Tecnologias Exponenciais 231
Transição Energética e ESG
COP 30: Brasil quer destacar soluções sustentáveis na cúpula climática
A CEO da COP30, Ana Toni, afirmou que o Brasil pretende utilizar a conferência, que será sediada em Belém, como uma vitrine para apresentar soluções escaláveis em áreas como agricultura regenerativa, agroflorestas, bioeconomia e energia renovável. Segundo ela, o país também busca deixar como legado propostas concretas de financiamento climático, contribuindo com a elaboração de um documento, em parceria com o Azerbaijão, que mostre caminhos para mobilizar US$ 1,3 trilhão em investimentos. Toni destacou ainda que a conferência deve reforçar a urgência das mudanças climáticas e a necessidade de adaptação em todos os setores da economia, ressaltando que a pauta climática envolve não apenas o meio ambiente, mas também desenvolvimento e crescimento. A COP30, segundo ela, será marcada por uma agenda de ação voltada à implementação de compromissos firmados em edições anteriores. (Agência Eixos – 07.08.2025)
Brasil: Regras propostas colocam em risco viabilidade de projetos de H2V
A publicação das MPs 1307/2025 e 1300/2025, voltadas à transição energética e à reforma do setor elétrico, trouxe preocupações à nascente indústria de hidrogênio verde no Brasil. A exigência de que apenas energia renovável nova abasteça empresas em ZPEs pode elevar drasticamente os custos de produção, afetando diretamente projetos estratégicos como os do Porto do Pecém (CE) e de Parnaíba (PI). Essa regra contrasta com a legislação atual e com práticas internacionais, além de ignorar o problema do curtailment, que poderia ser minimizado com o uso de energia excedente. A MP 1300, por sua vez, propõe o fim imediato do “desconto no fio” e impõe prazos rígidos para o regime de autoprodução, o que gera insegurança jurídica e ameaça contratos já firmados. Com a eletricidade representando até 80% do custo do hidrogênio verde, essas mudanças colocam em risco a competitividade brasileira no setor, podendo afastar investidores e atrasar a consolidação dessa indústria essencial para a descarbonização. (Agência Eixos – 10.08.2025)
MME e FGV: Parceria visando elaboração de Plano Nacional de Transição Energética
O Ministério de Minas e Energia estabeleceu acordo técnico com a FGV Clima até agosto de 2026 para desenvolver estudos que subsidiarão o Plante (Plano Nacional de Transição Energética). A cooperação sem repasse financeiro incluirá diagnósticos setoriais, workshops e elaboração de relatório final, integrando iniciativas como o Plano Clima e Nova Indústria Brasil. O Plante visa alinhar a descarbonização do sistema energético com desenvolvimento sustentável, estabelecendo metas quadrienais rumo à neutralidade de emissões. A parceria reforça o caráter técnico da transição energética brasileira, combinando expertise governamental e acadêmica. (Agência CanalEnergia - 12.08.2025)
Brasil: Governo cria secretaria para impulsionar mercado regulado de carbono
Para evitar que o mercado regulado de carbono enfrente atrasos, o governo brasileiro lançará ainda este mês a Secretaria Extraordinária para o Mercado de Carbono, vinculada ao Ministério da Fazenda, com atuação prevista de dois a três anos. A secretaria será responsável pelas primeiras fases do mercado, como monitoramento das emissões, credenciamento de compensações e definição do escopo inicial, em parceria com comitês técnicos e regulatórios. O mercado será obrigatório para empresas que emitem mais de 25 mil toneladas de CO2 por ano, com o primeiro leilão previsto para 2030. Paralelamente, o governo discute a criação de uma agência reguladora para gerir o mercado a longo prazo. Na COP30, a ser realizada em Belém, o Brasil pretende apresentar uma coalizão internacional para integrar mercados de carbono, buscando harmonizar contabilizações entre países e regiões. (Valor Econômico - 12.08.2025)
Artigo GESEL "O papel dos sistemas de armazenamento na transição energética"
