IFE Armazenamento 70
Artigos e Estudos
NewCharge: Estudo projeta 71,8 GWh de armazenamento no Brasil até 2034
Um estudo da NewCharge, encomendado pela ABSAE, estima que o Brasil pode atingir 71,8 GWh em capacidade de armazenamento até 2034, com investimentos de R$ 77,2 bilhões, impulsionados sobretudo por instalações atrás do medidor (BTM), que devem representar 45% do mercado. Apesar da falta de regulamentação específica, consumidores e empresas já adotam soluções para reduzir custos em horários de pico e otimizar consumo, especialmente em regiões como Pará e Bahia. A expectativa é de queda de 28% no preço das baterias no período, ampliando a viabilidade de projetos comerciais, industriais e off-grid. Atualmente, o país soma cerca de 800 MW instalados, em sua maioria sistemas isolados na Amazônia, mas já surgem iniciativas de grande escala, como a de 10 MWh da Vale em Mangaratiba. O estudo aponta ainda potencial em capacidade de reserva e geração distribuída, destacando que a regulação futura poderá acelerar ainda mais o setor. (Ess News – 09.09.2025)
Wood Mackenzie: Capacidade de armazenamento deve atingir 23 GW até 2034
Relatório da Wood Mackenzie prevê que a América Latina alcançará 23 GW de capacidade de armazenamento de energia até 2034, com crescimento anual de 8%. O Chile lidera a região, seguido por México e República Dominicana. O avanço é impulsionado por projetos híbridos, principalmente solar+BESS, e pela demanda do setor comercial e industrial. Hoje, a região possui 2,5 GW instalados, sendo 1,5 GW em baterias e 1 GW em hidrelétricas reversíveis. Apesar do potencial, desafios regulatórios, custos elevados e limitações de infraestrutura podem atrasar projetos. Especialistas defendem marcos regulatórios robustos para garantir que o armazenamento contribua plenamente à transição energética. (Ess News – 11.09.2025)
Políticas Públicas e Financiamentos
Austrália: Financiamento de AU$ 300 milhões para expansão de baterias em larga escala
A Akaysha Energy, subsidiária da BlackRock, obteve uma linha de crédito corporativo de AU$ 300 milhões (US$ 196 milhões) com apoio de cinco bancos internacionais para expandir projetos de armazenamento de energia em larga escala. O financiamento cobre Austrália, EUA, Japão e Alemanha, incluindo iniciativas como a Waratah Super Battery, considerada a mais poderosa do mundo, e o Orana BESS, que recebeu anteriormente AU$ 650 milhões em apoio. A linha de crédito em várias moedas garante flexibilidade e escala para acelerar o portfólio da empresa, já consolidada no setor. Além disso, projetos como Ulinda Park e Brendale BESS devem entrar em operação até 2025, reforçando a posição estratégica da Akaysha na transição energética. O acordo é considerado um marco tanto para a companhia quanto para o mercado australiano de renováveis. (Energy Storage - 04.09.2025)
Chile: Financiamento para projeto de baterias de 3,5 GWh
A espanhola Grenergy obteve financiamento internacional para instalar 3,5 GWh em baterias na sexta fase de seu megaprojeto Oasis de Atacama, no Chile. O acordo, liderado pelo SMBC com apoio de BNP Paribas, BBVA e KfW, soma-se a outros pacotes que já asseguraram US$ 1,2 bilhão para o complexo, que prevê 2 GW solares e 11 GWh de armazenamento. As baterias serão fornecidas pela BYD, com mais de 6.200 unidades MC Cube T, compondo o maior carregamento já enviado à América Latina. O Oasis de Atacama, estruturado em sete fases, deverá gerar 5,5 TWh anuais, despachados principalmente fora do horário solar. Parte do projeto já foi vendida a empresas como ContourGlobal e CVC DIF, movimentando quase US$ 1,5 bilhão. A Grenergy planeja replicar o modelo solar+armazenamento em outros projetos no Chile e na Espanha, consolidando sua liderança global com pipeline superior a 77,9 GWh de armazenamento em desenvolvimento.(Ess News – 11.09.2025)
