis expansões regulatórias futuras. (Agência CanalEnergia - 15.10.2025)
Eficiência Energética
MME, ABID e Clasp: Seminário discute eficiência energética e lança comitê para fortalecer políticas no setor de climatização e refrigeração
O Ministério de Minas e Energia (MME), em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a organização internacional Clasp, realizou em Brasília o seminário “Brasil e a COP30: o papel da eficiência energética no setor HVAC-R”, que reuniu governo, indústria e especialistas internacionais para discutir políticas de eficiência no setor de aquecimento, ventilação, ar-condicionado e refrigeração. Durante o evento, foi lançado o Comitê de Acompanhamento do Projeto de Eficiência Energética como Instrumento de Política Industrial, que reunirá representantes públicos e privados para propor ações e redigir uma carta de compromisso a ser apresentada na COP30, em Belém. O MME destacou que o setor HVAC-R responde por cerca de 10% do consumo elétrico residencial e tem alto potencial de ganhos em eficiência. Autoridades ressaltaram que a eficiência energética é o “combustível mais barato” e essencial à transição energética e neoindustrialização sustentável do país. (MME - 15.10.2025)
Firjan Senai e ENBPar: Lançamento de convênio para inovação em eficiência energética
A Firjan Senai e a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) firmaram um convênio de R$ 33 milhões voltado ao desenvolvimento de startups e pequenas empresas com foco em eficiência energética. O acordo de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) prevê a realização de três chamadas públicas voltadas a economia circular, cidades inteligentes e Indústria 4.0, buscando aproximar a inovação tecnológica do setor elétrico brasileiro. Com execução prevista para 24 meses, o programa destinará R$ 22,8 milhões a projetos selecionados e promoverá a expansão de hubs de teste e validação tecnológica no Rio de Janeiro. Entre as ações, estão a revitalização de espaços para funcionamento como centros de apoio às empresas participantes, oferecendo mentoria técnica, recursos financeiros e conexão com agentes do setor elétrico, fortalecendo o ecossistema de inovação energética no país. (Agência CanalEnergia - 08.10.2025)
FGV Clima: Evento debate eficiência energética na indústria brasileira
O FGV Clima, centro de pesquisa aplicada da Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP), promoverá em 16 de outubro, às 14h, em Brasília, o Workshop Diagnóstico da Eficiência Energética na Indústria Brasileira. O evento reunirá representantes do governo, setor privado, academia e sociedade civil para discutir os resultados preliminares de um estudo sobre o uso racional de energia no setor industrial nacional. O objetivo é alinhar políticas públicas e instrumentos regulatórios às metas climáticas, identificar barreiras e oportunidades para ampliar a eficiência e estimular compromissos concretos com vistas à COP30. A programação inclui apresentação do diagnóstico, debates técnicos e uma mesa de discussão sobre caminhos para fortalecer a eficiência energética e a competitividade industrial do Brasil. (FGV - 13.10.2025)
Brasil: Santa Catarina aprova criação de programa de incentivo à eficiência energética
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alesc aprovou, em 14/10, o PL 287/2025 do suplente Thiago Morastoni, que cria um programa estadual de incentivo à eficiência energética e à geração distribuída em Santa Catarina, prevendo benefícios fiscais, certificações e apoio a projetos; o relator Fabiano da Luz deu parecer favorável por se tratar de política de fomento (sem regulação técnica) e apresentou emenda para aprimorar a redação com sugestões da Semae. A matéria segue para as comissões de Finanças; Trabalho; Economia, Ciência, Tecnologia e Inovação; e Meio Ambiente. Na mesma reunião, a CCJ também aprovou a PEC 3/2025 (amplia de 30 para 120 dias a licença que permite convocar suplente), o PL 653/2025 (programa para prática segura do “grau” com bicicletas) e outras proposições. (Agência Alesc - 14.10.2025)
Celesc: Esclarecimentos sobre chamada para projetos de eficiência energética
A Celesc realizará em 4 de novembro de 2025, das 13h30 às 17h30, no Auditório Milan Milash (sede em Florianópolis) com transmissão online, um workshop da Chamada Pública de Projetos 2025 do Programa de Eficiência Energética (PEE) da Aneel para apresentar regras, tirar dúvidas e orientar proponentes. O evento é voltado a instituições interessadas em captar recursos e a empresas fornecedoras de soluções em eficiência (incluindo ESCOs), com inscrições via formulário indicado. Segundo a gerência de Eficiência Energética, a capacitação busca estimular iniciativas tecnológicas e sustentáveis que ampliem benefícios aos consumidores. (Fiesc -15.10.2025)