Em artigo publicado pelo Broadcast Energia, Nivalde de Castro (professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador-geral do GESEL) e Igor Barreto Julião (pesquisador associado do GESEL-UFRJ) destacam a necessidade urgente de substituir progressivamente fontes fósseis por alternativas renováveis para combater as mudanças climáticas e atender à crescente demanda por energia. Embora tecnologias como a solar e a eólica tenham avançado rapidamente, sua característica intermitente cria desafios de “despachabilidade”, dificultando o equilíbrio entre oferta e demanda. Nesse contexto, os sistemas de armazenamento de energia surgem como solução estratégica, utilizando tecnologias eletroquímicas (como baterias de íon-lítio, chumbo-ácido, íon-sódio e fluxo redox), mecânicas (como usinas hidrelétricas reversíveis) e térmicas, além de combinações híbridas com supercapacitores e volantes de inércia. Esses sistemas ampliam a estabilidade da rede, permitem o aproveitamento de excedentes e oferecem resposta rápida, apesar de exigirem altos investimentos iniciais. Por fim, reforçam que o armazenamento é o elo vital para tornar a geração renovável estável, confiável e despachável, acelerando a descarbonização e fortalecendo a resiliência dos sistemas elétricos no Brasil e no mundo. Acesse o texto na íntegra aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 13.08.2025)
Geração Distribuída
ANEEL: Brasil atinge 3 milhões de sistemas residenciais de energia solar
O Brasil alcançou 3 milhões de sistemas residenciais de energia solar, totalizando 20,8 GW de capacidade instalada e beneficiando mais de 4 milhões de consumidores, segundo a ANEEL. A maioria está na modalidade de instalação no próprio imóvel, com 2,4 milhões de sistemas e 16,1 GW, seguida por autoconsumo remoto (512 mil sistemas, 4,5 GW), geração compartilhada (8,6 mil sistemas, 130 MW) e múltiplas unidades de consumo (237 sistemas, 2,9 MW). São Paulo lidera o ranking estadual com 503 mil sistemas e 3,2 GW, seguido por Rio Grande do Sul e Minas Gerais. No total, a geração distribuída solar no país soma 41,9 GW e 3,7 milhões de sistemas, contemplando também consumidores comerciais, rurais, industriais e públicos. (Portal Solar - 11.08.2025)
ANEEL: Diretor aponta obstáculos legais para geração distribuída em cortes do ONS
O diretor Fernando Mosna, da Aneel, afirmou que existem barreiras legais e regulatórias para incluir a geração distribuída no rateio dos cortes de energia (curtailment) aplicados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Ele explicou que a Consulta Pública nº 45, que discute a hierarquização das fontes no corte físico, abrange apenas usinas de grande porte, e que incluir a geração distribuída exigiria uma nova fase de debate e alterações legislativas, pois essa modalidade é regulada pela Lei nº 14.300/2022, que protege direitos específicos dos consumidores. Apesar da pressão para ampliar o debate, Mosna ressaltou que a Aneel não pode agir sem mudanças na legislação, enquanto o ONS defende avanços regulatórios e tecnológicos para integrar melhor a geração distribuída no sistema. (Valor Econômico - 07.08.2025)
Brasil: Câmara dos Deputados irá discutir denúncias contra distribuidoras na aplicação da Lei 14.300
A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados realizará uma audiência pública para discutir o descumprimento da Lei 14.300/22, que estabelece o marco legal da geração distribuída no Brasil. O evento ocorrerá às 10h no plenário 8 da Câmara dos Deputados, com transmissão pelo YouTube e possibilidade de participação do público por meio do envio de perguntas. A iniciativa foi solicitada pelos deputados Celso Russomanno, Daniel Almeida e Gisela Simona, que apontam práticas das distribuidoras que prejudicam consumidores e criam insegurança jurídica para empresas e investidores do setor. Entre as irregularidades denunciadas estão atrasos na conexão de sistemas, cobranças indevidas, recusa de projetos e interpretações arbitrárias da lei, envolvendo concessionárias como Cemig, RGE, Equatorial e Energisa. Também há questionamentos sobre a atuação da ANEEL, responsável por fiscalizar e assegurar o cumprimento da norma, diante das reclamações sobre a conduta das distribuidoras. (Canal Solar - 12.08.2025)
EUA: Governo cortará verba de programa solar que reduziria contas de luz