EUA: Swift Current garante financiamento de US$ 242 milhões para projeto de baterias na Virgínia
A Swift Current Energy fechou US$ 242 milhões em financiamento para o Prospect Power Storage, um sistema de 150 MW/600 MWh em Rockingham, Virgínia, considerado o maior BESS da área de atuação da PJM. O projeto, adquirido em 2023, já está em construção e deve operar comercialmente em 2026, com contrato PPA de 15 anos firmado com a Dominion Energy. A PJM, que cobre 13 estados e Washington, enfrenta rápido crescimento de demanda, com previsão de 15 GW adicionais até 2030. Apesar de já ter sido pioneira em armazenamentos, a região soma apenas 424 MW operacionais. Especialistas pedem reformas para permitir maior competitividade das baterias frente à geração tradicional. A Virgínia estabeleceu meta de 3,1 GW em armazenamento até 2035, embora proposta legislativa para incluir tecnologias de longa duração tenha sido vetada pelo governador. (Energy Storage – 04.09.2025)
Reino Unido: Financiamento de £ 445 milhões para maior projeto BESS do país
A Fidra Energy assegurou £ 445 milhões em capital, incluindo aporte do National Wealth Fund britânico, para viabilizar o projeto Thorpe Marsh, em Doncaster, que terá 1,4 GW/3,1 GWh e será o maior sistema de baterias do Reino Unido. O financiamento inclui ainda £594 milhões em linhas de crédito internacionais, totalizando quase £1,1 bilhão. A construção começará de imediato, com operação prevista para 2027. Além da Thorpe Marsh, o capital ajudará a impulsionar outros projetos, como o BESS de 500 MW/1.100 MWh em Nottinghamshire. Contratos de compra foram firmados com EDF, Octopus e Statkraft, cobrindo 80% da capacidade. O projeto reutilizará área de uma antiga usina a carvão, simbolizando a transição energética do país e fortalecendo a meta britânica de energia limpa até 2030. (Ess News – 10.09.2025)
Austrália: Subsídio de AU$ 2,3 bilhões impulsiona capacidade instalada de baterias nas residências
Após o subsídio nacional de AU$ 2,3 bilhões para baterias residenciais (desconto médio ~30%), o país registrou em agosto 423 MWh de capacidade via o esquema de Renováveis de Pequena Escala — mais da metade dos 852 MWh de todo o ano passado. Segundo a SunWiz, o tamanho médio das baterias saltou para 21 kWh (vs. 10–12 kWh nos anos anteriores), com forte tração nas faixas de 20–30 kWh e 30–50 kWh; os sistemas de 12–14 kWh recuaram. A combinação FV + BESS tornou-se o caminho dominante nas residências, e já há 114 baterias para cada 100 sistemas solares registrados. Para residências e pequenos negócios, o novo patamar de capacidade favorece autoconsumo e redução de pico, enquanto os preços incentivados encurtam payback e ampliam a penetração em estados-chave, deslocando instalações apenas solares. (Ess News – 03.09.2025)
Mecanismos de Inserção de Armazenamento de Energia
Argentina: Licitação pioneira concede 667 MW em armazenamento de energia
A Argentina concluiu sua primeira licitação de armazenamento em baterias, superando em 30% a meta inicial e adjudicando 667 MW em projetos para a região metropolitana de Buenos Aires. O certame, parte do plano de contingência 2024, visa aumentar a confiabilidade da rede, reduzir custos marginais e fortalecer o fornecimento em horários de pico. Com forte adesão — 27 propostas totalizando 1.347 MW — as distribuidoras Edenor e Edesur foram contempladas, tendo a CAMMESA como garantidora dos contratos. Os preços ficaram entre US$ 10.161 e US$ 12.815/MW-mês, abaixo do limite de US$ 14.100. O investimento total ultrapassará US$ 540 milhões e os projetos devem entrar em operação em até 18 meses. Além disso, outros 222 MW de projetos qualificados poderão ser integrados mediante aceitação de preço fixo reduzido. A iniciativa representa o primeiro movimento em larga escala do país no uso de sistemas BESS de última geração. (Ess News – 02.09.2025)
Brasil: Aneel aprova regras para contratos do LRCAP
