O Brasil alcançou em maio um recorde de vendas de carros 100% elétricos (BEV), com 6.969 unidades emplacadas, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Esse número representa um crescimento de 34,7% em relação ao mesmo mês de 2024 e supera o último pico registrado em abril daquele ano. A ABVE destaca o avanço consistente dos VEs plug-in desde 2023, aproximando o país de padrões observados em mercados como Europa e Ásia. Em maio, o total de veículos leves eletrificados vendidos foi de 16.641 unidades, uma alta de 12,7% sobre abril e de 22,25% na comparação anual. Entre janeiro e maio de 2025, o Brasil acumulou 71.324 emplacamentos de modelos eletrificados, um crescimento de 19,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. A participação desses veículos no mercado total de leves atingiu 7,76% em maio. No segmento de ônibus elétricos, foram vendidas 24 unidades no mês, uma queda de 73% em relação a abril, mas com aumento de 167% frente a maio de 2024. No acumulado do ano, já são 272 unidades, o que representa alta de 130,5%. A ABVE ressalta, porém, que o mercado de ônibus elétricos ainda apresenta variações significativas e não segue uma trajetória linear de crescimento. (Portal Solar - 11.06.2025)

Em 2024, os preços globais das baterias de íon-lítio caíram 20%, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), impulsionados por maior concorrência, expansão da produção e demanda crescente. O custo do lítio recuou ao patamar de 2015, mesmo com a demanda seis vezes maior. A atual abundância de minerais críticos tem mantido os preços baixos no curto prazo, mas pode comprometer investimentos futuros. A China liderou as reduções de preço, sendo responsável por 80% da produção global de células, favorecida por inovação, mão de obra qualificada e intensa competição interna. O estudo da IEA destaca que baterias de veículos híbridos plug-in (PHEV) são mais caras por kWh do que as de VEs puros (BEV), devido ao menor volume de células. As baterias LFP (ferro-fosfato de lítio), antes vistas como uma opção mais econômica, têm ganhado espaço pelo desempenho aprimorado, especialmente em carros de entrada. Em 2024, as LFP representaram quase metade do mercado global, com forte crescimento na China e na União Europeia. Em regiões como Brasil, Sudeste Asiático e Índia, a participação ultrapassou 50%, enquanto nos EUA foi limitada a 10% pelas tarifas de importação. (Inside EVs - 07.06.2025)

A norma que estabelecerá diretrizes de segurança para a instalação de estações de recarga de VEs em edifícios está em fase final de elaboração e deve ser publicada em breve. O anúncio foi feito por representantes do Corpo de Bombeiros de São Paulo durante um workshop internacional realizado em junho de 2025. O desenvolvimento da norma envolveu mais de um ano de estudos técnicos e testes práticos, iniciados a partir da Portaria CCB-001/800/2024. A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) colaborou com suporte técnico, simulações e visitas a centros de pesquisa no exterior. O objetivo da norma é avaliar a eficiência dos sistemas de segurança dos veículos elétricos e adaptá-los ao contexto brasileiro. A iniciativa abrange toda a cadeia da mobilidade elétrica, incluindo automóveis, ônibus, bicicletas e outros modais eletrificados. A futura norma servirá como referência para os corpos de bombeiros dos 27 Estados, buscando uniformizar os procedimentos e assegurar a segurança de moradores, síndicos e profissionais envolvidos na instalação de carregadores em edificações residenciais e comerciais. (Inside EVs - 11.06.2025)

A Prefeitura de São Paulo firmou um protocolo de intenções com as empresas Matrix Energia e Huawei para instalar sistemas de armazenamento de energia (BESS) nas garagens de ônibus elétricos da cidade. O BESS, composto por baterias de grande porte e carregadores ultrarrápidos, permitirá ampliar em até seis vezes a capacidade de recarga atual. Um módulo de 4,5 MWh pode abastecer até 29 ônibus, sem custos para o poder público. São Paulo possui a maior frota de ônibus elétricos do Brasil, com 728 veículos, sendo 527 a bateria e 201 trólebus. Cada ônibus elétrico representa a substituição anual de 35 mil litros de diesel e o equivalente ao plantio de 6.400 árvores, segundo a SPTrans. A meta municipal é substituir 2.200 ônibus a diesel por modelos movidos a energia limpa até 2028; somente em 2024, 226 unidades elétricas já foram incorporadas à frota. A adoção do BESS visa acelerar essa transição, assegurando infraestrutura adequada, reduzindo a dependência da Enel e contribuindo para as metas de sustentabilidade e eficiência energética no transporte público. (Inside EVs - 06.06.2025)

A eletrificação do setor automotivo, impulsionada por metas de descarbonização e exigências regulatórias, tem gerado avanços significativos, mas também impõe desafios importantes, como o destino das baterias usadas e a reestruturação da cadeia de fornecedores. A Nissan, por exemplo, estabeleceu metas ambiciosas em seu Green Plan, visando reduzir emissões de CO₂ em até 52% na fabricação e 50% durante a utilização dos veículos até 2030 nos principais mercados globais. A estratégia inclui o uso crescente de materiais sustentáveis, menor consumo de recursos naturais e maior eficiência energética, além da ampliação da eletrificação e da durabilidade das baterias. No Brasil, o crescimento da frota eletrificada já resultou em cerca de 34 mil toneladas de baterias, das quais aproximadamente 30 mil estão no fim da vida útil, segundo estudo da Universidade Veiga de Almeida. O impacto ambiental dessas baterias envolve desde a extração de matérias-primas até o elevado consumo energético em sua produção. Diante disso, tecnologias de diagnóstico e reparo vêm sendo utilizadas para prolongar a vida útil das baterias e mitigar os efeitos negativos desse novo passivo ambiental. (Valor Econômico - 11.06.2025)