A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) anunciou o encerramento do programa “Solar All”, que previa investir US$ 7 bilhões para ampliar o acesso à energia solar em comunidades de baixa renda. Criado em 2024 pela Lei de Redução da Inflação (IRA), o projeto tinha como meta reduzir em até 20% as contas de luz de cerca de 900 mil famílias em todo o país, incluindo aproximadamente 29 mil moradores em Massachusetts. Ao todo, haviam sido selecionados 60 projetos distribuídos entre estados, consórcios multiestaduais e organizações tribais. A decisão soma-se a outras ações recentes da atual gestão para limitar investimentos em energia limpa, como a ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump restringindo créditos fiscais para projetos solares e eólicos. Estudos da consultoria Lazard indicam que, atualmente, as fontes solar e eólica já são as opções mais baratas de geração de eletricidade nos Estados Unidos, superando o carvão e o gás natural. (Canal Solar - 08.08.2025)
EPE: Reforma tributária e MP 1.300 ameaçam expansão da geração distribuída
Estudo da Empresa de Pesquisa Energética indica que a reforma tributária (substituição de ICMS/PIS/Cofins por IBS/CBS) e a MP 1.300/2025 (que abre o mercado livre para baixa tensão em 2027) podem reduzir a rentabilidade e desacelerar o crescimento da micro e minigeração distribuída (MMGD). Apesar das projeções otimistas (65 GW de capacidade até 2029), técnicos alertam para riscos não contabilizados: perda de isenções estaduais e mudanças tarifárias que impactam a viabilidade econômica dos projetos solares. A EPE já identifica sinais de saturação em algumas regiões e revisou para baixo as estimativas de crescimento do setor. (Broadcast Energia - 08.08.2025)
Armazenamento de Energia
EPE: Preço médio de sistema residencial de baterias atinge R$ 3.500/kWh
O PDE 2035, elaborado pela EPE, aponta que os sistemas de armazenamento por baterias ganham relevância no Brasil, especialmente quando integrados à geração solar fotovoltaica. Esses equipamentos permitem gestão mais eficiente da eletricidade, substituição de geradores a diesel e fornecimento de energia de backup em casos de falhas na rede. Em 2024, o custo médio para consumidores residenciais foi estimado em R$ 3.500/kWh, considerando dados da consultoria Greener para sistemas híbridos. Um sistema típico com geração distribuída de 4 kWp e bateria de 5 kWh exige investimento aproximado de R$ 31 mil, valor inferior aos quase R$ 40 mil observados em 2020. Simulações do PDE mostram que, ao custo atual, o uso combinado de baterias e geração solar eleva o tempo de retorno do investimento de pouco mais de dois anos para até seis anos. Apesar do impacto na viabilidade econômica, benefícios como maior resiliência elétrica e independência energética podem atrair um nicho específico de consumidores. (Portal Solar - 05.08.2025)
ANEEL: Base para regulação de baterias entra na agenda da diretoria
A ANEEL incluiu na pauta da reunião pública a análise da Nota Técnica Conjunta nº 13/2025, resultado da segunda fase da Consulta Pública nº 39/2023. O documento reúne subsídios para a elaboração de uma Resolução Normativa sobre a regulamentação dos Sistemas de Armazenamento de Energia Elétrica (SAE) e está sob relatoria do diretor Daniel Danna. O setor recebeu o material com otimismo e cautela, reconhecendo o esforço da agência em incorporar contribuições, especialmente no âmbito da geração distribuída, mas destacando que ainda haverá novas etapas e aprimoramentos no processo regulatório. Representantes de entidades setoriais, como a ABGD e a ABSAE, ressaltaram a importância de marcos normativos mais claros e específicos para viabilizar o potencial do armazenamento de energia, em especial na geração distribuída. Apesar de o documento fornecer uma primeira visão do cenário regulatório, persistem preocupações sobre pontos como a cobrança das tarifas TUST e MUST. A publicação de uma regulamentação objetiva é vista como essencial para impulsionar o armazenamento de energia no Brasil, favorecendo a segurança do sistema, o aproveitamento de fontes renováveis e a redução de custos para os consumidores. (Canal Solar - 08.08.2025)
Brasil: Parceria prevê R$ 500 milhões e 400 MWh em BESS para o mercado C&I