A Aneel aprovou novas regras de comercialização aplicáveis aos contratos do Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP), além de homologar o módulo de reajuste dos parâmetros da Receita de CCEARs. A medida é considerada urgente devido à necessidade de 4.275 MW adicionais em 2025, apontada pelo ONS, que recomendou a antecipação do início de suprimento de térmicas vencedoras do LRCAP de 2021. As regras estabelecem critérios para cálculo da Receita Fixa, penalidades, encargos e rateio entre usuários. Também incluem a consideração do Custo Variável Unitário nos cálculos, mesmo não remunerado pela Conta de Reserva. A Aneel determinou ainda que a CCEE fundamente a constituição dos Fundos de Garantia, reforçando transparência com divulgação pública. (Agência CanalEnergia - 09.09.2025)
China: Plano nacional prevê 180 GW de armazenamento até 2027
A China anunciou um ambicioso plano para adicionar mais de 100 GW de armazenamento de energia não hidrelétrica até 2027, elevando sua capacidade total a 180 GW. O programa, divulgado pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e pela Administração Nacional de Energia, deve atrair investimentos de cerca de US$ 35 bilhões em três anos. O país já superou sua meta anterior de 30 GW dois anos antes do prazo, registrando expansão recorde em 2024, quando adicionou 37 GW/91 GWh. A nova estratégia foca em soluções de mercado, incentivando participação em leilões de energia e serviços auxiliares, além de aplicações em parques industriais, data centers e telecomunicações. A iniciativa fortalece o papel do armazenamento como suporte essencial à rápida integração de fontes renováveis e à descarbonização. (Ess News – 12.09.2025)
Filipinas: Leilão de renováveis fica abaixo da meta em energia solar e armazenamento
O quarto leilão de energia verde das Filipinas (GEA-4) resultou na contratação de 9,4 GW em projetos solares, eólicos e de armazenamento, atingindo 88% da meta de 10,6 GW estabelecida pelo governo. A maior lacuna ficou em energia solar flutuante e em integrações solar+armazenamento, cujas cotas serão redistribuídas a licitantes qualificados que excederam suas metas iniciais. O certame recebeu 111 propostas aceitas, com entrega prevista entre 2026 e 2029, e exigirá garantias de desempenho e estudos técnicos para conexão segura à rede. O resultado contrasta com leilões anteriores, como o GEA-3, que superou em 60% sua meta ao atrair 7,5 GW, e o GEA-2, que alocou quase 2 GW solares em 2023. A estratégia faz parte do plano de elevar a participação renovável para 35% até 2030, 50% até 2040 e mais da metade até 2050, consolidando o país como um dos mais dinâmicos do sudeste asiático em expansão limpa.(Ess News – 08.09.2025)
França: Fórum em Paris reforça consenso global sobre armazenamento bombeado
No Fórum Internacional sobre Armazenamento Bombeado em Paris, a Aliança Global para Armazenamento Bombeado (GAPS), criada na COP29, anunciou a adoção de princípios para acelerar o uso da hidrelétrica de armazenamento bombeado, tecnologia responsável por mais de 90% do armazenamento elétrico global. Chamadas de “baterias de água”, essas usinas permitem absorver excedentes de energia limpa e reforçar a resiliência das redes. Mais de 55 governos e organismos internacionais apoiaram os princípios, que destacam o papel do armazenamento bombeado na descarbonização, geração de empregos, cooperação internacional e alinhamento a padrões sustentáveis. O documento também pede apoio governamental, metas claras, PPPs e transferência de habilidades. Para Malcolm Turnbull, presidente do GAPS, só com políticas firmes e liderança será possível liberar o potencial da tecnologia na escala necessária. A iniciativa sinaliza consenso global sobre a centralidade do armazenamento de longa duração para sistemas energéticos seguros e limpos. (Energy Monitor – 10.09.2025)
Itália: Operador do sistema anuncia cotas do primeiro leilão MACSE