Cemig: Ações de eficiência energética em MG
Onze famílias de Jenipapo de Minas (MG) foram beneficiadas com novas geladeiras por meio do Programa de Eficiência Energética da CEMIG, regulado pela Aneel. A iniciativa contemplou oito residências urbanas e três rurais, selecionadas por sorteio após visitas dos Agentes de Defesa Energética, que identificaram equipamentos antigos com alto consumo de energia para substituição por modelos mais eficientes. O programa, realizado em parceria com a Prefeitura Municipal, também promove ações educativas voltadas ao uso racional e seguro da eletricidade, reforçando o compromisso com a redução do desperdício e a melhoria da eficiência energética nas comunidades atendidas. (CSA Studio - 16.10.2025)
Enel: Ações de eficiência energética no RJ
A Enel Rio celebrou o Dia Nacional do Consumo Consciente apresentando resultados expressivos de seus programas de Sustentabilidade e Eficiência Energética. Entre agosto de 2024 e agosto de 2025, a distribuidora substituiu mais de 30 mil lâmpadas antigas por modelos LED, beneficiando diretamente mais de 20 mil pessoas em 23 cidades de sua área de concessão, incluindo as regiões Metropolitana, Serrana, dos Lagos, Norte e Noroeste fluminenses. As ações promoveram economia de 657 kWh por mês, o equivalente ao consumo anual de 515 residências, contribuindo para maior estabilidade do sistema elétrico e redução de perdas. As iniciativas reforçam o compromisso da empresa com o consumo consciente e a adoção de tecnologias sustentáveis de baixo impacto ambiental. (Cenário Energia - 15.10.2025)
Enel: Ações de eficiência energética em SP
A Prefeitura de Itapecerica da Serra, em parceria com a Enel Distribuição São Paulo e a ANEEL, promoverá o programa Enel Compartilha Eficiência, voltado ao incentivo do consumo consciente de energia elétrica. A iniciativa prevê a troca gratuita de geladeiras antigas e lâmpadas ineficientes por modelos novos e econômicos, contribuindo para a redução do gasto energético nas residências do município. Para participar, é necessário ser cliente adimplente da Enel, ter consumo médio mensal de até 250 kWh nos últimos 12 meses e apresentar documentos pessoais e a última conta de energia. Os contemplados deverão entregar o equipamento antigo em funcionamento para receber um novo modelo com selo Procel A de eficiência energética, da fabricante Esmaltec. (Prefeitura de Itaperica - 16.10.2025)
Microrredes e VPP
360 Solar: Evento apresenta panorama das VPPs no Brasil
A 5ª edição do 360 Solar destacará as usinas virtuais (VPPs) e o operador do sistema de distribuição (DSO) como temas centrais em um painel técnico e estratégico que será realizado no segundo dia do evento, em 7 de novembro. As VPPs consistem na integração de diferentes fontes de geração distribuída, como painéis solares e baterias, coordenadas por plataformas digitais que permitem operá-las de forma unificada, simulando o funcionamento de uma grande usina. O debate discutirá como a digitalização da rede elétrica e o uso de inteligência em tempo real estão moldando o futuro do setor elétrico descentralizado, com foco em eficiência, flexibilidade e inovação. O painel será moderado por Ricardo Rüther (FV-UFSC) e contará com a participação de Mateus Cavaliere (PSR), Leandro Michels (UFSM), Harry Neto (WEG) e Marius Peters (HI-ERN). (Portal Solar - 15.10.2025)
Brasil: Especialista aponta as perspectivas e desafios para a aplicação de VPPs no país
O professor Leandro Michels, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), destacou em entrevista ao Portal Solar que as usinas virtuais (VPPs) ainda não são uma realidade consolidada no Brasil, principalmente por falta de regulação e normalização específicas. Diferentemente de outros países, onde essas estruturas prestam serviços ancilares como controle de tensão, gestão de carga e suporte à rede, o cenário brasileiro ainda se limita a aplicações pontuais dentro de unidades consumidoras, como sistemas solares com armazenamento e controle de demanda. Michels observa que soluções como o “grid zero” representam apenas uma versão simplificada do conceito de VPP, sem alcançar o potencial de integração e suporte sistêmico que caracteriza as usinas virtuais completas. Segundo o pesquisador, as VPPs podem desempenhar papel estratégico na otimização do uso da rede elétrica, contribuindo tanto para a geração distribuída