O setor de armazenamento de energia no Brasil contará com a implantação de 400 MWh em sistemas BESS nos próximos três anos, voltados exclusivamente ao mercado comercial e industrial (C&I). Com investimento estimado em R$ 500 milhões, os projetos contemplam aplicações como arbitragem de energia, otimização tarifária, resiliência, backup e melhoria da qualidade do fornecimento. A iniciativa resulta de uma parceria entre a Sungrow, a MOBS Armazenagem de Energia e Mobilidade e a TCCOM Comercializadora de Energia, ambas do Grupo Roca. O projeto busca acelerar o uso estratégico de baterias em larga escala no país, especialmente para médias e grandes empresas. A TCCOM, comercializadora qualificada pela ANEEL, será responsável pela prospecção e estruturação, enquanto o acordo também prevê engenharia, comissionamento e serviços de operação e manutenção. Segundo os envolvidos, a parceria contribui para o fortalecimento do setor elétrico brasileiro e para a criação de um ecossistema sólido voltado ao mercado C&I, impulsionando a transição para um modelo mais limpo e eficiente. (Canal Solar - 11.08.2025)
Canadian: Lançamento de solução híbrida de armazenamento residencial
A Canadian Solar anunciou a ampliação de sua atuação no mercado brasileiro com o lançamento de uma solução híbrida para o segmento residencial, composta por inversor e bateria de baixa tensão, com potências entre 5 kW e 7,5 kW. O sistema, que será apresentado na Intersolar South America 2025, marca um avanço na estratégia da empresa para atender diretamente o consumidor final. Desde 2021, a companhia fabrica seus próprios inversores, incorporando tecnologia própria e suporte técnico local, com foco em ampliar a segurança, a inteligência e o acesso à energia solar. A nova linha é compatível com dispositivos de desligamento rápido (RSD) da própria marca, que atendem exigências de segurança e normas em evolução no setor fotovoltaico brasileiro. A empresa também destacou a oferta de equipamentos para sistemas Grid Zero, que possibilitam geração e consumo local sem injeção de energia na rede, como alternativa às dificuldades de conexão enfrentadas por consumidores. Além disso, vem investindo na integração com plataformas digitais de financiamento, permitindo simulação e aprovação de crédito diretamente nas ferramentas de vendas. (Canal Solar - 11.08.2025)
Intelbras: Ampliação de portfólio com soluções de baterias
A Intelbras participará da Intersolar South America 2025, entre 26 e 28 de agosto, no Expo Center Norte, em São Paulo, apresentando um portfólio que contempla soluções on-grid, off-grid, armazenamento de energia e mobilidade elétrica, reforçando sua atuação em múltiplas frentes do setor fotovoltaico. No segmento off-grid, a empresa lançará os inversores carregadores ICS 5001 G2 e ICS 5002 G2, que reúnem funções de inversor, carregador de baterias e no-break solar em um único equipamento. Entre os destaques, está o BESS de 233 kWh, que marca a entrada da marca em projetos de médio e grande porte. O sistema possibilita armazenar energia para uso posterior, integra-se a sistemas on-grid, off-grid e híbridos, auxilia na estabilização da rede, reduz picos de consumo e otimiza o aproveitamento da geração solar, sendo aplicável a empreendimentos comerciais, industriais e usinas de grande porte. (Canal Solar - 11.08.2025)
Veículos Elétricos
ABVE: Venda de VEs cresce 9,5% no 1º semestre de 2025
As vendas de veículos leves eletrificados no Brasil totalizaram 15.525 unidades em junho de e 86.849 no primeiro semestre de 2025, uma alta de 9,5% em relação ao mesmo período do ano anterior (79.304), segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). O crescimento das vendas consolida os eletrificados (BEV, PHEV, HEV e HEV Flex) na faixa de 8% do mercado total das vendas domésticas de veículos leves no Brasil. O destaque fica com os modelos plug-in (BEV e PHEV), que responderam por 84% das vendas, evidenciando um salto de 33,8% frente ao ano anterior. Já os híbridos tradicionais (HEV e HEV Flex) cresceram apenas 4%, perdendo participação. Importa ressltar ainda que a oferta aumentou: de 39 para 57 fabricantes e de 225 para 293 modelos em um ano. Regionalmente, o Sudeste lidera com 47% das vendas, sendo São Paulo o estado com maior volume (30,9% do total), seguido pelo Sul (17,4%). As cidades com maior número de emplacamentos são São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Curitiba. De acordo com a ABVE, não obstante o aumento de impostos de importação, eletromobilidade avança, impulsionada, sobretudo, pela chegada de fábricas nacionais. (Agência CanalEnergia - 07.07.2025)