A Terna, operadora de transmissão italiana, publicou as cotas nacionais e regionais para o primeiro leilão do mecanismo MACSE, previsto para 30 de setembro de 2025. A cota nacional foi fixada em 10 GWh, alinhada ao planejamento de março, com destaque para a região sul e Calábria, que recebeu até 7 GWh. Outras áreas, como Sicília e Sardenha, terão limites entre 0,5 e 1,5 GWh, enquanto a zona centro-sul poderá chegar a 3 GWh. A autoridade regulatória ARERA elevou recentemente o prêmio máximo de € 32.000/MWh/ano para € 37.000, incentivando a adesão de investidores. Entre os interessados, a GreenGo planeja destinar quase metade de seu portfólio de 998 MWh ao certame. A iniciativa marca a primeira aplicação concreta do mecanismo de contratação de capacidade de armazenamento no país, consolidando a base para viabilizar a meta de integração de renováveis e equilíbrio da rede até 2028. (Ess News – 11.09.2025)
Projetos de Armazenamento de Energia em Larga Escala
Alemanha: País adiciona 4,59 GWh em novos sistemas de baterias em 2025
Dados da Agência Federal de Redes indicam que a Alemanha já instalou 362.537 novos sistemas de armazenamento de baterias em 2025, com potência de 2,64 GW e capacidade de 4,59 GWh. Ao todo, o país opera mais de 2,09 milhões de sistemas, somando 15,24 GW e 23,16 GWh, embora parte das estatísticas registre erros, como sistemas de varanda superdimensionados. O crescimento é impulsionado por instalações residenciais ligadas à energia solar, incluindo mais de 113 mil sistemas de varanda adicionados apenas neste ano. Também foram conectados 732 sistemas comerciais e 62 de escala de rede, somando quase 1 GWh. Desde junho, quase 97 mil novos sistemas foram integrados, totalizando 1,4 GWh adicionais. A força do mercado residencial e descentralizado mantém a Alemanha como líder em armazenamento distribuído na Europa. (Ess News - 08.09.2025)
Austrália: Acen propõe projeto de UHR de 800 MW
A Acen Australia, do grupo filipino Ayala, apresentou ao governo federal planos para o projeto Phoenix, usina hidrelétrica reversível de 800 MW com 12 horas de duração, estimada em US$ 1,19 bilhão. Localizado próximo à barragem de Burrendong, em Nova Gales do Sul, o empreendimento prevê reservatórios superiores e inferiores conectados por túnel, com capacidade de armazenar até 16 mil megalitros de água. As obras devem iniciar em 2027, com operação no início da década de 2030. Premiado com contrato de longo prazo sob o programa estadual LTESA, o Phoenix será peça central para viabilizar a meta de 28 GWh de armazenamento até 2034. A Acen já possui mais de 1 GW em operação na Austrália e busca atingir 20 GW globais de renováveis até 2030. (Ess News – 11.09.2025)
Austrália: Construção de projeto BESS de 910 MWh
Dois grandes sistemas de armazenamento em bateria, somando 910 MWh, estão prontos para comissionamento em Queensland. O destaque é o Supernode Stage 1, da Quinbrook, com 250 MW/500 MWh, que fará parte de um projeto maior de 760 MW/3.096 MWh, destinado a se tornar uma das maiores baterias do país. Já a Akaysha Energy prepara o Brendale BESS, de 205 MW/410 MWh, que entrará em operação comercial em 2026. Ambos os projetos estão localizados próximos à subestação South Pine, estratégico nó de transmissão. Quinbrook firmou contratos com Origin Energy e Stanwell, enquanto a Akaysha assinou acordo de receita com o Guvnor Group e utilizará tecnologia Tesla Megapack pela primeira vez. Esses projetos consolidam Queensland como polo central de inovação no armazenamento energético. (Energy Storage – 03.09.2025)
Austrália: Tesla projeta 4,5 GW/12 GWh de BESS até 2026