quanto para a geração centralizada. Elas permitem armazenar e devolver energia à rede em momentos críticos, apoiar o sistema em falhas e até auxiliar na reinicialização da rede elétrica (black start). Contudo, o avanço dessa tecnologia no Brasil depende de dois pilares interligados: o técnico — que envolve padronização e interoperabilidade — e o regulatório, que precisa evoluir para criar condições de mercado e operação adequadas. Michels acredita que, com o engajamento da Aneel e da EPE, o país deve avançar nos próximos anos rumo a um modelo técnico e normativo que viabilize a implementação ampla das VPPs, reforçando a integração das fontes renováveis e intermitentes ao sistema elétrico nacional. (Portal Solar - 15.10.2025)
China: Inauguração de projeto de microrrede inteligente de larga escala
A China inaugurou em Suqian (Jiangsu) a maior microrrede inteligente “do lado do usuário” da província, integrando 5,15 MW de solar fotovoltaica, seis turbinas eólicas e 20 MWh de armazenamento a um hub de recarga avançado (quatro pontos V2G bidirecionais, seis ultrarrápidos de 600 kW refrigerados a líquido e 15 rápidos de 500 kW). O sistema adota tecnologias como rastreamento solar e telhas fotovoltaicas — com ganho de até 40% ante painéis fixos — e opera com quase zero carbono usando apenas a própria geração renovável; conectado a uma usina virtual regional, usa big data e algoritmos de inteligência artificial para despachar energia em milissegundos. O projeto, liderado pela State Grid Jiangsu, exemplifica a estratégia local de combinar microrredes e usinas virtuais para elevar a confiabilidade do fornecimento e acelerar a descarbonização, em linha com o 14º Plano Quinquenal e o plano de ação chinês para novos sistemas de energia. (English News - 16.10.2025)
EUA: Projeto visa educar estados sobre VPPs
O Energy Policy Design Institute lançou o Projeto de Convergência VPP para apoiar comissões estaduais de serviços públicos a tomarem decisões informadas sobre Usinas Virtuais de Energia (VPPs). Com Jigar Shah como presidente honorário, a iniciativa promete ferramentas e orientações baseadas em evidências (sem impor políticas), e reúne um conselho com Jeff Loiter (NARUC), Lakin Garth (SEPA) e Lauren Shwisberg (RMI), além de empresas como Tesla, Sunrun, Leap, Voltus e Sparkfund. O contexto é de avanço, mas com barreiras: a capacidade de VPP na América do Norte cresceu 13,7%, para 37,5 GW no último ano, segundo a Wood Mackenzie, enquanto limites de inscrição das concessionárias, mudanças de mercado que reduzem o credenciamento de capacidade e obstáculos para pequenos clientes ainda travam a expansão. (Utility Dive - 15.10.2025)
Europa: Enphase expande capacidades de VPPs
A Enphase Energy anunciou a ampliação de suas capacidades de Usinas Virtuais de Energia (VPPs) em toda a Europa, integrando controles mais avançados para redes inteligentes e sistemas residenciais. A atualização inclui streaming de dados em tempo real (a cada minuto), alertas instantâneos sobre eventos e manutenção, e restrição inteligente de geração solar para aliviar sobrecargas na rede. A empresa também expandiu o controle sobre bombas de calor e carregadores de veículos elétricos (VEs) por meio de parcerias com grandes fornecedoras de energia, como Kraken, NextEnergy, Ison e LichtBlick, permitindo a gestão em tempo real de milhões de dispositivos domésticos. Em países como Holanda, Alemanha, Reino Unido e Bélgica, milhares de residências já participam de programas de tarifas dinâmicas conectando seus sistemas Enphase® IQ® às VPPs, gerando valor para consumidores e redes. (Solar Quarter - 14.10.2025)
Armazenamento de Energia
Base Power: Financiamento de US$ 1 bilhão para expandir rede de baterias residenciais nos EUA
A Base Power, empresa de tecnologia energética com sede em Austin, arrecadou US$ 1 bilhão em rodada Série C para ampliar a instalação de sistemas de baterias residenciais nos Estados Unidos. A captação, liderada pela Addition e acompanhada por grandes fundos de investimento, posiciona a companhia entre as startups mais capitalizadas do setor de transição energética, refletindo o crescente interesse em soluções de energia distribuída diante da pressão sobre a rede elétrica causada por eventos climáticos extremos, aumento da eletrificação e infraestrutura envelhecida. O modelo de negócios da Base Power baseia-se no arrendamento de baterias a consumidores residenciais, permitindo o armazenamento e a venda do excedente de energia à rede. Essa abordagem descentralizada fortalece a resiliência do sistema e favorece a integração de fontes renováveis, auxiliando no equilíbrio entre oferta e demanda. Em sua estratégia de expansão, a empresa construirá sua primeira unidade de armazenamento e fabricação de eletrônicos de potência em Austin e pretende abrir novas instalações para atender ao crescimento do mercado de baterias distribuídas. (ESG News - 10.10.2025)