Huawei: Desenvolvimento de bateria de estado sólido com 2.900 km de alcance
Em 2025, a Huawei apresentou uma patente para baterias de estado sólido destinadas a veículos elétricos, com densidade de energia estimada entre 180 e 225 Wh/lb — até três vezes superior às baterias de íon-lítio atuais. A tecnologia utiliza eletrólito sulfeto dopado com nitrogênio para minimizar reações adversas na interface com o lítio, aumentando a durabilidade e segurança. Segundo a empresa, a solução poderia oferecer autonomia de cerca de 2.900 km e possibilitar recargas de 10% a 80% em menos de cinco minutos. Embora não produza veículos elétricos próprios, a Huawei atua em colaboração com montadoras para incorporar sistemas inteligentes e, potencialmente, suas futuras baterias. A iniciativa insere a companhia na disputa global com fabricantes como BMW, Mercedes-Benz, Volkswagen, BYD e Toyota, todas empenhadas em desenvolver baterias mais eficientes, leves e seguras para impulsionar a mobilidade elétrica. (Inside EVs - 12.08.2025)
Ford: Lançamento de nova plataforma de VEs
A Ford anunciou uma nova plataforma de VEs que será inaugurada em 2027 com o lançamento de uma picape média de quatro portas, projetada para oferecer maior espaço interno, porta-malas dianteiro e caçamba versátil. O modelo será o primeiro de uma linha global de elétricos de baixo custo, com preço inicial previsto de US$ 30 mil, e contará com 20% menos peças, 25% menos fixadores e montagem 15% mais rápida em relação aos modelos atuais. O novo Sistema Universal de Produção de Veículos Elétricos adotará o conceito de “árvore de montagem”, no qual diferentes subconjuntos — frente, traseira, estrutura e bateria — são produzidos separadamente e unidos ao final, utilizando grandes peças de alumínio fundido. Esse método, aplicado na fábrica de Louisville (EUA), promete reduzir em até 40% o tempo de produção, melhorar a ergonomia dos operadores e aumentar a eficiência do processo fabril. (Automotive Business - 12.08.2025)
Aliança Bike: Mercado de bicicletas elétricas atinge R$ 511 milhões
O mercado brasileiro de bicicletas elétricas registrou crescimento de 7,2% em 2024, com 53.591 unidades produzidas ou importadas e um faturamento de R$ 511 milhões, ultrapassando 300 mil unidades em circulação. Apesar do avanço, o desempenho ficou abaixo das expectativas do setor. Para 2025, projeta-se alta mínima de 42%, com cerca de 76 mil novas unidades. Entre 2016 e 2024, a frota de bikes elétricas saltou de 7,6 mil para 284 mil, com destaque para a ascensão das mountain bikes, que passaram a representar 50% da produção, superando as urbanas, que respondem por 48%. As mountain bikes também concentram 70% do valor movimentado pelo segmento, impulsionadas pelo tíquete médio elevado em comparação às bicicletas urbanas. Modelos de estrada e cargueiros mantêm participação reduzida, de apenas 2%. O estudo da Aliança Bike destacou ainda o crescimento dos veículos elétricos autopropelidos, como scooters e patinetes, que adicionaram mais de 160 mil unidades às cidades brasileiras. Esse nicho deve avançar mais rapidamente que o das bicicletas elétricas nos próximos anos, impulsionado por mudanças regulatórias da Resolução Contran nº 996/2023, que redefiniu parâmetros para circulação desses veículos. (Automotive Business - 12.08.2025)
BNDES: Banco é o maior financiador de ônibus elétricos da América Latina