A Tesla anunciou que terá 4,5 GW/12 GWh de baterias formadoras de rede em operação na Austrália até 2026, distribuídas pelo NEM e pelo SWIS. A empresa já opera 17 projetos, como Hornsdale e Victoria Big Battery, e defende que nenhum novo BESS será vendido sem capacidade de formação de rede. Em white papers, a Tesla demonstra que seus inversores fornecem inércia sintética comparável a geradores síncronos, com custos inferiores a condensadores síncronos. Além disso, destacam vantagens como confiabilidade superior, função de blackstart e modularidade. A companhia pede reformas regulatórias para facilitar a adoção da tecnologia e reforça que ela será essencial na transição energética australiana. (Energy Storage – 10.09.2025)
Austrália: Inauguração de projeto BESS de 200 MWh
A Tilt Renewables inaugurou em Latrobe Valley, Victoria, um sistema de 100 MW/200 MWh, primeiro no mundo a adotar o ecossistema completo da Fluence, incluindo Gridstack, Mosaic AI e Nispera. O projeto, conectado ao NEM, foi celebrado pela ministra Lily D’Ambrosio como marco para alcançar 95% de energia renovável até 2035. O BESS permitirá armazenar energia solar excedente e liberá-la em horários de pico, reduzindo dependência fóssil e reforçando a estabilidade da rede. A obra gerou 285 empregos diretos e indiretos e manterá três funções permanentes. Além da Fluence como EPC, participaram AEMO, AusNet e outros fornecedores locais. O Latrobe Valley BESS fortalece o portfólio de 1,9 GW da Tilt e se soma a outras grandes baterias do estado, como a Victorian Big Battery. A iniciativa é estratégica para a transição econômica da região, antes dependente do carvão. (Energy Storage – 05.09.2025)
Austrália: Planos para construção de projeto BESS de 300 MW/1.200 MWh
A X-Elio apresentou ao governo australiano planos para construir um sistema de baterias autônomas de 300 MW/1.200 MWh em Southern Tablelands (NSW), descartando a instalação solar de 72 MW inicialmente prevista. O projeto Willavale, em análise pela Lei de Proteção Ambiental e Conservação da Biodiversidade, ocupará 190 hectares e deverá reforçar a resiliência da rede elétrica. A decisão de priorizar o BESS ocorreu após revisão técnica e consultas à comunidade. A empresa, controlada pela Brookfield, também planeja outra bateria de igual porte em Canyonleigh e diversos projetos em Queensland e NSW, reforçando seu papel no armazenamento para compensar o fechamento de usinas a carvão. (Ess News – 10.09.2025)
Brasil: Copel avalia investimento em UHRs
O vice-presidente de Estratégia e Novos Negócios da Copel, Diogo Mac Cord, declarou que a companhia estuda investir em usinas hidrelétricas reversíveis, consideradas mais viáveis que baterias devido ao custo e à longevidade, podendo operar por até 100 anos. Ele citou o exemplo da China, que já possui 60 GW em operação e projeta 300 GW até 2035. Enquanto uma nova UHE custaria cerca de R$ 350/MWh, uma usina renovável com baterias dobraria esse valor. No Brasil, ainda não há empreendimentos desse tipo nem regulamentação específica, ao contrário de EUA e Europa. Mac Cord destacou a necessidade de decisões técnicas, defendendo o retorno de engenheiros e economistas ao centro das análises do setor elétrico, em vez de discursos superficiais. A aposta em reversíveis, segundo ele, pode ser chave para o equilíbrio entre custo, confiabilidade e expansão renovável. (Agência CanalEnergia - 04.09.2025)
Chile: Megaprojeto prevê 11 GWh em baterias
A Grenergy vendeu a 4ª fase do megaprojeto Oasis de Atacama — 272 MW solares e 1,1 GWh de BESS com PPA híbrido — para fundos geridos pela CVC DIF por US$ 475 mi, com transferência após comissionamento/comercialização no 1º semestre de 2026. O complexo totaliza meta de 2 GW FV e 11 GWh em baterias; duas fases já operam e as fases 3 e 4 estão em construção, amparadas por ~US$ 968 mi em financiamentos e PPAs de longo prazo cobrindo 75% da geração das quatro primeiras etapas. “Gabriela” obteve empréstimo verde de US$ 324 mi de um pool de bancos globais, e a Grenergy fará O&M por 5 anos. A empresa mira levantar € 800 mi com rotações para financiar plano de € 3,5 bi até 2027, replicando o modelo na Europa e em novos polos chilenos. (Ess News – 02.09.2025)