Tecnologias e Soluções Digitais
Celesc: Modernização de frota de atendimento com Starlink
A Celesc tornou-se uma das primeiras distribuidoras de energia do país a equipar 100% de sua frota de atendimento emergencial com internet via satélite Starlink, em uma iniciativa que reforça a digitalização e a eficiência operacional do setor elétrico. A medida, que começa a ser implementada em novembro, abrangerá as 16 regionais da companhia, garantindo comunicação contínua em áreas remotas e maior segurança e agilidade no restabelecimento do fornecimento de energia. O investimento total é de R$ 12,6 milhões, incluindo antenas, acessórios e o primeiro ano de serviço contratado junto à Telespazio Brasil. Segundo a empresa, a conectividade via satélite permitirá o recebimento instantâneo de ordens de serviço, eliminando deslocamentos longos em busca de sinal e reduzindo o tempo de resposta em emergências. A tecnologia funcionará como complemento às redes de comunicação existentes, sendo essencial em regiões rurais, serranas e de mata fechada. Testes-piloto já demonstraram melhoria significativa na comunicação e na segurança das equipes, consolidando a Celesc como referência em inovação digital no setor elétrico brasileiro. (Cenário Energia - 14.10.2025)
Neoenergia: Uso de drones e IA na manutenção da rede de transmissão
A Neoenergia está adotando na gestão de suas linhas de transmissão um projeto que combina drones e inteligência artificial. Além de capturar imagens, é possível análise automatizada e inteligente dos dados. Dessa forma, os diagnósticos ficam mais rápidos, precisos e econômicos. Com o uso dessas inovações tecnológicas, a companhia reduziu o tempo médio de resposta das inspeções em 75%, garantindo decisões mais ágeis e eficazes para manutenção. De acordo com Fabiano Uchoas, Diretor de Operações e Projetos da Neoenergia, o principal ganho está na Inteligência aplicada aos dados, permitindo um processamento maior do volume das informações com alta precisão e redução de riscos. Por fim, o processo tem início com uma captura de imagens feita por drones, depois uma inspeção protagonizado pela IA, que consolida a segurança e a eficácia do processo. (Agência CanalEnergia - 09.10.2025)
Segurança Cibernética
Dragos: Alerta para ataques cibernéticos direcionados a microrredes industriais
A empresa de segurança cibernética industrial Dragos alertou para o aumento de ataques direcionados a recursos energéticos distribuídos (REDs) e microrredes industriais, que estão se tornando peças-chave da transição energética, mas também novos alvos de ciberameaças. Segundo o analista Scott Bear, grupos como VOLTZITE, KAMACITE, Akira e RansomHub já exploram vulnerabilidades em controladores expostos, acessos remotos inseguros e protocolos industriais como IEC 61850, DNP3 e Modbus. Esses ataques podem causar paralisações operacionais, danos a equipamentos e interrupções em data centers e plantas industriais. A Dragos destaca que a expansão de microrredes em setores como manufatura, petróleo e gás e tecnologia amplia a superfície de ataque e requer defesas específicas para tecnologia operacional — com autenticação multifator, monitoramento de protocolos de REDs, atualização segura de firmware e resposta a incidentes integrada. (Industrial Cyber - 14.10.2025)
Artigo de Seyed Hejazi e Drew Buhr: "Desafios de segurança cibernética para empresas de energia"
O artigo dos especialistas da MNP alerta que, no setor de energia, ataques cibernéticos são uma questão de “quando”, não “se”, e têm impacto potencialmente grave por atingirem infraestrutura crítica (usinas, oleodutos, redes). A crescente integração entre Tecnologia da Inovação (TI) e Tecnologia Operacional (TO) amplia a superfície de ataque: uma brecha corporativa pode paralisar operações. O risco é agravado por pressões regulatórias, tensões geopolíticas, implicações de segurança física e a presença de sistemas legados difíceis de atualizar. Para fortalecer a resiliência, os autores defendem medidas práticas como autenticação multifator, controle e monitoramento de acessos (inclusive de terceiros), segmentação de redes, visibilidade específica de TO, gestão de vulnerabilidades/firmware e planos de resposta a incidentes testados regularmente. (MNP - 16.10.2025)