Um estudo da C40 Cities e do ICCT revelou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é o maior financiador de ônibus elétricos da América Latina, sendo responsável por mais de 12% do valor total alocado em projetos do tipo. Desde 2023, o banco já aprovou R$ 3,8 bilhões em crédito para a aquisição de 1.701 ônibus, o que alavancou R$ 5,4 bilhões em investimentos para o transporte público em cidades como Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e São Paulo. No ranking, a instituição está à frente da VG Mobility (2º lugar, com 10%) e do BNP Paribas (3º lugar, com 8%). O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal também aparecem entre os 20 principais financiadores da região. Entre as operações do BNDES nessa frente estão um financiamento de R$ 2,5 bilhões para a aquisição de 1.300 ônibus elétricos em São Paulo e outro de R$ 80 milhões para o primeiro sistema BRT elétrico do país. Em 2024, o banco aprovou mais quatro operações no âmbito do Novo PAC Refrota, totalizando R$ 1,3 bilhão, para a compra de 304 ônibus. (Agência CanalEnergia - 11.08.2025)
Gestão e Resposta da Demanda
Google: Parceria visando resposta da demanda para proteger redes elétricas
O aumento da demanda por eletricidade nos Estados Unidos e no mundo, impulsionado pelo crescimento dos data centers para inteligência artificial e pelo uso intensivo de aparelhos como ares-condicionados em períodos de calor extremo, levou o Google a firmar acordos com as fornecedoras Indiana Michigan Power (I&M) e Tennessee Valley Authority (TVA). A medida prevê a suspensão temporária de tarefas de IA não essenciais durante picos críticos de consumo, especialmente em estados com temperaturas acima de 37,7°C. A prática já é adotada em atividades como o processamento de vídeos do YouTube, que são transferidos para data centers com maior disponibilidade de energia, evitando sobrecarga em regiões sob alta demanda. A estratégia, conhecida como resposta à demanda, permite ao Google ajustar dinamicamente o consumo energético, redistribuindo ou adiando tarefas até a normalização do fornecimento. Essa flexibilidade, já implementada em alguns data centers, ajuda a equilibrar a carga da rede elétrica e viabiliza a expansão de operações em locais com infraestrutura limitada. Ao priorizar horários de menor demanda, como o período noturno, a empresa busca acomodar o crescimento da IA sem comprometer a estabilidade do sistema elétrico, mitigando o risco de falhas atribuídas ao alto consumo dessas tecnologias. (Exame - 05.08.2025)
Eficiência Energética
Enel: Ações de eficiência energética em SP
O Hospital Estadual Mário Covas (HEMC) firmou parceria com a ENEL para implantar um projeto de eficiência energética estimado em R$ 2,96 milhões, totalmente financiado pela concessionária. A iniciativa prevê a redução de até 30% no consumo de energia elétrica da unidade, em alinhamento aos princípios ESG. Entre as ações programadas estão a substituição de antigos chillers por dois novos sistemas de 100 TR cada, a instalação de 372 painéis solares e de uma usina de minigeração, além da troca de 134 luminárias externas por modelos em LED, complementando a modernização já realizada na iluminação interna. O projeto traz benefícios que vão da redução de custos operacionais à melhoria da climatização e iluminação, reforçando o compromisso do hospital com a sustentabilidade e o uso de energias renováveis. A formalização do acordo contou com representantes da Fundação do ABC, da direção do hospital e da ENEL, que destacaram o fortalecimento da parceria e o potencial de elevar o HEMC a novos patamares de eficiência e responsabilidade ambiental. (Fundação do ABC - 13.08.2025)
Neoenergia: Campanha educativa sobre eficiência energética em PE
Entre 4 e 8 de agosto, o Campus Petrolina do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE) recebeu a Unidade Móvel Educativa da Neoenergia, iniciativa voltada à conscientização sobre o uso eficiente da energia elétrica. A estrutura itinerante, instalada no estacionamento da instituição, ofereceu recursos como iluminação cênica, maquetes virtuais, vídeos educativos, jogos digitais e experimentos práticos, aproximando estudantes de práticas sustentáveis e inovadoras. A programação envolveu turmas dos cursos técnicos e de graduação, integrando ciência, tecnologia e mudança de hábitos no cotidiano. Organizada pelas coordenações de Sistemas de Energia Renovável e Eletrotécnica, com apoio da Direção de Ensino, a ação reforçou o compromisso do IFSertãoPE com a formação cidadã e a promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, fortalecendo a relação entre ensino, responsabilidade socioambiental e inovação. (IF Sertão PE - 08.08.2025)