China: Bluetti lança primeira estação portátil de íons de sódio
A fabricante chinesa Bluetti apresentou o Pioneer Na, anunciada como a primeira estação portátil do mundo a usar baterias de íons de sódio. Com capacidade de 900 Wh e potência de até 2.250 W, destaca-se pelo desempenho em temperaturas extremas, operando até -25 °C, vantagem significativa em relação às baterias LFP. Previsto para lançamento global em 15 de outubro de 2025, o equipamento terá 4.000 ciclos de vida útil, sendo cerca de 20% mais pesado que equivalentes LFP. Voltado a regiões frias e aplicações off-grid, o modelo será testado em expedições polares. A Bluetti também revelou a FridgePower, voltada para refrigeração doméstica, e o sistema modular RVSolar 48V, projetado para veículos recreativos e instalações rápidas, com lançamento previsto para setembro de 2025. (Ess News – 08.09.2025)
China: Poweroad expande BESS móveis de 18,43 MWh para operar em temperaturas extremas
A chinesa Poweroad expande rapidamente implantações globais de BESS capazes de operar de forma confiável a -40 °C, graças a gerenciamento térmico patenteado, aquecimento/refrigeração líquidos e diagnósticos remotos. Um caso emblemático é o sistema móvel de 18,43 MWh no campo de Karamay, que já superou 8.760 horas contínuas sob nevasca e substitui mais de 50% do diesel local; quando o poço encerra, o BESS é realocado, com ciclos típicos de 1–2 anos por sítio. A empresa soma 500+ projetos C&I na Europa e desenvolve BMS, EMS e plataforma em nuvem em cinco centros de P&D. Apesar da pressão na cadeia de suprimentos, mantém resiliência com fornecedores como a CATL e vê demanda global crescente sem excesso estrutural no setor. (Ess News – 02.09.2025)
Espanha: Magtel planeja UHR de € 500 milhões conectada com geração solar
A empresa espanhola Magtel recebeu aprovação provisória para construir a usina hidrelétrica reversível Ballesta, em Córdoba, avaliada em € 500 milhões. O projeto terá capacidade de 289 MW/2.554 MWh de armazenamento e contará com 229 MW de energia solar para alimentar o sistema. A instalação será construída em uma mina desativada, conectada por 39 km de linhas de transmissão até a subestação Lancha. A iniciativa integra a estratégia “BlueStorage” da empresa para soluções inovadoras em armazenamento. Além disso, a Magtel anunciou planos para outra usina de €210 milhões em Grandas de Salime, nas Astúrias, com capacidade de 265 MW e uma diferença de altura superior a 500 metros para geração. Os projetos reforçam o compromisso da Espanha com a transição justa após o fechamento de termelétricas a carvão e ampliam a infraestrutura para energias renováveis firmes. (Ess News - 08.09.2025)
Espanha: Solaria adquire 1,1 GWh em baterias para seis projetos
A desenvolvedora espanhola Solaria anunciou a compra de 1.102 MWh em sistemas de armazenamento de energia de bateria, com investimento superior a €80 milhões. Os sistemas serão instalados em seis projetos no país e começarão a operar progressivamente a partir de dezembro de 2025, otimizados por software de IA para maior eficiência. O movimento sucede aquisição anterior de 260 MWh em abril por €20 milhões e faz parte de acordo-quadro para até 5,6 GWh de capacidade. A empresa já delineou meta de implantar 500 MWh nos próximos 12 meses, ampliando seu portfólio de 2,8 GW em desenvolvimento na Espanha e Itália. Sem revelar o fornecedor dos equipamentos, a Solaria reforça sua estratégia de expansão acelerada no armazenamento, integrando soluções de flexibilidade energética em larga escala ao seu parque solar. (Ess News – 05.09.2025)
EUA: Inauguração de projeto BESS de 60 MW/120 MWh no ERCOT
A Ormat iniciou operação comercial do BESS Lower Rio (60 MW/120 MWh) no ERCOT, seu primeiro projeto “tolling” no Texas. Sob pedágio, o off-taker paga taxa fixa e assume o controle operacional/comercial do ativo, reduzindo risco merchant e viabilizando dívida; a estratégia ganha tração ante a volatilidade de receitas de arbitragem e serviços auxiliares. A Ormat soma 350 MW/778 MWh instalados em armazenamento nos EUA e experiência internacional com dois contratos de 15 anos (300 MW/1.200 MWh) em Israel. O projeto texano ainda monetiza ITC de 40% via estrutura híbrida com a Morgan Stanley Renewables (US$ 25 mi em receitas), integrando portfólio de geração da empresa (1.618 MW globais). (Ess News – 02.09.2025)
Europa: Aliança busca destravar 35 GW em UHRs
A IHA e a Eurelectric lançaram o Compromisso de Paris para acelerar a implantação de 35 GW de armazenamento hidrelétrico bombeado na Europa. Mais de 50 empresas e associações apoiam a iniciativa, que pede aos governos e à UE ações urgentes para viabilizar o armazenamento de longa duração como pilar da segurança energética. As propostas incluem: iniciativa europeia específica para eletricidade armazenada, remoção de dupla tarifação, remuneração justa de serviços, licenciamento ágil e plena aplicação da Diretiva de Energias Renováveis. O objetivo é criar empregos, garantir estabilidade da rede e atender metas climáticas. O plano será apresentado à Comissão Europeia em setembro. (Ess News – 10.09.2025)
Itália: Zelestra e BKW firmam acordo para projeto de baterias de 2 GWh
A espanhola Zelestra e a suíça BKW assinaram um contrato de pedágio de longo prazo para viabilizar a construção de um sistema de baterias de até 2 GWh no norte da Itália, com obras previstas para 2027 e comissionamento em 2028. O modelo permitirá previsibilidade de receitas, superando um dos principais entraves para projetos em larga escala. A parceria expande a atuação conjunta das empresas, que já possuem projetos solares em andamento na Sicília e Apúlia. A Zelestra afirmou que pretende consolidar um portfólio de 1.400 MW em projetos solares e BESS no país, mirando também participação em leilões nacionais. O anúncio reflete o crescente interesse pelo modelo de pedágio no setor italiano, já adotado recentemente por outras companhias, como a Ego Energy. (Ess News – 10.09.2025)
Polônia: Entrix e Greenvolt avançam com projeto de 1,3 GW/5,2 GWh de BESS
A Entrix, da Alemanha, firmou acordo com a Greenvolt Power, de Portugal, para otimizar e comercializar cinco projetos de baterias em grande escala na Polônia, totalizando 1,3 GW/5,2 GWh. Dois empreendimentos já estão em construção, com operação prevista para 2026. A Greenvolt tem 13,2 GW em projetos, sendo 4,3 GW em BESS, reforçados por € 150 milhões de investimento da KKR. No leilão de 2023, a empresa garantiu 1,2 GW em seis projetos, representando mais de 70% da capacidade concedida. A parceria permitirá à Entrix aplicar soluções de IA para gestão de mercados e serviços auxiliares, ampliando sua atuação para 2 GW e 7 GWh na Europa. (Ess News – 10.09.2025)
Ucrânia: Inauguração de projeto BESS de 200 MW/400 MWh
Na Ucrânia, a DTEK, em parceria com a Fluence, colocou em operação seis sistemas de baterias totalizando 200 MW/400 MWh, distribuídos nas regiões de Kiev e Dnipropetrovsk. O projeto, construído em tempo recorde de cinco meses em meio à guerra, foi elogiado pelo governo como um marco estratégico para garantir resiliência da rede diante de ataques russos. Com investimento de € 125 milhões e apoio do banco estatal, os sistemas fornecerão serviços auxiliares ao operador Ukrenergo. A Fluence ofereceu comissionamento remoto devido às restrições do conflito, enquanto engenheiros locais foram treinados na Alemanha e Finlândia. Os projetos integram o plano da DTEK de alcançar 500 MW em BESS até 2030. Segundo a ministra de energia, o armazenamento tornou-se tão fundamental quanto a própria geração, consolidando-se como peça-chave para a segurança energética nacional e base para a transição renovável ucraniana. (Energy Storage – 11.09.2025)