DMED: Ações de eficiência energética em MG
A DME Distribuição concluiu um projeto de eficiência energética em Poços de Caldas que beneficiou diretamente mais de 100 instituições públicas e sociais, abrangendo setores como educação, saúde, assistência social, segurança pública e esportes. Com investimento superior a R$ 2,3 milhões, integralmente custeado pela concessionária, as ações foram realizadas entre 2023 e 2024, priorizando a modernização da infraestrutura elétrica, a economia de energia e a promoção da sustentabilidade. As medidas incluíram a substituição de mais de 4.500 lâmpadas convencionais por luminárias e refletores LED com Selo Procel, além da troca de 31 refrigeradores e 12 aparelhos de ar-condicionado por modelos mais eficientes. O projeto contemplou desde escolas, unidades de saúde e asilos até áreas esportivas e batalhões da Polícia Militar, resultando em espaços mais confortáveis, seguros e eficientes. Entre os destaques estão a modernização da iluminação de 36 Centros de Educação Infantil e 17 escolas municipais, melhorias em 25 unidades de saúde, revitalização de 21 áreas esportivas e intervenções em dois batalhões policiais. Todos os equipamentos substituídos foram descartados de forma ambientalmente adequada, em conformidade com as diretrizes do Programa de Eficiência Energética da ANEEL. (G1 - 08.08.2025)
Brasil: Evento debate eficiência energética no RS
A Solled Energia, em parceria com a WEG e a Bright Strategies, realizOU em 12 de agostO no Salão Principal Reserva dos Pássaros, em Santa Cruz do Sul, o evento Soluções em Energia: Armazenagem, Eletrificação e Digitalização. Destinado a executivos e gestores dos setores industrial, comercial e do agronegócio, o encontro apresentou o primeiro sistema móvel de armazenamento de energia por baterias (BESS) do Brasil e abordou como a integração de armazenamento, digitalização e eletrificação pode gerar ganhos econômicos, eficiência operacional e vantagem competitiva. O painel contou com a participação de Mara Schwengber, CEO da Solled Energia, Ricardo Estefano Rosa, gerente global de vendas de BESS na WEG, e Bárbara Rubim, CEO da Bright Strategies, que discutiram o potencial e as aplicações práticas dessa tecnologia. O evento busca destacar soluções inovadoras para o setor energético, incentivando a adoção de recursos que conciliem desempenho, sustentabilidade e inovação. (GAZ - 11.08.2025)
Microrredes e VPP
Indonésia: Programa governamental prevê minirredes com armazenamento em 80 mil vilarejos
A Indonésia apresentou um plano para instalar 100 GW de capacidade em energia solar nos próximos cinco anos, quase o dobro da atual capacidade total do Brasil. A iniciativa prevê 80 GW em minirredes solares com baterias distribuídas em 80 mil vilarejos e outros 20 GW em usinas centralizadas, priorizando a ampliação do acesso à eletricidade em regiões remotas. Com território significativamente menor que o brasileiro, o país aposta na energia solar como elemento central de sua transição energética, com minirredes compostas por sistemas de 1 MW e 4 MWh de armazenamento, operadas pela cooperativa Merah Putih. O plano é coordenado por três ministérios e ainda está em fase de desenvolvimento, sendo considerado desafiador pelo próprio governo. O Instituto para a Reforma dos Serviços Essenciais (IESR) ressalta que, se implementado de forma eficaz, o projeto poderá se tornar a maior iniciativa de eletrificação rural e de geração distribuída de energia renovável do Sudeste Asiático, contribuindo para fornecer eletricidade de qualidade, equitativa e acessível a toda a população indonésia. (Canal Solar - 11.08.2025)
UCB Power: Instalação de mais de 60 mil sistemas entre soluções individuais e microrredes
A UCB Power, referência em soluções para sistemas isolados, já implantou mais de 60 mil sistemas, beneficiando mais de 240 mil pessoas em áreas remotas. Em parceria com a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), inaugurou uma usina solar na comunidade de Tumbira, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro, que atenderá cerca de 43 famílias. A iniciativa integra o Núcleo de Inovação e Educação para o Desenvolvimento Sustentável (Nieds) Agnello Bittencourt e visa impulsionar educação, saúde e formação empreendedora na região, onde a FAS atua há 17 anos. A usina possui 20 módulos fotovoltaicos, totalizando 7,50 kWp de potência instalada, e 16 baterias de sódio com capacidade de armazenamento de 38,40 kWh — a primeira instalação desse tipo no Brasil. O projeto reforça o compromisso com soluções sustentáveis e adaptadas aos desafios de fornecer energia renovável a localidades remotas, promovendo dignidade, autonomia e transformação social para comunidades tradicionais da Amazônia. (Meio Filtrante - 12.08.2025)
Peru: Microrredes solares ampliam acesso a eletricidade em regiões isoladas
A Acciona.org está implementando quatro novos projetos de microrredes solares com armazenamento na região de Loreto, na Amazônia peruana, beneficiando 270 famílias — mais de 1.400 pessoas — em comunidades indígenas remotas. As plantas fornecerão energia contínua para residências, equipamentos comunitários e iluminação pública, ampliando a experiência de um projeto-piloto anterior em Copal Urco. As comunidades atendidas são Diamante Azul, San Rafael, San Carlos e Santa María, que receberão sistemas adaptados às suas demandas locais. O modelo de gestão inclui comitês comunitários responsáveis pela operação diária, supervisionados pela fundação, e prevê sistemas complementares individuais para residências dispersas. Essas soluções ampliam o número de horas diárias de fornecimento — em Diamante Azul, o serviço dobrou para oito horas — e fortalecem a segurança e a vida noturna com a instalação de iluminação pública, promovendo acesso mais amplo e estável à eletricidade em áreas de difícil acesso. (PV Magazine - 11.08.2025)
Tecnologias e Soluções Digitais
Copel: Investimento em startup de IA
A Copel e a Indicator Capital anunciaram um investimento de R$ 12,5 milhões na startup brasileira Fu2re, especializada em soluções de inteligência artificial e visão computacional para o setor de energia. O aporte será realizado pelo Copel Ventures I, com até R$ 7,5 milhões, e pela Indicator Capital, com até R$ 5 milhões. A iniciativa integra a estratégia de inovação e transformação digital da Copel, alinhada ao programa Copel Beyond, e se baseia em uma prova de conceito realizada em Almirante Tamandaré (PR), que mapeou 680 quilômetros da rede elétrica e capturou mais de 1,4 milhão de imagens para identificar ativos e vulnerabilidades. A tecnologia da Fu2re permite otimizar o monitoramento da rede, digitalizar rotinas de campo e automatizar a leitura de medidores por meio de IA e visão computacional. O sistema “no-code” da startup possibilita a criação de novas aplicações sem necessidade de programação, e modelos pré-treinados podem ser integrados a sistemas corporativos existentes. A solução se destaca pela escalabilidade e pelo alinhamento com a tese de investimento em IA da Indicator Capital, focando em tecnologias com impacto prático no setor elétrico. (GazzConecta - 07.08.2025)
Segurança Cibernética
Brasil: Criação da nova Estratégia Nacional de Cibersegurança
O Decreto nº 12.574 instituiu a nova Estratégia Nacional de Cibersegurança (E-Ciber), com o objetivo de ampliar a proteção contra ameaças digitais e fortalecer a capacidade de prevenção e resposta a incidentes no Brasil. Organizada em quatro eixos — conscientização da sociedade, segurança de infraestruturas críticas, cooperação entre setores público e privado e governança para a soberania digital — a iniciativa prevê campanhas educativas, reforço na proteção de setores estratégicos como energia e saúde, e incentivo à formação de profissionais especializados. A coordenação ficará sob responsabilidade do Comitê Nacional de Cibersegurança (CNCiber), formado por 25 instituições, que detalhará cerca de 40 ações estratégicas em planos específicos com cronogramas e mecanismos de acompanhamento. A medida busca fortalecer a proteção de serviços essenciais, posicionar o Brasil de forma mais competitiva no cenário global e transformar a cibersegurança em um pilar do desenvolvimento tecnológico e da soberania nacional, em resposta ao aumento dos ataques a sistemas públicos e privados. (CISO Advisor - 10.08.2025)